domingo, 27 de julho de 2014

Adoção aos olhos da constelação familiar sistêmica


“Quando os filhos não podem ser criados por seus próprios pais, a melhor alternativa serão provavelmente os avós. Estes, em geral, se aproximam mais das crianças. Se conseguem atraí-las, quase sempre cuidam muito bem delas – e a devolução aos pais é bem mais fácil. Não havendo avós vivos, ou caso eles não possam assumir o encargo, a próxima escolha é usualmente uma tia ou um tio. A adoção é o último recurso, e só deve ser cogitada quando ninguém da família está disponível.

Segundo minha experiência com famílias, o fator crucial são as intenções dos pais adotivos. Se realmente agirem no melhor interesse da criança, a adoção terá boa possibilidade de sucesso. Contudo, pais adotivos rearamente consideram o interesse da criança, e sim o seu próprio: não podem ter filhos e se rebelam contra as limitações que a natureza lhes impôs. Implicitamente, pedem à criança que os proteja de seu desapontamento. Quando é esse o caso, o fluxo básico do dar e receber, bem como a ordem dos relacionamentos, desarranja-se logo de começo; os pais sofrerão as conseqüências de seus atos ou sofrerão os filhos.

Quando os parceiros adotam uma criança movidos por suas próprias necessidades e não pelo bem-estar dessa criança, efetivamente a tomam dos pais naturais para beneficiar-se. É o equivalente sistêmico do roubo de crianças; por isso traz conseqüências muito negativas ao sistema familiar. Na verdade, não importam os motivos que levam os pais naturais a enjeitar um bebê; os pais adotivos costumam pagar o mesmo preço. Sucede com freqüência que casais se divorciem depois de adotar uma criança por motivos impróprios. Sacrificar o parceiro é a compensação por privar os pais naturais de seu filho. Em famílias com quem trabalhei, as conseqüências de adotar filhos por razões impróprias incluíam divórcio, doença, aborto e morte. Em sua forma mais destrutiva, essa dinâmica exprimiu-se pela enfermidade ou suicídio de um filho natural do casal.

Também não é incomum que filhos adotivos detestem seus novos pais e desprezem o que recebem deles. Nessas famílias, sucede muitas vezes que os pais adotivos se sintam secretamente superiores aos pais biológicos; o filho, talvez inconscientemente, demonstra solidariedade para com os pais naturais.

Às vezes, os pais naturais entregam os filhos para adoção sem necessidade. Então os filhos sentem um legítimo ressentimento contra eles, mas os pais adotivos é que passam a ser o alvo desse ressentimento. E as coisas pioram quando os pais adotivos assumem o lugar dos pais naturais. Se os pais adotivos têm consciência de que agem em substituição aos pais verdadeiros, os sentimentos negativos se concentram nestes e os adotivos ganham o reconhecimento que merecem. Trata-se de um grande alívio tanto para os pais quanto para os filhos adotivos.

Quando os pais adotivos ou de criação agem no interesse da criança, eles têm consciência de que são meros substitutos ou representantes dos pais biológicos, a quem ajudam a realizar o que não estava a seu alcance. Eles desempenham um papel importante, mas na qualidade de pais adotivos vêm depois dos pais biológicos, não importa o que estes sejam ou tenham feito. Se essa ordem for respeitada, os filhos podem aceitar e respeitar os pais adotivos.”

Bert Hellinger, A Simetria Oculta do Amor, Ed. Cultrix, pg. 121
Quando no texto fala-se dos pais que adotam uma criança para suprir suas necessidades, algumas coisas são quebradas, como por r exemplo a ordem. É importante reconhecer que quem concebeu a criança foram os pais biológicos e ser muito gratos à eles. Essa gratidão precisa ser feita com muito amor. É comum os pais adotivos negarem essa gratidão. Simplesmente esquecem que se não fossem os pais biológicos esta criança não existiria. 
Aceitar que no fluxo natural da vida esses pais adotivos estão em segundo lugar, engrandece a vida deles e a vida do filho adotivo. Evita também que se manisfeste contra os pais adotivos a ira inconsciente contra os pais biológicos existente na criança abandonada.
Nas Constelações Familiares este processo fica muito claro e os pais adotivos podem redirecionar seu olhar respeitando a ordem natural da família de origem.
Tais

domingo, 13 de julho de 2014

Lembranças boas X lembranças ruins. Quais você guarda?



Por que nossa mente insiste em colecionar lembranças ruins? Todas as experiências negativas que vivenciamos tornam-se, imediatamente, padrões recorrentes em nossa memória.


As lembranças dos acontecimentos - e as emoções que eles despertaram em nós - são insistentemente revividos, como um alarme permanente a nos prevenir para que evitemos circunstâncias semelhantes, com a certeza de que o resultado negativo se repetirá.

A mente é a expressão do ego, e este tem como objetivo principal nos fazer evitar qualquer possibilidade de ver frustrados os nossos desejos. Se não podemos ter nossa vontade contrariada sem sofrer, naturalmente que a mente se encarregará de nos lembrar, a cada instante, da dor que vivenciamos para que ela não volte a ocorrer.

A questão é que esta suposta "proteção" que impomos a nós mesmos, não passa de ilusão, visto que é impossível, por mais que o desejemos, controlar o fluxo natural da existência.
E, na medida em que o novo se apresenta, - e ele sempre se apresenta, queiramos ou não -,passamos então a travar uma verdadeira batalha interior, entre o desejo de viver e o medo de sofrer.

A saída é não lutar com a mente e utilizar a mesma estratégia, porém no pólo oposto, ou seja, ao invés de rememorar o sofrimento, trazer de volta à lembrança os momentos felizes que experimentamos, quando o êxtase e a sensação de plenitude nos invadiram.

"Quanto mais formos capazes de resgatar este sentimento, mais motivados ficaremos para nos libertar da negatividade e nos tornamos receptivos às novas oportunidades que a vida nos trouxer.
Quando você aceita a existência, a existência o aceita. Quando você rejeita, você é rejeitado. A existência é um eco do que você faz. Tudo o que fizer com ela será feito com você.

...Seja qual for a circunstância - se uma certa felicidade o invadiu, guarde com carinho esse momento e deixe um espaço para ele em seu coração, livre de todas as outras recordações. Reúna essas recordações da música bem-aventurada que você ouviu algumas vezes; isso será útil.
E uma vez que você se tornou capaz de permanecer em bem-aventurança, de permanecer na melodia, uma vez que entrou no rio, então Deus pode conversar com você diretamente."
Osho
Elizabeth Cavalcanti
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domingo, 6 de julho de 2014

Direito Sistêmico - Uma visão sistêmica do direito, pela qual só há direito quando a solução traz paz e equilíbrio para todo o sistema.


Eis o título do artigo publicado pela Revista MPE Especial (do Ministério Público do Mato Grosso do Sul) de autoria do colega de constelações e Procurador de Justiça AMILTON PLÁCIDO DA ROSA (do MP-MS), citando o nosso trabalho na Justiça da Bahia e trazendo algumas explicações teóricas sobre as constelações sistêmicas desenvolvidas por Bert Hellinger e como elas conduzem a um novo olhar sobre o mesmo Direito, constituindo assim esta nova abordagem: o Direito Sistêmico.
Confiram aqui alguns trechos (recomendo a leitura do artigo completo – link: http://issuu.com/mthayssa/docs/revista_final_site2/50):


“Em face do recente surgimento de um novo paradigma de interpretação jurídica, denominado Direito Sistêmico, tendo como expoente, no Brasil, o Juiz de Direito Sami Storch, da comarca de Amargosa, na Bahia, cuidarei aqui de traçar determinados marcos teóricos e históricos mínimos que possam servir de roteiro de pesquisa para os interessados”.

“Este trabalho, que tem como escopo primordial fornecer um roteiro de estudo científico do Direito Sistêmico, dá ênfase ao segundo modo de se ver a Constelação Familiar, falando das várias correntes que estudaram a abordagem sistêmica, antes e depois do surgimento deste método terapêutico”.

“O Direito Sistêmico não é um novo direito, mas o mesmo direito vigente nosso de cada dia, porém interpretado, percebido e aplicado de uma nova forma hermenêutica, chamada sistêmica, que, aliás, não surge do nada nem cai do céu, mas resulta de uma síntese da experiência humana em vários domínios [...]“.

“Em breves palavras, a abordagem é sistêmica porque abrange todos os membros de uma família (vivos e mortos) que agem, não como um mero agrupamento de pessoas, mas articuladamente como uma totalidade, de modo que o comportamento de um atua em todos, não só na geração presente, mas também nas futuras. Ela é fenomenológica, porque é uma abordagem empírica e baseada na percepção do cliente e dos representantes, no momento em que a coisa acontece. Isto se explica pela própria etimologia da palavra, que possui duas raízes gregas: ‘phainesthai’, que significa aquilo que se mostra; e ‘logos’, que é estudo”.

“Então, se esse direito é tão maravilhoso assim, por tocar e reconciliar o coração das pessoas, temos que saber como ele é colocado em prática.

Ele, como as constelações familiares, pode ser aplicado de duas maneiras básicas. A primeira é aplicada fundamentalmente com a postura dos operadores do direito, que devem ver as partes de uma maneira sistêmica, com tudo o que elas trazem consigo, tendo em mente os princípios que regem todos os sistemas vivos.

Quando um juiz de direito recebe as partes e seus advogados com essa postura, de respeito e amor, a audiência ocorre de uma forma harmônica e conciliadora. Todos sentem o respeito que reina no ambiente e percebem que dali sairá um bom resultado para todos os envolvidos no problema.

É um ir ao âmago da questão. É um ir à alma dos seres humanos, para obter uma conciliação do coração de cada um dos envolvidos no conflito”.

“O trabalho é realmente fantástico e emocionante, pois traz resultados animadores, inesperados e de forma bastante rápida e eficiente. Quem já viu uma constelação familiar, pode perceber o que eu estou falando.”

“Direito Sistêmico é um direito em construção e está ainda muito dependente das Constelações Familiares. Isso, em si, não é um mal, mas ele pode e deve tomar seu rumo próprio, como o tomou a Pedagogia Sistêmica e as Constelações Organizacionais. Isso ocorrerá quando ele for aplicado em todas as áreas do direito e não somente nas questões ligadas à família, de modo a alcançar a sua independência científica. Cada um de nós, operadores do direito, pode colaborar para que isso ocorra. No mais, sejam bem vindos ao Direito Sistêmico!”

Texto extraído do Site abaixo mencionado
http://direitosistemico.wordpress.com/2014/06/25/direito-sistemico-a-justica-curativa-de-solucoes-profundas-e-duradouras/
(ROSA, Amilton Plácido da. Revista MPE Especial, ano 2, edição 11, janeiro/2014, pp. 50-57).

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Fiquei grata e certa de que os sistemas trabalham em silêncio, como diz nosso querido Bert Hellinger em seu trabalho fantástico sobre Constelações Familiares. 
O mais incrível é que as Constelações vão se infiltrando em lugares jamais imaginados...

O mundo de hoje, composto muito mais por pessoas céticas e descrentes, está mudando e esta é uma bela prova do que está acontecendo, em minha modesta percepção.
Estou muito feliz e queria dividir com vocês esta bela matéria postada pela Facilitadora de Constelação Sistêmica - Coach e Organizacional, Advogada -Claudia Pizzatto- em sua página no facebook - Constelações Sistêmicas.
Aproveitem!
Tais