domingo, 20 de dezembro de 2020

Fenomenologia do essencial

A fenomenologia é uma filosofia nascida com a seguinte pergunta:
O que é Consciência? 

Para alguns, a consciência é o que conhecemos do universo psíquico, ao contrário dos conteúdos que estão no inconsciente.

Por exemplo: digo que não tenho raiva de uma pessoa, mas em meus sonhos estou brigando com ela. 

Para outros, a consciência é a luz da razão: ao tomar consciência de algo posso gerenciar aquilo.

Por exemplo: Descubro que cigarro faz mal, então, se a consciência fosse a luz da razão, eu pararia de fumar, mas não consigo.

Para Hellinger, que desenvolveu seu próprio caminho fenomenológico, existe 3 consciências. A pessoal é sentida como pertencimento à família ou grupo. Ela ainda se “divide” em boa ou má.

Se sigo os valores do meu clã me sinto pertencendo, então estou com a consciência leve (boa). Se faço algo que não está de acordo com os valores do grupo, tenho medo de ser excluída, gerando a má consciência. 

E, às vezes, acontece mesmo de sermos expulsos, mas nunca deixamos de pertencer, porque também existe a Consciência Coletiva, que zela pelo pertencimento de todos, independente do que achamos bom, mal, digno ou não.

O Rei Edward da Inglaterra foi obrigado a abdicar do trono ao se casar com Wallis, uma atriz divorciada, americana. 

Seu sobrinho, Charles, na linha de sucessão ao trono graças ao exílio do tio, foi separado de sua Camila, por ela não servir aos padrões da coroa. 

Atualmente, seu filho Harry pode casar com Meghan, uma atriz americana, divorciada, sem precisar perder nada. Mas ele abdicou do seu papel na família real para seguir com ela, como fez seu tio avô exilado, o Rei Edward.

A consciência coletiva é o que atua na repetição de destinos até que o excluído seja incluído novamente. 

Hellinger também intuiu a Consciência Espiritual, mas foi compreendê-la mais tarde, no que hoje conhecemos como Constelação Familiar Original Hellinger ou Familienstellen

Ela serve a todos, unindo o que foi separado, reconciliando o irreconciliável. 

É ela quem atua como lágrimas de amor pelos mortos, entre dois povos em guerra.

É com ela que chegamos ao essencial, aquilo que realmente sacia, como dizia o Hellinger.
Fonte: Mônica Clemente - Constelando com a Fonte- blog no facebook
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domingo, 6 de dezembro de 2020

Depressão e ansiedade tem cura? As Constelações Familiares podem ajudar


Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um relatório onde definia os transtornos ansiosos e depressivos como mal do século. Nunca se falou tanto sobre eles, quanto nesses últimos tempos, especialmente com a chegada da pandemia de COVID-19. Mas, será que depressão e ansiedade tem cura?

Antes de mais nada, é preciso compreender um pouco melhor sobre ambos os distúrbios. Confira uma breve descrição sobre cada um:

Transtornos depressivos
É muito importante diferir um período de tristeza, da depressão em si. Muitas pessoas experienciam períodos de profundo desânimo e até tristeza, devido a situações da rotina. Mas, quando isso vira patológico e evolui para a depressão?

A depressão se caracteriza por uma tristeza tão profunda, que significa a perda de sentido da vida, uma angústia sem fim e extremamente incapacitante. Muitas vezes sem causa aparente.

Além das consequências no humor, os sintomas cognitivos e até motores também são comuns. 

Transtornos de ansiedade
Aqui, é fundamental frisar que sentir-se ansioso pode ser completamente normal. Afinal, é uma resposta primitiva à um estado de perigo iminente, sendo o principal motivo que fez com que nossa espécie chegasse até aqui.

Porém, quando os sintomas mais comuns da ansiedade se tornam crônicos e afetam toda a vida da pessoa (social, profissional e pessoal), é um grave sinal de que o transtorno está instalado. 

Um exemplo fácil para identificar o estado patológico, é quando a pessoa sente em níveis extremos todos os sintomas, porém, sem uma causa real ou aparente. 

Ambos os distúrbios são graves e considerados doenças crônicas, que afetam o indivíduo em sua totalidade. Aliás, como dissemos no início do texto, devido à pandemia e ao isolamento social, segundo um estudo realizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, os casos de depressão tiveram uma alta de 80% nesses últimos meses. 

Esse é um dado preocupante, que demonstra o quanto devemos ter atenção ao adoecimento não apenas do corpo, mas também da mente e emocional. Sobre isso, Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke disserta:

“A doença é o estado do ser humano que indica que, na sua consciência, a pessoa não está mais em ordem, ou seja, sua consciência registra que não há harmonia.” 

Ao longo deste conteúdo, iremos demonstrar como a abordagem sistêmica pode te ajudar no enfrentamento dessas doenças e de que forma, a sua prática poderá lhe ajudar a superar esse período difícil. 

Depressão e ansiedade no Brasil

Em 2019, segundo dados da OMS, aproximadamente 5,8% da população brasileira sofria de depressão. Enquanto, a taxa de ansiedade era ainda mais alarmante: 9,3%. Isso representa mais de 30 milhões de pessoas sofrendo com os transtornos.

Como se isso já não fosse preocupante, uma pesquisa recente da UERJ, feita para medir o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental, demonstrou que casos depressivos mais que dobraram. Porém, referente a ansiedade, esses números são ainda mais críticos: 80% à mais do que os dados anteriores.

Pensando em trazer mais informação de qualidade e auxílio para a compreensão desses males, desenvolvemos esse conteúdo. Para que profissionais de saúde, ou mesmo pessoas que estão tendo de lidar com esses transtornos, possam encontrar uma luz frente às alternativas que ajudam a minimizar o mal que eles trazem.

Depressão e ansiedade tem cura? Saiba mais sobre essas doenças do ponto de vista sistêmico

É muito comum o questionamento se a depressão e ansiedade tem cura. E, infelizmente, a resposta é negativa, sob a ótica da medicina convencional. Com o tratamento adequado – medicação e abordagens terapêuticas – ambos são controlados e o paciente consegue voltar à sua normalidade, gradativamente. Porém, como toda doença crônica, ela pode ter um período de agravamento.

Ao longo dos anos, diversas abordagens vêm se mostrando eficazes no tratamento desses distúrbios, obtendo resultados positivos no controle dos sintomas e na recuperação do indivíduo. 

A visão integral do doente e da doença, tem trazido caminhos surpreendentes de percepção da doença e da importância do doente e sua fidelidade a seu sistema familiar, como protagonistas da recuperação ou agravamento dos quadros. 

A Constelação Familiar e sua abordagem sistêmica-fenomenológica, é um dos caminhos terapêuticos que têm conseguido acessar a força dos indivíduos, potencializando sua recuperação. A pessoa doente consegue reconhecer e utilizar seus recursos internos, na medida que se libera de suas fidelidades invisíveis ao seu sistema familiar, fidelidades essas, que são denunciadas através dos quadros de doenças físicas ou emocionais. Através do movimento de liberação, a saúde pode se manifestar.

Essa abordagem terapêutica breve, criada por Bert Hellinger, nos ajuda a compreender o mecanismo por trás do adoecimento. Dessa maneira, é possível agir não apenas no sintoma, mas sim na causa de toda a dor, trazendo resultados sólidos, eficientes e duradouros. Veja o que o autor tem a dizer sobre o tema:

“A doença é o sinal de que existe algo que aguarda para ser colocado em ordem. É sempre o amor que coloca algo em ordem. Principalmente o amor a um excluído que não tem lugar. Esse amor quer sempre mais. Também a doença quer sempre mais. O movimento em direção a mais é um movimento em direção à saúde.” – Bert Hellinger, no livro A Cura

Como as Constelações Familiares podem ajudar 
Se você ainda não conhece as Constelações Familiares, ela é uma abordagem terapêutica, que permite olhar o ser humano em sua totalidade, observando como as relações familiares sistêmicas atuam em sua vida. 

Esta poderosa ferramenta, ajuda não apenas o paciente em questão, mas também aquele que dedica sua vida a cuidar de quem tanto precisa de apoio – médicos, terapeutas, psicólogos, psiquiatras e demais profissionais da ajuda. 

Mas, para que toda essa engrenagem funcione como deve, Hellinger aponta seu olhar para a observância das três leis da vida que nomeia em seu trabalho, a lei da ordem, do pertencimento e do equilíbrio. Ele alerta, que a arte da verdadeira ajuda, prestada aqui, nesse contexto pelos profissionais da saúde, deve contemplar uma postura que favoreça seu exercício. Assim, nos apresenta, as ordens da ajuda. 

Através das ordens de ajuda, o profissional poderá servir mantendo-se saudável e mais eficiente, pois, de nosso lugar temos força. 

A seguir, vou te ajudar a entender melhor sobre as Ordens de Ajuda. 

Ordem da ajuda 1
Dar apenas o que se tem, e pegar para si somente o que se necessita.

É uma troca equilibrada entre o que cuida e aquele que está sendo cuidado. Essa ordem exige presença, humildade, coragem e respeito. 

Como profissional de ajuda, só posso dar aquilo que é de minha competência, portanto, saber o limite, até onde se deve e se pode servir é fundamental. Não somos salvadores de quem servimos. Somos ponte para o processo que pertence ao cliente. Quando servimos em equilíbrio, possibilitamos que o cliente desenvolva sua consciência e escolha ou não, utilizar seus próprios recursos para sua recuperação.

Ordem da ajuda 2
Submeter-se às circunstâncias é reconhecer a realidade e suas limitações.

Quem cuida precisa compreender que o local do protagonista não é dele. Dessa maneira, deve-se abster de impor ao cliente sua verdade e suas ideias como única referência de saúde para ele. 

Diante do destino do cliente, o profissional de ajuda deve se curvar respeitosamente. De seu lugar, o profissional oferece o que é possível, a partir de sua competência, mas sem negar a realidade do que se mostra ou tentar subvertê-la a qualquer custo. 

Essa postura que ultrapassa o lugar do profissional e o limite do cliente, além de desrespeitosa, é ineficaz. Acompanhar com respeito o que se mostra e aceitar seus limites como profissional e os limites do cliente, é essencial.

Ordem da ajuda 3
Colocar-se como um adulto diante de outro adulto

Quando o cuidador olha para seu cliente como um indivíduo adulto, que possui suas potencialidades e capacidade de lidar com suas dificuldades e dores, potencializa nele a percepção de sua verdadeira força. Dessa forma, o cliente se colocará como responsável por sua recuperação. 

O bom profissional sabe que quem tem a chave da saúde é o cliente. 

Ordem da ajuda 4
Focar no sistema como um todo

É papel daquele que fornece a ajuda, olhar o indivíduo em seu contexto como um todo. Ele é parte de um sistema que atua sobre sua saúde e sobre sua doença. 

Os movimentos invisíveis que agravam os quadros de doenças, se mostram quando olhamos o indivíduo em um contexto mais amplo. Assim, os caminhos de solução se tornam mais claros.

Ordem da ajuda 5
Amar a cada ser humano do jeito que é

O cuidador precisa se abster de quaisquer sentimentos pela situação em que o cliente está imerso, ou seja, aceitar o destino do cliente com respeito. Dessa forma terá condições de lidar com o que se mostra com isenção de intenções, com clareza e assertividade. 

Essa postura respeitosa é uma importante forma de amar. Amar o que se mostra, amar o que é, como é, seguir o que é possível e liberar com respeito, o que não se pode negociar ou mudar. 

A prática das ordens de ajuda desenvolve uma postura essencial para que o tratamento terapêutico tenha êxito. 

A mudança de postura, daquele que salva para aquele que serve, é necessária para que o profissional se torne um facilitador no processo de recuperação do quadro sintomático ou patológico do cliente. Assim, o cliente ao reconhecer sua potencial força, poderá transformar sua dor em recursos e se liberar de seus males!

Nossa saúde sob a influência dos nossos relacionamentos familiares 

Como seres sociáveis, nossa construção de personalidade é influenciada pelas relações e experiências familiares da qual estivemos inseridos. Logo, nossa saúde – física e mental – também demonstra reflexos dessa formação.

Conforme vimos, quando estamos sob a influência dessas experiências familiares, que por algum motivo não tenham sido boas, doenças como a ansiedade e depressão ganham espaço, pois buscam denunciar uma dor, uma exclusão, uma situação que ainda não teve uma adequada resolução. 

Muitos quadros de depressão e ansiedade, denunciam um amor sacrificial, um amor à beira do abismo,onde a presença e por vezes o desejo de morrer é constante. 

Através da visão sistêmica das constelações familiares, costumamos observar, que a doença está sempre à serviço da saúde, em um movimento concreto e por vezes definitivo, a nos mostrar para onde o nosso amor infantil olha. 

O trabalho das constelações auxilia o cliente a resgatar esse amor interrompido ou a quem foi excluído no seu sistema familiar, para que a saúde de seu sistema, expressa no corpo se restabeleça. Na verdade, tudo é amor. Doenças, amor sacrificial. Saúde, amor que cura! 

A abordagem das constelações familiares, aliada aos recursos da ciência médica, com certeza potencializa o caminho de sucesso do indivíduo em direção à saúde. Afinal, nosso organismo é capaz de ressignificar infinitas situações. Podemos educá-lo de que pequenas mudanças em nossa postura, junto com a compreensão acerca de diversos acontecimentos de nosso sistema familiar, podem fazer com que tenhamos luz e soluções para as dores originadas por doenças como a depressão e ansiedade, por exemplo.
Ipê Roxo - Instituto de Constelação Familiar - https://iperoxo.com/
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Explicações não resolvem as questões, certo?
O objetivo aqui foi esclarecer onde esta ferramenta maravilhosa- criada por Bert Hellinger -  Constelaçoes Familires - pode auxiliar na busca de soluções, de trazer à tona o que estava submerso.
Boa semana
Tais