domingo, 23 de fevereiro de 2014

É melhor ter razão ou ser feliz?




"Circula uma frase pela internet, do poeta Ferreira Gullar, com os seguintes dizeres: Eu prefiro ser feliz a ter razão.

Sempre achei intrigante esta tal relação: razão x felicidade. Porque todos querem se sentir felizes, mas essa "mania" de querer ter razão tomou conta dos relacionamentos amorosos, parentais, sociais, empresariais, profissionais etc, e tem causado muita briga, confusão, ressentimentos e rupturas, e a infelicidade afetiva/relacional anda por aí instalada.

Essa "mania de ter razão" tem sua origem no individualismo. E ao buscarmos a origem do individualismo encontramos o egoísmo, uma estrutura emocional infantil que gerencia a personalidade de muitos adultos.
Sobre o individualismo, especificamente, é bom lembrar que não se deve confundir individuação e individualismo, pois, são bem diversos. Mas na busca da individuação muitos acabam se atolando no individualismo.

No processo de individuação, eu descubro quem sou, do que gosto, do que não gosto, reconheço potenciais, ferramentas, mas também ganho sabedoria, humildade, e com elas percebo que sou parte de um todo muito maior que meu umbigo e mente. Descubro que coexisto, querendo ou não, com múltiplas formas de vida, com consciências as mais diversas numa relação interdependente, o que me leva ao altruísmo, à generosidade, à solidariedade, à compreensão.
Pois, na coexistência, uma vida só existe porque está em relação com outras vidas. Assim, compartilhamos sol, oxigênio, água, terra, e tudo o mais que o planeta oferece. Com isso, sem querer ou com consciência e escolha ativa, geramos vida e usufruímos da vida.

Nosso planeta Terra por estar inserido numa rede universal de vida também necessita de todo o restante do Universo para mantermos por exemplo, a gravidade, bem como as marés, e os ciclos de vida - tanto os curtos como as estações do ano, como os longos, que envolvem as eras.

Já no individualismo achamos que somos o centro do Universo e que todo o resto deve orbitar ao nosso redor.
Desta maneira, quando agimos de forma individualista ou em outras palavras, de forma egoísta, buscamos impor nossa opinião e vontade, e vivemos nos melindrando com qualquer opinião divergente ou com qualquer tipo de atitude que não seja de acordo com nossa vontade. Ou seja, se o outro não é obediente ao nosso "desígnio supremo" ele não é digno de nossa companhia ou ele é tratado como um alguém inferior ou como não confiável, ou aquele a quem podemos maltratar dizendo palavras rudes e agressivas. Em outras ocasiões, dividimos os grupos em "panelas" as dos que pensam como nós, e a dos "outros", os que não pensam como nós.
Guerras são travadas assim.

Muitas vezes, nas relações pessoais, agravamos a situação por atuarmos com prepotência e arrogância, sofrendo, assim, uma inibição aguda da nossa lucidez e da nossa inteligência, e estas, uma vez comprometidas, pelo nosso alto engrandecimento inadequado, faz com que distorçamos os fatos, passando a responsabilizar os outros por nosso mal-estar ou pelo acontecido. Quando, muitas vezes, a realidade é que ambos colaboramos para a dificuldade de entendimento no relacionamento, por agirmos exatamente da mesma maneira, cada um entrincheirado em suas verdades, desconectados do outro, é a tal "mania de ter razão". Assim, está criada uma confusão de difícil solução.

O egoísmo é mesmo um grande desconectador de corações, enrijecendo a sensibilidade e impedindo nossa percepção clara da vida.
O egoísmo e a prepotência nos fazem achar que temos direitos que não existem. Fazem nos sentir injustiçados, enraivecidos, indignados, irritados, e o pior, em nada ajudam a ampliar nossa sabedoria sobre a situação, para enxergá-la com isenção de ânimo, clareza e discernimento, quando encontramos caminhos para a conciliação ou a resolução dos conflitos.
Os "donos da verdade" tem dificuldade em enxergar e compreender diferentes pontos de vista. Acham que enxergam mais que todos, e estão cegos para a realidade à sua volta.

Podem até ser rápidos na argumentação, ser ágeis espadachins das palavras, mas isso não é sinônimo de sabedoria ou de inteligência, como muitos acham.
Neste caso, o que fazer? Será que abrir mão de sua opinião pode ser, então, um caminho para a conciliação e para a felicidade? 
Depende, caso seja apenas mais uma forma de reatividade, porém, contrária, ou seja ao invés de me impor, omito-me; com certeza, não sentirei bem-estar, poderei sentir angústia, tristeza, ou sentir-me sufocado, porque a causa de tudo, o egoísmo e a vaidade, estão lá, agindo, ainda que nos subterrâneos da percepção consciente.

Agora se esta decisão vem de um coração mais amoroso, que está ocupado também em criar bem-estar e felicidade para os outros, tudo muda. As decisões, filhas do amor, podem gerar imenso conforto, ainda que requeiram de nós algum sacrifício momentâneo. Porque a felicidade está atrelada à capacidade de amar. E amar aos outros, aquecer o coração, desenvolver ternura, doçura, amabilidade, tolerância, traz imenso bem-estar íntimo, além de criar novas estruturas emocionais e psicológicas modificando o modo de perceber e interagir com a vida. 
O amor pelos outros e pela vida tem o poder de dissolver o egoísmo e suas crias, como o individualismo e a vaidade exagerada. 
Nesse momento, surge a capacidade de se usar a mente alicerçada numa inteligência amorosa, característica dos que superaram a infância emocional.
Usar as essências florais dentro de um processo terapêutico é de grande ajuda nesse processo.
Mas há mais a ser feito.

Até que o egoísmo seja esmaecido, o cultivo de um pouco de silêncio, de tolerância e de muita ponderação é providencial.
Aprender a ouvir, a sentir empatia pelo outro, por outras opiniões, saindo de seu mundo íntimo, observando-se parte de um todo maior (relacional, social, bioquímico, espiritual), sentindo a si e aos outros como forças de igual importância para o todo da vida é outro passo nessa nova caminhada.
Passar suas opiniões pelo crivo da afetividade, da ética, da justiça, da responsabilidade, da verdade, da compaixão, do não julgamento e do não preconceito, antes de manifestá-las, é igualmente importante.
A meditação regular aqui é indicada.

Você quer ser feliz? Muito bem, comece a amar quem anda por perto de você, mas de verdade. Amor que aquece o peito, que gere bem-estar, que crie situações onde o outro se sinta sempre incluído, valorizado. Dispense a neurose dos pensamentos só sobre si mesmo, sobre como se sente, sobre sua vida, se está bem ou não, se está feliz ou não. Abra-se de verdade para conhecer os outros para além dos rótulos e das opiniões pré-concebidas. Entregue-se ao amor. Um novo universo de bem-estar se abrirá para você."

Thais Accioly
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Somos todos um...e a essência é apenas uma!
A água apresenta-se de variadas formas, porém , na essência 
e sempre água. Quando chove, a água cai sobre o solo, integra o veio subterrâneo de água e jorra em forma de fonte que alivia a sede. Ou um temporal se abate sobre as montanhas e forma o riacho, como também pode lançar com força sobre as rochas, espalhando água por todos os lados. Mas na essência continuará sempre a mesma. A expressão muda, mas a essência é a mesma...
De modo similar somos todos nós, e a Vida imanente no Universo, mas nos expressamos de modo diferente.
Podemos olhar o outro, termos esta compreensão e tudo começará a fluir de uma outra maneira; mais amorosa, mais compreensiva...
Nas Constelações Familiares esta Verdade de que "somos todos um", fica muito clara. Trazemos conosco toda uma história familiar que poderá estar se manifestando em nossas vidas...e a partir da inclusão de tudo que foi -com respeito e amorosidade - algo se transformará.
Estarei trabalhando com as Constelações Familiares e Organizacionais de 15 em 15 dias e você é meu convidado(a). Se quiser participar/assistir ou Constelar , faça contato através do email    tais.fittipaldi@gmail.com    que encaminharei o convite e darei as informações que necessitarem.
Uma maravilhosa semana à todos vocês!
Tais

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Constelações Familiares

Curitiba é um verdadeiro celeiro das Constelações Familiares e Organizacionais. Muitas formações fantásticas e um número sem fim de pessoas novas buscando conhecer este trabalho que tanto nos acrescenta e proporciona um novo olhar sobre as relações.
Peço licença aos assíduos na leitura de meu blog, mas em função de tantas buscas de esclarecimento sobre este tema, resolvi retomar este assunto já bastante abordado por aqui.
Na verdade uma vez que sempre "somos tocados"por algo especial quando se toma contato com as Constelações, tenho certeza de que acrescentará algo mesmo aos sabedores e praticantes. Boa leitura!
Tais

"Em todo relacionamento existem nós, emaranhados profundos, de onde não se consegue puxar o fio, mesmo quando se deseja ardentemente. As tentativas são geralmente frustradas porque seguem os padrões do consciente. No entanto, toda pessoa é influenciada por padrões inconscientes, não apenas os próprios, mas os de todos os grupos aos quais se pertence, incluindo gerações e gerações passadas onde existem, ainda atuantes, pontos fundamentais para que sejam desatados os nós.

Bert Hellinger, psicanalista alemão contemporâneo, depois de intensa pesquisa, tem feito um trabalho terapêutico com grupos (de 20 a 40 pessoas, aproximadamente), usando a técnica da “constelação familiar” para revelar as relações inconscientes que nos influenciam, no aqui-agora, dentro do sistema familiar. Essa técnica tem esse nome porque as pessoas envolvidas, ao se postarem para o trabalho, formam com seus corpos, uma espécie de “constelação”.

A pessoa a ser terapeutizada, ou melhor, “constelada”, no dizer de Bert Hellinger, propõe uma dificuldade sua, para que sejam encontradas soluções. Em seguida escolhe, entre os participantes do grupo, representantes para si e para as demais pessoas envolvidas em seu emaranhamento. Então, ela as posiciona, umas em relação às outras, sem dizer nada, simplesmente colocando as mãos nos ombros de cada uma e conduzindo-a para o lugar que acha mais adequado na constelação. Os representantes permanecem concentrados sem nada dizer. Instruídos a não usar o racional, só prestam atenção aos efeitos que o lugar onde estão posicionados provoca e apenas comunicam esses efeitos, que podem ser dramáticos, quando o terapeuta os questiona a respeito. Tais efeitos refletem, de modo surpreendente, as emoções e as percepções, até de sintomas físicos, das pessoas representadas, as quais nem estão ali presentes, e sem que os representantes tenham sido informados.

Como isso acontece é bastante intrigante, no entanto, o próprio descobridor dessa maravilha diz que, assim como existe o “inconsciente coletivo” proposto por Jung, devemos aceitar que existe um “inconsciente familiar”, um “inconsciente grupal” com o qual estamos diretamente conectados, e nada mais.
É surpreendentemente simples! Não há nenhuma explicação, além dessa, que a razão humana possa alcançar. E nem precisa.

Interessante é assinalar que os representantes e os observadores, mesmo não tendo sido constelados, percebem, alguns dias depois de terem participado, que também desemaranharam alguns de seus nós pessoais. Relatam, ainda, que os efeitos benéficos da constelação alcançam até outras pessoas muito próximas, posto que algumas mudanças significativas ocorrem no comportamento delas também.

A abordagem de Bert Hellinger, ao explorar as dinâmicas mais profundas do inconsciente, faz as pessoas se conscientizarem de como forças, anteriormente despercebidas, afetam os relacionamentos. Por exemplo, relacionamentos amorosos frustrados que um dos cônjuges teve anteriormente, continuam afetando energeticamente qualquer relação presente ou futura, até que o vínculo existente seja resolvido, ou harmonizado, na constelação. Outro exemplo que ninguém poderia sequer imaginar, é a influência de pessoas que se excluíram ou foram excluídas da família, assim como alguém que saiu de casa para morar em outro lugar, ou em outro país, algum aborto espontâneo ou provocado, algum suicídio ou morte trágica, doenças graves, etc. Essa influência atua, mesmo que o fato tenha ocorrido em gerações passadas. É como se houvesse uma “memória celular”.

Assim sendo, uma constelação passa, tipicamente, por dois estágios. No primeiro, influências ocultas são reveladas, mesmo que a pessoa constelada nem tenha conhecimento delas. No segundo, comentários (apenas entre o terapeuta e a pessoa em questão) e esforços para se encontrar soluções são descobertos ou recuperados e, então, testados na constelação. E é importante salientar que a “solução” vem sempre da alma da pessoa constelada, nunca do terapeuta. Este é, somente, um facilitador.
A “Constelação Familiar” é apenas um entre os vários temas propostos para serem trabalhados. Existe constelação para problemas de comunicação, para dificuldades em sentir e em demonstrar emoções, dificuldades com o dinheiro, para as relações profissionais, educacionais, etc. Então, o conjunto de constelações, que abrange todos os setores da vida, denomina-se “Constelações Sistêmicas”.

Todo o trabalho desenvolvido por Bert Hellinger se baseia na fenomenologia dos “Sistemas Sociais e Psicológicos” do ser humano.

Sinteticamente, os tópicos mais importantes a serem trabalhados, em todos os tipos de constelações, são: 
1) a hierarquia (ordem), de acordo com os papéis sociais e a posição que o indivíduo ocupa dentro do sistema em questão.
2) a natureza do vínculo existente entre as pessoas - todos têm o mesmo direito de pertencer ao sistema.
3) o equilíbrio entre o dar e o receber.
4) o restabelecimento dos laços afetivos através dos sentimentos de amor e de compaixão."

 Vera Bassoi 
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"De longe o universo é caótico. Milhões de estrelas dentro de potes de luz, galáxias flamejantes correndo em tropel para abismos celestiais, para onde? Este aparente caos apresenta certezas inquestionáveis, um universo dentro de universos curvos onde o tempo flutua lindamente. Porém, nem mesmo o menor movimento neste deserto fértil de astros, acontece por acaso.

No ser, lá dentro, se realiza a mesma batalha. O caos expande-se e concentra-se mesmo nas relações mais íntimas. Na família, a grande galáxia da vida, o grande jardim de estrelas e de flores astrais, onde se concentram constelações de sentimentos, desejos e vontades escuta-se verdadeiros gritos de nascimentos de supernovas. No amor muitas vezes existe dor. Porém o que importa mesmo é que tudo que está em uma constelação mantém um vínculo ou ligação profunda, há necessidade da pertença e de proximidade. A Constelação Familiar é uma abordagem terapêutica que ajuda a desvelar os nós, muitas vezes inconsciente, buscando nas raízes familiares esse olhar sistêmico que contextualiza o bloqueio, tendo como fio condutor a via amorosa e sem julgamento."

Texto extraído do site Espaço Renascer

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O jogo da vida...


"Ontem estava jogando bola na parede, de manchete, para fazer exercício e, no princípio, atrapalhei-me toda e não conseguia jogar muito tempo sem que a bola caísse... a bola voltava com muita força ou na direção errada e estava quase desistindo quando resolvi corrigir o que estava fazendo errado... minha irmã me ensinou como receber a bola com os braços bem esticados e, aos poucos, fui aprendendo a força e a maneira de jogar a bola e com isso o exercício foi fluindo e ficando cada vez mais divertido... Uma coisa é certa... a bola retornava com a mesma força que eu mandava e o meu lançamento influenciava a direção com que ela voltava.

A bola é neutra e o que determinava a força e a direção com que ela voltava para mim era a força e direção que eu lançava... e quanto melhor eu recebia a bola mais fácil ficava o próximo lançamento e, consequentemente, ela voltaria melhor fazendo com que o jogo fluísse com facilidade, e o que antes estava sendo um grande esforço para mim se tornou uma diversão.

Hoje me lembrando do jogo, percebi como muitas vezes também nas nossas vidas as coisas custam a fluir ou vão ficando cada vez piores se não corrigimos alguma coisa... Geralmente, quando recebemos uma bola ruim e a devolvemos ao mundo da mesma forma, ou até pior, nem nos damos conta que estamos recebendo uma bola que nós mesmos lançamos um dia e que só nós podemos corrigir esse curso.

Fiquei viajando nessa história do bate e rebate com a bola e fiz algumas ligações com o bate e rebate da vida...
Assim como naquele jogo, no jogo da vida, saber receber bem o que nos chega faz toda diferença na forma como vamos criar a próxima jogada. E saber que fomos nós mesmos que atraímos a forma com que as coisas nos chegam facilita em muito a maneira com que vamos receber aquilo e, consequentemente, lançar ao mundo ações que vão nos trazer um retorno mais feliz.

Não adianta, nem nos piores momentos, a gente se revoltar com o que nos chega e nos colocar como vítimas porque isso só piora as coisas e não ajuda em nada a corrigir o fluxo que não está nos agradando... Receber com revolta e como vítima indefesa é um grande passo para piorar o que já está ruim.

Se eu quero melhorar o que não estou gostando na minha vida, o primeiro passo é reconhecer que eu sou responsável e que só estou colhendo o que plantei um dia... só estou recebendo de volta a bola que eu mesma lancei... mas, sempre posso fazer algo para melhorar... ninguém pode fazer isso por mim.

Receber com amor e gratidão tudo que nos chega é um grande passo para melhorar o rumo que as coisas vão tomar a partir de então... O fato de receber bem os acontecimentos que a vida nos traz faz toda diferença na forma que a vida vai nos dar o retorno...

Geralmente, quando algo negativo nos acontece, quase nunca nos lembramos que fomos nós que criamos aquela realidade e passamos a culpar tudo ao nosso redor e a ter uma atitude resistente e negativa. Parece que tudo toma a cor daquele acontecimento e mesmo as coisas boas são recebidas com negatividade.

Uma boa maneira de receber a vida é com Amor... e olhar para tudo que nos chega, seja aparentemente "bom" ou ruim", com um olhar amoroso por entender que a vida está nos dando, ali, uma oportunidade única de corrigir o curso das nossas vidas... de corrigir algo que nós mesmos criamos um dia.

A escolha está sempre nas nossas mãos... ou vamos continuar a jogar um jogo que não flui e que só traz sofrimento... ou vamos passar a jogar um jogo divertido e amoroso com a vida...
Essa escolha podemos fazer a cada dia e, persistir nessa intenção vai fazer com que, pouco a pouco, os frutos das nossas ações retornem de forma cada vez mais suave a amorosa...

Sempre podemos plantar amor se é isso que queremos colher..."

Rubia A. Dantés
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"Quando fazemos um pequeno movimento,
o universo coloca uma espécie de óleo nos trilhos
e tudo começa fluir por este alinhamento."

"A doação contém uma carga energética muito parecida com a gratidão. Doar representa um atestado de confiança porque o espírito reconhece que o fluxo incessante do universo preenche o que está vazando. Aquilo que você tem para dar é o mesmo produto daquilo que está dando ao seu universo. Você é uma perfeita maquete da estrutura do universo: vivo, gerador de alta energia e criativo. No espírito do medo, nossos fluxos estancam porque assumimos uma postura protegida e desconfiada, que não flui e não se dá. E aquele que não dá, não sabe receber. O destino exige paixão e abandono para acontecer. Assim como a energia da riqueza requer uma despreocupação com o passado, presente e futuro.
As pessoas realmente prósperas emitem uma energia diferente para o mundo. Essa prosperidade é encontrada no campo da saúde, dos relacionamentos, bem-estar e no setor financeiro. O espírito da abundância é seguro e leve, ele sabe que do lugar onde flui a riqueza existe um manancial ininterrupto que é oferecido a ele... Aquele que está sofrendo nunca é capaz de doar e sim de retirar porque o medo lhe convence que a falta é constante em seu mundo. A doação assim como a gratidão não surge prontamente pelo caminho do buscador, são sentimentos energéticos que se alinham através do percurso.
O medo sabota os resultados porque a mente ainda não está convencida que o sucesso e a bem-aventurança são nossos direitos naturais. E sob controle, o medo tem medo até de desejar porque a mente está condicionada a lidar com as expectativas frustradas. E isso tudo é apenas um padrão maleável e condicionado por uma regra da insegurança. O direcionamento bloqueará os receios e inseguranças, pois a mente tenderá ao silêncio, ou, apenas conversará com você sobre o direcionamento de suas novas escolhas e admirações.
O sentimento determina os resultados, portanto, espere sempre o melhor e você receberá o melhor; espere o mais ou menos e você receberá.Espere o maravilhoso, o deslumbrante e a excelência e você se alinhará a essa realidade e obterá diamantes. Essas expectativas e respostas estão relacionadas ao seu impulso de se dar internamente ao seu propósito. A vida sempre responde conforme o modo como a observamos; é um processo energético que é emitido e inexoravelmente exige um retorno."
Uma excelente semana!
Tais

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Todas as relações são abertas



"Há tempos ouço debates sobre qual será o modelo de relação mais comum no futuro. Entre defensores da monogamia e da poligamia, costumo brincar que fechada, aberta e de carne são esfihas; relação é outra coisa. Já que o que realmente nos une ou separa de uma pessoa não é um acordo pré-fixado, nem uma instituição, nem um papel, nem um título, na prática todas a relações são abertas.

A abertura, mesmo em uma relação monogâmica convencional, é uma qualidade inalienável, irrevogável. Não há tranca que segure os deslocamentos da vida.

O que nos mantém ligados uns aos outros é a conexão estabelecida, que independe, inclusive, de estar ou não fisicamente com a pessoa. Podemos estar disponíveis para outros estando com um parceiro, como podemos estar menos disponíveis a outros apenas pela ligação com alguém com quem sequer namoramos. Podemos estar disponíveis mas não chegarmos às vias de fato, como podemos chegar às vias de fato estando com outro parceiro sem que isso afete essa conexão afetiva. As variações são tantas que podemos dizer que vivemos em constante suruba e monogamia ao mesmo tempo, por liberdade original, e mudar o rumo e a forma de se relacionar a qualquer momento, mesmo que tenhamos feitos acordos, contratos, promessas.

Alain de Botton, no brilhante livro Religião para ateus, diz que os ateus perdem muito tempo querendo provar a não-existência de Deus e se esquecem do que fazer diante da não-existência de Deus. Então investem muita energia contra aqueles que praticam seus rituais religiosos perdendo a grande oportunidade de ter algumas experiências para além dos dogmas. Botton mostra como as religiões se apropriam de rituais pagãos. O Natal, por exemplo: o que realmente faz as pessoas aderirem não é o significado religioso em si, mas a experiência de distribuir presentes, compartilhar uma ceia, se reunir para celebrar. O verdadeiro sentido do Natal é a prática do seu significado, não o contrário. O mesmo acontece a qualquer tipo de relação.

O valor de um relacionamento é dado pelo que ela efetivamente é em experiência, sendo inútil achar que um rótulo vai salvaguardar ou dar origem a alguma coisa. Na hora H, tudo isso é absolutamente ineficiente, exatamente como pensar em fazer dieta e colocar um aviso na porta da geladeira pra lembrar, mas assaltar a geladeira um pouco a cada dia. Fazemos efetivamente dieta quando não precisamos mais lembrar que estamos em dieta, paramos de fumar quando já não lembramos bem porque fumávamos.

O rótulo só faz sentido quando a relação vivida o dispensa – interessante paradoxo.

O que ocorre a maior parte do tempo é uma burocratização dos relacionamentos, não apenas em formato mas principalmente em conduta. Precisamos de uma definição para nos certificarmos de que tudo vai dar certo, não podemos deixar margem para erro e reclamações posteriores. Montamos um projeto e tratamos o outro como um de seus objetos. Em vez desfrutar a relação, apenas mantemos uma relação e posicionamos o outro como uma meta de um projeto.

A realidade é bem mais caricata

Fazemos esforços para evitar o que possa ser desagradável, nos preocupamos demais em acertar e muito pouco em vivenciar com nossos próprios olhos, tato, escuta, paladar e corpo, desperdiçando a parte mais saborosa das relações, que é explorá-las, desbravá-las. E é justamente essa conduta que atinge o ponto vital das relações, fazendo com que fiquem apáticas, anêmicas, sem fluidez.

Não percebemos que o comprometimento vem antes da promessa, que o amor vem antes do pedido de casamento, que a conexão vem antes da razão. Na ânsia de controlar, colocamos o carro na frente dos bois e definimos formatos de relações para garantir segurança, enquanto ironicamente evitamos nos expor ao contato pra valer, sem garantias. Abertos.

Em minha própria experiência constato cada vez mais que os verdadeiros vínculos são mantidos por pura naturalidade e relaxamento, quando a promessa já está acontecendo e não precisamos oficializá-la, quando o sexo é praticado e não investigado, quando a disposição existe mesmo diante de condições externas desfavoráveis.

Então a “fidelidade” pode ser estar na relação 100% com tudo que faz parte dela, independentemente de exclusividade, pois a conexão estabelecida tem um sentido mais amplo e profundo. A “infidelidade” é justamente o oposto: não é um caso extraconjugal ou não, é uma manobra do desejo, uma artificialidade, é oferecer seus pedaços, é mentir descaradamente, para você mesmo.

Os enganos que mascaramos são como fingir um orgasmo: nós mesmos recebemos de volta aquilo que nos insatisfaz enquanto tentamos fazer o outro acreditar que nos contenta.

Se olharmos as relações como parcerias, em que estamos compartilhando com o outro nosso caminho, espaço, ideias, sentimentos e momentos, não como burocracia, onde temos de cumprir um roteiro pré-estabelecido, podemos vivê-las com mais leveza. Precisamos entender que o outro anda pelo mesmo espaço de liberdade que temos sozinhos, e que juntos esses espaços deveriam se ampliar ainda mais e não se restringir para que haja uma manutenção e durabilidade que atenda nossas pequenas expectativas de controle. Quanto mais relaxados estivermos diante das surpresas e aventuras do terreno de se relacionar com alguém, mais abertos estaremos ao que vier pela frente.

Da próxima vez em que tiver dúvidas sobre qual tipo de relação está vivendo, parta do seguinte ponto: todas."
Alessandra Marcuzzi
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Achei tão interessante este escrito que resolvi repartir com vocês.
Um pouco mais tarde que o usual, é verdade...mas um final de semana como este que tivemos...uma prainha vai bem. Com isto acabei chegando mais tarde aqui no blog.
Uma ótima semana à todos vocês com um material excelente para refletir e avaliar.
Taís