A pessoa que quer trabalhar e não consegue está excluída da sociedade. Do ponto de vista da terapia sistêmica, que olha para as dificuldades das pessoas considerando que ela faz parte de vários sistemas (familiar, religioso, de uma organização, do seu país etc.), trata-se de uma pessoa que está vivendo uma situação de exclusão.
Segundo o teórico Bert Hellinger, isto significa que esta pessoa pode estar seguindo a um excluído do seu sistema familiar (um antepassado ao qual inconscientemente somos leais, numa dinâmica denominada de ”lealdades ocultas”).
Por que razão isto acontece?
O biólogo escocês Dr. Rupert Sheldrake explica este fenômeno como sendo resultado de campos morfogenéticos, que são campos não físicos que exercem influencia sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. São campos de formas, padrões, estruturas ou propriedades organizativas. Segundo ele, estes campos permitiriam a transmissão de informação entre organismos da mesma espécie como se dentro de cada espécie do universo, existisse um vinculo que atuasse instantaneamente em um nível sub-quântico, fora do espaço e do tempo. De acordo com esta teoria nossa consciência, pode perceber instantaneamente e influir instantaneamente sobre qualquer parte do universo.
A observação e o trabalho desenvolvido por Bert Hellinger demonstram que os sistemas são regidos por três leis que ele denominou de “leis do amor”. São ordem ou hierarquia, pertencimento e equilíbrio entre dar e receber amor e danos. Quando em um sistema estas “leis” não são respeitadas pelos seus membros, em algum momento, são criadas desordens que deverão ser compensadas para a preservação do mesmo.
A compensação destas desordens terá que ser realizada por um dos membros mais jovens do sistema que, por “amor”, tomará a si ou receberá da consciência familiar ou de algum ancestral (inconscientemente) a incumbência de equilibrar esta desordem. Às vezes trata-se de para compensar um dano que algum ancestral cometeu e não assumiu. Assim sem saber uma pessoa pode estar “presa” ou “emaranhada” em uma lealdade oculta, vivendo sem saber como um ancestral, a exclusão, a rejeição, o sentimento de não pertencimento. Outras vezes é sinal de uma intrincação grave. A pessoa estará emaranhada em um campo mórfico de fracasso ou de morte.
Se alguém tiver fidelidade a uma exclusão não será visto por seu entorno por mais que trabalhe. Se estiver vinculado a um dano não assumido não verá resultado por mais que trabalhe.
Para ser bem sucedido e ter trabalho um homem primeiro deve pagar sua divida com o país. Sua força está aí. Caso seus pais tenham vindo de outros países e algum desses países necessite agradecimento cabe a este descendente viver este agradecimento.
No caso de casais a esposa é o centro da família e devolve o que recebeu dos pais dando à sua família. Quando se entrega a isto com amor, o Sistema Familiar lhe apoia na realização profissional.
Se a pessoa também rejeitar sua mãe ou seu pai ou ambos, se negar a assumir a vida como ela é, ou não quer estar no estado adulto, só no infantil, no vitimismo no medo, também terá dificuldades para conseguir trabalho e realizar-se profissionalmente.
Tomar o pai incondicionalmente nos permite dizer sim à realidade, ter força e realização profissional. O êxito na vida vem através da mãe, da mesma forma que a saúde, o amor e a abundancia. Da maneira como tratamos nossa mãe tratamos a vida e da mesma maneira ela nos responde.
"Quando abraçamos aos nossos pais juntos internamente (pai e mãe) temos tudo. Nossos projetos e empresas são expressões da nossa vitalidade e da nossa participação a serviço da vida. Nossa maneira de viver a compensação adulta, de oferecer algo criativo ao sistema familiar, às novas constelações e em especial as constelações quânticas destacam nossa responsabilidade pessoal. Uma vez que olhamos, honramos e agradecemos o problema que surge em nossa vida temos a liberdade de continuar vivendo com o que nos cabe, direcionados para a vida como ela é com toda a nossa força".(1)
As crises e os problemas são indicações do que precisamos fazer para mudar, para mais consciência e mais vida. Eles surgem quando nos distanciamos da sintonia com a vida ou quando desrespeitamos uma ou várias das ordens do amor.
Através da ferramenta fenomenológica da constelação familiar é possível identificar se as dificuldades e bloqueios de uma pessoa resultam de uma lealdade oculta ou de um emaranhamento ou de uma dificuldade em tomar aos pais como são. Sem queixas, sem criticas. E iniciar o movimento de cura que deverá vir da decisão da própria pessoa em mudar.
Marcia Paciornik
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O mais rico nas constelações familiares é ter a possibilidade de "ver", compreender, e partir para uma mudança.
Às vezes o cliente permanecia muito tempo em terapias convencionais e não alcançava o "ponto" que precisava ser "olhado e modificado".
A constelação é a manifestação do inconsciente, com tudo que ali está registrado... e ela nos permite perceber o que há e que precisa ser modificado em sua estrutura atual!
Não há mágica...todas as respostas é o cliente que as tem, porém não sabe que tem. O constelador é o peça menos importante na solução: ele é apenas o facilitador. A permissão, a mudança e a concretização dos objetivos de vida é do cliente.
Se gostou ou tem alguma duvida ou questão por favor nos envie seus comentários ou perguntas. Um abraço.
Tais
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