Porque é tão difícil admitir que o sofrimento faz parte da vida, assim como comer e dormir? Deve-se refutar a dor ou, aceita-la e compreendê-la? Provocações como essas podem levar você é um caminho de auto descoberta tímido jamais trilhado, mas fundamental para sua evolução.
Falar sobre dor e, acima de tudo, aceita lá, nunca foi fácil. Especialmente em um mundo onde, cada vez mais, pregasse a ditadura da felicidade em todas as formas e cria-se a ilusão de havermos derrotado esse sentimento tão presente tão censurada nossa. Aliás, tão presente quanto inevitável, porque um dia a dor chega sem avisar, e, muitas vezes insiste em ficar. "Entrar em contato com a dor nos conecta com nossas fragilidades, nossas emoções simples e complexas e, então, quanto mais profundo de nossa vida,"
Pode até parecer paradoxal e contraditório, mas a dor nos permite refletir sobre os benefícios de olhar para ela tocar-la em recebê-la como uma encomenda que chegas sem ter sido solicitada, mas que, se estivermos dispostos a abrir, nos trará centenas de presentes e de oportunidades para sermos pessoas melhores, e até mesmo mais felizes. Podemos dar boas vindas à dor e a transitar por esse caminho colhendo frutos sem tanto sofrimento.
Encomenda não solicitada
A definição de dor é simples e pode ser encontrado em qualquer dicionário. É basicamente uma sensação subjetiva dilacerante, que muitas vezes faz doer literalmente tudo. E que, por meio dela, muitos puderam comprovar que a alma existe (afinal, sentimos isso de verdade quando padecemos fecha parênteses. A dor é uma encomenda que chega à nossa vida, na maioria das vezes sem ser solicitada e entregue em domicílio. É uma " caixa " feia e, quando a recebemos, faz com que nos perguntemos: " porque eu? Eu não quero receber isto ". Procuramos, então, um jeito de devolvê-la, de rejeitar o envio. No entanto, quando percebemos que não podemos fazer isso, começamos a viver uma série de processos na tentativa de fugir dessa " caixa " que está diante de nós e que não conseguimos parar de olhar. A origem da dor é diversa e pode apresentar em várias formas, como conflitos, brigas, discussões, perdas, as doenças e todos os tipos de luto que chegam concentrados nessa encomenda — que não queremos aceitar no entanto, quando nos atrevemos ao olhar, assustados e com milhares de perguntas e curiosidades, para tentar descobrir "para que chegou", e não "porque chegou", começamos uma aventura de transformação a qual somos todos convidados. Aqueles que se atreverem aceita lá e abrirem essa encomenda descobriram, ao caminhar com ela, que a dor traz uma infinidade de propostas e de ofertas de crescimento e, porque não dizer, de presentes que com o tempo podem nos fazer crescer e nos fortalecer como pessoas. Com frequência, em situações dolorosas da vida, pessoas carinhosas no nos dizem frases como "depois disso você saíra fortalecido", consolo que muitas vezes não cabe nos causar raiva e frustração e nós faz gritar: "não quero ser mais forte, não estou afim de me fortalecer mais!". Só que não podemos deixar de reconhecer que ao transitar mas pelo caminho da dor ou, melhor, ao carregar mas a dor na vida como uma companheira de viagem, os resultados são mais que positivos.
A dor dos outros
Em alguns países, respeito pela adoraria não é grande. Primeiro, perdemos a capacidade de espanto, parecemos indolentes, friozinho tanto imutáveis diante da dor nos outros. Segundo, tendemos a nos livrar das pessoas que estão mal, provavelmente para que deixem de ser um problema em nossa vida ou porque não sabemos como ajudá-la e nem o que dizer a elas — conduta que, no fim, faz as pessoas vivam suas dores de forma solitária, Jack 60 em censuradas por expressar seus sentimentos. É provado que a expressão emocional — ou a capacidade emocional de dizer e reconhecer, tanto em nós quando nos outros, o que sentimos — é uma condição importante importantíssima para saúde mental e física dos seres humanos. A tristeza, uma das cinco emoções mínimas que todo ser humano deveria conhecer ensinou outro, É considerada uma expressão de fraqueza e de fragilidade. De fato, quando uma pessoa se emociona, sentir um nó na garganta e seus olhos se enchem de lágrimas e, não raro, se presume que ela perdeu a compostura, o rigor e a temperança. . Isso em cobre a presunção de que alguém com olhos cheios de lágrimas deveria fingir uma tosse, por exemplo, ou, pior, se desculpar portal momento de desequilíbrio. Talvez aí esteja as causas de muitas das nossas doenças físicas e sócio-culturais.
Quando existe um falecimento na família o que se oferece é uma farmácia com todos os medicamentos — desde os mais naturais até as mais químicos — que lhe oferecem no dia em que seu companheiro morreu, por exemplo. A oferta é sempre a mesma: "tomista para ficar tranquila; não vai dar sono". E quando se reclama que não quer ficar tranquila (mas sem chorar e se descabelar fecha parentes,O que se pode ver é uma cara de espanto de todos. Parece que diante das grandes tristezas é preciso mostrar uma força que implica não expressar a dor, para parecer "digno". Não se entende que a real força passar mais por não negar a emoção, por expressar ala e entrar em contato com a fragilidade, para que dai sai a força para suportar qualquer que seja a dor vivida. "Fazer sentir forte" e não mostrar as emoções parece que tem mais a, inseguranças e como medos do que com uma força real de maturidade.
Ao analisar a dificuldade que temos de conviver no cotidiano com esse tipo de emoção, fica mais fácil de entender porque tendemos a querer fugir de nossas fragilidades e dos aprendizados que a dor vem nos mostrar. E não adianta apressar os processos de dor psicológica para que ela passe logo. Isso seria o mesmo que cortar frutas que ainda não amadureceram e que precisam de seu tempo sagrado para ficarem no.. As dores devem ser respeitadas, ouvidas e queridas. Sim, queridas, e mais: acariciadas por nós mesmos primeiro para, depois, serem respeitadas E escutadas pelas pessoas que amamos. E, assim, chegarem ao ponto de maturidade para serem digeridos por nosso mundo emocional incorporadas a história de nossa vida de forma saudável, grata integral.
Não se pode fugir da dor
Para refletir sobre essa afirmação, vale resgatar antigos oráculos gregos: "quanto mais fugir de algo, mas isso cresce dentro de mim". Podemos ter a ilusão de fugir por diferentes meios, como os remédios (necessários em algumas ocasiões fecha parentes, viagens, ruídos e vícios, mas no fim, acabamos encontrando aquilo de que fugimos e que acontecem em nosso próprio coração. E, nesse momento, em geral, a coisa maior do que encomenda inicial.
Nós, seres humanos, deveríamos trabalhar a força de vontade para dependermos ou menos possível do externo para estarmos bem. Contudo, nem sempre isso é possível, e os medicamentos, embora não posso eliminar o contato com a dor, muitas vezes nos ajudam a caminhar por ela. Todo esse processo de olhar de tocar, de ficar amigo e de não brigar com adora, de não ser zangar porque ela está aí, é um caminho difícil mas, acredite, e muito menos complicado que toda força psicológica se emprega para evitarla, para fingir que não está aí, e todos os recursos que nossa mente e corpo utilizam para não escutar o que grita dentro de nós quando estamos em silêncio, quando a pagamos a luz à noite, quando tomamos banho, dirigimos o carro sozinhos ou simplesmente quando acontece alguma coisa que nos conecta com as verdades, misérias e maravilhas que habitam não são.
Enfim, paz!
Todos nós já tivemos a experiência de uma dor gravada na alma. Essa raiva que nos faz cortar relações com uma pessoa querida, nunca mais ligar para alguém que amamos muito, é um caminho difícil de transitar e nos conecta com toda nossa escuridão, com nossas limitações e com esse lugar onde se põe em jogo nosso ego e vou neh habilidade. Os processos de reconciliação são um mistério — então individuais que é impossível jogar luz. Então parece fundamental reconhecer que o grande trabalho da alma com as dores e tentar curar alas encontrando aprendizagem e, inclusive, A cor responsabilidade pelo processo. Nesse sentido, o perdão é claramente um presente que damos mais a nós mesmos que ao outro, e o trabalho deveria ser realizado com a dor causada, e não com a lembrança, porque em geral, não esquecemos das coisas dolorosas. Isso faz com que a saída esteja na dor, que as vezes pode ser curada com ajuda externa e outras vezes só com trabalho individual, quando aprendemos a deixa pra lá O dano em busca da paz que também nos faz.
Esse trabalho pessoal, é fundamental, uma vez que, como defendem alguns teóricos, o que causa dor são as expectativas que a pessoa tinha, mas que não foram atendidas pronto. São tantas as pessoas que caminho pela vida com rancores, invejas e raivas não processadas, que, se cada uma trabalhasse sistemas em busca de paz interna, o mundo certamente seria um lugar melhor. Quando os orientais dizem que o apego é a maior causa do sofrimento, não se referem somente as coisas e aos afetos em geral, mas também aos rancores e raivas, que eles qualificam como a maior expressão da falta de liberdade humana, já que nos prendem em um mundo que nos impede de olhar a beleza, tornando a conexão com a paz impossível. Não ter assuntos pendentes, ou viajar com "pouca bagagem", parece ser a chave para enfrentar bem a vida em geral, a velhice é a morte.
Izabel Duva Rapoport- revista Bons Fluidos
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Excelente! Parabéns pela seleção dos conteúdos de seu blog. Adoro! Gratidão
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