domingo, 25 de junho de 2017

As Novas Constelações a partir do Centro Vazio



O Paradoxo

"Rejeitar algo só serve para que esse algo cresça.

Temer algo é atrair esse algo.

Somente o assentimento (reconhecer e dizer sim)(*) nos libera das cargas e permite que se inicie a mudança.

Como entender esse Paradoxo?

Nossa vida é energia, é movimento e mudança. Se fluímos com esse movimento, vamos para mais vida. Se nos opomos a ele, a mudança não chega, a estamos bloqueando.

Contudo, uma forte influência sistêmica nos leva a imitar o que já existe. O sentimento de culpa nos impede de sermos autênticos: como vou me atrever a abandonar a tradição?

Além do mais, nossa mente tem medo de mudança: agarra-se ao conhecido e quer repeti-lo várias vezes. Estamos continuamente freando a  corrente   viva  da vida  com  nossos  medos,  ilusões,
frustrações... Nos custa reconhecer que a vida está nos falando através das provas, problemas, conflitos ou acidentes. Cada dificuldade é necessária para que dela germine algo novo. Mas, para que dê seus frutos, temos que aceitar vivê-la...

Para que nossos problemas nos falem, primeiro temos que aceitá-los. Aceitar todos os limites que configuram nosso destino. Somente, então, a vida voltará a seguir seu fluxo.

No problema, está a solução, está a vida!

O que é o Destino do ponto de vista das Constelações?

Nossas vidas estão determinadas pelo nosso sistema familiar e pelos outros sistemas a que pertencemos. Uma observação sistêmica a qual não podemos ignorar é a seguinte: os menores (que vieram depois, descendentes)(*) têm que terminar o que seus maiores (que vieram antes, ascendentes, antepassados)(*) não terminaram. Toda emoção segue um ciclo que permite acabar em paz e adaptado a um nível mais alto da realidade. Se um enfrentamento não chegou à reconciliação, se não se agradeceu um favor, se não se terminou de chorar um morto, um descendente terá que viver este mesmo conflito, até que se resolva. Nosso destino está marcado por várias fidelidades a ancestrais que não acabaram algo. E seus conflitos serão nossos conflitos, mesmo que nos neguemos a assumi-los.

A cada dia nosso destino varia, se torna mais fácil quando assumimos algo e piora quando o rejeitamos.

Por isso que o primeiro requisito antes de se configurar uma constelação é assentir ao que nos toca e nos responsabilizarmos pelas consequências de todos os nossos atos, emoções e pensamentos.
O que constelar?

O que é o essencial para mim atualmente?

No caminho da vida que sigo, o que é que realmente preciso?

O que é que tento várias vezes e não consigo?

Existe um padrão de repetição em minha vida, nas minhas atitudes, nas minhas escolhas?

Algo aconteceu, algo que não posso integrar?

A constelação não vai
além do que a pessoa oferece. No equilíbrio entre dar e receber, a pessoa assume e agradece sua vida tal como ela é, e a vida irá lhe presentear com uma mudança. A mudança será proporcional ao que nós liberarmos por amor!

O constelador não é o curador; ele apenas se coloca a serviço do seu destino, do seu sistema familiar e da energia, permitindo que outras forças (movimento do espírito, forças de cura, ressonância etc.) trabalhem fazendo emergir uma nova realidade da sua própria vida

Esse movimento de cura respeita o livre arbítrio da pessoa e não irá além do quanto ela se rende ao amor, à aceitação e ao respeito.

Por outro lado, não existe cura individual: a cura é de todos. A solução é necessariamente uma solução boa para todos. Por isso, não podemos esquecer os detalhes do que queremos conseguir. Somente as forças de cura sabem qual pode ser a solução boa para nós. E nossa abertura à vida, tal como ela é, irá permitir que se desenvolva uma solução totalmente inesperada e boa para todos.

Os que querem controlar o curso de sua vida, o fazem durante um período e logo o controle necessariamente lhes escapará; e irão viver a polaridade do seu controle.

O constelador não vai se fazer de pai nem de mãe, não é um protetor, nem é um mago: não pode mudar meu destino, nem me liberar de minhas responsabilidades ou de minhas  culpas. 
Tampouco vai poder transformar meus sonhos em realidade. Só vai se centrar, permitindo que o cliente se conecte com seu próprio centro vazio. Aí reside toda a cura!

Na Nova Constelação Familiar, veremos um fenômeno duplo:

Diante do cliente e do constelador vão se manifestar as dinâmicas ocultas que governam a vida do cliente como membro de distintos sistemas.

Os pequenos (descendentes)(*) estão a serviço dos maiores (ascendentes)(*). Nós, os vivos, estamos a serviço dos mortos. Assim que aceitamos esta hierarquia e este serviço, os mortos passam a nos ajudar, permitindo que nossa vida tome um novo rumo.

Aparecem as desordens dos campos(1) (relação de casal, relação com os filhos, relação com os pais etc.) aos quais o cliente está vinculado.

E começa a se manifestar um movimento de reconciliação(2) entre os ancestrais, que vai até onde a atitude interna do cliente o permita.

E, por sua vez, este movimento de reconciliação libera o cliente de sua intrincação (emaranhamento)(*).

O que ocorre entre cliente e ancestrais é totalmente circular, sistêmico.

O cliente está conectado com o campo energético no qual se desenvolve a constelação. O cliente está em interação recíproca com esse campo. Guiado pelo constelador, irá fazendo, internamente, afirmações curadoras, reconhecendo, sem medo, o que existe (sigo você na morte, pago por você etc.) e tomando decisões conscientes (me despeço de você, deixo a culpa com você, honro você etc.) que irão atuar sobre o desenvolvimento da constelação, pois o movimento do espírito mostra o caminho ao cliente, mas não o obriga a tomá-lo se ele não se decide por isso.

Quando acaba a constelação, o constelador se retira e se esquece, deixando o cliente com toda sua força e sua nova autonomia, totalmente aberto à vida e à sua nova consciência."
Brigitte Champetier de Ribes
Tradução: Eliana Medina, Ana Laura Gortari e Judit Miriam Scheinik

sábado, 17 de junho de 2017

Como as crises familiares se perpetuam por gerações


Se não forem trabalhadas, atitudes podem se repetir nas vidas individual e afetiva.

Todas as famílias estão sujeitas a crises ao longo de sua história. Mas não necessariamente estas crises precisam causar danos aos membros da família. As crises são momentos de instabilidade necessários para impulsionar a família ao crescimento e evolução. Elas criam uma necessidade de reorganização das relações entre os membros e os levam a descobrir novas regras para o funcionamento do sistema familiar.

Quando há alguma crise ou mudança de ciclo de vida familiar, como a saída de um filho de casa para morar sozinho, um casamento, o nascimento de uma criança ou mesmo a morte de algum familiar, é possível a constatação de algum padrão que é transmitido através das gerações. É o que chamamos na Psicoterapia Familiar Sistêmica de padrões familiares transgeracionais.

PADRÕES DE REPETIÇÃO
São exemplos de padrões familiares transgeracionais:

Uma mulher que ainda não tem filhos e de repente engravida pode despertar o inconsciente para algum padrão disfuncional em relação à maternidade.
Com isso, ela pode repetir com seu filho comportamentos que antes condenava em seus pais; Dois jovens que decidem morar juntos começam a passar por conflitos quando os padrões de relacionamento que aprenderam com suas famílias de origem são levados ao novo casamento.

A cada nova etapa do ciclo de vida familiar, um novo desafio se apresenta aos membros do sistema. Cabe a cada um passar por essas transições sem deixar que as crises sejam de grandes proporções. Para isso, é necessário compreender o legado transmitido pela família de origem, elaborando bem as questões não resolvidas em seus relacionamentos familiares, a fim de evitar que os problemas se estendam às relações afetivas ou se perpetuem na sua história individual.

A LEALDADE INCONSCIENTE QUE IMPULSIONA A REPETIÇÃO

Há, contudo, um fator de origem inconsciente que influencia sobremaneira nas repetições de padrões, chamado de lealdade invisível.

As lealdades invisíveis dizem respeito a algumas expectativas que devem existir e se fazer cumprir por todos os membros da família. É como um grande livro com bordas e escrita envelhecidas, no qual se contabilizam os créditos e débitos do grupo familiar, no qual conexões vão se estabelecendo entre  as  gerações,  criando
expectativas que irão influenciar todo o grupo familiar. Podemos pensar que cada membro que nasce possui um papel preestabelecido e precisará cumprir com as obrigações e expectativas designadas pela geração anterior.

A lealdade invisível poderá permanecer no inconsciente do grupo e poderá se manifestar na mudança de uma etapa do ciclo de vida familiar."Uma das etapas mais estressantes é o nascimento do primeiro filho do casal, que pode vir carregada de expectativas de ambas as famílias."

Assim, os cônjuges podem iniciar seus conflitos a respeito dos papéis de cada um e da maneira como devem educar os filhos. Cada um pode desejar representar seus próprios papéis determinados por seus antepassados, fixando uma posição rígida para cumprir, cada um à sua maneira, sua lealdade ao seu grupo de origem.

ACEITAR E REELABORAR O LEGADO

O legado familiar faz parte da história de qualquer indivíduo e, portanto, é inevitável.
Contudo, ele não precisa ser destinado aos descendentes de uma família como algo rígido e imutável. "O legado deve ser elaborado internamente, comunicado e, algumas vezes, reformulado para que a família tenha maior flexibilidade e desenvolva padrões saudáveis de relacionamento."

Assim, com a herança familiar reelaborada, cada membro familiar poderá compreender melhor suas escolhas e atitudes perante o outro. Os indivíduos poderão construir um contrato próprio quando na relação de casal, com os elementos que cada um deseja trazer de sua família de origem, aliados às experiências individuais de cada cônjuge. Desta forma, todos estarão cientes de suas atitudes e transformarão a relação, interrompendo o ciclo de repetição e transmitindo uma herança consciente para as futuras gerações.

O mais importante é perceber que muitas vezes será necessário ser desleal ao sistema familiar para que o
indivíduo possa ser leal consigo mesmo e assim reelaborar sua história e aproveitar o legado familiar de maneira mais consciente, madura e saudável. Com isso, ele ajuda a apaziguar não só seus próprios conflitos, mas em alguns casos e inconscientemente, os conflitos de toda uma geração de sua família.
Maria Cristina - Psicóloga- em:  www.personare.com.br
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Pense e pondere sobre o que tens atraído para sua vida...
Enquanto você lia descobriu algo que se repete?
As vezes nos irrita muito alguém próximo apontar e dizer: igualzinho sua mãe ou seu pai... Quantas vezes ouviu isso? Ou simplesmente percebeu e foi difícil admitir?
É preciso estar atento...e assim que perceber aquilo que se repetiu, buscar descobrir o que precisa mudar em você... Difícil mudar? Sim...
Mas para isso existem profissionais que podem auxiliar nessa busca e proporcionar uma visão mais clara do padrão que está se repetindo.
Com isso, torna-se mais fácil (após a compreensão e percepção), "criar" uma nova maneira de relacionar-se com aquilo que percebes e precisa ser alterado para uma melhor adequação à sua vida.
Olhar para si mesmo, refletir sobre aquilo que incomoda é o salto para transmutar o medo (paralisia), e aprender lições para que sua vida seja desfrutada com tudo de bom que ela lhe oferece ... até mesmo os problemas que te levaram aos incômodos/transformações. Aí surge a gratidão à tudo, até mesmo àquilo que dói e cria problemas...
E assim, vamos nos transformando em seres melhores, ai invés de, comodamente, "fazer de conta" que nada acontece - como nas histórias infantis!
Uma excelente semana para vocês.
Taís

domingo, 11 de junho de 2017

Lealdades invisíveis e a auto-sabotagem


O conceito de lealdades invisíveis explicado por um terapeuta e facilitador de constelação familiar norte americano, Shavasti.

Shavasti complementa a reflexão apontando para a dinâmica de auto sabotagem, tão comum e tão humana, ligada às lealdades parentais invisíveis. 
Como apontado por Bert Hellinger, as crianças são boas, fazem tudo pelos pais, sacrificam-se, a serviço de seu sistema..."Não existem crianças difíceis. Existem sistemas difíceis, algo que, em suas famílias, está desordenado. A principal desordem em uma família é a exclusão ou o esquecimento de um de seus membros. 
O que faz, então, a criança difícil? Olha para os que estão excluídos ou esquecidos. Assim que estes esquecidos são reintegrados de forma visível, as crianças se sentem aliviadas."

"Agradeço a Shavasti pela gentileza em disponibilizar o material para publicação e tradução em português!"(Tradução do inglês para o português: René Schubert) 
Link disponível ao final desta transcrição da mesma.

Lealdades invisíveis e a auto sabotagem – Todo mundo tem lealdades invisíveis?
Por Shavasti

“Entrevistadora: Me fale um pouco sobre as Lealdade Invisíveis. Nós falamos um pouco sobre este assunto antes, e estou curiosa, todo mundo tem lealdades invisíveis?
Shavasti: Sim, na verdade sim. Todos nos temos. Para mim as lealdades invisíveis são um assunto tão importante. Temos lealdade com sistemas de crenças, com nossos irmãos, com nossos membros familiares (..) para com nossa religião, para com nossa tribo, para com nossa nação, para com nossos avós, para tantas coisas diferentes, temos lealdade para grupos de pessoas que nem mesmo sabemos. Então isto começa com nossa habilidade de ser mais felizes do que àqueles que nos deram a vida. Estamos aptos para dizer: “Mamãe me abençoe para que eu seja corajoso e seja mais feliz que você”. “Papai por favor sorria para mim, caso eu tenha coragem de ter mais do que você teve.” Então o que acontece quando você cresce em uma família e seu irmão ou irmã, tem uma deficiência, você é capaz de ter e ser e fazer mais do que eles? Mais do que seus irmãos? Você se atreve a ser mais feliz que estes indivíduos? E se seus ancestrais foram perseguidos, e se foram escravizados? Você é capaz de dizer a seus ancestrais: “por favor me abençoem para que eu tenha a coragem para tentar e ser mais feliz que vocês!”. Ou você precisa ser leal ao sofrimento? E se seus avos sobreviveram ao holocausto, ou fugiram dos programas russos. E se você tem um sangue indígena e veem de uma nação que foi colonizada. E se você vem do chamado Novo Mundo. E se você vier da Argentina ou Nova Zelândia ou Austrália ou Canada ou Estados Unidos.
Uma destas nações onde os povos indígenas foram massacrados ou foram marginalizados ou foram apagados do mapa por causa das doenças e ônus que vieram junto, ou simplesmente assassinados. E se você provêm de uma nação destas? Você se permite ter tudo e deixar sua magnificência brilhar levando em conta o que aconteceu antes? Isto pode ser igualmente verdadeiro se você é o neto ou descendente de um perpetrador, ou a vítima deste! Em meu trabalho com indivíduos, por muitos anos fazendo curas ancestrais e utilizando as Constelações familiares, observei que isto não faz nenhuma diferença. Se você é descendente do dono dos escravos você como que sabota seu próprio sucesso, por meio de alcoolismo, por problemas financeiros, pelo consumo de drogas ou ate mesmo por suicídio, da mesma forma como se você fosse descendente dos escravos. De fato, o descendente dos escravos ou dos colonizados, ou o descendente do dono de escravos e dos colonizadores, compartilham um destino muito similar. Quem carrega um peso maior? O bisneto de alguém que trabalhou em Auschwitz ou o bisneto de daquele que sobreviveu a Auschwitz? Quem carrega o maior peso? Em minha experiência o peso é igualmente grande. Fazer esta declaração pode me trazer muitos problemas, pois muitas pessoas estão focados em fazer a vitima muito mais importante que o perpetrador. Mas o que estou dizendo aqui, as consequências (os efeitos a posteriori) são realmente...exponenciais. O que acontece com a alma de uma nação que perpetrou tais atos hediondos contra outros seres humanos? O que acontece com a alma da nação colonizadora que cometeu isto com as povos indígenas? Conseguimos ver seus efeitos nos britânicos, muito frequentemente os britânicos tem a tendência de desculpar-se, por tudo, até por sua própria existência, vemos isto o tempo todo, com nações perpetradoras, e o que também vemos é que nações perpetradoras uma vez foram vítimas e foram escravizadas. Então o império romano gerou o império francês, o império britânico, o império holandês, o império espanhol e assim o ciclo seguiu adiante. O ciclo só para quando percebemos nossa própria lealdade. Então, e se você foi a criança que conseguiu sair? E se você foi a criança que fugiu? Você foi criado na pobreza e foi capaz de escalar fora do gueto?
Então você pode ter todo sucesso do mundo, mas lhe faltam os relacionamentos íntimos e amorosos. Pode ter relacionamentos íntimos e amorosos, mas lhe falta saúde física. Então sempre vai haver uma área de falta que nós não nos permitimos. Eu não me permito a ter tudo porque minha irmã foi deixada para trás no gueto... meu irmão está internado na clínica psiquiátrica...meus pais sofreram tanto para me dar o que tenho, não terei mais do que eles, não serei mais feliz que eles...eu posso não ter o amor de minha vida pois o marido de minha mãe morreu ou a minha mãe ficou tão desapontada com seu marido e por lealdade a ela eu terei menos...terei todo dinheiro, mas não o marido...terei a grande carreira, mas não terei os filhos. E assim, nós nos limitamos, por lealdades que de alguma forma compensam as desonras e desrespeito àqueles que as sofreram. Isto é o que acontece. Por isso cabe a nós olhar para o que é realmente necessário. Quando somos leais ao sofrimento dos outros, o que acontece? Simplesmente se torna em mais sofrimento. E como isto para? Quando somos leais, vamos dizer, ao ódio de uma família, o que isto significa? Assim gerações de pessoas podem crescer odiando outo grupo de pessoas por nenhum outro motivo a não ser...foi o que os pais fizeram, e os avôs fizeram, e os bisavôs fizeram antes destes...vimos isto na Europa entre católicos e protestantes, vimos isto entre cristãos e muçulmanos, entre pessoas negras e pessoas brancas, vimos isto com todos tipos de grupos pessoas. Nos vemos todas estas divisões onde o ódio é simplesmente herdado, sem ser questionado. E este é o elemento destrutivo da lealdade. E isto é muito claro e obvio para muitas pessoas verem...Ei, eu estou caindo no ódio de meus pais e avós, entre, por exemplo vamos dizer Sérvios e Croatas ou entre Cristãos e Mulçumanos e meu povo e os negros, há todos tipos de grupos que tem ódio um contra o outro. Eu não estou falando de todos os cristãos ou todos os muçulmanos, mas internamente a estes há aqueles grupos que perpetuam este ódio automático em direção à estas outras pessoas. Você sabe, não, não conversamos com as pessoas de olhos azuis...não, não...nós não o fazemos...eles são da tribo do pé esquerdo, não não falamos com eles... mesmo não sabendo quem eles são. Em alguns níveis (de consciência) isto é bastante obvio que este tipo de lealdade é destrutiva e não é saudável, mas do que eu estou falando realmente aqui são as lealdade da criança para com seus pais.
O porquê do que está embrulhado nisto. Se eu sou leal à tristeza de minha mãe, ou à sua depressão e me torno triste e deprimido exatamente como ela de uma forma muito distorcida, estou próximo a ela e existe então a esperança de que alcançarei o que queria. Me Fundir, ser trazido para dentro de seu coração, ter a experiência de estar fundido ao amor dela. Se eu sou leal à raiva de meu pai, para com estas pessoas ou aquela pessoa, então me torno próximo a ele. E assim podemos nos tornar muito leais ao sofrimento de pai e de mãe, dos avós e de todos os nossos ancestrais e, o que acontece se você vem de um grupo marginalizado de pessoas, vamos dizer, você é de uma minoridade étnica, nós podemos ser leais ao gueto. Em alguns círculos, as pessoas podem ficar chocadas com seu sucesso, com sua magnificência porque então, bem, você está imitando aqueles que nos oprimiram, pois você se lembra que eles eram aqueles que detinham todo poder e dinheiro...assim se você for atrás de dinheiro e poder ou àquelas coisas que lembram dinheiro e poder então você está tentando ser como “eles”, você é um “deles” agora. Em muitos países onde pessoas negras ou mulatas são minorias, estes termos pejorativos (depreciativos) como “oh você é um Coco, branco por dentro e marrom por fora” é ridículo! Então trata-se aqui de Lealdade, qual lealdade é saudável e qual não o é. Toda lealdade que diminuir quem você é e que restringe aquilo que você pode vir a ser, restringe sua própria magnificência, restringe sua energia vital, isto não é saudável! Muito disto pode ser simplesmente: Ser leal às necessidades de um dos pais. Eu escutei tantas vezes pessoas descrevendo sua mãe ou seu pai como seu melhor amigo. E a pergunta é, a amizade é saudável? Porque se este é seu melhor amigo então você não tem uma mãe. E o que eu muitas vezes encontro é lealdade à infelicidade dele ou dela (pai / mãe) e isto restringe muitas, muitas coisas. Assim nós teremos uma boa carreira, mas não relacionamentos afetivos ou temos o relacionamento afetivo mas não a saúde. E estas são algumas das principais áreas: saúde, riqueza, felicidade, amor e nós iremos apanhar uma destas e colocar para fora porque não podemos ter mais que ela, mais que ele ou mais do que aqueles ancestrais. Veja quantos tiveram que sofrer para que eu pudesse prosperar. Bem, este é exatamente o ponto, você está prosperando porque destino é um quadro, perspectiva, muito maior. Todos nós, cada um de nós, está vivo pois estes grandes movimentos do destino criaram as circunstancias de nossa vida.
Desta forma se você é um indivíduo mestiço este grande destino de guerras entre nações e colonização levaram ao que você é. E se você disser não para tudo isto, é uma negação ao que você mesmo é. Eu mesmo, venho de heranças mistas, eu sou um produto da roda do destino e sim, outros sofreram por causa disto. Portanto se eu minimizar minha vida e obscurecer minha luz por causa deste sofrimento passado por outros, então isto fará com que todos estes movimentos, toda esta sobrevivência alcançada, ser por nada, a toa. Eu sei, da profundidade de meu Ser, que meus ancestrais queriam que eu prosperasse apesar de tudo aquilo pelo qual tiveram que passar. Não queriam que eu sofresse por honra a eles. Isto é uma honra deslocada. Na verdade é bastante arrogante que nós nos tornemos tão importantes assim. Tenho muito mais a dizer sobre isto. Muito obrigado.”

Original: Hidden loyalties and self-sabotage – Does everybody have hidden loyalties? 
By Shavasti Teachings 
Tradução: René Schubert
Link para o vídeo:
https://youtu.be/U_dq5NgKSIU
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domingo, 4 de junho de 2017

Semelhante atrai semelhante

 
  Somente uma pessoa amorosa, aquela que realmente é amorosa, pode encontrar o parceiro certo.

Essa é minha observação: se você está infeliz você irá encontrar alguém também infeliz. Pessoas infelizes são atraídas pelas pessoas infelizes. E isso é bom, é natural. É bom que as pessoas infelizes não sejam atraídas pelas pessoas felizes; senão elas destruiriam a felicidade delas.

Está perfeitamente bem. Somente pessoas felizes são atraídas pelas pessoas felizes. O semelhante atrai o semelhante. Pessoas inteligentes são atraídas pelas pessoas inteligentes; pessoas estúpidas são atraídas pelas pessoas estúpidas.

Você encontra as pessoas do mesmo plano. Então a primeira coisa a lembrar é: um relacionamento está fadado a ser amargo se ele surgiu da infelicidade.

Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo e então você encontrará
alguma outra alma festiva e haverá um encontro de duas almas dançantes e uma grande dança irá surgir disso.

Não peça por um relacionamento a partir da solidão, não. Assim você estará indo na direção errada. Então o outro será usado como um meio e o outro lhe usará como um meio. E ninguém quer ser usado como um meio! Cada indivíduo único é um fim em si mesmo. É imoral usar alguém como um meio. Primeiro aprenda como ser só. A meditação é um caminho para ficar sozinho.

Se você puder ser feliz quando você está só, você aprendeu o segredo de ser feliz. Agora você pode ser feliz acompanhado. Se você é feliz, então você tem alguma coisa para compartilhar, para dar. E quando você dá, você obtém; não é de outra maneira. Assim surge uma necessidade de amar alguém.

Geralmente a necessidade é de ser amado por alguém. É a necessidade errada. É uma necessidade infantil; você não está amadurecido. É uma atitude infantil.

Uma criança nasce. Naturalmente, a criança não pode amar a mãe; ela não sabe o que é amar e ela não sabe quem é a mãe e   quem   é 
o pai. Ela está totalmente desamparada. Seu ser ainda está para ser integrado; ela ainda não está reunida. Ela é somente uma possibilidade.

A mãe precisa amar, o pai precisa amar, a família precisa banhar a criança de amor. Agora ela aprende uma coisa: que todos têm que amá-la. Ela nunca aprende que ela precisa amar. Agora a criança irá crescer e se ela permanecer presa nessa atitude de que todo mundo tem que amá-la, ela irá sofrer por toda sua vida. Seu corpo cresceu, mas sua mente permaneceu imatura.

Uma pessoa amadurecida é aquela que chega a conhecer a necessidade do outro: que agora tenho que amar alguém. A necessidade de ser amado é infantil, imatura. A necessidade de amar é maturidade.

E quando você está preparado para amar alguém, um belo relacionamento irá surgir; de outra maneira não.

Osho
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Para vivermos felizes e sadios em todos os sentidos, é essencial compreendermos que nosso mundo é projeção de nossa mente.
Devemos abandonar a tendência de disputar as coisas materiais e, apos efetuar a necessária transformação da mente, decidir-nos quanto ao nosso comportamento dali em diante. E indispensável que nosso modo de proceder esteja de acordo com a correta ordem do mundo do Eu superior.
Em outras palavras, cada um deve proceder corretamente, segundo as suas funções: os pais, os filhos, o marido, a mulher, cada qual no seu lugar... Os conflitos e as desgraças surgem quando as pessoas confundem a "falsa igualdade" com a verdadeira democracia e começam a defender, cada um por si , apenas os interesses próprios, sem se importar com os outros.
Outra coisa necessária, para eliminar do nosso subconsciente as idéias de autopunição e auto-sacrifício, é a vontade interior de mudar para melhor ( o Universo sempre conspira a favor de quem tem uma busca verdadeira), além da Meditação.
Excelente semana, com muitas vontades internas para melhor!
Taís
Obs: Um vídeo sobre meditação que pode ajudar a compreender melhor de que se trata esta "ferramenta maravilhosa".

https://www.facebook.com/taispsic/videos/10212831089435078/

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