domingo, 26 de maio de 2013

Liberando o Karma Familiar



Carma ou Karma do sânscrito Karmam, significa ação. "A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade".
Terceira Lei de Newton.

"Quando ainda somos apenas pequeninas crianças dependentes de nossos pais, muito da nossa percepção de mundo e da própria construção de nossas personalidades é, digamos assim, emprestada. Tendemos a absorver, imprimir e incorporar profundamente as impressões passadas por eles a nós, de forma que passamos a acreditar (quando adultos) que aquelas ideias, valores, reações etc. são genuinamente nossas.

Da mesma maneira, nossos pais absorveram de nossos avós os modelos que (agora) nos são passados, e assim podemos constatar que os padrões chamados de kármicos são mais antigos do que imaginamos. Códigos de conduta, ética, moral, valores religiosos, conceito de bem e mal, bem como pré-disposições genéticas a determinados tipos de doenças, a padrões de comportamento, pensamento e reação são passados adiante e tendem a se repetir assim como um disco riscado numa vitrola, até que alguém resolva AGIR de forma diferente.

Usando o exemplo da vitrola: até que alguém resolva desligar a vitrola, ou mudar o disco!

Esta carga familiar, por mais pesada que seja, pode ser modificada a qualquer momento, bastando para isso despertar para esta realidade. 

Quando percebemos que não estamos fazendo opções livres de influências externas, quando percebemos que estamos reagindo a determinada situação da mesma forma que nossas mães, pais, avós, quando nos damos conta que nossas escolhas estão se baseando no externo (opiniões e expectativas alheias) e não no nosso íntimo, já podemos nos parabenizar, pois a primeira lâmpada para a libertação foi acesa! A partir desta constatação mental, podemos seguir adiante com o próximo passo: a manifestação material, ou seja, AÇÃO.

Foi dada a largada. O caminho agora está livre para acomodar o novo, bastando para tal a manifestação de ações transformadoras. E essas ações são colocadas em prática no íntimo. Não adianta querer mudar o pai e a mãe, os avós, os filhos... A mudança tem que ser feita dentro de nós.

Para que os padrões kármicos familiares sejam quebrados, basta que apenas UM membro da família resolva mudar. Basta que apenas UMA pessoa resolva romper com aquela gravação hipnótica repetitiva. Basta que apenas UM ser humano rompa com as algemas da ilusão e liberte-se da escravidão do ego. Basta mudar o mecanismo de reação inconsciente para uma pró-ação consciente.

Se o medo foi uma das bases fundamentais da sua família (e ele é a base da maioria), com confiança e Amor (a força oposta) pode-se iniciar um processo completamente transformador a partir de você.

Todos os outros serão afetados por esta mudança, pois o rompimento do padrão ressoará em sua teia familiar. Aquela música que tocava durante séculos não tocará mais. Porém, cada um responderá à sua maneira. Muitos poderão permanecer inertes, outros poderão oferecer tremenda resistência à mudança, e outros ainda poderão criar uma verdadeira revolução a fim de restituir a antiga realidade. Obviamente cada qual viverá de acordo com a realidade que escolher, afinal, cada um é responsável por sua própria vida, visão e evolução. Porém, este pioneirismo deixará uma marca indelével no currículo da família, de forma que em algum momento, tocará outro membro positivamente, nem que seja de uma próxima geração.

Basta que um resolva acordar, evoluir e mudar a gravação.

Nós não mudamos os outros, nós apenas podemos mudar a nós mesmos, porém, o nosso despertar influencia e estimula o despertar das outras almas ligadas diretamente ou indiretamente a nós.

Pergunte-se a si mesmo qual é a canção familiar que você tem escutado durante os últimos anos? Será que ela lhe agrada? Será que não está na hora de trocar?

Ao invés de reagir à música que tem tocado nas últimas décadas seja proativo e mude o disco!"

Fernanda Luongo

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Ha algum tempo atras eu imaginava o Karma como algo imutável, até que (ao longo dos anos)tomei contato com Grupo Gurdjieff , com as Constelações Familiares e com os ensinamentos da Seicho No Ie.
Antes de dizer qualquer coisa...meus agradecimentos à todos os Mestres: obrigada Sr Gurdjieff, Bert Hellinger, Masaharu Tanigushi e tantos outros companheiros de jornada!

A Vida é sempre uma busca onde vamos completando nosso quebra cabeça, descobrindo "a que Servimos" "para que viemos para a Terra" ou "qual é o nosso Dom"
Hoje percebo e experimento que Karma são apenas  ações do passado pessoais e de nosso sistema familiar, e que mesmo que sejam negativos, podem ser modificados . A noção de pecado atravessa esta história de Karma sem que percebamos- "fiz isso e estou pagando , tenho que pagar - por isto estou sofrendo." 

Entendo que a partir da mudança interior podemos alterar uma trajetória a princípio definida.
Nada é tão definitivo se estamos com os olhos abertos...
Custa? Com certeza...mas podemos modificar, transmutar e finalizar algo que se repete ha muitas gerações.
E sempre agradecendo tudo o que nos acontece ( bom ou ruim?), pois somente através destes acontecimentos é que poderemos nos modificar e perceber a grandeza da Vida.
Também é possível continuar como está...sendo esta apenas mais uma das alternativas.
Boas escolhas à vocês!
Tais

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Equilíbrio entre Dar e Receber - como é isso?


"A Lei do Dar e Receber, também chamada de Lei do Equilíbrio de Troca, foi observada nos grupos sociais por Bert Hellinger, como algo de fundamental importância para o funcionamento e manutenção dos sistemas de uma forma geral.

Todo ser é dotado da capacidade de troca, oferecendo a outros seus dons, capacidades e habilidades e recebendo daqueles o que for importante para satisfazer suas necessidades de sobrevivência, crescimento e desenvolvimento.

Uma relação equilibrada, quando ambas as pessoas compartilham mutuamente, dando e recebendo aquilo que cada um é capaz, é uma relação que promove o amadurecimento a liberdade e o bem-estar.

Entre casais cuja dinâmica compromete a Lei do Dar e Receber, um dá mais ao outro do que ele ou ela possam retribuir, prejudicando assim, o equilíbrio de troca. Nesse caso quem deu demais, sente-se no direito de cobrar e quem recebeu demais, sente-se na dívida e tem dificuldade de permanecer na relação.

Muitas vezes, num relacionamento afetivo quem deve e não consegue pagar, acaba indo embora. Isso diz respeito a tudo que se possa dar ou receber: carinho, cuidado, dinheiro, atenção, compreensão, tempo, proteção, tolerância, etc.

Quem deu em excesso também é responsável por sua atitude, pois ao dar demais acabou desrespeitando o outro na sua dignidade.

Isso acontece também quando queremos dar em excesso a algum irmão ou mesmo aos próprios pais. Por exemplo, dando mais dinheiro do que possam receber ou fazendo coisas que eles poderiam e deveriam fazer por si próprios. Muitas vezes ao fazer isso trazemos uma intenção consciente ou inconsciente de sermos vistos, amados, aceitos e reconhecidos. Entretanto, sem perceber acabamos causando incômodo aos outros e o reconhecimento que tanto desejávamos não acontece. Acreditamos então que a outra pessoa está sendo ingrata, ou seja, responsabilizamos o outro por nossos excessos.

Somente numa relação de pais para filhos esse desequilíbrio não se verifica, pois os pais sempre terão dado mais aos filhos do que recebido deles. Os pais deram a vida aos filhos, mesmo que isso tenha acontecido em circunstâncias materiais, emocionais ou comportamentais desfavoráveis. Mesmo que esses pais possam ter se comportando de maneira mesquinha, infantil e hostil, ainda sim, os filhos nunca poderão retribuir aos pais pelo dom da vida que receberam deles.

Os filhos só poderão caminhar com equilíbrio e força na vida se aceitarem o fato de que receberam mais dos pais e de seus antepassados por terem lhes transmitido a vida.

Ter gratidão pela vida é reconhecer, antes de tudo, que ela chegou a nós por intermédio dos nossos pais e antes deles pelos pais deles e, assim, sucessivamente, independentemente de como eles, fizeram ou deixaram de fazer. Reconhecimento e gratidão são as únicas retribuições que os pais desejam.

A relação do dar e receber também se verifica em outros sistemas diferentes do familiar, como nos sistemas produtivos ou de trabalho.

Uma organização na qual seus membros cooperam de maneira equilibrada, não gera dissonâncias. Cada um percebe que pode dar e receber de acordo com seus limites sem gerar em si mesmo sensações de dívida ou exploração. A consequência é a satisfação dos membros e a boa produtividade das equipes de trabalho.

Na relação entre empresa e colaborador, a primeira oferece um salário e condições de trabalho compatíveis com as necessidades do segundo. O colaborador, por sua vez reconhece aquilo que lhe é oferecido e retribui com seu esforço colocando suas competências e habilidades a serviço da empresa que o contratou. O resultado dessa troca equilibrada traz realização e sucesso para ambas as partes.

O contrário, porém, uma relação na qual as partes não cumprem com seus deveres e responsabilidades ou quando uma das partes acaba dando muito mais do que a outra possa retribuir, gera conflitos na relação. Essa relação desequilibrada poderá evoluir para o término da relação de trabalho. Assim, temos as seguintes situações:

1. A empresa deu mais ao colaborador do que ele poderia retribuir. A consequência é que uma vez cobrado e não podendo retribuir, o colaborador se sentirá na dívida para com a empresa.

2. O colaborador deu mais a empresa do que ela poderia retribuir. A consequência é que o colaborador se sentirá desvalorizado e com maiores direitos do que a empresa.

Em ambas as situações o desequilíbrio estará instalado e a demissão será inequívoca.

Agora fica mais fácil reconhecer a importância do equilíbrio de troca nas relações e o quanto é importante preservá-lo, pois do contrário nós e nosso sistema sofrerá as consequências.

Lembre-se sempre, ajudar os outros é importante e necessário, assim como solicitar e receber ajuda, mas que isso possa ser feito sempre em equilíbrio."
Blog  A escola da vida -  Carlos Cesar



Para Refletir:

1. Minhas relações de troca são equilibradas ou tenho a sensação de que recebo mais do que posso retribuir ou de que dou mais do que recebo?

2. Na família percebo meu limite na relação de troca com meus pais e irmãos e sei respeitar os deles?

3. Reconheço que as pessoas que mais me deram foram meus pais ou fico no ressentimento daquilo que não puderam me dar?

4. Estou satisfeito (a) com as trocas em meu ambiente de trabalho na relação com a empresa, colegas e superiores?

5. Minhas relações afetivas levam em consideração a minha capacidade de dar, mas também de receber sem que para isso tenha que me sentir devedor ou credor?

Precisamos estar muito atentos, pois diariamente somos colocados à prova em nosso "Dar e Receber", e muitas vezes - por comodismo ou por processos inconscientes - nos enfronhamos em trocas desiguais. Existe um preço e necessitamos  saber  fazer escolhas.
Boas trocas nesta semana!
Tais

domingo, 12 de maio de 2013

O amor a nossa mãe: tal como é



"Uma das grandes dificuldades que enfrentamos é que nossas expectativas com respeito a nossa mãe vão muito além do que uma mulher comum pode dar.
Frequentemente, ela, a nossa mãe, tinha que ser ainda melhor que Deus.
Ai dela!
Se não é como Deus, então lhe fazemos reclamações.
Que pode fazer então?
É uma grande injustiça que lhe fazemos.
Quando me dei conta disso, escrevi uma carta a minha mãe.
Faz muito tempo que ela faleceu, porém lhe escrevi uma carta."
Bert Hellinger



Fiquei a pensar sobre algo que fosse verdadeiro neste domingo das Mães, e concluí que compras, discursos, reunião em família, almoço...quase todo mundo faz. 
Ou então, aos que não tem a mamãe presente fisicamente...normalmente permanecem na tristeza, na saudade.
Aí lembrei que independente dela estar aqui junto a cada um de nós, ela nos deu a Vida, juntamente com o nosso Papai -isso não tem preço e precisamos ser gratos, independente de qualquer coisa. Então lembrei desta meditação...
Vocês podem fechar os olhos a cada frase lida, ou simplesmente ler como se de olhos fechados estivessem...contemplando sua própria mãe!
Experimentei este exercício e internamente foi maravilhoso. Era como se, ao estar em seus braços (querida mamãe) estivesse de novo em casa.
Experimentem também!
Tais


"MEDITAÇÃO:QUERIDA MAMÃE

Querida mamãe.
Tu és uma mulher comum como milhões de outras mulheres.
Te amo como uma mulher comum.
Somente por haver sido uma mulher comum, amastes meu pai e também ele é totalmente comum.
Assim foi como eles se juntaram.
Amaram-se como homem e mulher, ato totalmente normal e comum.
Como milhões de outras mulheres e homens.
De seu amor surgi eu.
Sou um fruto de seu amor, um amor totalmente comum, assim como homem e mulher que se amam.
Então estiveram me esperando com esperança e também com temor, pensando que tudo resultaria bem.
Então me deste a luz com dores, assim como outras mulheres dão a luz a seus filhos, ato normal e comum; assim como  a natureza o tem determinado.
Então estava aí, vocês me olharam e se surpreenderam;
- É a nossa criança? Pensaram.
Olharam-se nos olhos e disseram:
- Sim, é nossa criança e nós somos seus pais.
Deram-se um nome, pelo qual sou chamado.
Dera-me seu nome e comunicaram a todas as pessoas:
- Esta é nossa criança e nos pertence.
Sim, e então me cuidaram ao longo de muitos anos.
Sempre se preocuparam com o meu bem estar e com o que talvez necessitasse. Assim estiveram presentes para mim como milhões de outros pais, também estiveram presentes para seus filhos, de forma totalmente comum.
Por haverem sido tão comuns, também cometeram erros e houve coisas que me doeram.
Porém, somente porque cometeram falhas, eu pude crescer e pude me fazer como vocês.
Agradeço-lhes que foram tão comuns.
Assim os amo, exatamente como foram.
Assim foram bons para mim.
Querida mamãe, ainda tenho que lhe dizer algo importante.
Liberto-me de todas as minhas expectativas.
Que vão todas mais alem do que eu possa exigir de uma mulher comum. 
Ninguém fez mais por mim  do que tu.É muito mais do que foi necessário.
Assim te amo, totalmente comum, como és, querida mamãe."

Meditações- Bert Hellinger

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domingo, 5 de maio de 2013

Onde estão as Moedas?


Segue um conto, que faz parte do livro Onde estão as moedas - Joan Garriga Bacardi, e que discorre sobre os princípios que regem as nossas relações interpessoais – desde pequeninos até os últimos momentos de nossa vida. 
É uma parábola que nos mostra as trocas relacionais e os vínculos – de sua força e capacidade para nos levar adiante com um suave movimento ou manter-nos paralisados e engessados em situações repetitivas.
Boa leitura e reflexão!




Onde estão as moedas?
"Numa noite qualquer, uma pessoa, da qual não sabemos se é um homem ou uma mulher, teve um sonho, um sonho com os pais.
Neste sonho seus pais apareciam e lhe davam algumas moedas, não sabemos quantas eram, se uma dúzia ou uma centena, nem de que metal eram feitas, se eram de ouro, de prata, de cobre, de ferro ou mesmo de argila.

O sonhador as recebia de bom grado porque eram as moedas que seus pais lhe davam, eram as exatas que necessitava e merecia, para levar sua vida. Satisfeito agradeceu aos pais pelas moedas recebidas tomando-as por inteiro.
E o sonhador termina a noite de sono tranqüilo, descansado e pleno. Ao amanhecer, desperta bem disposto e resoluto em ir à casa dos pais para comentar o sonho e agradecer as moedas recebidas.

Indo até os pais, comenta o sonho e agradece as moedas recebidas, em profunda gratidão. Seus pais, vendo a atitude do filho, sentem-se grandes, ainda maiores e mais bondosos do que haviam sido e orgulhosos do filho. Dizem-lhe então:
- Estas moedas são para você, use-as como quiser e não precisa devolvê-las, são nossa herança para você.
E este filho segue seu caminho satisfeito e pleno, capaz de enfrentar e vencer qualquer desafio, com a certeza de haver recebido as exatas moedas que necessitava e merecia de seus pais, suficientes para empreender sua caminhada. De tempos em tempos volta-se para trás, em direção à casa dos pais, e sente-se revigorado e pleno para seguir e realizar sua vida.

Acontece, que em outra noite qualquer, um outro sonhador tem um sonho parecido, que costuma acontecer com qualquer um de nós, mais cedo ou mais tarde, de ter um sonho com os pais. Neste sonho, o sonhador recebe dos seus pais algumas moedas, que não sabemos se uma dúzia, uma centena ou apenas umas tantas, nem de que metal eram feitas, se de ouro, de prata, de cobre, de ferro ou mesmo de argila.
Mas este sonhador não aceita as moedas dos pais.
- Estas não são as moedas que necessito, preciso e mereço, por isto não as tomo e deixo-as com vocês. Se eu as tomasse minha vida se tornaria pesada e, portanto, fiquem com elas.

E este sonhador segue pela noite intranquilo com o sono entrecortado e desperta muito cedo, cansado e ansioso por ir até a casa dos pais, contar-lhes a respeito do sonho.
Lá chegando, diz aos pais sobre o sonho e que aquelas moedas não lhe interessam, que aquilo que eles tinham para ele não eram as moedas que ele necessita e merece, deixando-as portanto com eles.
Os pais ouvindo isto, tornam-se ainda menores, humilhados, como costuma acontecer quando um filho não toma seus pais, seus ensinamentos e sua herança, tal como foi; e retiram-se para seu quarto.

E este sonhador, tomado de uma estranha força, sente-se fortalecido e vingado, havendo acertado as contas com seus pais, e sai para a vida decidido a encontrar suas moedas, as que justo necessita e merece. Com alguém elas devem estar. 

E tomado por esta força, estranhamente falsa, vai pela vida em busca de parceira, procurando pelas moedas que necessita e crê poderem estar com ela. As vezes tem a sorte de encontrar alguém e mais sorte ainda desta relação durar algum tempo.
Quando isto ocorre, com o passar do tempo o sonhador percebe que sua parceira não tem as moedas que necessita e merece, e o relacionamento perde todo seu encanto, ficando para trás. E o sonhador segue em busca de outra pessoa que talvez, desta vez, tenha as suas moedas.
E de relacionamento em relacionamento, segue em busca de suas moedas e desencantos, porque nenhum deles tem as moedas que necessita e merece.

Outras vezes, o sonhador tem um filho e, ao engravidar, cria a forte expectativa de que este filho terá as moedas que necessita e merece, e o aguarda ansioso e cheio de esperanças. Mas a vida é como é; os filhos crescem e seguem seus próprios caminhos, e tampouco eles tem as moedas que o pai ou a mãe procuram.

E nesta busca incessante, o tempo vai passando até que o desespero toma conta: onde estarão minhas moedas, justo as que necessito e mereço para levar minha vida.
Então, algumas vezes, vão em busca de um terapeuta, na certeza de que eles sim saberão das moedas.
Mas há dois tipos de terapeutas: um que acredita que tem as moedas que seu cliente procura; e outro que sabe que não as tem, mas está disposto a ajuda-lo a procura-las.
Quando tem a sorte ou a sabedoria de encontrar este segundo tipo de terapeuta, dá-se início a um processo de auto-consciência e aprendizado, onde o sonhador vai percebendo aspectos antes ignorados, apropriando-se de sua própria vida, pouco a pouco.

Até que num belo dia o terapeuta se dá conta de que o sonhador já está pronto para saber onde estão suas moedas. E neste mesmo dia, não apenas por coincidência, o sonhador vem para a terapia e diz:

- Eu já sei onde estão as moedas. Ainda estão com os meus pais.
E resoluto, empreende o retorno à casa dos pais, em busca das justas moedas que necessita e merece.
Chegando à casa dos pais, arrependido e amadurecido , toma-os por inteiro, tal como foi, aceitando feliz e de bom grado as moedas que eles têm para si, exatamente as que precisa, necessita e merece para levar sua vida em plenitude.
E seus pais, reconhecidos e aceitos inteiramente pelo filho, tornam-se ainda maiores, mais dignos e responsáveis, podendo ser ainda mais generosos.

E assim, o sonhador encontra seus caminhos, com a fortaleza da herança dos pais: agradecendo a vida recebida; dizendo sim a tudo, tal como foi, libertando-se de todas as mágoas, deixando as responsabilidades com quem de direito; e tomando sua própria vida em suas mãos, com a benção de seus pais, para que, agora possa buscar sua felicidade."
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Então...é interessante nos perguntarmos:tomo os meus pais?
Esta é a maior benção que podemos dar a nós mesmos. Tomando-os da forma que são, com todas as suas características, sem julgamentos, afinal recebemos deles o bem mais precioso que temos - nossa vida!
Guardar mágoas nos atrasa e a falta de gratidão nos impede de caminhar rumo àquilo que viemos cumprir aqui -  desta forma, com esses pais.
Espero "ter plantado" uma pequena semente de Amor em seus corações, para assim seguirem...mais fortes, mais certos, mais resolutos em suas vidas.
Boa semana.
Tais