O Farol de Setembro
Havia um farol que só aparecia em setembro, ao contrário do resto do ano quando era um fantasma esquecido nos mares daquela gente. Durante décadas, milhares de peregrinos passavam por lá para ver a aparição do monumento. Nos meses seguintes, porém, o povoado bebia a sua falta, sem saber que eles mesmos desapareciam com ele.
Qual a característica básica de todo vício?
O tomar.
Por que no vício este tomar ultrapassa todas as medidas?
Durante as Constelações Familiares Bert Hellinger observou que há um desejo por um objeto essencial por trás do tomar, que nunca será preenchido pelo objeto substituto do vício, e, além disso, ele, o objeto real, foi esquecido.
Por que o objeto essencial do desejo foi esquecido?
Por conta de alguma proibição ou por julgamentos de certo e errado, bom e mau.
Por exemplo: “seu pai me traiu, você não deve gostar dele”, “sua mãe te abandonou, sou agora melhor mãe para você do que ela”, “não contei para o seu pai da sua existência, mas te dei outro muito melhor”, “sua mãe não é direita, você devia ser totalmente diferente dela”, “a sua terra natal é uma vergonha”, “você não tem direito a nenhuma identidade, só a me servir”, etc.
Assim, quando há algum vício, pergunte-se:
1) O que é essencial para ter chegado a este mundo?
2) Qual deles foi proibido?
Então, toda vez que for tomar o objeto falso de vício imagine que se toma o objeto essencial com toda a voracidade de tê-lo no coração: ou o pai, ou a mãe, ou a terra natal, ou o protagonismo da própria vida que podem ter sido excluídos por alguma razão.
Com o tempo, o desejo pelo objeto substituto do tomar exagerado no vício se tornará fraco diante do objeto essencial honrado no coração, que agora não é mais esquecido.
E honrado não pelo que é ou fez, mas porque pertence.
Postado por http://www.constelandocomafonte.com.br/2014/03/36-vicio-e-pertencimento.html
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Abaixo um texto auxiliar extraído do livro - A Cura de Bert Hellinger
"Torna-se viciado aquele a quem falta algo. Para ele, o vício é um substituto.
Como curamos um vício em nós?
Reencontrando aquilo que nos falta.
Quem ou o que falta no caso de um vício? Geralmente é o pai. Ninguém e capaz de sentir-se inteiro e completo sem seu pai. Sendo assim, o vicio e a ânsia de reencontrar o que foi perdido e, com ajuda, sentir-se são e restabelecido. Contudo, por ser apenas um substituto, o vicio não é capaz de satisfazer essa necessidade. Por isso prossegue. E prossegue sem o pai.
Como podemos ajudar um viciado? Como ele pode ajudar a si mesmo?
Ele leva aquilo que foi perdido para dentro de seu vicio, desta forma tornando-o supérfluo.
O vicio mais difundido em nosso tempo é, em muitos países, o fumo. Nem mesmo o fato de estar escrito “fumar mata” nos maços de cigarro assusta a maioria das pessoas. Para elas ainda mais mortal é o sentimento de que algo lhes falta em seu profundo interior.
Como é possível para um fumante levar o pai que lhe falta para dentro de seu vicio?
Primeiramente, o que o ajuda é fumar com prazer, pois seu ato de fumar o conscientiza do quanto sente falta de algo. Quando deseja ou precisa fuma, sente o quanto lhe faz falta, por exemplo, seu pai. Assim que se prepara para tragar o cigarro, imagina seu pai. Então traga a fumaça profundamente em seus pulmões, olhando para seu pai, dizendo-lhe internamente: “ Tomo você em minha vida e em meu coração”. E uma até sentir seu pai dentro de si.
Algo similar vale para o álcool. Aquele que se tornou doente devido a este vicio brinda com o pai antes de beber. Então bebe, lenta e profundamente, sorvendo seu pai, a cada gole até sentir-se preenchido por ele e vivenciá-lo profundamente.
E as mães? Como elas ajudam seus filhos viciados?
Elas reconhecem que, para seus filhos, são apenas uma metade, e nunca a totalidade. Ao invés de manter seus filhos longe do pai, os guiam com amor até ele.
Este movimento começa quando verem e amarem, em seus filhos, também o pai deles, recordando o tempo feliz em que se sentiam em unidade com ele em todos os aspectos. Desta forma, reconhecem seu anseio por ele e se tornam um com ele novamente - e saudáveis."
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Lembremo-nos que existem muitos vícios que nem percebemos... então reflitamos nesta semana sobre estes textos .
Taís
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