Sinto confiança quando renuncio ao controle. Com confiança deixo algo meu para outra pessoa. Ela o aceita, porém à sua maneira especial. Não posso interferir enquanto confio. Tenho me adaptar. Assim que começo a duvidar e a tomar providências, para que ocorra algo além do que eu havia imaginado, assume eu mesmo o controle e a confiança cessa. Aquele ou aquilo que eu antes houvera confiado acaba por afastar-se de mim.
Contudo, às vezes tenho de assumir as rédeas da situação, por exemplo, quando alguém em quem confiei, assume as rédeas do que lhe confiei, como se a situação lhe pertence e, assim, ele pudesse me controlar e me subordinar em vez de, concordância comigo, confiar aquilo que é comum a nós dois.
Portanto, assim como eu, ele também terá de renunciar o controle e confiar em algo superior em nós. Então, minha confiança se revelará justificada. Ela vai crescer, aprofundar-se e unir-nos em uma missão comum, em um objetivo comum, conectando nos com humildade a algo que também nos unirá a muitas pessoas em favor do progresso delas. Essa confiança será recompensada.
No entanto, naquilo que faço e no que me dado como tarefa. Eu mesmo também tenho confiança na liderança de algum culto que me engaja em prol dos outros e de algo que me é superior.
Por isso, muitas vezes tenho de ficar em silêncio, ouvir interior- mente, esperar por um estímulo que, por assim dizer, chegue até mim vindo de fora. Preciso ser conduzido e carregado por ele em uma direção que talvez me cause medo, pois tenho que superar minhas forças, meu conhecimento e a percepção adquirida até o momento.
Essa é autêntica confiança. Abrangente e verdadeiramente humilde, nunca é frustrada.
Bert Hellinger - Meu Trabalho Minha Vida
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Percebo que , na verdade, o excesso de controle reside em achar que se pode tudo...ou que as coisas tem que ser como EU quero!A vida nos mostra várias vezes que precisamos largar o controle...mas como? Se não tenho nem consciência das emoções que permeiam toda a minha vida...
Sem consciência não temos como fazer outro caminho, mesmo com as situações conflitantes presentes. A tomada de consciência nos trás mais liberdade de ação.
Perceber que erramos não é problema... podemos ter, além do reconhecimento, a humildade para buscar alternativas pra lidar com aquilo que vemos!
E podemos ter sempre presente que às vezes, somente "errando" é que perceberemos. Mas, depois da tomada de consciência, a mudança é natural.
Boa semana!
Tais