domingo, 27 de abril de 2014

Por que não escolhemos o melhor?


"As nossas escolhas são influenciadas pelo nosso inconsciente. Ele pode nos levar, sem que a gente perceba, a fazer escolhas ruins para a nossa vida. E tudo acontece, na maioria das vezes, de uma forma bem sutil e sabotadora. Você pode até pensar que está fazendo uma boa escolha, mas no fundo houve um processo inconsciente que o fez escolher algo que não seria o melhor pra você.

Basta ver as amizades ou os relacionamentos que muitas pessoas escolhem ter. Como é que alguém se relaciona com amigos que o colocam pra baixo? Como é que alguém entra em relacionamentos amorosos com pessoas destrutivas, com problemas com drogas, por exemplo?

Isso pode ser ampliado pra vida profissional. Como alguém fica em um emprego que massacra, que suga até a última gota, e não toma a providência de encontrar algo melhor?

A princípio, a pessoa pode até pensar que aquilo simplesmente aconteceu em sua vida, e que ela não tem escolha. Mas no fundo, trata-se de escolhas inconscientes. Vou explicar isso melhor.

Podemos perceber em algumas pessoas um padrão de sempre fazer escolhas que não são saudáveis. Parece que elas simplesmente se afinam mais com coisas negativas, preferem isso. E por mais irracional que isso possa parecer, principalmente pra quem faz boas escolhas e não entende quem age assim, existem razões por trás dessa forma destrutiva de escolher.

Às vezes, pode ser por uma questão de proteção. Veja o que uma aluna relatou em curso:

"Sempre que eu queria algo melhor, havia uma consequência ruim. Lembro quando eu era criança, eu sempre corria na frente pra pegar o maior pedaço. Quando um dia fui pegar o maior bolinho de chuva, meu avô havia colocado algodão no recheio. quando eu mordi, minha boca ficou grudando de tanto algodão. Acho que nunca mais tive coragem de escolher o melhor/maior depois disso".

A mensagem que ficou gravada no inconsciente dela é que escolher o melhor pode acabar muito mal. Talvez ela tenha se sentido uma pessoa egoísta e gananciosa e que foi punida pelo seu avô por isso. A partir daí, esse mecanismo começou a atuar em outras escolhas que ela fez durante a vida. E isso certamente afetou os relacionamentos pessoais e sua vida profissional.

Um outro pensamento muito comum é o que vem com o ditado: "Quem muito ri depois vai chorar". Eu já ouvi alguns ditos populares mais ou menos parecidos. Isso passa a mensagem de que depois da alegria, vai acontecer algo ruim, então, sentir alegria é perigoso.

Com isso na cabeça, a pessoa acaba sentindo medo ao ficar feliz. E de forma inconsciente, vai reprimir a alegria ou vai fazer escolhas na vida pra não ficar tão bem, e assim se proteger de um mal que possa vir depois.

Já vi também pessoas que desenvolveram esse tipo de padrão quando estavam bem felizes em um determinado momento e tiveram logo em seguida uma perda de alguém da família. E o que fica gravado é que ficar muito feliz pode até mesmo gerar uma morte na família, ou alguma outra tragédia.

E é claro que falando dessa maneira, parece algo meio absurdo, mas é assim que o nosso inconsciente funciona.

Problemas na nossa autoestima também vão afetar as nossas escolhas. Imagine alguém que recebeu críticas severas durante a infância. Essa pessoa desenvolve um juiz interior severo, um crítico interno que não lhe dá trégua. As vozes que ela ouvia dos seu pais agora foram internalizadas e viraram sua própria voz interior. Muitas vezes, essa voz interior diz que a pessoa não vai conseguir, que é muito difícil, que a pessoa não merece, que ela não presta pra nada. E o resultado disso são escolhas não saudáveis.

Descobrir coisas negativas na autoestima e tratar é um ótimo caminho para começar a fazer melhores escolhas.

Todo e qualquer sentimento negativo, que você carrega de experiências do passado, vai contribuir pra que você faça escolhas não saudáveis. Mágoa, tristeza, culpa, raiva, medo. Tudo isso vai interferir. O sentimento de culpa, por exemplo, leva a comportamentos de autopunição. Punir a si mesmo é uma forma de aliviar a culpa temporariamente. Culpa leva a sentimentos de não-merecimento, e quem não se sente merecedor de coisas boas, certamente não consegue fazer as melhores escolhas."
Andre Lima

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Os registros do inconsciente determinam nosso rumo na vida. Como melhorar isso? É possível?

Nós próprios somos donos de nosso destino. Aquilo que pensamos se manisfesta em forma, essa forma se manisfesta no local onde temos apego, nele renascemos e temos alegrias ou tristezas de acordo com a Lei da causalidade e da atração do semelhante.

Somos cavaleiros que cavalgam montados sobre a lei da causalidade. Mas não somos escravos, pois se assim fosse não teríamos alternativas senão ficar a mercê daquilo que nos faz mal.

Um desejo intenso conduz o indivíduo até a circunstância que permite satisfazê-lo. Este desejo forma ondas de pensamento que agem no sentido da satisfação desse desejo, e estendendo-as como tentáculos, encontra o que procura, arrasta-o para si ou se aproxima dele. Assim o homem atrai para si o objeto com sua própria vontade, ou ele próprio se aproxima dele e se torna dono de seu destino. As ondas do nosso pensamento são tentáculos e colaboradores invisíveis.

Quando descobrimos e constatamos que podemos escolher àquilo que queremos, verdadeiramente, o mundo fica mais positivo e nossas ações serão direcionadas para tal.

Enquanto isso...podemos buscar alternativas que nos propiciem este conhecimento, esta liberdade. Uma coisa é certa: queira em primeiro lugar!


Quando o discípulo está pronto... o Mestre aparece. Não importa qual seja ele: um amigo, um terapeuta, uma religião, um livro...
Mas creia, ele aparece!
Boa semana
Tais

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Em pauta, a gratidão



"O psiquiatra Roberto Shinyashiki, em sua obra Pais e filhos - companheiros de viagem, aborda a questão da gratidão.

Diz ele que na Índia, alguns mestres ensinam que a pessoa iluminada é aquela que vive em estado de gratidão.

É iluminado quem sabe reconhecer a beleza de um olá e de um adeus, do sol e da chuva, do dia e da noite, porque todos os acontecimentos e todas as pessoas trazem uma oportunidade de crescimento.

Se o marido agradece à sua esposa por ter-lhe mostrado sua falta de paciência com os filhos, ele reconhece quanto os dois estavam sintonizados e garante a possibilidade de tais situações de sintonia se repetirem.

Assim a vida, por vezes, tem formas muito incomuns de nos permitir realizar algumas coisas.

Conta o ilustre psiquiatra que, há alguns anos, o sítio de sua família foi assaltado, várias vezes. A família dava queixa à polícia mas os assaltos continuavam.

Certo dia, o Dr. Roberto recordou-se de que um primo de seu pai era investigador numa cidade próxima. Como não o via há muito tempo, pediu a seu pai que falasse com o primo a fim de que ele, junto com os seus amigos policiais, encontrassem uma solução para o caso.

Os meses se passaram e um belo dia, os assaltantes foram presos. A cidade voltou à calma, os assaltos ao sítio cessaram e o Dr. Roberto sentiu uma grande vontade de agradecer ao policial que havia cuidado do caso.

Por isso, planejou um almoço com toda a família, incluindo seu pai, o primo e o policial. Foi o pai quem acabou auxiliando para que toda a grande família fosse convidada, não ficando ninguém esquecido.

Há que se dizer que o genitor ficou muito feliz com a ideia. Todos os dias que antecederam o almoço, ele ligava para o filho, acertando detalhes da organização e incluindo mais alguém na lista de convidados.

Foi um domingo especial. O sítio estava lotado de pessoas importantes para os seus corações e Dr. Roberto agradeceu ao policial pelo seu empenho na solução do caso.

Depois, ele e o pai saíram para uma longa caminhada. Cada um falou a respeito da sua vida, das suas experiências. Ao final, o pai disse da sua satisfação com a realização daquele almoço e expressou o orgulho de ser seu pai.

Quando, no cair da tarde, o pai se retirou, Dr. Roberto chamou os filhos para que abraçassem e se despedissem do avô.

Depois, eles mesmos se demoraram em um abraço. Foi, sem dúvida, um dia maravilhoso.

Naquela noite, Dr. Roberto e a esposa foram ao teatro. Quando estavam retornando para casa, o telefone tocou. Era sua irmã lhe informando que o pai havia morrido.

Mesmo sentindo uma grande dor pela separação do pai, ele sentiu uma enorme sensação de paz.

E se deu conta que fora graças à ação de alguns ladrões que ele havia recebido, no dia mesmo da desencarnação de seu pai, o melhor abraço de sua vida, a bênção final."
Redação do Momento Espírita

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Às vezes, precisamos de algum tempo para entendermos as razões de certos acontecimentos de nossas vidas, mesmo nos piores momentos.
É importante, contudo, que prestemos atenção em todos eles e, antes de reclamar, dessa ou daquela circunstância que nos pareça ruim, aguardemos.
Possivelmente, o tempo nos mostrará como tudo foi exatamente planejado pela Divindade a fim de nos beneficiar a existência. Mesmo os piores acontecimentos tem uma razão...eles acabam sendo expedientes para eliminarmos algo do passado!
Pensemos nisso e agradeçamos a tudo!
Tais

domingo, 13 de abril de 2014

Pare de sabotar a sua Prosperidade



"Você deve conhecer pessoas que são preparadas, dedicadas, fazem um bom um trabalho, mas que não conseguem ter o reconhecimento e sucesso que deveriam. Talvez você seja uma dessas pessoas. Talvez você veja outras pessoas menos preparadas e que conseguem alcançar melhores resultados. E aí você fica achando que a vida é injusta, ou que é uma questão de sorte ou azar, ou quem sabe karma.

Mas o que acontece é que a maioria das pessoas não vê o que está além do intelectual. Ser inteligente, bem preparado, esforçado e fazer um bom trabalho não é o suficiente pra se obter um grande sucesso. São aspectos importantes, com certeza. Mas tem algo mais profundo que vai muito além de tudo isso. É uma base que se não estiver construida corretamente, vai sobotar todos os seus esforços. Essa base tem a ver com as crenças, sentimentos e emoções que você carrega.

Eu conheço bem esse assunto por que eu tive que aprender com a vida, com muito sofrimento. Apesar de sempre ter sido considerado uma pessoa preparada e inteligente, durante 7 anos eu tive uma empresa de engenharia que só dava prejuízo. Por mais que eu me esforçasse, nada melhorava, o buraco ficava cada vez mais fundo. E emocionalmente eu ficava cada dia mais desesperado com a situação. Eu não entendi a razão. Eu cansava de ver pessoas que me pareciam muito menos inteligentes tendo mais sucesso do que eu, em várias áreas diferentes.

Foi quando, empurrado pelo sofrimento, eu comecei a buscar autoconhecimento pra tentar entender por que a minha vida estava daquele jeito. O que eu descobri depois de muita busca, leitura e trabalhos de desenvolvimento pessoal é que eu carregava uma série de crenças e emoções limitantes que me levavam a um processo inconsciente de autossabotagem.
Por exemplo. Eu descobri que eu me sentia culpado em ter dinheiro. Com tanta gente passando fome, como é que eu poderia ficar bem em crescer financeiramente? Eu estava completamente imerso na crença da escassez. Eu sentia que se eu ganhasse mais, outras pessoas teriam que perder pra isso, por que eu tinha o sentimento de que não existia o suficiente pra todos. Quando eu ganhava uma licitação pra fazer uma obra, eu ficava com pena dos concorrentes que tinham perdido achando que eles não conseguiriam prosperar.

Eu me sentia um explorador dos funcionários, porque eu já tinha ouvido muito falar que só se ganha dinheiro explorando os outros. Ao mesmo tempo que eu queria ser bem-sucedido, tinha esse outro lado meu, uma força inconsciente que lutava pra que eu não me tornasse um explorador. O resultado, é que eu sabotava o meu crescimento fazendo escolhas equivocadas, sem que eu percebesse. O processo é sutil, e você normalmente só consegue enxergar depois que sai dele e se conhece melhor.
Além disso, eu tinha vários problemas na autoestima. Autoestima baixa significa falta de amor por você mesmo em algum nível. E quem não se ama plenamente não consegue se permitir ter uma vida plena e próspera. Mais uma vez, os processos inconscientes de autossabotagem entram em ação, interferindo nas suas decisões e escolhas. E fica tudo parecendo que é acaso da vida.

Foi somente com a tomada de consciência dessa negatividade e a cura através de várias técnicas que a minha vida se transformou. Eu deixei a engenharia e comecei uma carreira bem-sucedida como terapeuta e professor nesse campo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Com a mudança das minhas crenças, meu trabalho cresceu de uma maneira que jamais poderia prever, em um campo onde as pessoas duvidavam que isso fosse possível. inclusive eu, antes da transformação interior.

Existe uma série de crenças e pensamentos que podem sabotar o seu progresso financeiro e profissional. Muitas delas associam o dinheiro a coisas negativas. Dinheiro é sujo; dinheiro muda as pessoas; dinheiro atrai assalto; dinheiro atrai falsos amigos. Como alguém que tem essas crenças pode crescer? O inconsciente dela vai protegê-la do mal que o dinheiro traz. E assim a pessoa dá um jeito de perder ou de nem ganhar dinheiro.

Existem crenças que dizem que não é compatível o ganho material com o crescimento espiritual. Muito comum em pessoas que estão nessa busca por autoconhecimento. Quem é rico é egoísta; rico não vai pro céu porque é mais fácil um camelo. quem se importa com o crescimento material são pessoas vazias e materialistas.

São essas coisas que nos param. Tem um lado nosso que joga contra o crescimento. Por mais que racionalmente você queira crescer, a parte emocional, as crenças limitantes, vão imprimir uma força contrária que impedirá o seu sucesso. Então, essa é a base que precisa ser bem trabalhada. De nada adianta ter todo o preparo intelectual se esse nível mais profundo do seu ser não estiver bem preparado."
Andre Lima
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Na maioria das vezes em que este tema é levado nas Constelações familiares e organizacionais, deparamo-nos com questões de pai e mãe... Por quê?
Àqueles que não tomam com amor seus pais estão fadados à dificuldades na vida. Elas podem ser questões emocionais, financeiras, de relacionamento etc...
Uma criança só pode estar bem consigo mesma quando tomou seus pais. Tomou quer dizer, tomá-los como são, respeitando-os do jeito que são, sem querer ou desejar algo diferente. Exatamente como são, eles são certos. Quem toma os pais dessa forma já está em paz consigo mesmo, sente-se completo. Assim, os pais estarão completos dentro de si.
Alguns pensam que ao tomar os pais, tomarão também seus defeitos...Ledo engano...
Quem toma seus pais tem a força total e o que dá medo no destino dos pais não tem força. Isso desparece. Os pais não podem escolher o que dão aos seus filhos, e os filhos não podem escolher o que tomam dos pais. A Vida vem de muito longe...e quando recebemos tudo o que veio deles com amor e respeito, a desarmonia fica menor.
Afinal o principal recebemos de nosso pais e de todos que vieram antes - a Vida...- e esta podemos "apenas" tomá-la, sem julgamentos...e com amor: fazer juz à ela é o que podemos.
Experimente...e sinta a alegria de ter um "olhar"amoroso para com seus pais.
Tais

domingo, 6 de abril de 2014

Abismo do desprezo


"Meus textos são dedicados aos verdadeiros buscadores. Por isso, eles são longos e complexos, convidando-os a um aprofundamento corajoso em seu inconsciente e a uma reflexão profunda sobre sua realidade divina. Os preguiçosos e imediatistas não conseguirão chegar ao fim da leitura ou nem chegarão perto deles. Se você for um buscador real, respire fundo, abra sua mente e se entregue ao seu coração para que ele possa compreender e assimilar as reais informações manifestadas neste e em outros textos que escrevo. Este é um convite para que você vá além de suas limitações do ego.
O desprezo é a arma mais cruel que alguém pode usar para manipular, dominar e torturar alguém. Quanto mais uma pessoa sofre e entra em desespero ao temer ser desprezada ou ao ser desprezada, mais os outros irão utilizar essa arma para obter dela o que desejarem. Se alguém quiser se vingar dessa pessoa, irá, por exemplo, iludi-la com sua afeição e aceitação, irá seduzi-la e conquistar sua confiança, irá se mostrar aberto a ela e, depois que a tiver em suas mãos, irá desprezá-la da forma mais cruel possível. O desprezo poderá ocorrer com um "simples desaparecimento" ou de uma forma explícita, em que a pessoa deixa transparecer no seu olhar e em todo o seu ser, o imenso desprezo que está sentindo pela tal pessoa.

Muitos sofrem desde a infância as agonias do desprezo. Desde que começaram sua jornada foram se sentindo invisíveis, insignificantes e rejeitados. Até aqui, tudo bem, pois conseguiram lidar com isso, criando jogos para agradar aos outros, para serem vistos, para tentarem significar algo na vida dos outros. Trouxe um grande sofrimento, terem que deixar de ser o que de verdade eram, em essência, para passarem a ser aquilo que os outros esperavam que fosse.

A arma mais poderosa que os outros usaram contra essa pessoa que se sente insignificante, foi a do desprezo. A pessoa "insignificante" passou a fazer de tudo para agradar e passou a se deixar "escravizar" por alguns, que elegeu como pessoas importantes em sua vida, como por exemplo, pai e mãe. Muitas vezes, são os pais os piores carrascos de seus filhos, usando a arma do desprezo, para obterem poder e domínio sobre o filho. Não necessariamente significa que os pais, ou um deles, desprezem realmente o filho, mas esses pais precisam dominar e, para isso, desprezam se preciso for, caso o filho seja do tipo rebelde ou do tipo alienado. São apenas exemplos para que possam compreender melhor, pois esta questão se alastra por todas as relações do "insignificante".

Na realidade, quanto mais um ser se sente desprezado, mais significa que ele tem potenciais e poderes elevados, que precisam ser utilizados de forma adequada e segura, tanto para ele, quanto para os demais com quem interagem, assim, do desprezo, por um longo período de sua vida, faz com que ele entenda que "é poderoso sim", mas que não é Deus. Lembrando que todas as pessoas têm poderes e potenciais de luz.

Assim, por se sentir insignificante durante toda a sua vida e por ter tentado agradar ao mundo só para ser percebido e reconhecido, essa pessoa acabou se envolvendo em jogos de desprezo e acabou se tornando o ser mais desprezado e desprezível do mundo. Dependendo do nível de ligação e intimidade que esta pessoa tem com alguém, o jogo do desprezo é mais ou menos intenso, mas em todas as suas relações existe esse jogo.

Por ter sido desprezado ao longo de sua vida, de formas intensas e extremamente dolorosas, essa pessoa se tornou um "poço de ressentimentos", pois fez muito pelos outros e nunca foi reconhecido e, ao invés de reconhecê-lo, as pessoas fizeram questão de desprezá-lo das formas mais variadas e cruéis possíveis, dependendo das necessidades de domínio ou apenas satisfação em desprezar das pessoas envolvidas.

Por tanto ressentimento que o "desprezado" carrega e por ter que reprimir seus sentimentos, porque não pode mostrar para os outros, esse excesso se transformou em raiva, ódio e desejo de vingança. Tudo velado. E até mesmo o "desprezado" não percebe o nível de revolta e vingança que carrega em si. Mas ele se tornou um ser vingativo, um ser que, de "eterno injustiçado", passou a ser o justiceiro cruel, que pratica sua própria lei, desprezando intensa e dolorosamente todos aqueles com quem interage.

Na fase adulta, continuou, por exemplo, tentando ser apreciado e aprovado pela família, principalmente por seus pais. Aqui, vale lembrar, que até mesmo se um dos pais ou ambos já tiverem falecido, essa pessoa segura a "energia" (não exatamente o espírito, como pensam por aí) dos pais, mantendo-os numa cabine holográfica, grudados em sua vida, para que os pais finalmente o aprovem e o apreciem e assistam à sua "ascensão". Enfim, essa pessoa passa a viver num comportamento (ou transtorno) obsessivo-compulsivo, onde sua obsessão é, não somente se tornar um ser apreciável e perfeito aos olhos dos pais e dos outros, mas também para provar que é superior a todos. Neste ponto, não se trata somente de provar sua superioridade, trata-se de se sentir amado e aprovado como uma criança. Como isso nunca irá acontecer, pois tudo não passa de um jogo e de ilusões, então ele continuará em sua obsessão pela aprovação e em suas compulsões - para se aliviar do tormento da obsessão -, buscando maneiras sem fim de ser apreciado sem nunca ser e nunca se satisfazer nessa necessidade. Sua vida passa a girar apenas em torno disso e dentro desse mecanismo obsessivo-compulsivo.

Como, logicamente ele não se sente amado e aprovado, o ressentimento que virou ódio, o impulsiona a se vingar - aqui também é um recurso compulsivo - de todos os que não o apreciam, principalmente dos pais. Então, em suas interações com o mundo, onde transfere suas questões com os pais para todas as pessoas com quem se relaciona, ele passa a ser a criatura mais dissimulada que existe, o bonzinho perfeito e, quando este recurso não funciona muito bem, ele cria situações que lhe causem dor - uma delas é atrair alguém que irá desprezá-lo -, para se tornar o coitadinho. Assim, neste jogo básico, que pode ser tornar um jogo muito mais elaborado e inteligente, os lances mínimos e básicos se atém ao bonzinho perfeito ou o coitadinho. E ele vai para o mundo fazendo suas jogadas, atraindo suas vítimas para o seu jogo maior, o jogo da vingança.

Ao atrair suas vitimas - ele passou a ser um sádico oculto, mas com a aparência de alguém extremamente inofensivo -, jogando o coitadinho ou o bonzinho, dependendo das características da vitima, ele começa a interagir com a pessoa, que não se sente ameaçada por ele e se abre para ele, mas como ele se mostra tão indefeso e inofensivo, isso, muitas vezes, causa "pena" nos outros. Sim, os outros acabam incluindo-o em suas vidas por pena. Obviamente, que para um ser que vive tentando ser o centro das atenções, para ser visto e aplaudido, conviver com alguém que sente pena dele é algo muito doloroso. Isto, para ele, é o extremo do desprezo. Imediatamente, após se sentir desprezado, mesmo sendo tão bonzinho e legalzinho, a raiva toma conta dele, os mecanismos de defesa no departamento da vingança crescem dentro dele.

Assim, nessa jogada, enquanto a pessoa está distraída com ele ao seu lado, por não se sentir ameaçada, ela passa a ser a caça do "desprezado-desprezador vingativo". Ele então, de forma dissimulada e inteligente, continua convivendo com a pessoa, fingindo que gosta dela e que a admira por ela ter sido tão gentil com ele e passa a mostrar para ela o quanto a aprecia, o quanto a valoriza, para que ela continue se sentindo segura ao seu lado. Mas o que ele está fazendo, em verdade, é levando-a às alturas, para depois desprezá-la cruelmente, lançando-a em seu abismo do desprezo. A pessoa que estava confiando nele, simplesmente começa a sentir, a ter sensações vagas - sem exatamente perceber racionalmente -, que ele a está desprezando, está discordando dela, está mostrando para ela, de todas as formas veladas, que percebe todas as falhas dela, mostra para ela que ela não passa de fachada, e que, em verdade, ela é fraca, fracassada e incapaz. Dependendo da situação, ele poderá desprezá-la e preteri-la, mostrando deliberadamente para ela que ela não é boa o suficiente para ele, envolvendo-se com outra pessoa ou situação que lhe garanta a tal aprovação momentânea e lhe garanta a vingança em desprezar a pessoa que estava com ele apenas por pena ou porque "não tinha nada melhor à sua disposição".

A vítima também tem essas mesmas questões pessoais, ela também precisa da aprovação dos outros e, justamente por isso, aceitou esse ser tão inofensivo e inexpressivo, por pena dele, afinal, enquanto ninguém o quer, ela o aceitou, para ser aceita. Ela também sofre por não se sentir aprovada e teme o desprezo dos outros. Claro que o "desprezado-desprezador vingativo" fareja as vítimas perfeitas para seu jogo de vingança, pois de nada adiantaria jogar alguém no abismo do desprezo se a pessoa não se sente desprezada e não se deixa cair no abismo. Ele precisa de vítimas que tenham um medo extremo do desprezo.

Quando um abismo tem "fundo", a pessoa que é jogada ali, chega ao fundo, se "quebra inteira", mas sabe o que lhe aconteceu. Quando sabemos por que algo nos aconteceu, quando entendemos o que houve conosco e com o outro para que este tenha feito algo contra nós, sentimos apenas dor, mas não a agonia da dúvida. Porém, quando não sabemos o motivo, as aflições e agonia aumentam. Mas pior do que isso tudo, é quando a pessoa se sente lançada no abismo do desprezo, mas não sabe que está ali e, principalmente, não chega a lugar algum, fica em "queda eterna". O prazer doentio e sádico do inicialmente desprezado que se tornou o "desprezador vingativo" é manter a pessoa na dúvida, nas sensações que não se esclarecem, na sensação de estar em algum lugar perdida de si mesma, sem nunca a chegar a lugar algum e sem nunca voltar para si novamente. Estar presa em um cativeiro oculto não seria tão doloroso para a pessoa, quanto estar "presa em lugar algum" em queda infinita, tentando se agarrar a algo, sem nada ter para se agarrar.

Dependendo da intensidade da interação, esse desprezador vingativo lança sua vítima no abismo do desprezo, mas a deixa chegar ao fundo, para que ela seja estraçalhada pelo desprezo e saiba disso. Neste caso seu prazer sádico é vê-la em pedaços desprezíveis. Mas, na maioria dos casos, seu prazer é deixar seus eleitos - normalmente masoquistas em potencial - vivendo a queda sem-fim, nunca agonia incessante, tentando se agarrar a algo para se salvar, sem nunca encontrar.

Porém, isto tem um preço alto para o desprezador vingativo. Quando ele lança suas vítimas no abismo do desprezo numa queda sem-fim, elas tentam se agarrar a algo... e ele acaba sendo este algo. Imagine que você está de costas, à beira de um abismo e alguém, de frente para você, empurra-o para trás, jogando-o no abismo. Obviamente, que seu instinto fará com que você se agarre à pessoa que está o empurrando. Assim, nesta dinâmica oculta, mas poderosamente destrutiva, quando o desprezador vingativo empurra suas vítimas, elas o seguram energeticamente na tentativa de se agarrarem a ele para não caírem e para conseguirem voltar para cima.

Então, ele se mantém ligado vibracionalmente a todas as suas vítimas em queda sem-fim no seu abismo do desprezo. Ele continua vivendo as agonias de todos que estão em queda, vivendo todas as dores e o sofrimento das dúvidas e da dor extrema por terem sido lançados no abismo do desprezo. Para todas essas pessoas, a dor do desprezo sempre foi extrema, mas quando sabiam que foram desprezada e, talvez, sabiam os motivos do desprezo, sua dor sempre suavizou. Mas não saber por que foram desprezados e não saberem racionalmente que foram desprezados traz uma dor insuportável - o desprezador vingativo faz de tudo para que suas vítimas não saibam que ele as desprezou, ele continua (na "vida real") fingindo que gosta delas porque o acolheram e elas então nem percebem que esse vingador já as lançou no abismo há muito tempo e que elas estão em queda sem-fim. Algumas vezes, essas pessoas até se sentem desconfortáveis perto dele, sentem até medo dele em algumas situações, pois ele é ameaçador e sádico e joga o tempo todo o jogo do pega-pega, aterrorizando suas vítimas, mesmo que já estejam no abismo, pois está ligado a elas vibracionalmente, e isso traz conflito para elas, pois não entendem porque se sentem assim, tão vulneráveis perto dele se ele emana tanta bondade e parece ser tão indefeso e bonzinho.

Este é o maior prazer do desprezador vingativo. Deixar suas vítimas no seu abismo, em queda, sem que elas saibam que ele o fez e sem que percebam qualquer indício ameaçador nele. Elas, muito ao contrário, confiam nele, ele se faz de amigo, companheiro confiável (e/ou coitadinho), para que nunca percebam suas intenções maléficas de desprezo sádico e vingativo. Além desse jogo não aliviá-lo nas suas angústias pelas dores de todo o desprezo que já sofreu e ainda sofre, ele agora carrega a energia de todas essas pessoas que ele mantém em seu abismo. Essas, ele nunca deixará chegar ao fundo, pois a agonia delas o "alimenta".

Com isso, ele está preso a essas pessoas, sentindo tudo o que é de negativo nelas, acaba carregando-as consigo, passa a dedicar sua vida a esse contexto e, obviamente, tem a compulsão por buscar mais e mais vítimas para seus jogos sádicos. E seus jogos sempre se iniciam com o coitadinho ou o bonzinho que se aproxima inofensivamente de suas vítimas e que depois é desprezado e, assim, ele sempre irá garantir a dor do desprezo que alimenta seu lado masoquista que, depois das agonias de suas dores, ele se ergue como o sádico vingativo, lançando seus "acolhedores" no abismo do desprezo.

O pior disto tudo é que ele continua se sentindo a vítima do mundo, o não compreendido, o coitadinho, o sofredor eterno que nunca é reconhecido e amado de verdade. Ele acredita de verdade que continua querendo fazer o bem para todos e que só quer que o respeitem. Mas isso é pura ilusão, pois ele está travado e viciado nesse mecanismo do qual não quer sair. Somente quando sente extrema dor nessas jogadas sádicas, mas também "suicidas" (não existe vida real dentro dessa pessoa, só a obsessão, isto é tudo o que a movimenta), é que busca ajuda desesperadamente e chega todo "quebrado", pois ele também vive em queda nos abismos do desprezo de muitos outros que o lançaram há muito tempo. Quando chega nesse ponto crítico, em que não aguenta mais a carga de sofrimento de suas vítimas que o puxam para dentro do abismo ao qual eles as lançou e não aguenta mais as suas próprias aflições e sofrimento de sua queda sem-fim nos abismos em que está, é que ele busca ajuda, mas a ajuda não é no sentido de destravá-lo e tirá-lo desses mecanismos-lugares, mas sim, no sentido de aliviá-lo da dor, para que possa prosseguir nos seus jogos insanos, sem sentir dor.

O trabalho a ser feito aqui é longo e delicado. Esse desprezador vingativo terá que abrir mão de muitas de suas crenças em seu vitimismo, para começar a enxergar a realidade oculta. Conhecer a realidade em que vive, nessas dinâmicas ocultas, é o passo fundamental para o início do processo de cura. Aceitar que é essa a realidade que criou e na qual vive, também é um passo imprescindível. O desejo de encontrar a cura real, vem na sequência. Mas é preciso perseverança e muita humildade, para que a cura real possa começar a se manifestar. Lembrando que o ego NÃO quer a cura real, ele quer sair vencedor desses jogos, que, a esta altura, nem mesmo o ego sabe exatamente qual é o jogo e nem mesmo o que significa a vitória, pois ele está VICIADO no jogo e não quer abrir mão do jogo, quer apenas ser um exímio jogador que vive vencendo em jogadas brilhantes, sem nunca sentir dor e nem mesmo a... CULPA. Esta está inclusa, destrutivamente, neste seu jogo suicida. Enfim, será necessário um grande trabalho, com muita vontade e determinação do jogador-desprezador vingativo, que será, em suma, abrir mão do jogo, deixar de se alimentar das toxinas desse grande vício. É possível resolver esta questão, mas a pessoa deverá se empenhar e começar a se perguntar: estou realmente disposto a passar por todo o processo de libertação dessa droga à qual sou viciado há tanto tempo? Estou disposto a passar pelas "crises de abstinência" e dor da desintoxicação? Estou com força e coragem para enfrentar a "real realidade" e assumir minhas responsabilidades e perceber, finalmente, que fui eu que distorci minhas percepções e que, na verdade nunca fui desprezado, mas apenas não recebi as extremas atenções que meu ego vaidoso desejava?"
Teresa Cristina Pascotto
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Texto denso...e numa primeira leitura pode até parecer absurdo! Mas este é um processo inconsciente que se move sem a nossa percepção.
Lembram-se do artigo publicado ha 2 semanas neste Blog - Talvez você precise de mais sofrimento? É isso.
E para ter claro o  padrão de funcionamento e modificar-se é necessário desenvolver o conhecimento de si. Estamos nesta vida, creio eu, para aprendermos e nos desenvolvermos enquanto Ser de Luz em potencial que somos. 
Penso que uma Força Maior realiza Suas obras através de nós ( a nossa meta - a que viemos/servimos neste mundo)... e se não as realizamos sentimos os acontecimentos como frustrações e sofrimento. Se estamos cientes de nossa meta maior (diante do sofrimento) será diferente - veremos que a dificuldade está proporcionando  crescimento e nunca  castigo como muitos creem.
A leitura deste texto normalmente  não é compreendida de imediato... mas podemos deixar  penetrar, e no momento exato, se estivermos abertos para ver-compreenderemos.
Boa semana
Tais