domingo, 28 de abril de 2013

A desconfortável zona de conforto


"Atendi um homem que trabalhava no escritório da esposa. Ele desejava buscar algo fora para que a família pudesse ter duas rendas. Sentia-se desconfortável por não ter independência. Temia que se o relacionamento viesse a terminar um dia, ficaria sem um rumo profissional em uma situação muito difícil. De vez em quando, ele ia em busca de algum emprego, mas nunca dava certo e ele voltava a trabalhar com a esposa.

Apesar de viver nesse desconforto, no fundo, ele não fazia tudo que estava ao seu alcance para ter a sua independência. Uma parte dele desejava ir em busca do seu caminho profissional, mas outra parte desejava ficar onde estava. Por várias razões e medos, o seu desconforto era "confortável" de alguma forma.

Durante um curso falando sobre o tema da autossabotagem, passei o áudio dessa sessão para que os alunos ouvissem e uma aluna comentou: "que bom saber que não sou apenas eu que me mantenho em uma desconfortável zona de conforto". Pois é! Isso é mais comum do que imaginamos.

A nossa zona de conforto pode ser tranquila e sem sofrimento. Nesses casos, muitas pessoas se acomodam e não arriscam coisas novas para mudar, pelo medo de perder o que já tem ao tentar algo novo que pode dar errado. A pessoa pode estar em um relacionamento morno, ou naquele emprego que não é lá essas coisas, mas também não é tão ruim assim. Pode estar com uma situação financeira mais ou menos, que paga as contas, mas que não permite a realização de outro planos. Nessas situações é mais fácil entender o que nos leva a ficar na inércia e não ir em busca de uma melhora. Embora a pessoa queira melhoras para sua vida, o medo de arriscar e mudar é maior do que o interesse em sair da zona de conforto, já que esta não lhe causa nenhum grande sofrimento.

Mas tem outros casos em que a zona de conforto é, na verdade, bem desconfortável, conforme o exemplo que citei anteriormente. Então, por que será que, mesmo nesses casos, há pessoas que ficam na inércia e não fazem o que podem para uma mudança mais profunda? São vários os motivos. Vamos ver a seguir.

Mesmo que a atual zona de conforto traga sofrimento, de alguma forma nos adaptamos e nos acostumamos a esse sofrimento. Aprendemos a lidar com o desconforto e logo que isso acontece, pode acontecer de surgir uma acomodação.
Tentar sair da zona de conforto pode gerar medo e ansiedade de forma consciente ou inconsciente. Temos medo de arriscar e tornar a nossa vida ainda mais difícil do que antes. Existe sempre uma chance das coisas ficarem piores se resolvermos fazer algo para mudar. Isso contribui para nos deixar paralisados.

Temos também medo do novo, medo do desconhecido. Nosso sofrimento atual, por mais doloroso que seja, já é nosso velho conhecido. De alguma forma aprendemos a sobreviver, apesar dele. Quando vamos em busca de uma melhora não sabemos como é viver dessa nova forma. Isso desperta medo e desconfiança. Uma parte de nós prefere ficar em um sofrimento que já nos é conhecido do que ir em busca de algo melhor mas que seja desconhecido.

Existe ainda uma identificação que criamos com nossas situações de vida. Nos acostumamos de tal forma com o sofrimento a que estamos submetidos, que é como se ele fizesse parte da nossa vida e acabamos nos apegando. Quando a nossa vida tem muito sofrimento, nossos pensamentos e atividades giram em torno de resolver esse sofrimento e atenuar suas consequências. Isso acaba nos preenchendo de alguma forma. Resolver o problema de uma vez por todas pode dar uma sensação estranha de que a vida ficará vazia e sem objetivo. Como vou preencher minha vida se tal problema for definitivamente resolvido? Às vezes, percebemos essa sensação sabotadora, mas em muitos casos, ela fica bem escondida agindo no inconsciente.

Lembro que em um determinado período da minha vida, enquanto estava passando por sérios problemas financeiros que se arrastaram por vários anos, consegui detectar em mim esse sentimento de apego a situação de sofrimento. Um dia, quando imaginei minha vida sem aquelas problemas financeiros constantes, percebi que surgiram pensamentos do tipo: minha vida vai ficar vazia e sem objetivo; o que farei para preenchê-la? Tentar resolver essa situação era simplesmente a minha missão de vida. Me ocupava 24 horas por dia. Era uma preocupação constante. E como seria minha vida depois disso?

É claro que, racionalmente, eu sabia que minha vida se tornaria melhor e mais prazerosa, e que eu iria preenchê-la com coisas melhores, e também com outros desafios que iriam surgir ao longo do caminho. Mas, emocionalmente, existia esse medo e apego que tem uma força sabotadora muito poderosa, já que uma parte minha desejava permanecer do mesmo jeito. Isso acaba afetando a nossa criatividade e influenciando negativamente nossas ações e pensamentos para que fiquemos no mesmo patamar.

Além de tudo que já foi relatado, problemas na autoestima também nos levam a não fazer nada para sair da situação desconfortável. Sempre que estamos acomodados a uma situação de sofrimento, existem vários sentimentos por trás que tiram a nossa força de ir em busca de algo melhor. São sentimentos de incapacidade, incompetência, não merecimento, e mecanismos inconscientes de autopunição. A baixa autoestima nos leva a criar situações de sofrimento, e depois que as criamos, ajudam-nos a perpetuá-las através de atitudes sabotadoras ou da falta de atitudes.

No caso do cliente que atendi, percebemos durante a sessão que todos os fatores citados nesse texto estavam contribuindo para que ele se mantivesse na sua desconfortável zona de conforto. É preciso "trabalhar" todos os medos secundários que compõem o medo maior de sair da zona de conforto: medo de ficar um vazio; medo de ficar sem objetivo; medo de arriscar e ficar pior do que antes; medo de deixar para trás uma parte da vida; medo do novo; medo do desconhecido; medo de deixar de sofrer... É preciso tratar todo e qualquer outro medo que possa surgir por mais irracional que ele pareça. "

Andre Lima -  EFT Practitioner. *EFT-Emotional Freedom Techniques


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Esta indefinição que muitas vezes nos persegue precisa ser amplamente olhada, seja através de uma terapia ou de uma Constelação, por exemplo. Existem muitas alternativas para os que querem olhar para suas dificuldades.
Muitas vezes elas chegam aos nossos consultórios sob forma ampla, encoberta, disfarçada...estando em um nível inconsciente para o cliente.
Nossa vida acontece em apenas 5% do nosso consciente, ficando os 95% restantes, inconscientes. O inconsciente obedece as ordens que nossa mente dá (pensamento). Se estamos o tempo todo com um incômodo, uma forma de pensar - é ela que se manifestará em nossa realidade.
Descobrir o que há nos libera para a mudança e para um novo posicionamento/ novo pensar. É a famosa "tomada de consciência". Após isto, poderemos aprender novas formas de lidar com as dificuldades existentes e , por fim, colocá-las em prática.
Alterar a forma de pensar é deixar de lado o apego e estar aberto(a) para tudo o que há...seja lá o que for!
Muitas vezes conquistamos a liberdade de "olhar" para as várias possibilidades e - de forma um pouco mais livre- escolher.
Fantástico, não?
Tais

domingo, 21 de abril de 2013

O último lugar


Quando olhamos para nossos antepassados, para as inúmeras gerações através das quais a vida nos alcançou, ocupamos o último lugar. O último lugar é aquele para onde tudo converge. Toda a plenitude que se acumulou através de muitas gerações nos alcança porque estamos embaixo e aí permanecemos. O último lugar é, portanto, um lugar de plenitude.
          Alguns julgam que têm o dever de fazer algo pelos seus antepassados, que ainda precisam reparar algo em seu lugar. Então procedem como se os antepassados ainda precisassem deles. Essas pessoas pretendem inverter a corrente da vida, fazendo-a fluir, por assim dizer, de baixo para cima.
          Muitos querem vingar os antepassados, defender seus direitos ou expiar uma injustiça cometida contra eles,  como se lhes faltassem ainda alguma coisa. Assim colocam-se acima deles e de seus destinos. Em lugar de tomar e segurar a própria vida, sacrificam-na aos antepassados. Essa é uma estranha ideia.
          Nossos antepassados se consumaram. Apenas nós ainda aguardamos nossa consumação. Por isso, na medida que ocupamos o último lugar, devemos deixar estar, como consumado e passado, tudo o que houve antes de nós.
          Alguns pensam que receberam de seus antepassados uma obrigação, por exemplo, a de levar adiante a sua herança. Então se comportam como se, ao lado da vida que receberam, houvesse algo a que devessem sacrificar uma parte de sua vida. Com isso, recusam-se a assumir plenamente sua vida.
         Quando vemos nosso antepassados apenas como aquelas pessoas através das quais a vida flui para nós e atentamos somente para esta vida, da causa da vida, sem que nada mais interfira. Ali ocupamos,  como todos os outros seres humanos, o último lugar e, simultaneamente, o primeiro.
          O último lugar é o lugar do espírito. Nós o perdemos quando nos desviamos do espírito. Então o espírito nos abandona e nos deixa em apuros, até que, por seu intermédio, voltemos talvez à razão.
Conflito e Paz - Bert Hellinger
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Este texto nos mostra a importância de nos ocuparmos com a  nossa missão ( sei qual é?) e fazermos jus a vida que recebemos através de nossos antepassados.
Recebo a vida de meus pais e junto com ela, tudo o que meus antepassados experienciaram para que eu estivesse aqui hoje. Isto é uma dádiva...não importando o que aconteceu.
Muitos questionam a afirmação de que não devo me envolver com as histórias deles..mas é verdade: quando me envolvo nas historias deles deixo de viver a minha vida. 
Por exemplo, pessoas que sofreram abandono dos pais...enquanto permanecerem "remoendo" este abandono, esquecem-se de agradecer a vida que receberam - de graça!
O agradecimento é uma dádiva , um bálsamo para nossa vida. Quando nos reconciliamos com todas as coisas do céu e da terra
(do jeito que é...) tudo será nosso amigo. E, assim sendo, coisa alguma do Universo poderá causar-nos dano.
A aceitação do que é como é torna tudo mais leve, mais fácil de se levar. Afinal existe uma Grande Alma, a qual todos estamos ligados,e assim sendo: somos todos irmãos - e ela zela por nós!
Uma boa semana à cada um de vocês!
Tais

domingo, 14 de abril de 2013

Amor ao próximo



"Amor ao próximo significa os seres humanos como eles são, alegrar-se com eles como são, reconhecer-se igual a eles e amar cada um em suas características pessoais, sem desejar que seja diferente.
         Nesse sentido amo também o seu destino, tal como ele é, mesmo sem entendê-lo, mesmo quando ele me limita ou me desafia, ou quando me traz um fardo. Quando abraço o meu destino e o destino alheio como se fossem predeterminados e, portanto, como inelutáveis, vejo que eles não diferem entre si.
          Então nos vejo, a ambos, entregues e subordinados a forças maiores, às quais igualmente nos submetemos, seja o que for que isso nos proporcione ou exija de nós em termos de alegria e de dor. Do ressentimento a esses poderes nasce o verdadeiro amor ao próximo  Ele se dedica a todos do mesmo modo, pois não se julga pior ou melhor, maior ou menor,  mas sente-se igual e equiparado a todos diante de Algo maior.
          O que contraria esse amor é o julgamento que distingue os melhores e os piores. Então determino em meu coração quem pode ser amado e quem não pode, quem é digno e quem é indigno - em ultima análise , quem merce viver e quem não merece.
          Quem julga os outros precisa temer que, por sua vez, também será julgado. Pouco importa se justa ou injustamente. Pois todo julgamento, afinal de contas, é injusto porque é arrogante. Quem julga, coloca-se acima da vida e do destino dos outros, como se sua própria vida e seu próprio destino fossem diferentes e amais humanos do que os alheios. Em outras palavras,  como se seu destino estivesse mais perto de Deus ou fosse mais agradável a Deus do que os alheios, e como se pudéssemos, em nome de Deus e em seu lugar, avaliar e julgar o destino dos outros.
          O amor ao próximo é, sobretudo, humilde. Essa humildade fica mais fácil, para nós  na medida em que nos vemos e vemos em nossos semelhantes, não como indivíduos mas como vinculados às respectivas famílias, aos destinos e à consciência particular dessas famílias, e , portanto, como fiéis a elas. Assim como nós, os outros são fiéis às suas famílias, são limitados por elas e se enredam em seus destinos. Sob esse aspecto, são exatamente tão pobres e tão ricos como nós. Eles também, como nós,  morrem a seu tempo e mergulham no eterno esquecimento sem deixar vestígios, como nós.
          É preciso, portanto, que nos respeitemos enquanto existimos, nos amemos respeitosamente porque existimos, nos poupemos reciprocamente e nesse amor permaneçamos livres para o que pertence a cada um de nós. E, sobretudo, que nos permitamos assumir livremente o próprio destino, a própria culpa, a própria realização e a própria morte."
Conflito e Paz- Bert Hellinger
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Essa maneira na qual estamos inseridos, de olhar o outro sempre no julgamento, é que nos tornam infelizes...
A medida que o tempo se vai,  passamos a perceber essas características e iniciamos a caminhada para o burilamento e o crescimento enquanto Ser -  que busca cumprir a missão a que veio neste planeta. Para mim "Amar ao próximo como a ti mesmo"!
Mas nos vemos muitas vezes "enleados" nesta teia do julgamento...mas lembro também que todos temos o "livre arbítrio"... e aí podemos "corrigir a rota".
Tenho sentido muita dificuldade em estar diante de pessoas que insistem no julgamento ( e em voz alta)! 
Algumas vezes posso sinalizar , e assim dar o direito que o outro também me sinalize quando isso ocorrer. Outras , nada posso fazer, a não ser me retirar. Não ganho absolutamente nada com o julgamento, muito pelo contrário, acrescento muitos "carmas" se estou conivente ( e ouvir , é uma forma de condescendência).Creio que a reconciliação verdadeira não é obtida nem pela tolerância nem pela condescendência mútua- já dizia um grande Mestre.
Enfim...tenho refletido sobre isto e buscado incessantemente olhar para o meus irmãos (é isso que somos...todos) como alguém que tem uma história, uma descendência  que o tornou assim...e tenho percebido que no Amor e no Respeito é possível "tocar nossos corações". É isto!
Um caloroso abraço aos meus leitores.
Tais
       

domingo, 7 de abril de 2013

A fé, o amor e o pecado


"Um ponto de atrito, talvez um dos mais espetaculares, porém, certamente, não o mais grave, está entre a crença e o pecado. Na visão da evolução humana, podemos afirmar que o pecado mora dentro de cada um de nós. Só vira pecado aquilo que dói em nossa consciência, em nossa alma. O melhor que temos a fazer é deixar de julgar o outro, pois não temos o poder do julgamento, e partir para viver uma vida recheada de virtudes, com alegria e prazer. A fé e o amor superam qualquer pecado, pois ele se trata de algo imaginário.

Será que os nossos pecados estão ligados às condutas dos nossos antepassados? Será que a nossa evolução não passa de um conjunto de atitudes providas dos nossos antepassados? Essas duas perguntas se juntam, porém, não justificam o que somos no presente, pois já tivemos, e ainda temos, todas as oportunidades de deixarmos os nossos destinos no passado e até aproveitar o que não foi feito para mudarmos e sermos seres humanos bem melhores do que fomos.

Acredito que buscar a sustentabilidade do planeta para o nosso bem-estar pode ser mais fácil do que realizar a mudança que precisamos fazer internamente. É preciso nos tornarmos pessoas sustentáveis uns com os outros.

Apesar destes conflitos internos de muitas perguntas sem as verdadeiras respostas, não devemos esquecer que sabemos o que é a fé, sabemos o que significa o amor. Por isso, não podemos julgar nem determinar o que é o pecado, pois a fé vem da vontade de mudar. O amor é um sentimento alimentador. O pecado dito pela sociedade é uma ação negativa à própria sociedade. Será que o pecador não veio para aprimorar o não acontecido no passado? Ou mostrar o que aconteceu no passado, procurando fazer justiça no presente? As doutrinas religiosas que se dizem não espiritualistas acreditam em coisas ocultas. Acreditam na volta de quem já morreu, mas negam o mundo espiritual.

O pecado é um erro mortal, e a pessoa a ser julgada é sempre vista como possuída por uma força do mal. Afinal, de quem é a culpa do pecado? Seria melhor retirar esta palavra do dicionário, já que ela foi imposta pela sociedade para atingir a todos cujas condutas precisassem ficar escondidas, pois não se julga como pecado aquilo que ninguém vê. Pecado, na sua verdadeira origem, foi tudo aquilo que atingiu e atinge as doutrinas religiosas às claras. Fora disso, vão sempre buscar no ocultismo um culpado.

Para não agravar inutilmente a possibilidade de um conflito entre as doutrinas, a sociedade e a ciência, devemos lembrar de que o problema é de todos. Antes de demonstrá-lo, façamos uma observação. A noção de família humana, na sua essência, é bem diferente entre as três situações citadas. Família não é uma facção da raça humana, ela é toda a raça humana. Somos todos uma só família, com seus acertos e seus problemas. Porém, se for dividida em inúmeros pedaços, não vai conseguir deixar que Deus veja todos como um só. Somos somados pelos momentos bem ou mal vividos. Somos parte de um grande universo e, certamente, devido à sua grandeza, devemos ter divisões. Porém, aqui e agora, como seres humanos, não há divisão perante o criador. Somos fé e amor, pecadores ou não.

Baseado no fato de que ninguém se faz membro da família humana senão por nascimento, afirmamos a participação de todos no amor e no pecado. Podemos melhorar em muito a nossa participação nesta nossa vida real e em outras que estão por vir. No mundo das experiências, ninguém também pode fazer-se membro da humanidade senão por nascimento. Não pode existir humanidade sem parentesco. Isto é claro.

Quero acreditar na fé e no amor como verdadeiros sentimentos, e que o pecado é um julgamento da sociedade que pode ou não ser verdadeiro, como é incerto para mim. Fico com a fé de que tudo pode mudar para melhor. O amor é o único caminho para a vida eterna. O amor é a verdadeira doutrina. Nele, não há julgamento do que é certo ou errado. Quem ama verdadeiramente a vida e o seu próximo não vê espaço para condenar. Palavras de Jesus, que não julgou a prostituta e nem o ladrão que estava ao seu lado na cruz. Jesus nos amou de verdade e não julgou nem seus próprios inimigos, mesmo sabendo quem eles eram.

Então, o pecado pode ser classificado como um ato que atingiu e atinge uma pequena camada da sociedade doutrinária? Mesmo falando em nome de Jesus, insiste-se nas contradições entre o pecado e o julgamento. Não há perdão sem pecado, mas o que fazer com o pecado sem perdão? Para certas doutrinas, por trás das cortinas não há perdão, pois ali ele não existe.

Na evolução do ser humano sustentável, para viver no planeta faz-se necessário adquirir a fé, conhecer o verdadeiro amor e não julgar ninguém.

A fé alimenta a esperança e a certeza de que tudo o que desejamos pode acontecer. O amor alimenta a alma, fornecendo o combustível para o prazer, para a alegria e para a fé. Se você se julga um pecador, esqueça. O pecado está na consciência de cada um, alimentando a tristeza, o arrependimento, o descontentamento e afastando a fé, deixando o amor enfraquecido. Viva com amor e procure ser mais feliz."
  Bernardino Nilton Nascimento
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Por que a humanidade faz guerras apesar de buscar a paz? Poucas são os que conhecem a sua verdadeira causa. A humanidade, apesar de buscar o caminho para a Vida parece seguir o caminho da morte.
De acordo com estudos no campo da Psicanálise, os infortúnios do ser humano são formas de autopunição que ele aplica a si próprio, movido pela ideia de "pecado" sedimentada no fundo do seu subconsciente. Então, a ideia de "pecado" latente no subconsciente for eliminada, é natural que deixem de ocorrer infortúnios resultantes do desejo subconsciente de autopunição. Existem até psicanalistas que afirmam que a eclosão de uma guerra tem como origem o desejo, latente no ser humano, de autopunir-se para expiar o pecado.
O homem que vê a si como matéria é dominado pelo desejo de afirmar seu eu físico e ampliar o seu campo de ação. E, já que matéria é sujeita a limitações, o desejo de " auto-expansão" ilimitada leva inevitavelmente os homens a entrar em conflito e disputa uns com os outros.
Concluindo, enquanto se basear na visão materialista da vida, a humanidade provocará guerras apesar de desejar a paz, e prosseguirá no caminho da autodestruição, apesar de desejar o pleno desenvolvimento da vida.
Em o Homem Contra Si Próprio (dr Karl Menninger - medicina psicossomática- EEUU) qualifica o contraditório desejo de autodestruição como "instinto de suicídio", e as doenças crônicas como "suicídios lentos". Ele afirma que as pessoas que lamentam a má sorte, elas mesmas se colocam e preparam as coisas, inconscientemente, de tal forma que as outros a coloquem em má situação, e dessa forma saboreia uma espécie de prazer masoquista em suportar os sofrimentos da situação adversa em que se colocou.
Então...que tal nos colocarmos a ponderar sobre isto?
Me amparei para opinar aqui, em um livro maravilhoso chamado - A Humanidade é isenta do Pecado - compilado por Kamino Kusumoto, dos excertos da coleção a Verdade da Vida de mestre Masaharu Tanigushi
Fica aí a sugestão de leitura. Garanto que ela proporcionará um "olhar" completamente diferente sobre a noção de Pecado que está tão arraigada em nosso inconsciente.
Boa semana
Tais