"Um homem e uma mulher se apaixonam e se casam. O homem tem que reconhecer que precisa da mulher; a mulher precisa reconhecer que precisa do homem. Cada um deles precisa reconhecer que lhe falta algo que só o outro possui, e que deve dar ao outro algo que somente ele possui. Quando reconhecem isso nasce a troca entre eles, desde que cada um respeite o outro como diferente dele em quase todos os aspectos e que, nesse reconhecimento recíproco, cada um se abra ao que o outro lhe dá e se disponha a dar-lhe, por sua vez, o que falta a ele. Esse é o fundamento de uma sólida relação de casal.
Quando estão sozinhos e falam de si mesmos, os homens frequentemente se acham melhores do que as mulheres. Também as mulheres, quando estão sozinhas e falam sobre si mesmas se julgam melhores do que os homens.Quando um desses homens se encontra com sua mulher, ou quando uma dessas mulheres se encontra com seu marido, o que acontece em sua relação? Quando cada um se comporta como se não precisasse do outro e fosse superior à ele, o amor entre eles está perto do fim. Assim, cada um precisa reconhecer que o parceiro, embora diferente, se equipara a ele e tem os mesmos direitos. É uma atitude humilde, mas é a base de uma boa relação conjugal.
A situação é mais difícil quando o homem olha a família da mulher e quando a mulher olha a família do homem. Muitas vezes cada um deles diz: "Minha família é melhor". E o que dizem com boa consciência, pois sua consciência os vincula a suas famílias. Mas o que acontece então? - Seu amor sofre.
Mais tarde eles têm filhos e discutem como educá-los. O homem talvez dirá: "Devemos educá-los segundo os costumes de minha família". O que acontece com os filhos? Eles ficam mal.
O que deveria acontecer aqui? Cada um precisa reconhecer que a família do parceiro, embora diferente, vale tanto quanto a sua. Quando um casal provém de culturas ou religiões diferentes, cada um precisa reconhecer que a cultura ou a religião do parceiro, apesar de diferente, tem o mesmo valor que a sua.
Isso porém, eles não conseguem com boa consciência. Pois ao ouvir a própria consciência, cada um teme que, ao se reconhecer essa igualdade, deixará de pertencer à sua família de origem. Assim, o progresso e a paz na nova família só são alcançados quando cada um abre mão, parcialmente, de sua boa consciência e está disposto a assumir um sentimento de culpa. Quem não consegue tornar-se culpado nesse sentido, permanece para sempre uma criança."
Conflito e Paz- Bert Hellinger
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Como você recebe essas informações?
Percebo, em meu consultório, que a maioria dos casais que atendo estão incluídos nesta redoma. As diferenças afetam a relação do casal e a educação dos filhos. Estes ficam "perdidos", sem um referencial seguro.
Vivem perguntando-se: Papai está certo? Ou mamãe que está...
Esta pergunta é inconsciente e muitas vezes o que resulta disso é uma incoerência nas atitudes, rebeldia e muitas outras dificuldades.
O casal também vive "numa guerra" para afirmar "eu é que estou correto".
Discrepâncias na relação do casal e na educação dos filhos normalmente traz consequências...afinal para "criar uma nova família" faz-se necessário uma junção de duas!
Quando aparecem os problemas escolares por exemplo, a questão quase nunca é uma dificuldade real no filho...e sim uma dificuldade no funcionamento dos pais ( família). E é por isso que para o psicólogo (com visão sistêmica), trabalhar a família toda é imprescindível, pois todos fazem parte do sistema que a forma.
Uma boa semana
Taís
Marilda Menck-24 de Março de 2013 às 16:32.
ResponderExcluirQuerida amiga Taís, hoje seu texto está ótimo!
Problemas familiares sempre vão existir.É assunto para uma boa reflexão dos pais!!!
Boa semana pra vc! Bjus!