"Certo dia uma jovem adepta caminhava por uma estrada das montanhas com um mestre. Conversavam sobre os ensinamentos budistas, e o mestre perguntou a jovem:
- É preciso abandonar tudo, senão não encontrará o caminho da Verdade. Você consegue abandonar tudo?
- Sim, abandono tudo - respondeu a jovem.
Um dos lados da estrada por onde caminhavam era um precipício muito profundo e, nesse momento, o mestre Kumbi ordenou à jovem que pulasse do penhasco. Se ela não conseguisse pular, significaria que não havia abandonado tudo. Se realmente tivesse abandonado tudo para seguir o mestre, deveria pular ao receber a ordem. Se vacilasse, ainda não teria anulado o ego. Essa jovem, de cerca de 20 anos, pulou realmente do penhasco, mas algo a agarrou suavemente. Foi um galho de árvore onde seu vestido ficou enganchado a ela se salvou.
Não é preciso temer nada. Se você abandonar tudo, surgirá algo que o resguardará do perigo.Para segurar algo é preciso força, mas, para soltar, não. E, alem disso, ao soltar, pode contar com a ajuda de Deus, e não há situação mais comoda.
A Verdade religiosa é extremamente simples e ao mesmo tempo, muito severa. Quando abandonamos tudo, devemos pular realmente de um penhasco como fez essa jovem. Mesmo que alguém diga que abandonou tudo, se estiver segurando algo, estará mentindo. Se entrar na água para nadar, os pés não deverão estar pisando a areia."
Trechos extraído do livro - Descoberta e conscientização da verdadeira natureza humana - Mestre Masaharu Taniguchi
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Não temos necessidade de sofrer para nos aprimorarmos espiritualmente, pois , neste caminho, não devemos segurar nada na mente.
Se transcendemos todos as coisas do mundo físico, jogamos o nosso corpo, nossas posses, todas as coisas fenomênicas no fundo do vale. Isso equivale a um estado mental vazio, onde nada existe.
Muitas vezes ouço dizer : - "Isso é algo para Santo...e eu não sou Santo! Impossível realizar esta tarefa neste mundo."
Colocamos sempre uma condição - " Se vou me curar pulando do penhasco, pularei, mas por favor curem-me !"
Quem diz, "Eu pularei, por isso, curem-me" não está pulando de verdade. Está ainda apegado às coisas deste mundo, e , na verdade, não quer pular e diz: "Fingirei que pulei, por isso salvem meu corpo".
Com tal estado mental a pessoa não abandonou o corpo carnal, e será difícil obter a cura.
Logicamente estamos tratando aqui de uma metáfora...e quem nunca experimentou uma busca interior provavelmente não conseguirá compreender. Esta comunicação é como uma telepatia, onde ela "entra", tornando-se difícil a expressão em palavras.
Mas tenho a certeza de que algo sempre fica...nem que seja uma curiosidade apenas.
A meditação/relaxamento é um caminho na busca deste vazio. Experimentem...busquem.
Tais