Para muitas pessoas há algumas vivências na tenra idade que bloqueiam o caminho para a mãe. Elas experimentam uma separação prematura de suas progenitoras, por exemplo. Talvez tenham sido esquecidas por algum tempo, ou suas mães estavam doentes, ou a própria criança estava doente e sua mãe não tinha permissão de visitá-la. Este tipo de vivência, doravante, resulta em uma mudança profunda em nossos sentimentos e comportamento. Através da dor da separação e do sentimento de estar perdido sem a mãe, o desespero de não ser capaz de estar com ela, ela, a quem precisamos tanto, uma decisão é tomada e diz, por exemplo: “Eu desisto”, “Eu permaneço sozinho”, “Eu mantenho distância dela”, ou “Eu fico longe dela”. Mais tarde, quando é permitido a esta criança que vá até sua mãe, ela ou ele frequentemente se mantém distante. Esta criança pode não deixar sua mãe tocá-la novamente; ela se fecha para a mãe e para o amor. A mãe espera em vão e quando tenta chegar mais perto, para pegar seu filho em seus braços, a criança mantém a rejeição interna, e, frequentemente, também expressa seu repúdio.
As consequências do movimento interrompido em direção à mãe
A interrupção prematura do movimento em direção à mãe têm amplas consequências em nossas vidas e no sucesso ao longo da existência. Quando, mais tarde, uma criança com este tipo de experiência quer ir até alguém, para um parceiro, por exemplo, o corpo se lembra do trauma da separação na tenra idade. Então ela para o movimento. Ao invés de seguir seu movimento, espera que o outro se aproxime. Geralmente quando o outro vem, ela tem problemas para tolerar a proximidade. Rejeita de uma ou outra maneira o parceiro, ao invés de acolher alegremente esta pessoa. Isto causa sofrimento, mas ainda assim só consegue se abrir para o outro com reservas, se não em tudo, e por pouco tempo.
Estas pessoas tem a mesma experiência com seus próprios filhos. Frequentemente terão problemas em tolerar a proximidade deles. Qual é a solução? Ultrapassa-se este trauma onde ele se origina. Geralmente, atrás de praticamente todo o trauma existe um situação onde um movimento é necessário, mas é impossível, e ao invés de seguirmos, nós nos mantemos parados, congelados no tempo. Como este trauma, esta “petrificação”, pode ser resolvida? O trauma se resolve em nosso sentimento e em nossa memória, quando ao invés do medo, nós retornamos à situação dolorosa e fazemos o que outrora era impossível.
Nós entramos no movimento interrompido e nos movemos além do que andamos anteriormente. O que isto significa em relação à interrupção prematura em direção à nossa mãe? Nós voltamos para dentro daquela situação como fora anos atrás, nos tornamos aquela criança naqueles dias e olhamos para a nossa mãe como fizemos.
Mesmo que a dor, a frustração e raiva brotem novamente dentro de nós, tomamos um pequeno passo em direção a ela - com amor. Fazemos uma pausa, olhamos em seus olhos, e esperamos a coragem e a força para dar o próximo pequeno passo.
Novamente paramos, sentimos e conscientemente reconhecemos nossos sentimentos, agora podemos suportá-los com amor por nós mesmos e por nossa mãe. Então, bravamente damos mais um pequeno passo, e de novo, lentamente, um passo após o outro até estarmos nos braços de nossa mãe, abrindo mão de toda resistência, nos entregando ao seu corpo, abraçando-a bem apertado no segredo de sua presença, de volta, finalmente, juntos no amor que temos por ela e nunca nos deixou ou a ela, sentindo o amor de mãe que também nunca nos abandonou: eu com ela novamente.
Mais tarde testamos, aqui também como a primeira vez em um movimento interior, se poderíamos ter sucesso neste movimento em direção ao nosso amado parceiro ou amada companheira. Nós olhamos nos olhos dele ou dela e, em vez de esperar que venha a nós, tomamos o primeiro pequeno passo para ele ou ela interiormente. Depois de um tempo, quando tivermos angariado a segurança necessária, levamos o outro pé à frente. Assim, lentamente, por meio de pequenos passos, ganhamos confiança, pé ante pé seguindo adiante até, finalmente, envolvermos o amado em nossos braços e os dele nos tomando, e, num abraço envolvente nós nos apoiamos facilitando esta realização. Continue ainda o movimento em direção a outra pessoa, deixando corpo e alma se encontrarem cada vez mais profundamente e permanecendo assim, em felicidade, por um logo tempo.
O Movimento em direção ao Sucesso
O Movimento em direção ao Sucesso
Uma interrupção precoce no movimento em direção à nossa mãe revela-se, posteriormente, como um obstáculo decisivo para o nosso sucesso no trabalho, na nossa profissão, em nossos empreendimentos. Aqui, também, é muito importante que caminhemos em direção ao sucesso ao invés de esperar que ele venha até nós. Um bom exemplo é quando esperamos o retorno sem termos nos esforçado e conquistado o que corresponde a nossas expectativas, ou quando insistimos para que outros façam o trabalho ao invés de nós mesmos nos entregarmos para ele, ou quando nos escondemos ao invés de alegremente irmos em direção às pessoas e ao trabalho. Todo sucesso tem o rosto da nossa mãe.
Aqui, também, nós praticamos isso com um movimento interior para o nosso sucesso, com outras pessoas, em nossa vontade de conseguir algo para elas, preparados para atendê-los, ao invés de hesitar, permanecendo parados e esperando que se movam. Vamos em direção a eles, vamos para o nosso sucesso, passo a passo - e em cada etapa, sentimos nossa mãe carinhosamente atrás de nós. Na proximidade com ela, estamos muito bem equipados para o nosso sucesso e nós chegamos lá, assim como, anteriormente, conseguimos nos reunir com ela. Em primeiro lugar, nos movemos até ela - e agora para o nosso sucesso.
Gentilmente se vire para os outros
Gentilmente se vire para os outros
Virar-se para alguém gentilmente é um movimento que começa em nosso coração. Ele vem facilmente, uma vez que se teve sucesso no movimento em direção à nossa mãe. Mas o que acontece se algo estiver em nosso caminho até ela ou se o movimento foi interrompido no início da vida? Como consequência, em vez de virarmos para os outros e para nós mesmos com amor e respeito, nos afastamos de nós mesmos e dos outros. Afastar-se interna e externamente passa a ser o nosso movimento básico em nossas relações, incluindo a nossa relação com o sucesso. Como o afastar-se pode se transformar no movimento de se virar gentilmente em direção a alguém ou à alguma coisa, à nosso vida, ao nosso sucesso e nossa felicidade?"
Bert Hellinger
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Uma das formas de voltarmos para nossa mãe pode ser as Constelações Familiares.
Sempre enfatizo que nela, nas Constelações, não existem "mágicas". Ela funciona como uma possibilidade de que nosso inconsciente se manifeste e nos mostre as causas das questões que normalmente nos atormenta.
A segunda parte é "tomar no coração" o que se viu e trabalhar internamente nas transformações necessárias. Sem o esforço de quem quer a mudança, dificilmente haverá a mudança...
A Constelação Familiar funciona como uma alavanca para a solução, mas a compreensão e a mudança é do cliente.
Nós terapeutas também não resolvemos nada...somos apenas facilitadores do processo. O terapeuta que tiver a pretensão de resolver os problemas do cliente é arrogante - e quando se vai para este estado o trabalho torna-se vão!
Por fim reflita sobre este texto tão divino escrito pelo mestre Bert Hellinger - porque aí contém Verdades.
Uma semana com muito amor à todos.
Taís
Lindo demais Thais. Muito bom texto, lembrei de coisas importantes que precisava resgatar. Gratidão !!! bjs
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