"Quando seguimos numa certa direção, surgem caminhos. Progredimos neles à medida em que deixamos para trás aquela parte do caminho que já trilhamos. Contudo, o caminho trilhado permanece. Podemos retornar a ele - para buscar algo esquecido, para olhar melhor algo que não observamos bem, para visitar alguém que deixamos para trás, ou ainda, para buscar alguém e levá-lo conosco.
Nesse retorno, porém, podemos perder o antigo caminho. Então talvez fiquemos caminhando para baixo e para cima no caminho costumeiro e nos orientando por ele. Aí, em vez de nos fazer progredir ele torna uma armadilha, transformando-se em meta.
Alguns caminhos nos deixam extraviados. Depois de algum tempo, percebemos que nos extraviamos ou demos em becos sem saída. Para chegar à meta, precisamos, então, empreender o retorno até a encruzilhada onde nos desviamos para a direção errada.
Para muitas pessoas tal retorno parece bem difícil, sobretudo depois de terem trilhado por longo tempo o caminho errado. Então elas param e se orientam pelo que lhes resta, mesmo que não ofereça saída. Dessa maneira, o caminho, mesmo errado, torna-se um fim para elas.
Ao lado do caminho direto também existem desvios. Muitos deles, com a parência de simples desvios, revelam-se mais tarde como os melhores caminhos, por nos proporcionarem prespectivas e experiências novas, que, no caminho direto, ficariam escondidas ou inacessíveis.
Algumas pessoas, porém, ficam nos desvios por um tempo mais longo do que o conveniente. Passam a depender dele e fracassam, porque o caminho e meta se inter-relacionam em função de um tempo conveniente e limitado, e essa relação só é bem sucedida no tempo devido.
Frequentemente visamos a uma meta bem definida - uma meta profissional, por exemplo - à qual se chega por um caminho prederminado. Nesse caso, basta conhecer a meta para saber o caminho. Pode haver obstáculos e superar, mas o caminho já pode ser descortinado.
Outras vezes, porém, seguimos por caminhos onde meta e o fim nos permanecem ocultos. Um deles é o nosso caminho de vida; somente em retrospecto podemos reconhecer para onde ele nos levou. Essa meta é, por vezes, muito maior e mais ampla do que no início acreditávamos ou secretamente esperávamos. Muitas vezes, um caminho como esse, nos leva a uma tarefa ou a um desvio que preferíamos ter evitado. Olhando para trás, reconhecemos, porém, que nesse caminho crescemos além de nossa própria estatura ou, mais precisamente, percebemos que nele fomos levados, impelidos e tomados a serviço por algo mais poderoso do que nós mesmos. Esse caminho nos leva à nossa meta verdadeira."
Bert Hellinger
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Alguém já experienciou isso? Já havia pensado desta forma?
Ao ler este texto pude refletir o quanto é importante termos uma meta...e de maneira consciente. Não apenas sermos "levados " pela vida...para uma meta qualquer!
Percebo que em minha busca profissional fui para a meta maior...e ao perceber isto, agora vejo que apesar de difícil e doloroso, com muitos percalços, somente ela poderia ter me proporcionado o crescimento interior que estou trilhando.
E parece-me, hoje, que esta é a minha verdadeira meta .
Então sinto que na verdade fui tomada a serviço de algo, pois poderia ter desistido, afinal motivos sobravam...
Obrigada a tantas pessoas que me auxiliaram nesta busca, e aos meus clientes que, sempre na troca, aprendemos juntos.
E acima de tudo obrigada aos meus pais e antepassados que me possibilitaram estar aqui, hoje...
Um lindo dia à vocês!
Tais