domingo, 20 de dezembro de 2020

Fenomenologia do essencial

A fenomenologia é uma filosofia nascida com a seguinte pergunta:
O que é Consciência? 

Para alguns, a consciência é o que conhecemos do universo psíquico, ao contrário dos conteúdos que estão no inconsciente.

Por exemplo: digo que não tenho raiva de uma pessoa, mas em meus sonhos estou brigando com ela. 

Para outros, a consciência é a luz da razão: ao tomar consciência de algo posso gerenciar aquilo.

Por exemplo: Descubro que cigarro faz mal, então, se a consciência fosse a luz da razão, eu pararia de fumar, mas não consigo.

Para Hellinger, que desenvolveu seu próprio caminho fenomenológico, existe 3 consciências. A pessoal é sentida como pertencimento à família ou grupo. Ela ainda se “divide” em boa ou má.

Se sigo os valores do meu clã me sinto pertencendo, então estou com a consciência leve (boa). Se faço algo que não está de acordo com os valores do grupo, tenho medo de ser excluída, gerando a má consciência. 

E, às vezes, acontece mesmo de sermos expulsos, mas nunca deixamos de pertencer, porque também existe a Consciência Coletiva, que zela pelo pertencimento de todos, independente do que achamos bom, mal, digno ou não.

O Rei Edward da Inglaterra foi obrigado a abdicar do trono ao se casar com Wallis, uma atriz divorciada, americana. 

Seu sobrinho, Charles, na linha de sucessão ao trono graças ao exílio do tio, foi separado de sua Camila, por ela não servir aos padrões da coroa. 

Atualmente, seu filho Harry pode casar com Meghan, uma atriz americana, divorciada, sem precisar perder nada. Mas ele abdicou do seu papel na família real para seguir com ela, como fez seu tio avô exilado, o Rei Edward.

A consciência coletiva é o que atua na repetição de destinos até que o excluído seja incluído novamente. 

Hellinger também intuiu a Consciência Espiritual, mas foi compreendê-la mais tarde, no que hoje conhecemos como Constelação Familiar Original Hellinger ou Familienstellen

Ela serve a todos, unindo o que foi separado, reconciliando o irreconciliável. 

É ela quem atua como lágrimas de amor pelos mortos, entre dois povos em guerra.

É com ela que chegamos ao essencial, aquilo que realmente sacia, como dizia o Hellinger.
Fonte: Mônica Clemente - Constelando com a Fonte- blog no facebook
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domingo, 6 de dezembro de 2020

Depressão e ansiedade tem cura? As Constelações Familiares podem ajudar


Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um relatório onde definia os transtornos ansiosos e depressivos como mal do século. Nunca se falou tanto sobre eles, quanto nesses últimos tempos, especialmente com a chegada da pandemia de COVID-19. Mas, será que depressão e ansiedade tem cura?

Antes de mais nada, é preciso compreender um pouco melhor sobre ambos os distúrbios. Confira uma breve descrição sobre cada um:

Transtornos depressivos
É muito importante diferir um período de tristeza, da depressão em si. Muitas pessoas experienciam períodos de profundo desânimo e até tristeza, devido a situações da rotina. Mas, quando isso vira patológico e evolui para a depressão?

A depressão se caracteriza por uma tristeza tão profunda, que significa a perda de sentido da vida, uma angústia sem fim e extremamente incapacitante. Muitas vezes sem causa aparente.

Além das consequências no humor, os sintomas cognitivos e até motores também são comuns. 

Transtornos de ansiedade
Aqui, é fundamental frisar que sentir-se ansioso pode ser completamente normal. Afinal, é uma resposta primitiva à um estado de perigo iminente, sendo o principal motivo que fez com que nossa espécie chegasse até aqui.

Porém, quando os sintomas mais comuns da ansiedade se tornam crônicos e afetam toda a vida da pessoa (social, profissional e pessoal), é um grave sinal de que o transtorno está instalado. 

Um exemplo fácil para identificar o estado patológico, é quando a pessoa sente em níveis extremos todos os sintomas, porém, sem uma causa real ou aparente. 

Ambos os distúrbios são graves e considerados doenças crônicas, que afetam o indivíduo em sua totalidade. Aliás, como dissemos no início do texto, devido à pandemia e ao isolamento social, segundo um estudo realizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, os casos de depressão tiveram uma alta de 80% nesses últimos meses. 

Esse é um dado preocupante, que demonstra o quanto devemos ter atenção ao adoecimento não apenas do corpo, mas também da mente e emocional. Sobre isso, Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke disserta:

“A doença é o estado do ser humano que indica que, na sua consciência, a pessoa não está mais em ordem, ou seja, sua consciência registra que não há harmonia.” 

Ao longo deste conteúdo, iremos demonstrar como a abordagem sistêmica pode te ajudar no enfrentamento dessas doenças e de que forma, a sua prática poderá lhe ajudar a superar esse período difícil. 

Depressão e ansiedade no Brasil

Em 2019, segundo dados da OMS, aproximadamente 5,8% da população brasileira sofria de depressão. Enquanto, a taxa de ansiedade era ainda mais alarmante: 9,3%. Isso representa mais de 30 milhões de pessoas sofrendo com os transtornos.

Como se isso já não fosse preocupante, uma pesquisa recente da UERJ, feita para medir o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental, demonstrou que casos depressivos mais que dobraram. Porém, referente a ansiedade, esses números são ainda mais críticos: 80% à mais do que os dados anteriores.

Pensando em trazer mais informação de qualidade e auxílio para a compreensão desses males, desenvolvemos esse conteúdo. Para que profissionais de saúde, ou mesmo pessoas que estão tendo de lidar com esses transtornos, possam encontrar uma luz frente às alternativas que ajudam a minimizar o mal que eles trazem.

Depressão e ansiedade tem cura? Saiba mais sobre essas doenças do ponto de vista sistêmico

É muito comum o questionamento se a depressão e ansiedade tem cura. E, infelizmente, a resposta é negativa, sob a ótica da medicina convencional. Com o tratamento adequado – medicação e abordagens terapêuticas – ambos são controlados e o paciente consegue voltar à sua normalidade, gradativamente. Porém, como toda doença crônica, ela pode ter um período de agravamento.

Ao longo dos anos, diversas abordagens vêm se mostrando eficazes no tratamento desses distúrbios, obtendo resultados positivos no controle dos sintomas e na recuperação do indivíduo. 

A visão integral do doente e da doença, tem trazido caminhos surpreendentes de percepção da doença e da importância do doente e sua fidelidade a seu sistema familiar, como protagonistas da recuperação ou agravamento dos quadros. 

A Constelação Familiar e sua abordagem sistêmica-fenomenológica, é um dos caminhos terapêuticos que têm conseguido acessar a força dos indivíduos, potencializando sua recuperação. A pessoa doente consegue reconhecer e utilizar seus recursos internos, na medida que se libera de suas fidelidades invisíveis ao seu sistema familiar, fidelidades essas, que são denunciadas através dos quadros de doenças físicas ou emocionais. Através do movimento de liberação, a saúde pode se manifestar.

Essa abordagem terapêutica breve, criada por Bert Hellinger, nos ajuda a compreender o mecanismo por trás do adoecimento. Dessa maneira, é possível agir não apenas no sintoma, mas sim na causa de toda a dor, trazendo resultados sólidos, eficientes e duradouros. Veja o que o autor tem a dizer sobre o tema:

“A doença é o sinal de que existe algo que aguarda para ser colocado em ordem. É sempre o amor que coloca algo em ordem. Principalmente o amor a um excluído que não tem lugar. Esse amor quer sempre mais. Também a doença quer sempre mais. O movimento em direção a mais é um movimento em direção à saúde.” – Bert Hellinger, no livro A Cura

Como as Constelações Familiares podem ajudar 
Se você ainda não conhece as Constelações Familiares, ela é uma abordagem terapêutica, que permite olhar o ser humano em sua totalidade, observando como as relações familiares sistêmicas atuam em sua vida. 

Esta poderosa ferramenta, ajuda não apenas o paciente em questão, mas também aquele que dedica sua vida a cuidar de quem tanto precisa de apoio – médicos, terapeutas, psicólogos, psiquiatras e demais profissionais da ajuda. 

Mas, para que toda essa engrenagem funcione como deve, Hellinger aponta seu olhar para a observância das três leis da vida que nomeia em seu trabalho, a lei da ordem, do pertencimento e do equilíbrio. Ele alerta, que a arte da verdadeira ajuda, prestada aqui, nesse contexto pelos profissionais da saúde, deve contemplar uma postura que favoreça seu exercício. Assim, nos apresenta, as ordens da ajuda. 

Através das ordens de ajuda, o profissional poderá servir mantendo-se saudável e mais eficiente, pois, de nosso lugar temos força. 

A seguir, vou te ajudar a entender melhor sobre as Ordens de Ajuda. 

Ordem da ajuda 1
Dar apenas o que se tem, e pegar para si somente o que se necessita.

É uma troca equilibrada entre o que cuida e aquele que está sendo cuidado. Essa ordem exige presença, humildade, coragem e respeito. 

Como profissional de ajuda, só posso dar aquilo que é de minha competência, portanto, saber o limite, até onde se deve e se pode servir é fundamental. Não somos salvadores de quem servimos. Somos ponte para o processo que pertence ao cliente. Quando servimos em equilíbrio, possibilitamos que o cliente desenvolva sua consciência e escolha ou não, utilizar seus próprios recursos para sua recuperação.

Ordem da ajuda 2
Submeter-se às circunstâncias é reconhecer a realidade e suas limitações.

Quem cuida precisa compreender que o local do protagonista não é dele. Dessa maneira, deve-se abster de impor ao cliente sua verdade e suas ideias como única referência de saúde para ele. 

Diante do destino do cliente, o profissional de ajuda deve se curvar respeitosamente. De seu lugar, o profissional oferece o que é possível, a partir de sua competência, mas sem negar a realidade do que se mostra ou tentar subvertê-la a qualquer custo. 

Essa postura que ultrapassa o lugar do profissional e o limite do cliente, além de desrespeitosa, é ineficaz. Acompanhar com respeito o que se mostra e aceitar seus limites como profissional e os limites do cliente, é essencial.

Ordem da ajuda 3
Colocar-se como um adulto diante de outro adulto

Quando o cuidador olha para seu cliente como um indivíduo adulto, que possui suas potencialidades e capacidade de lidar com suas dificuldades e dores, potencializa nele a percepção de sua verdadeira força. Dessa forma, o cliente se colocará como responsável por sua recuperação. 

O bom profissional sabe que quem tem a chave da saúde é o cliente. 

Ordem da ajuda 4
Focar no sistema como um todo

É papel daquele que fornece a ajuda, olhar o indivíduo em seu contexto como um todo. Ele é parte de um sistema que atua sobre sua saúde e sobre sua doença. 

Os movimentos invisíveis que agravam os quadros de doenças, se mostram quando olhamos o indivíduo em um contexto mais amplo. Assim, os caminhos de solução se tornam mais claros.

Ordem da ajuda 5
Amar a cada ser humano do jeito que é

O cuidador precisa se abster de quaisquer sentimentos pela situação em que o cliente está imerso, ou seja, aceitar o destino do cliente com respeito. Dessa forma terá condições de lidar com o que se mostra com isenção de intenções, com clareza e assertividade. 

Essa postura respeitosa é uma importante forma de amar. Amar o que se mostra, amar o que é, como é, seguir o que é possível e liberar com respeito, o que não se pode negociar ou mudar. 

A prática das ordens de ajuda desenvolve uma postura essencial para que o tratamento terapêutico tenha êxito. 

A mudança de postura, daquele que salva para aquele que serve, é necessária para que o profissional se torne um facilitador no processo de recuperação do quadro sintomático ou patológico do cliente. Assim, o cliente ao reconhecer sua potencial força, poderá transformar sua dor em recursos e se liberar de seus males!

Nossa saúde sob a influência dos nossos relacionamentos familiares 

Como seres sociáveis, nossa construção de personalidade é influenciada pelas relações e experiências familiares da qual estivemos inseridos. Logo, nossa saúde – física e mental – também demonstra reflexos dessa formação.

Conforme vimos, quando estamos sob a influência dessas experiências familiares, que por algum motivo não tenham sido boas, doenças como a ansiedade e depressão ganham espaço, pois buscam denunciar uma dor, uma exclusão, uma situação que ainda não teve uma adequada resolução. 

Muitos quadros de depressão e ansiedade, denunciam um amor sacrificial, um amor à beira do abismo,onde a presença e por vezes o desejo de morrer é constante. 

Através da visão sistêmica das constelações familiares, costumamos observar, que a doença está sempre à serviço da saúde, em um movimento concreto e por vezes definitivo, a nos mostrar para onde o nosso amor infantil olha. 

O trabalho das constelações auxilia o cliente a resgatar esse amor interrompido ou a quem foi excluído no seu sistema familiar, para que a saúde de seu sistema, expressa no corpo se restabeleça. Na verdade, tudo é amor. Doenças, amor sacrificial. Saúde, amor que cura! 

A abordagem das constelações familiares, aliada aos recursos da ciência médica, com certeza potencializa o caminho de sucesso do indivíduo em direção à saúde. Afinal, nosso organismo é capaz de ressignificar infinitas situações. Podemos educá-lo de que pequenas mudanças em nossa postura, junto com a compreensão acerca de diversos acontecimentos de nosso sistema familiar, podem fazer com que tenhamos luz e soluções para as dores originadas por doenças como a depressão e ansiedade, por exemplo.
Ipê Roxo - Instituto de Constelação Familiar - https://iperoxo.com/
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Explicações não resolvem as questões, certo?
O objetivo aqui foi esclarecer onde esta ferramenta maravilhosa- criada por Bert Hellinger -  Constelaçoes Familires - pode auxiliar na busca de soluções, de trazer à tona o que estava submerso.
Boa semana
Tais

domingo, 29 de novembro de 2020

Você é único!


Vivemos em um sistema social e econômico competitivo, que promove muita desigualdade e competição, por isso, o ser humano, dentro dessa engrenagem, tende a entrar no mecanismo de comparação, mas isto só aumenta a frustração e provoca insatisfação. 

Pare de se comparar com os outros e tenha simplesmente você como referência, tendo como base seus aprendizados, seus desafios e suas experiências, dessa forma, poderá avaliar melhor seu desenvolvimento e se aproximar de quem realmente você é!

Você é único!

Quantas vezes somos tentados a nos comparar com os outros e deixamos de olhar para nossa verdade.

Cada um tem sua história, seu potencial e aprendizado.

Por mais defasados que possamos estar, tudo que nos acontece pode ser por um bem maior, se compreendermos que os movimentos que a Vida faz é para nos impulsionar a seguir em frente e nos movimentar, para que paremos de resistir ao nosso próprio progresso.

Querermos nos comparar com aqueles que parecem ter uma existência melhor que a nossa e isso é a mesma coisa que um coelho se comparar com um leão e se lamentar por não ser igual a ele.

Cada pessoa tem sua natureza, seu dom, sua missão de vida, seu potencial, suas deficiências, suas resistências, seus atributos e desafios a enfrentar.

Quando ficar tentado a se comparar com os outros, olhe para si com compaixão, se aceite, se reconheça, veja o que te impede de avançar, de sair da sua zona de conforto e de vencer suas resistências.

As qualidades que mais admiramos nos outros estão adormecidas em nós, desperte-as, entenda a vida que você é, para vivê-la com mais plenitude!

Mudamos o tempo todo, pois a vida é transformação e essa história de que uns são melhores e os outros piores é ilusão, pois não sabermos o que uma pessoa foi um dia, ou poderá vir a ser amanhã.

Um barqueiro pode parecer muito pequeno diante de um executivo ou milionário, mas em alto mar, dentro de um barco, diante de uma tempestade, o status e o dinheiro não valerão nada!

Cada um tem suas experiências e o que importa é extrair delas, significado, desenvolvimento, aprimoramento e compreensão.

Se conseguirmos nos enxergar, sem nos julgar e condenar, reconhecer nossas limitações e termos conexão com nossa Alma, poderemos trilhar a Jornada que conduz a nós mesmos!

É caminhando que se faz o caminho… 
https://www.eusemfronteiras.com.br/ - Deise Aur
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Quero dividir com vocês a experiencia que tenho experimentado, onde mudanças jamais imaginadas por mim aconteceram. Nestes muitos anos de busca intensa, existiam questões profundas que eu não conseguia acessar/resolver. 
Através deste trabalho dentro de uma escola de Educação Frequencial  (Andaluz) tudo começou a abrir-se.
E o mais sensacional é que o processo depende apenas de mim, de minha vontade de melhorar enquanto ser humano e na vida. Não existe alguem dizendo para o aluno -" Olha isso, olha aquilo, precisa mudar seu olhar..." - Não!!!!!! Você faz o movimento, você vê e você caminha... com seus recursos ( os já existentes e os novos adquiridos dentro da Escola)
Todos temos um potencial dentro de nós, desde que nascemos, e a vida vai nos colocando à prova, e, para nos defendermos das "feridas" inconscientes que temos, vamos criando formas de funcionamento nem sempre adequadas ao nosso potencial.
Através da Escola e das práticas que la vivenciamos, vamos ativando este potencial para que se torne pleno e tenhamos, por consequência, força e energia suficiente para transformar aquilo que é necessário.
Para minha surpresa, tudo é muito mais simples e solucionável do que eu imaginava... Não é mágica... é um trabalho onde exigimos de nos mesmos, sem ninguém "apontar"... Vemos, e, com o nosso  potencial ativado, se quisermos, transformamos!
Segue abaixo pra você que interessou-se, convite para experimentar por 30 dias- gratuitamente- de que se trata o Andaluz. Neste período existem Orientadores para responder todas as suas perguntas e te orientar em sua experiência.
A plataforma é auto explicativa, e se você tiver dificuldades para inscrever-se, tem  chat e telefone para conectar e receber auxilio.

Eu quis dividir com vocês algo que está sendo muito especial pra mim, e onde muda tudo: as relações, a forma de trabalhar 
(independente da area de atuação), aliás facilita muito a percepção e as resoluções em nosso campo de atuação.
Experimentem...não custa nada!
Boa semana à todos.
Taís.

domingo, 22 de novembro de 2020

O que é visão sistêmica, segundo Bert Hellinger


Para conhecermos mais sobre a abordagem das Constelações Familiares, criada por Bert Hellinger, é preciso contextualizarmos o que é visão sistêmica.

Trata-se da capacidade de perceber os diversos aspectos conscientes e inconscientes que ocorrem em nossas vidas e contribuem para o desenvolvimento tanto do sucesso quanto do fracasso de nossa existência. Compreender as forças invisíveis que atuam nesta jornada, torna-se possível por meio da visão sistêmica, que possibilita o desenvolvimento de uma postura ampla e inclusiva de tudo o que conduz o indivíduo ao seu desenvolvimento integral.

Para Bert Hellinger, o idealizador da Constelação Familiar, quando uma pessoa procura um trabalho terapêutico, ela carrega consigo sua própria família, histórias e crenças.

Logo, é impossível olhar para esse indivíduo como um ser isolado, entendendo que ele faz parte de todo um sistema. Esse olhar é o ver além do cliente. É enxergar toda sua história, olhando para os seus antepassados e todos aqueles cuja existência foi permeada de dores, dificuldades e alegrias, assim como para a jornada que o levou até lá, influenciando em sua própria trajetória. 

Lealdades invisíveis

Todas essas relações entre antepassados e gerações atuais levam a lealdades invisíveis, que influenciam na saúde e desenvolvimento do indivíduo. Mas, o que exatamente seria isso e como isso pode explicar o que é visão sistêmica? 

Os membros do núcleo familiar estão ligados entre si, como uma comunidade de destino. Sob essa compreensão, o destino trágico de um membro do sistema familiar, quando rejeitado ou negligenciado, atua nesse sistema para buscar compensação, inclusão do que foi separado. Assim, alguém é tomado a serviço para denunciar essa exclusão. 

Bert diz ser essa uma forma de amar, de resgatar o pertencimento àqueles que foram excluídos. Isso leva os descendentes de uma família a, inconscientemente, assumirem o destino dos que vieram antes.

Hellinger, assim como outros pesquisadores do comportamento humano, denomina esse movimento anímico como lealdade invisível. É essa força que leva aos tropeços, fracassos, doenças e sofrimentos que se repetem sistemicamente nas famílias, denunciando esse amor cego, sacrificial. Sobre isto, ele comenta mais profundamente em seu livro “Amor do Espírito”.

Como desenvolver a visão sistêmica

Bert Hellinger, em seu processo de desenvolvimento pessoal, bem como em seu trabalho de psicoterapeuta, ao observar os relacionamentos humanos, percebeu que existem forças invisíveis e poderosas que atuam de geração para geração nas famílias, influenciando seus destinos. 

Ao incluir essa percepção mais ampla e inclusiva sobre o que atua nas dinâmicas relacionais, observou que existem leis que regem os relacionamentos e uma consciência coletiva que busca a qualquer custo, unir o que estava separado nos sistemas, quaisquer sejam eles onde os indivíduos se relacionem, sobretudo no sistema familiar. 

Essas leis que alicerçam a existência e sobrevivência do núcleo familiar, quando cumpridas trazem o sucesso aos indivíduos e aos sistemas dos quais fazem parte, mas, quando são transgredidas podem levar a resultados funestos. 

Hellinger as denominou como as 3 Leis do Amor. A seguir, vamos explicar um pouco mais sobre elas e elucidar sua importância:

As Leis do Amor

As 3 leis universais que atuam sobre os relacionamentos são: Lei da ordem, Lei do Equilíbrio e Lei do Pertencimento.
Lei da Ordem
Os antepassados são os que carregam a história e precedem os mais jovens. Logo, eles possuem um lugar hierárquico relevante no sistema familiar. 
Lei do Equilíbrio
Essa é a lei que rege todo o universo. Tudo que se dá, exige uma compensação, um retorno com a mesma energia da qual foi entregue;
Lei do Pertencimento
Independente de acontecimentos externos, todos os membros do sistema tem direito garantido de pertencer a ele. 

Quando uma dessas leis é transgredida, as consequências podem ser devastadoras: doenças recorrentes de geração para geração, fracassos relacionais e profissionais, sofrimentos, sentimentos de rejeição, solidão, entre outros.

Porém, quando compreendemos as leis, os motivos de sua existência e seus objetivos, passando então a respeitá-las, a vida pode se tornar mais fluida e os problemas podem ser solucionados.

O amor cego e inconsciente

O amor cego que leva a essas lealdades invisíveis, que ignora essas ordens e as quebra de forma inconsciente, é o fator principal da perda de controle e do próprio caminho. Ao reencontrarmos o respeito pelas leis, encontramos também nosso maior presente: que é a nossa própria força!

Ou seja, quando um indivíduo encontra o seu lugar e respeita essas 3 leis, sua vida fica bem mais leve e ele pode então, identificar a sua verdadeira felicidade. Sua existência tende a ter mais sucesso!

A visão sistêmica nas Constelações Familiares

A Constelação Familiar, ao adotar a visão sistêmica em sua abordagem, provoca as pessoas a voltarem seu olhar a si mesmas e incluir suas histórias, como um fio condutor de seus destinos. Assim, descobrindo sua alma e compreendendo os acontecimentos importantes que foram vividos e a trouxeram até o momento atual, ampliam sua percepção e capacidade de acessar recursos que as levarão a se liberarem das fidelidades invisíveis e crescerem, assumindo seu próprio destino. 


Imagem de Daniel Reche por Pixabay

A Constelação é como um renascimento: a pessoa consegue enxergar as conexões essenciais, que antes ocultas, impediam o equilíbrio e sucesso do indivíduo. Essa abordagem revela os entrelaçamentos que nos unem em nosso sistema familiar ou profissional e que muitas vezes nos emaranham, impedindo nosso desenvolvimento saudável dentro do sistema no qual estamos inseridos. 

A ampliação dessa percepção, faz com que ao chegar em determinado ponto dessa jornada, seja possível tirar a venda e reconhecer o que está em desordem. A consciência ampliada favorece a percepção da transgressão, contribuindo para decidirmos voltar ao nosso lugar de força. 

O movimento essencial que acontece quando respeitamos nosso lugar de pertencimento, em ordem e equilíbrio, impactará todo o sistema ao nosso redor. Dessa maneira, na observância das três leis naturais da vida, o amor que adoece cede lugar ao amor que cura, ficando livre para fluir de forma leve.

O que é visão sistêmica: compreendendo e encontrando o seu lugar de força!

Conseguiu compreender um pouco mais sobre o que é visão sistêmica? Em suma, ela é essencial para lhe ajudar a compreender e encontrar o seu lugar de força, além de trazer luz aos emaranhamentos que lhe trouxeram até o seu momento atual de vida.

Para atingir nossa própria evolução e crescimento, é preciso contar com a força que nosso núcleo familiar dispõe. Só o amor pode curar e levar a um destino mais leve e feliz. E isso só é possível se nos liberarmos das lealdades invisíveis, que atuam de forma inconsciente, como pudemos ver anteriormente. 
https://iperoxo.com
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domingo, 15 de novembro de 2020

A raiva saudável



“Só uma raiva, no entanto, é bendita: a dos que precisam.”
Clarice Lispector

Faz muitos anos que falo para as pessoas que atendo: a raiva faz parte. Olhe para a sua raiva. Não negue. Não a esconda. Ela pode ser sua amiga. Principalmente, falo para as pessoas que estão paradas na vida. Que não tem força para tocar seus projetos. Fazer as mudanças necessárias. Tomar decisões. É muito comum que estejam inibindo a raiva, com dificuldade de lidar com esta energia. Por que acontece isso?

Vou explicar, de um jeito que gosto: falando um pouco da minha experiência, que de alguma forma, pode ser a sua também. Vivi numa família raivosa. Eu era o menor de todos. Meu irmão, sempre cheio de conflitos e violência, volta e meia me agredia. Minha avó tinha acessos de fúria, entrecortados por abismos de depressão. Meu avô era gente boa dentro de casa, mas capaz de agredir alguém na rua simplesmente porque olhou atravessado. Meu pai era um cara baixinho, colecionador de armas de fogo, espadas e facas, cujo temperamento era sujeito a chuvas e trovoadas. Minha mãe era uma pessoa impulsiva também. E imprevisível. E eu, a pequena criança, a menor de todas, assustado com tanta energia em minha volta. Não havia como confrontar, sem apanhar. Bem que tentei. E apanhei. E então, comecei a desenvolver outras estratégias: a lábia. A chantagem. O vitimismo. A sedução. O bom humor. A racionalização. Ganhava minhas lutas sem lutar.

Quando criança, criamos várias defesas e estratégias. Tudo para não sermos mais feridos e podermos obter nossas vantagens. O problema dessas estratégias, é que as levamos para a vida adulta. Um homem com a minha idade, que parte para a vida pensando que poderá apanhar, que qualquer coisa que fale – ou não! – irá detonar uma explosão, ou que as pessoas são instáveis e assustadoras, terá muita dificuldade de alcançar metas. De lutar pelos próprios direitos. De batalhar por um espaço na sua carreira. De ousar competir e conquistar.

Quando observo bem a mim mesmo, vejo que parte de mim acredita que perdeu o direito de reivindicar. De ter a própria opinião e sustenta-la. De achar que algo está desconfortável e que posso querer mudar. Esta parte de mim, no fundo, só quer sombra e água fresca. Um ambiente onde não haja conflito, para me livrar dos ecos do passado. Essa parte só quer paz. E por isso, se recusa à guerra.

Sem a guerra, não há paz

Meu grande mestre Bert Hellinger diz, em A Paz Começa na Alma: “ A guerra é o pai de todas as coisas. Isso quer dizer: a guerra é também o pai da paz. Sem a guerra, não há paz. Quais são os efeitos disso na alma? Freud, o fundador da psicoterapia moderna, observou que o indivíduo só pode crescer se integrar algo que ele excluiu de sua alma. Rejeitamos muito de nós mesmos, apesar de sentirmos que faz parte de nós”.

Traduzindo para a minha vida, não aprendi a guerrear. Não aprendi a defender meus pontos de vista. Não aprendi a usar a minha raiva (que era muita!) para abrir meus caminhos. Assim, tive que me aproximar de pessoas que sabiam lidar com a raiva – geralmente de jeitos não adequados – para que elas fizessem por mim aquilo que eu tinha medo de fazer sozinho. Amigos fortes. Grupos que me defendiam. Mulheres fortes e lutadoras. Gente que abria as portas na minha vida aos pontapés, enquanto eu ia atrás. Como criancinha. Um verdadeiro bunda mole! E ok! Para quem vem de uma história onde não sabia se defender de inúmeras agressões externas. Mas um adulto?!? Onde não havia mais irmão, pai, mãe, avós, família em conflito vivendo comigo…. isso não fazia mais sentido!

A raiva saudável pode ser uma expressão do amor

“Na medida exata em que uma pessoa é capaz de sentir e expressar amor verdadeiro, ela também é capaz de manifestar raiva saudável e construtiva. Tanto o amor real como a raiva vêm do eu interior. Absolutamente todo sentimento real é saudável e construtivo e propicia o desenvolvimento do eu e dos outros. Os sentimentos reais não podem ser forçados, comandados nem impostos. Eles são uma expressão espontânea, que ocorre como resultado natural e orgânico de nós mesmos”, diz Eva Pierrakos, em Criando União.

Demorei para entender isso. O motivo principal é que estava magoado com a minha família. Que sempre manifestou muita raiva. Que me feriu. Logo, como poderia eu usar as mesmas armas “deles”? E disse para mim mesmo: vou fazer diferente. Vou mostrar pra “eles” como é que faz! Vou ser diplomático. Pacífico. Conciliador… Besteira…

Sempre defendi minhas convicções “pacíficas” com a faca nos dentes. Sempre tive (e ainda tenho) muita raiva das pessoas que contrariam meus princípios, minhas opiniões. A única diferença é que hoje sou consciente de que não saber usar esta energia da raiva tem a ver com o não concordar com o meu passado. No fundo, sou absolutamente igual ao meu pai, minha mãe, meu irmão, meus avós. E eles também não souberam usar a raiva de forma apropriada, para alcançar os próprios objetivos, para galgar os degraus que achavam adequados. Se perderam numa guerra entre si… e o cavalo do sucesso passou arreado… eles não montaram…

Deixando o passado, para estar presente na própria vida

Quando estamos perdidos no uso da raiva de forma distorcida, quando machucamos os outros e a nós mesmos, ou inibimos esta energia, causando úlceras e paralisia na vida, estamos identificados com situações do passado familiar – a maior parte inconsciente – onde houveram feridas que não foram vistas. Tanto a nossa infância, quando as diversas gerações que nos antecederam, estão recheadas destas histórias: pessoas feridas pela agressividade de um e de outro… pessoas que agrediram, mataram, coagiram, violentaram… Eles são todos nossos antepassados. Vítimas e algozes. E tudo isso é passado. Deveria ser, ao menos. Porque, bem ou mal, eles foram os bravos pioneiros que avançaram ano a ano, década a década, vida a vida, ganhando e perdendo, nascendo e morrendo, procriando e matando, para que nós estivéssemos aqui. Nós somos o bom resultado de todo este esforço: os frutos que deram certo!

Honrar a este passado significa andar. Ir para frente. Carregar esta força de combate, resiliência, inteligência, estratégia, amor e dor, tudo isso dentro de nós… e fazer a nossa parte. Montar no cavalo do sucesso que passar arreado à nossa frente. Para isso também necessitaremos bravura. Coragem. Usar um pouco desta raiva, que nos torna desconfortáveis diante de situações desagradáveis, como motivação para avançar. “Lute apenas por lutar sem pensar em perda ou ganho, em alegria ou tristeza, em vitória ou em derrota, pois, agindo desse modo, você nunca pecará”, aconselha Krishna ao atemorizado guerreiro Arjuna, no livro sagrado indiano, Bhagavad-Gita.

E quando dizemos lutar, muitos pensarão em levantar bandeiras e comprar causas sociais, políticas ou espirituais. No meu entender, não é necessariamente isso. A luta é contra os próprios fantasmas internos. Os medos. Os vícios. As estratégias que nos impedem de sermos amorosos conosco e com o outro, e complicam a transmissão dos nossos dons e talentos para o universo, em retribuição e gratidão a tudo o que recebemos da vida.

Sem um pouco de raiva concentrada e bem direcionada – para frente! -, não tiramos a bunda da cadeira para nos mover nesta tarefa tão importante, e tão difícil: manifestar o melhor daquilo que somos, ainda nesta vida. Aqui e agora.
Alex Possato - blog https://alexpossato.com/
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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Início da transformação



Você já parou para se perguntar como a transformação do Ser acontece?
Fomos feitos para quê?
Nascemos para existir…
Existir de forma plena… com tudo que temos direito, na plenitude. 

O universo, a natureza apenas existe! Os pássaros, os rios, o mar, as flores apenas existem!
Assim como eu… Como você!

Todos os propósitos são tecidos na trama do cosmos!
Se estamos aqui, é porque a existência precisa de nós.
Você é necessário e pleno, Como algo único, sem outro igual.
Como a luz, o som, a matéria… O todo.

O que nos impede de viver plenamente?

Preciso explicar o que é extraordinário… extra - além -, e ordinário-comum.
Ser ordinário, é viver um estado chamado de normalidade, já dizia Gurdjieff (místico e mestre espiritual armênio-1866-1949).

O homem é uma máquina. O que quer dizer isso?

Perdemos a plenitude… Somos influenciados o tempo todo através das identificações. Alguém nos diz algo e achamos que é pessoal… Quando na verdade, o que nos coloca nesta posição, são as nossas "feridas internas".
E só posso vê-las quando me encontro em um estado de menos identificação.

A normalidade é apenas o suficiente para existir, ou talvez subsistir, e não corresponde ao potencial que reside dentro de você e que urge vir à tona, para que explore as habilidades, vocações e contribuições que só você pode dar ao mundo.

Só uma vida extraordinária lhe permitirá a manifestar em sua existência todo o potencial que você, um ser único e pleno, pode irradiar e concretizar. 

O que o impede de sair do estado de potencial ação para concretização de seus objetivos são as prisões internas, que você criou mesmo que inconscientemente, ou recebeu de seu sistema familiar… Creia nisso!

Mas afinal, o que são as prisões? Onde estão e de que forma se configuram para limitar e condicioná-lo, além de restringir suas potencialidades?
Você pode discordar daquilo que lê, mas, pelo menos, deixe uma segunda opinião atuar, não descarte tudo antes.

Existe um momento mágico do "não sei", em que você ficará pelo tempo que quiser. Ele é o presente, é o agora! O "não sei" é simplesmente contemplar!

Perceba que você não precisa conflitar pensamentos. Em seu tempo, quando conseguir relaxar e interiorizar, suas respostas surgirão. Essa é a conexão com a fonte da potencialidade plena, múltipla.

O universo está sempre em transformação e nós estamos sempre nos reinventando e mudando. Realmente, o universo é infinito, está sempre se renovando sem jamais deixar de existir. Ele apenas muda, se transforma, se expande ou se retrai.Assim somos nós, sempre em transformação. Nosso corpo renova as células a cada minuto, como se estivessémos nascendo e morrendo várias vezes. Isso é renovação, é a transformação orgânica, acredite! 

Se isso ocorre em seu corpo, por que não na sua vida?

Nós seres humanos especificamente, existimos com fatores e sentimentos que permeiam essas transformações…
Ficar na zona de conforto e pra permanecer na inércia dos nossos condicionamentos???? Não... fuja do efeito manada.! Saia da zona do conforto. Experimente o "não sei " como forma de estímulo na busca do novo.

Eu, Tais, experimento algo novo, com o método próprio e puro... Se você quer experimentar também vá até o www.conectarandaluz.com.br e dê uma pesquisada...
Lá, tem até uma possibilidade de você experimentar o método (educação frequencial) por 30 dias, gratuitos… E aí, através dos efeitos, você poderá decidir se quer ou não, dar continuidade à seus estudos e descobertas.

Eu fui, iniciei e permaneço… Em minha vida fez, e faz, grande diferença: mais qualidade de vida, mais presença e curas excepcionais. Esse método transforma a escravidão das reações em liberdade de ação, ou seja, ganha-se livre arbítrio, força e poder de escolha daquilo que necessitamos. Experimente...
Boa semana!
Tais
Obs- Fontes de consulta para escrita deste texto: Minhas experiências no Anadaluz -https://conectarandaluz.com.br/; Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Ouspenski;Saude Plena - Dr Juliano Pimentel e Dr Paulo Bittencourt;  Psicologia da evolução possivel do homem - Ouspenski; Relatos de Belzebu  a seu neto - George Ivanovich Gurdjieff

domingo, 25 de outubro de 2020

Professores são mediadores


"Professores são mediadores. Transmitem aos outros, sobretudo aos mais novos, o que vivenciaram, aprenderam, receberam de outros professores e desenvolveram, de modo que tudo isso também lhes seja peculiar.

Entre o professor e os que aprendem com ele, há um desnível, pois o professor dá, e os alunos tomam. Quando esse desnível é reconhecido e os alunos honram e respeitam seu professor, podem aprender ao máximo com ele. E, assim, ele também pode dar-lhes o máximo. 

Quem aprende sabe que se encontra em posição inferior, pois é quem necessita e espera algo de seu professor. Para que a relação entre professor e aluno sirva ao conhecimento, à experiência e ao crescimento sem contratempos, ela precisa desse desnível e do comportamento que lhe corresponde. 

O professor não pode colocar-se no mesmo nível dos alunos enquanto eles ainda quiserem algo dele, e o aluno não deve aproximar-se demais do professor nem querer medir-se com ele.

Por isso, enquanto estiver estudando, cabe ao aluno reconhecer e concordar com essa dependência. Isso significa que, enquanto estiver estudando, de certo modo é inferior. 

Porém, tão logo tiver aprendido o suficiente, chegará o momento em que terá de se separar do professor. Terá suas próprias experiências, talvez também se torne professor e repasse aos outros o que seu mestre lhe transmitiu. 
Ao mesmo tempo, o que foi aprendido terá de ser comprovado em ações concretas, pois somente no próprio fazer e no próprio êxito é que se torna uma propriedade pessoal.

Isso é conseguido com tanto mais facilidade quanto mais cedo o aluno permanecer intimamente ligado a seu professor. Este o auxiliará com benevolência e o apoiará mesmo quando ele fizer algo diferente – do mesmo modo como os avós permanecem presentes e com boa vontade ajudam um pai ou uma mãe que ensina o filho. 

Assim, os filhos podem receber mais e com mais amor dos pais o que estes lhes dão e transmitem."
Bert Hellinger - Meu trabalho minha vida- 2018
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Quanta amorosidade e simplicidade neste texto de Bert.
Aqui vemos perfeitamente o desequilíbrio da relação que ocorre entre alunos, professores, pais e escola enquanto instituição.

Todo esta desordem agora está precisando ser revista.
Talvez, agora seja reestabelecida em função de um esgotamento de ambos os lados ( família e escola). 
Por meio do conflito e da impotência diante deste periodo em que estamos vivendo, a paz seja possivel.
Eu sinceramente olho com muito carinho para as crianças, suas famílias e as instituições educacionais.
Boa semana
Tais

domingo, 11 de outubro de 2020

Como a lei de causa e efeito influencia nossas vidas

Você já ouviu falar sobre a lei de causa e efeito? É provável que você já tenha ouvido alguém dizer isso. Basicamente, o conceito tenta explicar algum acontecimento da vida atual como consequência do que aconteceu em outra vida.

Apesar de muito atribuída ao espiritismo, a ideia transcende podendo ser usada em diferentes contextos. Para entender mais é só continuar lendo este artigo! E pode ficar tranquilo, pois esse não é um artigo para incentivar a prática do espiritismo. Respeitamos a prática livre da religião. É apenas uma explicação desse conceito. Acompanhe!

Um pouco de história

De acordo com o francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec (1804-1869): “Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito.”.

O pai do espiritismo e do estudo científico de fenômenos paranormais, foi um grande pesquisador da humanidade. Um dos seus questionamentos era justamente estudar a causa do mal que acontece agora. De acordo com ele, a origem do que acontece na atualidade não tem a intenção de punir, mas de educar.
Na prática

Que tal aplicar o conceito da lei da causa e do efeito no nosso dia a dia? É possível que algo que você faça hoje possa ter um efeito negativo ou positivo no dia seguinte. Para evitar o imprevisível que ninguém quer, é essencial que você pense em tudo que está fazendo de forma estratégica.

Por exemplo, imagine que você está trabalhando em uma atividade que pode te trazer grande sucesso, ao mesmo tempo em que pode trazer a ruína da carreira de outra pessoa. Será que é prudente seguir com a execução da sua tarefa? É preciso medir os prós e contras, pois as suas ações do presente podem ter influência no futuro. Pode ser que o impacto seja positivo. Mas, se for negativo, você vai estar preparado para lidar com isso?

Outro exemplo é o resultado que a sua fala pode ter em outras pessoas. Já imaginou o efeito de um discurso preconceituoso para pessoas que estão sofrendo como o problema? Você pode ter o poder de influenciar para o desenvolvimento de boas ações em relação aos sentimentos ruins que o preconceito traz. Porém, ao mesmo tempo, você pode incentivar atos de desrespeito ou até emoções ainda mais tristes.

Nos dois casos acima, o planejamento de pensamento e ação se faz essencial. Afinal, antes de realizar pequenas ou grandes atitudes, é preciso pensar nas consequências. No começo isso pode parecer trabalhoso, mas se você sempre adicionar esse tipo de pensamento na sua rotina, não será difícil. Basta sempre pensar nas consequências dos seus atos antes de sair por aí agindo por impulsividade. Além de preservar a sua consciência e de fazer bem para o seu marketing pessoal, esse tipo de comportamento demonstra empatia e solidariedade.

O exercício da inteligência emocional pode ajudar você a chegar nesse nível de maturidade sem precisar se desesperar. Para entender mais desse assunto é só continuar lendo o artigo!
O que é inteligência emocional

A inteligência emocional é uma forma de administrar os seus sentimentos em qualquer tipo de situação. O conceito é essencial para quem está buscando por mais estratégia e menos sentimentalismo em momentos importantes, como os cenários em que a pressão profissional é mais forte.

Imagine começar a chorar quando aparece um problema no trabalho. Ou imagine simplesmente entrar em estado de choque ao se deparar com uma situação repentina no mundo corporativo. Em ambos os casos, é essencial que você tenha a presença de espírito para conseguir resolver o problema de maneira estratégica.

Para isso, você pode contar com a inteligência emocional que ensina a você mais sobre si mesmo. Isso mesmo! Afinal, só é possível conseguir gerenciar seus pensamentos e ações se você se conhecer profundamente.

Então, antes dessa etapa é importante praticar o autoconhecimento, um exercício fundamental e impactante. Essa relevância não é para menos: a prática mostra a você quais são os seus pontos positivos e como os deixar ainda mais fortes; identifica quais são as suas virtudes que podem estar escondidas esperando por um impulso para aparecerem; e quais são os seus pontos negativos, que precisam ser desenvolvidos para que se tornem menos sabotadores no seu dia a dia.

Após entender esses pontos importantíssimos sobre você mesmo, é possível trabalhar nos itens que se relacionam com a inteligência emocional. Você vai aprender a prever quais são os seus pensamentos e reações quando uma situação difícil aparecer na sua frente. Tal comportamento não acontece da noite para o dia, por isso, precisa ser treinado constantemente. Até mesmo quando você acha que já está craque no assunto.

Os benefícios dessas práticas são inúmeros! Em primeiro lugar, você terá plena consciência da importância de se analisar a situação antes de simplesmente agir por impulsividade. Isso acontece, pois você terá despertado a sua capacidade de pensar com estratégia respeitando a si mesmo e ao próximo.

Você irá contribuir para a sua imagem no ambiente corporativo, melhorando o seu marketing pessoal. Além disso, poderá aplicar os conhecimentos na sua vida pessoal. Tudo isso ainda pode trazer um nível de amadurecimento que contribui fortemente para o seu bem-estar mental e físico. 

No fim das contas, o aprendizado do autoconhecimento e da inteligência emocional eleva o seu nível intelectual e ainda trazem paz para o cotidiano. Todos nós merecemos isso, não é mesmo?
IBC Coaching - Jose Roberto Marques
www.ibccoaching.com.br
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domingo, 27 de setembro de 2020

Não dá para acreditar: eu sou feliz

"Meu médico insistiu para que eu viesse vê-lo', disse o paciente ao psiquiatra. 'Não sei o porquê - pois eu sou feliz no casamento, tenho segurança no meu trabalho, muitos amigos, nenhum problema...' 'Hmmmm,' disse o psiquiatra, procurando por seu caderno de anotações, 'e há quanto tempo você vem se sentindo assim?'

"Felicidade não é algo fácil de se acreditar. Parece que o homem não pode ser feliz. Se você falar sobre sua tristeza, depressão e miséria, todo mundo irá acreditar. Isso parece ser natural. Mas se você falar sobre a sua felicidade, ninguém acreditará em você - isso parece ser não-natural.
Sigmund Freud, depois de quarenta anos de pesquisas a respeito da mente humana, trabalhando com milhares de pessoas, observando milhares de distúrbios mentais, chegou à conclusão de que a felicidade é uma ficção: o homem não pode ser feliz. No máximo, nós podemos fazer coisas um pouco mais confortáveis, e isso é tudo. No máximo, nós podemos tornar a infelicidade um pouco menor, e isso é tudo. Mas, feliz, o homem não pode ser.
Isso parece ser muito pessimista, mas se olharmos para o homem moderno, veremos que é exatamente assim; parece que isso é um fato.

Buda diz que o homem pode ser feliz, tremendamente feliz. Krishna canta canções sobre a felicidade suprema - satchitanand. Jesus fala a respeito do Reino de Deus. Mas como você pode acreditar em tão poucas pessoas, as quais podemos contar nos dedos, contra toda a massa, milhões e milhões de pessoas ao longo dos séculos, que permanecem infelizes, caminhando mais e mais em direção à infelicidade. Toda a vida dessas pessoas é uma história de miséria e nada mais. E depois vem a morte! Como acreditar naquelas poucas pessoas?

Ou elas estão mentindo, ou elas estão enganadas. Ou elas estão mentindo por algum motivo, ou elas são meio malucas, enganadas pelas próprias ilusões. Elas devem estar vivendo para satisfazer um desejo. Elas queriam ser felizes e começaram a acreditar que elas eram felizes. Mais do que um fato, isso parece uma crença, uma crença desesperada, Mas como aconteceu dessas poucas pessoas se tornarem felizes?
Se você deixar o homem de lado, se você não prestar muita atenção ao homem, então Buda, Krishna, Cristo irão parecer que são mais verdadeiros. Se você olhar para as árvores, se você olhar para os pássaros, se você olhar para as estrelas, então verá que tudo está vibrando em tremenda felicidade. Parece que a felicidade é a matéria-prima com a qual a existência é feita. E somente o homem é infeliz.

No fundo, alguma coisa está errada.

Buda não está enganado, nem está mentindo. E eu digo isso a você, não com base na autoridade da tradição; eu digo isso a você com base na minha própria autoridade. O homem pode ser feliz, mais feliz que os pássaros, mais feliz que as árvores, mais feliz que as estrelas, porque o homem tem algo que nenhuma árvore, nenhum pássaro, nenhuma estrela tem. O homem tem consciência.
Mas quando você tem consciência, então duas alternativas são possíveis: ou você pode tornar-se infeliz, ou você pode tornar-se feliz. A escolha é sua. As árvores simplesmente estão felizes porque elas não podem ser infelizes. A felicidade delas não é liberdade; elas têm que ser felizes. Elas não sabem como ser infelizes, não existe outra alternativa.
Esses pássaros gorjeando nas árvores, eles são felizes. Não porque eles tenham escolhido ser felizes; eles simplesmente são felizes porque eles não conhecem outra maneira de ser. A felicidade deles é inconsciente. Ela é simplesmente natural.

O homem pode ser tremendamente feliz, e tremendamente infeliz. Ele é livre para escolher. Essa liberdade é um risco. Essa liberdade é muito perigosa, porque você se torna responsável. E algo aconteceu com essa liberdade. Alguma coisa está errada. O homem está, de uma certa maneira, de cabeça para baixo.
Você veio até a mim, procurando por meditação. A meditação é necessária somente porque você não escolheu ser feliz. Se você tivesse escolhido ser feliz, não haveria nenhuma necessidade de meditação. 

A meditação é medicinal: se você está doente, então o medicamento é necessário. Os Budas não precisam de meditação. Uma vez que você começou a escolher a felicidade, uma vez que você decidiu que você tem que ser feliz, então nenhuma meditação é necessária. A meditação começará a acontecer naturalmente, por ela mesma.
A meditação é uma função do estar feliz. A meditação segue o homem feliz como uma sombra: em qualquer lugar que ele for, qualquer coisa que ele estiver fazendo, ele estará meditativo. Ele estará intensamente centrado.

A palavra 'meditação' e a palavra 'medicação' têm a mesma raiz; e isso é muito significativo. A meditação também é medicinal. Você não carrega vidros de remédios nem receitas médicas se você estiver com saúde. Naturalmente, quando você não está com saúde, você tem que ir ao médico. Ir ao médico não é uma grande coisa para ficar fazendo alarde. A pessoa deve se sentir feliz se o médico não for necessário.

Existem muitas religiões, porque existem muitas pessoas infelizes. Uma pessoa feliz não precisa de religião. Uma pessoa feliz não precisa de templo, nem de igreja, porque para uma pessoa feliz, todo o universo é um templo, toda a existência é uma igreja. Uma pessoa feliz não tem nada parecido com uma atividade religiosa, porque toda a sua vida já é religiosa.

Qualquer coisa que você fizer com felicidade será uma prece; seu trabalho se tornará um culto, a sua própria respiração terá um esplendor, uma graça. Não que você repita constantemente o nome de Deus - somente as pessoas tolas fazem isso - porque Deus não tem nome algum, e por repetir algum suposto nome você simplesmente tornará estúpida a sua mente. Por repetir o Seu nome você não irá a lugar algum. Um homem feliz simplesmente vê Deus em todo lugar. E você precisa de olhos felizes para ver Deus.

Se você quer ser feliz, então comece a fazer escolhas naturais. Há muitas ocasiões em que você terá que ser desobediente - seja! Haverá muitas ocasiões em que você terá que ser rebelde - seja! Não há nenhum desrespeito implícito nisso. Seja respeitoso com seus pais. Mas lembre-se de que a sua mais profunda responsabilidade é com o seu próprio ser.
Todo mundo está sendo empurrado e manipulado. Ninguém sabe qual é o seu destino. O que você realmente sempre quis fazer, foi deixado de lado. E como você pode ser feliz? Alguém que poderia ter sido um poeta, tornou-se simplesmente um emprestador de dinheiro. Alguém que poderia ter sido um pintor, tornou-se um médico. Alguém que poderia ter sido um médico, um belo médico, é agora um homem de negócios. Todo mundo está fora do lugar. Todo mundo está fazendo alguma coisa que nunca quis fazer; daí a infelicidade.

A felicidade acontece quando a sua vida se encaixa com o que você é, quando se encaixa tão harmoniosamente que qualquer coisa que você fizer será pura alegria. Então, de repente, você descobrirá que a meditação segue você. Se você ama o trabalho que está fazendo, se você ama a maneira como está vivendo, então você está meditativo. Então nada irá desviar você. Quando você se desvia de certas coisas, isso simplesmente demonstra que você não está realmente interessado naquelas coisas.

Nós temos nos desviado por motivos não naturais: dinheiro, prestígio, poder. Ouvir o pássaro cantar não vai lhe dar dinheiro. Ouvir o pássaro cantar não vai lhe dar poder e prestígio. Observar uma borboleta não irá ajudá-lo economicamente, politicamente, socialmente. Essa coisas não lhe trarão remuneração, mas essas coisas irão fazê-lo feliz.

Uma pessoa verdadeira tem coragem de se voltar para as coisas que a fazem feliz. Se com isso ela permanecer pobre, ela permanecerá pobre; ela não reclamará disso, ela não guardará nenhum rancor. Ela dirá: 'Eu escolhi o meu caminho, eu escolhi o cantar dos pássaros e as borboletas e as flores. Eu posso não ser rico, tudo bem, mas eu sou rico porque eu sou feliz.'
Esse tipo de homem não necessita de qualquer método para se centrar, por que não é preciso, ele está centrado. Seu centramento está por toda a sua vida. Vinte e quatro horas por dia ele está centrado.

Em qualquer lugar que você vê dinheiro, você já não é mais você mesmo. Em qualquer lugar que você vê poder e prestígio, você já não é mais você mesmo. Em qualquer lugar que você vê respeitabilidade, você já não é mais você mesmo. Imediatamente você esquece tudo - você esquece os valores intrínsecos de sua vida, a sua felicidade, a sua alegria, o seu deleite.
Você sempre escolhe algo do lado de fora, e você barganha com algo do lado de dentro. Você perde o interior e ganha o lado de fora. Mas o que você vai fazer com isso? Mesmo se você tiver todo o mundo aos seus pés, mas se você tiver perdido a si mesmo; mesmo se você tiver conquistado todas as riquezas do mundo, mas se você tiver perdido seu próprio tesouro interior, o que você fará com tudo aquilo? Essa é a miséria.

Se você puder aprender uma coisa comigo, então que essa coisa seja: esteja alerta, consciente a respeito de seus próprios motivos mais internos, a respeito de seu próprio destino mais interno. Nunca perca você mesmo de vista, de outra maneira você será infeliz. E quando você estiver infeliz, as pessoas irão dizer: 'medite e você se tornará feliz!' Elas dirão: 'Esteja centrado e você se tornará feliz; ore e você se tornará feliz; vá ao templo, seja religioso, seja um cristão ou um hindu, e você será feliz'. Tudo isso é tolice.

Seja feliz! e a meditação virá em seguida. Seja feliz, e a religião virá em seguida. Felicidade é a condição básica. As pessoas se tornam religiosas somente quando elas estão infelizes; então a religião delas é falsa. Tente entender porque você está infeliz.
Muitas pessoas vêm a mim e dizem que elas são infelizes, e elas querem que eu lhes dê alguma meditação. Eu digo: primeiro, a coisa básica é compreender porque vocês estão infelizes. E se vocês não removerem todas as causas básicas de sua infelicidade, eu posso lhes dar uma meditação, mas isso não vai ser de grande ajuda, porque as causas básicas permanecem aí.

Um certo homem poderia ter sido um grande e belo dançarino, mas ele está sentado num escritório arquivando fichas. Sem qualquer possibilidade para a dança. O homem poderia ter curtido dançar sob as estrelas, mas ele segue simplesmente acumulando contas bancárias. E ele diz que está infeliz: 'me dê alguma meditação.' Eu posso dar a ele, mas o que essa meditação irá fazer? O que se espera que ela possa fazer? Ele vai permanecer o mesmo homem: acumulando dinheiro e sendo competitivo no mercado. A meditação poderá ajudar da seguinte maneira: poderá fazer com que ele fique um pouco mais relaxado para seguir fazendo essas tolices, e de uma maneira ainda melhor.

Então, o meu chamado é somente para aqueles que são realmente ousados, aqueles que desafiam o demônio, aqueles que estão prontos para mudar os seus próprios padrões de vida, aqueles que estão prontos para apostar tudo - porque na verdade você nada tem para apostar: somente a sua infelicidade, a sua miséria. Mas as pessoas se agarram até mesmo a isso.
O que mais você tem para apostar? Só a miséria. E o único prazer que você tem é falar a respeito dela. Observe as pessoas falando a respeito de suas misérias: quão felizes elas se tornam! Elas pagam por isso: elas vão aos psicanalistas para falar a respeito de suas misérias - e elas pagam por isso! Alguém as escuta atentamente, e elas se sentem felizes.

As pessoas seguem falando a respeito de suas misérias, repetidamente. Elas até mesmo exageram, elas enfeitam, elas fazem com que as suas misérias pareçam ainda maiores. Elas fazem com que elas pareçam maiores do que a duração de suas vidas. Por que? Você nada tem para apostar. Mas as pessoas se apegam ao conhecido, ao que é familiar. A miséria é tudo o que elas têm conhecido; isso tem sido a vida delas. Nada têm a perder, mas com tanto medo de perder...

Comigo, a felicidade vem primeiro, a alegria vem primeiro. A atitude celebrativa vem primeiro. Uma filosofia afirmativa de vida vem primeiro. Curta! E se você não puder curtir o seu trabalho, mude. Não espere! Porque todo o tempo que você está esperando, você está esperando por Godot. E Godot nunca vem. A pessoa simplesmente espera, e desperdiça sua própria vida. Por quem e por que você está esperando?

Se você puder ver o ponto, que você está miserável dentro de um certo padrão de vida, e que todas as velhas tradições dizem: Você está errado. Eu gostaria de dizer que o padrão é que está errado. Tente entender a diferença na ênfase: Você não está errado! É só o seu padrão, a maneira de viver que você aprendeu é que está errado. As motivações que você aprendeu e aceitou como suas, não são suas. Elas não irão realizar o seu destino. Elas vão contra a sua essência, elas vão contra o que lhe é elementar.

Lembre-se disso: ninguém mais pode decidir por você. Todos os mandamentos deles, todas as ordens deles, todas as moralidades deles, são simplesmente para matar você. Você tem que decidir ser você mesmo. Você tem que tomar sua vida em suas próprias mãos. De outra maneira a vida vai seguir batendo em sua porta e você nunca estará lá; você estará sempre em algum outro lugar.

Se você tinha que ser um dançarino, a vida virá por aquela porta, porque ela pensa que você é um dançarino. Ela bate na porta, mas você não está lá; você é um bancário. E como a vida vai saber que você se tornou um bancário? Deus vem a você da maneira que ele quer você seja; ele conhece apenas aquele endereço. Mas você nunca é encontrado lá, você está sempre em algum outro lugar, escondendo-se atrás da máscara de alguém que não é você, com os trajes de alguém que não é você e usando o nome de alguém que não é você.

Como você espera que Deus possa encontrá-lo? Ele segue procurando por você. Ele sabe o seu nome, mas você abandonou aquele nome. Ele conhece o seu endereço, mas você nunca morou lá. Você permitiu que o mundo desviasse você.

Por que na cabeça de todo mundo surge essa idéia de que a meditação traz felicidade? De fato, sempre que eles encontram uma pessoa feliz, eles encontram uma mente meditativa, essas duas coisas estão associadas. Sempre que eles encontram uma bela atmosfera meditativa circundando um homem, eles sempre descobrem que ele estava tremendamente feliz; vibrante com a alegria, radiante. Essas coisas se tornaram associadas. E eles pensam que a felicidade vem quando você está meditativo. E é exatamente o oposto: a meditação é que vem quando você está feliz.

Mas ser feliz é difícil e aprender a meditar é fácil. Ser feliz significa uma drástica mudança em sua maneira de viver, uma mudança abrupta, porque não há nenhum tempo a perder. Uma mudança súbita, um repentino estrondo de trovão (a sudden clash of thunder), uma descontinuidade.

Isso é o que eu entendo por sânias: uma descontinuidade com o passado. Um repentino estrondo de trovão, e você morre para o velho e então, revigorado, você recomeça do bê-a-bá. Você nasce de novo. Você começa de novo a sua vida, como você começaria se os padrões não tivessem sido impostos a você pelos seus pais, pela sociedade, pelo Estado; como se ninguém tivesse desviado você. Mas você foi desviado. 

Você tem que deixar de lado todos os padrões que foram impostos a você, e você tem que encontrar a sua própria chama interior.
Não se preocupe muito com o dinheiro, porque ele é o maior desvio da felicidade. E a ironia das ironias é que as pessoas pensam que elas serão felizes quando elas tiverem dinheiro. Dinheiro nada tem a ver com felicidade. Se você é feliz e você tem dinheiro, você pode usá-lo para a felicidade. Se você é infeliz e tem dinheiro, você usará aquele dinheiro para mais infelicidades. Porque o dinheiro é simplesmente uma força neutra.

Eu não sou contra o dinheiro, lembre-se. Não me interprete mal. Eu não sou contra o dinheiro, eu não sou contra nada. Dinheiro é um meio. Se você for feliz e você tiver dinheiro, você se tornará mais feliz. Se você for infeliz e tiver dinheiro, você se tornará mais infeliz, por que o que você fará com o seu dinheiro? O dinheiro vai realçar o seu padrão, seja qual ele for. Se você for miserável e tiver poder, o que você fará com o seu poder? Você irá envenenar a si próprio ainda mais com o seu poder, você se tornará mais miserável.

Mas as pessoas seguem atrás do dinheiro como se o dinheiro fosse trazer felicidade. As pessoas seguem procurando por respeitabilidade como se respeitabilidade fosse lhe dar felicidade. As pessoas estão prontas a qualquer momento, para mudar os seus padrões, para mudar os seus caminhos, desde que haja mais dinheiro disponível em algum outro lugar.
Uma vez que o dinheiro esteja ali, então de repente você não é mais você mesmo, você está pronto para mudar.

Esse é o caminho do homem mundano. Eu não digo que pessoas mundanas são aquelas que têm dinheiro. Eu chamo de pessoas mundanas aquelas que mudam os seus motivos por causa do dinheiro. Eu não digo que as pessoas que não tem dinheiro não sejam mundanas. Elas podem ser simplesmente pobres. Eu digo que as pessoas não são mundanas quando elas não mudam seus motivos por causa de dinheiro. Só por ser pobre não equivale a ser espiritual. E só por ser rico não é equivalente a ser um materialista. O padrão materialista de vida é aquele em que o dinheiro predomina acima de tudo. A vida não materialista é aquela em que o dinheiro é simplesmente um meio; a felicidade predomina, a alegria predomina, a sua própria individualidade predomina. Você sabe quem você é, e para onde está indo, e você não está se desviando. Então, de repente, você vê que a sua vida adquiriu uma qualidade meditativa.

Mas em algum ponto do caminho, todo mundo se perdeu. Você foi educado por pessoas que não se realizaram. Você foi educado por pessoas que não tinham saúde. Você pode sentir pena delas. Eu não estou lhe dizendo para ser contra elas. Eu não as estou condenando, lembre-se. Simplesmente sinta compaixão por elas. Os pais, os professores do colégio e da universidade, os chamados líderes da sociedade, eles foram pessoas infelizes. Eles criaram um padrão infeliz em você.

E você ainda não assumiu a sua própria vida. Eles viveram segundo uma interpretação errada, e essa foi a miséria deles. E você também está vivendo segundo uma interpretação errada.
A meditação ocorre naturalmente a uma pessoa feliz. A meditação ocorre naturalmente a uma pessoa alegre. A meditação é muito simples para uma pessoa que pode celebrar, que pode curtir a vida. Mas você tem tentado isso de uma outra maneira, e assim não é possível.

                                                                                       OSHO - A Sudden Clash of Thunder
                                                                                          (Tradução: Sw. Bodhi Champak)
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
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