Será mesmo?
"Hoje em dia está na moda falarmos sobre economia doméstica, poupar dindin, planejar o futuro, essas coisas. Acho uma ótima moda, aliás. Falar de dinheiro e de como lidar com ele é essencial- bem o contrário do que muitos pensam. Muitos têm medo do dinheiro ou acham ele sujo. Alguns acham o dinheiro algo distante. Fato é que analisando o ”como” lidamos com o dinheiro percebemos muito a nosso próprio respeito.
O que Bert Hellinger nos traz sobre o Dinheiro?
Bert diz assim: “O dinheiro possui uma dimensão espiritual. Ele responde como se houvesse alma e um fino senso de justiça e injustiça”
“O que é o dinheiro? O dinheiro é o alimento que leva a vida adiante. É o leite materno da vida. É presenteado como uma dádiva divina. Ele serve para que possamos continuar vivos. Algumas pessoas querem passar a vida inteira penduradas nos seios da mãe, ou seja, só querem receber.”
E continua: ”O dinheiro serve. Ele possui alma, não é uma coisa. Ele serve à vida. O dinheiro ganho com suor é o que mais serve à vida. Por isso, nas empresas, é muito importante de onde o dinheiro vem. O dinheiro tem uma grande necessidade de servir. A necessidade mais profunda do dinheiro é que seja gasto e que sirvamos à vida com ele. Por isso é tão importante perguntar aqui: de onde vem o dinheiro?”
‘‘Em quê” você gasta seu dinheiro?
Essa é a pergunta que a gente deveria fazer sempre, antes de gastar nosso dinheiro. Gastando meu dinheiro nisso aqui; isso que quero comprar agora, esta servindo ao quê?
Prazer, querências ou precisão? Quando saio para trabalhar estou buscando o quê? Quero ganhar dinheiro para quê? É só para promover minhas viagens, meus cursos, meu carro, meu, meu, meu; ou esse dinheiro será reaplicado, servindo às gerações futuras?
Quem são ”as gerações futuras”? Todos aqueles que herdarão a terra de nós: nossos filhos, ou o filho adotivo a quem nos entregamos à serviço, ou aos clientes a quem nos dispomos a servir com algo útil, ou a uma instituição a quem podemos auxiliar com nosso trabalho ou contribuição (conhecimento, dinheiro, mão-de-obra). A "geração futura” é o outro (próximo ou distante).
Um exemplo:
Atendi um cliente não faz muito tempo que, lá no escondidinho de sua alma, estava fazendo de tudo para terminar sua vida como seu pai, sozinho. Todos seus relacionamentos amorosos iam mal. Era um homem bonito e interessante. Mas, ele estava preso a esse movimento de imitar seu papai por amor (que nas Constelações nós chamamos de amor-cego).
Durante o atendimento fui percebendo que "dinheiro” para ele significava, entre outras coisas, segurança na velhice. Ele queria dinheiro para patrocinar sua solidão ao invés de "mudar suas posturas” e arrumar uma mulher e uma família (caminho que exigiria muito dele).
Você acha mesmo que a VIDA ajudaria essa pessoa nesse projeto-cego e egoico? Não! Claro que não! E daí o dinheiro não vem mesmo, por mais que a pessoa se esmere no trabalho duro.
A pessoa fica reclamando assim ”tecnicamente sou ótimo e fiz todos os cursos, mas as coisas não andam”.
A solução é sempre MUDAR AS POSTURAS
Estou dizendo isso tudo para chegar no título desse post de hoje:
Constelar é muito caro, por quê?
Há quem prefira gastar seu dinheiro numa calça de R$300, ou num smartphone de $2500, ou ir para a balada com os amigos, ou fazer uma viagem, enfim. E, nada contra esses programas todos. Se são as prioridades do momento, por mim, está tudo ok.
O propósito desse post no entanto é trazer a reflexão sobre nossos "pra quês". Quais são as nossas prioridades? Ter um monte de coisa para vestir e fazer ou Ser mais integrado e harmônico? Mais que isso: SER ÚTIL, funcional, engajado em algo além-de-si.
Você está servindo à vida futura (não só à sua)
Uma hora ou outra a conta chega à nossa porta. Todas nossas escolhas têm suas consequências. Tic tac, tempus fugit (o tempo está passando).
A saúde vai embora, o sucesso não vem, os namoros não vingam, os casamentos não dão certo, as empresas falem. São as consequências das nossas IMPOSTURAS.
Falta-nos pensar nos ”pra quês”, falta-nos refletir sobre as "gerações futuras". Falta-nos prestar serviço à VIDA.
Não, não é cara
Constelação Familiar, nesse sentido da nossa conversa, não tem nada de cara. É um investimento considerável sim e que exigirá de muitos um planejamento maior (principalmente para os que querem ser consteladores futuramente).
Constelação Familiar, ao meu ver, é um dos métodos de ajuda que mais servem à Vida (com V maiúsculo e vou explicar o porquê). Essa filosofia está, de fato, à serviço do ser humano e suas relações. Seu "pra que" está alinhado com algo que vai além de nós e isso é muito potente. Falo da vida e da morte, do alfa e do ômega, do início, do fim, do recomeço, da construção, da destruição, falo da VIDA."
Não, não é cara!
Isabela Couto - Psicanalista
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