A cada instante de nossa vida podemos escolher entre a flexibilidade ou a rigidez. Se vamos fluir com a correnteza ou nadar no sentido contrário a ela, opção que nos trará certamente muito cansaço e dor.
A imagem que associa o correr de nossa existência com a de um rio fluindo calmamente, tem sido utilizada por muitos Mestres, inclusive Buda, pois ela é perfeita para demonstrar que existe um ritmo na natureza, que é constante, mas relaxado e sem pressa.
Nós, seres humanos, ao contrário, estamos sempre tentando apressar o curso dos acontecimentos, ansiosos por ver nossos desejos satisfeitos o mais rápido possível.
Não percebemos que esta atitude, ao invés de atrair o que desejamos, parece afastar ainda mais de nós a concretização de nossas metas. Aprender a fluir com o rio da vida de modo tranqüilo e confiante é uma lição essencial, para quem busca a paz interior.
Quando percebemos, finalmente, que a entrega e a confiança são as armas mais eficazes para trazer a nós o que precisamos, nos surpreendemos ao constatar como uma descoberta tão simples, pode se ocultar de nós, por tanto tempo.
Enquanto vivemos sob o domínio da mente racional, que acredita poder determinar o ritmo dos acontecimentos de acordo com a nossa vontade, seguimos ignorando esta harmonia oculta, que rege a existência.
Ela não segue nenhum ditame determinado pelo ego, mas tem sua fonte na infinita sabedoria da criação. Tomar consciência desse mistério é a chave que nos ajudará a fluir de modo confiante e sereno, com a corrente da vida.
" O trabalho do meditador: encontrar o fio.
O mundo está em constante fluxo, ele é como um rio. Ele flui, mas por trás de todo esse fluir, mudança e fluxo, deve haver um fio comum que mantém tudo unido. A mudança não é possível sem algo que permaneça absolutamente sem mudar. A mudança pode existir somente junto com um elemento imutável, ou as coisas se desintegrariam.
A vida é como uma grinalda: não se percebe o fio que corre através das flores, mas ele existe e as une. Se o fio não estivesse presente, as flores cairiam cada uma para um lado; haveria um amontoado de flores, e não uma grinalda. E a existência não é um amontoado, é um padrão muito bem enredado. Mudanças estão ocorrendo, mas algum elemento imutável mantém uma lei cósmica por atrás de tudo. Essa lei cósmica é chamada de sadashiva, o Deus eterno, o Deus atemporal, o Deus imutável. E este é o trabalho do meditador: encontrar o fio.
Existem somente dois tipos de pessoas.
Um deles é o que fica muito encantado com as flores e se esquece do fio. Ele vive uma vida que não pode ter qualquer valor durável ou significativo, porque tudo o que ele faz se desvanecerá. Hoje ele o fará, amanhã se dissolverá. Será como fazer castelos de areia ou lançar barcos de papel.
O segundo tipo de pessoas procura o fio e devota toda a sua vida àquilo que sempre subsiste; esse nunca será um perdedor... É uma grande aventura além do tempo, além do espaço; e esse além existe dentro de você."
OSHO, Believing the Impossible before Breakfast.
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Para completar esta trago algo de Bert Hellinger (do livro - No centro sentimos leveza, Bert Hellinger, Cultrix, p.53) , dentro do contexto das Constelações Familiares e Organizacionais - sobre "acolher" tudo o que nos acontece, da forma que é... independente de nossos conceitos de "bom ou ruim". Afinal , nas constelações podemos perceber que "tudo está a serviço de algo maior, e, portanto, tudo está certo".
Acolhendo desta forma a vida torna-se mais leve e ela (a vida) pode fluir...como um rio... sem precisarmos usar da "força" pra ser como nosso ego quer!
Liberdade
"Um discípulo perguntou a um mestre: “Diga-me, o que é a liberdade?”
“Que liberdade?”, perguntou-lhe o mestre. “A primeira liberdade é a estupidez. Lembra o cavalo que relinchando derruba o cavaleiro, só pra sentir depois o seu pulso ainda mais firme.
“A segunda liberdade é o remorso. Lembra o timoneiro que, após o naufrágio, permanece nos destroços em vez de subir no barco salva-vidas.
“A terceira liberdade é a compreensão. Assemelha-se ao caule que se balança com o vento e, por ceder onde é fraco, permanece de pé.”
“Isso é tudo?”, perguntou o discípulo.
O Mestre retrucou: “Algumas pessoas acham que são elas que buscam a verdade de suas almas. Contudo, é a grande Alma que pensa e procura por meio delas. Como a natureza, ela pode permitir-se muitos erros, porque está sempre e sem esforço substituindo os maus jogadores. Mas àquele que a deixa pensar ela concede, ás vezes, certa liberdade de movimento. E, como um rio que carrega um nadador que se deixa levar, ela o leva até a margem, unindo sua força à dele.” "
Boa semana, lembrando que teremos grupo de Constelações, neste sábado - 8 de dezembro - em Curitiba.
Você é meu convidado para conhecer/participar deste trabalho que está a serviço da Vida. Segue abaixo as informações.
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