domingo, 29 de julho de 2018

Aprendendo a servir

Aquele que não sabe seguir, jamais saberá servir. O serviço requer o aprendizado de ter tomado os ensinamentos daqueles que vieram antes. De todos os líderes que vieram antes, nossos pais são os mais importantes. Não importa o que eles fizeram ou como os ensinamentos foram transmitidos. A lição foi passada. Em paz com os ensinamentos dos nossos pais, saberemos honrá-los, transmitindo amorosamente o legado que nos foi confiado.

Honrar verdadeiramente nossos pais não é fácil. Não é uma atitude social. A ação do filho que honra os pais não é direcionada à eles. É revertida em benefício aos outros. À humanidade. A honra aos pais se mostra em serviço ao próximo. A todos. Serviço amoroso. Quando se limita a alguns poucos do nosso meio familiar, por mais boa intenção que se tenha, há uma distorção. Geralmente gerada pela necessidade de receber algo que julgamos ter o direito de receber dos pais ou da família.

Por apego e carência, limitamos o nosso dar. Na necessidade de receber, fechamos nosso canal doador. Sem a profunda compreensão de que já recebemos tudo o que nossos pais e família tinham pra nos dar, não há serviço. O amor se retrai. O mundo fica mais vazio. Nós empobrecemos. A prosperidade não se mostra.

Ao contrário, quando estamos plenos da força que vem do pai e da mãe, somos um manancial de onde, naturalmente jorra serviço ao próximo. Damos, porque tomamos posse daquilo que recebemos. Vamos para o mundo. De peito erguido. Confiantes e abastecidos. Honramos o serviço realizado pelas nossas mãos, porque sabemos: são mãos que emprestamos aos nossos pais e antepassados, para que, através delas, Eles possam continuar a servir. Assim como foi desde tempos remotos. Assim como será no futuro distante. Unidos no servir. Muitos corpos. Um único servir. Uma única missão.
Alex Possato
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“O amor preenche o que a ordem abarca. O amor é a água a ordem é o jarro. A ordem ajunta, o amor flui. Ordem e Amor atuam juntos.” Com esta frase de Bert Hellinger, o pai das Constelações Familiares, pois ela servirá de inspiração para o que vamos aprender daqui em diante. Vamos aqui compreender como ajudar a ajudar sem prejudicar a pessoa que será assistida.

Esta é exatamente uma das principais preocupações de Hellinger ao escrever o livro – As Ordens da Ajuda, onde o psicoterapeuta alemão compartilha suas experiências e os pressupostos do que é auxiliar alguém sem prejudicar a figura daquele que precisa ser ajudado. Muitas vezes, no afã de colaborar com a melhoria e evolução do outro, nos colocamos em posições nem sempre assertivas, favoráveis ou confortáveis para quem recebe o auxílio. É preciso, então, criar um ambiente seguro e de confiança, onde cada um sinta-se acolhido, apreciado, amado e não julgado por ser quem é.

Por isso mesmo, como coaches, terapeutas ou consteladores familiares, como profissionais que dedicam sua vida ao desenvolvimento humano, ou como simples ajudante ( até mesmo voluntário)nós temos que estar profundamente atentos à forma como abordamos cada pessoa que por nós será auxiliada. Devemos sempre nos lembrar de que cada indivíduo é dono de si e responsável por seu caminho e, que por mais que esteja passando por um momento conturbado, ela sempre será a protagonista de sua própria história.

Ao entender isso, exercitamos o respeito e evitamos que até mesmo uma intenção positiva se converta em algo desastroso para quem recebe algum tipo de amparo. Nesta relação de ajudador e ajudado é importante compreender que embora sejamos uma espécie de luz em seu caminho, apenas o outro é quem pode caminhá-lo. Do mesmo modo, quem ajuda deve iluminar sua mente no sentido de traçar seu próprio destino e de ter autonomia para seguir na direção que melhor lhe convier.

Boa semana
Tais


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