"Jesus dizia: amai aos vossos inimigos. Onde estão os seus inimigos? Será o meliante que lhe espreita numa viela escura? Ou o colega de trabalho invejoso, que está prontinho para lhe puxar o tapete? Quem sabe seja aquele cunhado irresponsável, que sempre lhe pede dinheiro emprestado e nunca paga? Talvez o político que você acabou de eleger, e que, sem pudores nenhum, você mesmo diz, de boca cheia: corrupto!?
Olhamos para o mundo e vemos inúmeras razões para temer o outro ser humano. Ou pelo menos, para desconfiar, e então, criar um muro de repulsa e indiferença. Um mestre espiritual, Prembaba, diz que a indiferença é a maneira mais sutil do ódio… Pois é… Em maior ou menor intensidade, odiamos o outro ser humano, pois ele pode nos ferir, nos magoar, nos furtar, nos enganar, discordar das nossas verdades, zombar e caçoar, nos rebaixar.
Para que tapar o sol com a peneira? O convívio social é isso mesmo: pessoas em constante atrito, e por ignorância, competição.
E isso ocorre também, e principalmente, nas relações familiares, nas relações mais íntimas. É onde nos achamos mais vulneráveis, porque não esperamos que aqueles que mais amamos, num ambiente onde queremos nos sentir protegidos, possam nos ferir, nos tirar o chão. E eles tiram. Papai desvaloriza meu trabalho. Mamãe protege mais o meu outro irmão. Irmãzinha sacaneia e mente para me colocar pra escanteio. Marido diz que me ama, mas não é capaz de me ouvir vinte minutos, sem querer dizer o que é certo ou errado pra mim – e assim mostrando que me acha sempre errada. Mulher evita, só de birra, a relação sexual, pois sabe que isso me deixa enfurecido. De onde vem este conflito? Por que temos tantos “inimigos” a nos confrontar, o tempo todo, no nosso ambiente mais íntimo?
E isso ocorre também, e principalmente, nas relações familiares, nas relações mais íntimas. É onde nos achamos mais vulneráveis, porque não esperamos que aqueles que mais amamos, num ambiente onde queremos nos sentir protegidos, possam nos ferir, nos tirar o chão. E eles tiram. Papai desvaloriza meu trabalho. Mamãe protege mais o meu outro irmão. Irmãzinha sacaneia e mente para me colocar pra escanteio. Marido diz que me ama, mas não é capaz de me ouvir vinte minutos, sem querer dizer o que é certo ou errado pra mim – e assim mostrando que me acha sempre errada. Mulher evita, só de birra, a relação sexual, pois sabe que isso me deixa enfurecido. De onde vem este conflito? Por que temos tantos “inimigos” a nos confrontar, o tempo todo, no nosso ambiente mais íntimo?
A guerra e a paz está em nosso sistema familiar
Herdamos, emocionalmente, muitas situações de conflito, originárias do nosso sistema familiar. Olhe para trás, e somente naquilo que você sabe, e veja quantas separações, quantas traições, quantos filhos fora do casamento, quantos abortos, quanta mentira no relacionamento familiar, quantas dores, quantos desfalques, atos abomináveis e até desumanos… tudo isso faz parte de você. Tudo isso é energia que pulsa em seu íntimo. Por mais que, conscientemente, você negue ser um assassino, um depravado, uma mãe irresponsável, um pai que abandona o filho, um trabalhador fraco e covarde, estas energias fazem parte do seu sistema familiar. E foram justamente estas energias, e a força vital que lhe trouxe a esta vida, que o mantém vivo, sobrevivente, com força para superar tudo isso e fazer algo bom da sua própria vida. Por isso, costumo dizer que todos estes fatos são bênçãos, dádivas divinas, verdadeiros tesouros que o universo nos provê, nos preparando para a luta do dia-a-dia.
O inimigo está em seu próprio sistema familiar. Perdoar ao vosso inimigo é reconhecer que você é igual às coisas mais abomináveis que combate, pois se elas lhe incomodam tanto, é porque você sabe, inconscientemente, que fazem parte de si. É amar a si mesmo, do jeito que você é, com todas as virtudes mas, principalmente, com todas as mazelas. Sem a máscara do bonzinho, do espiritualizado, do evoluído. E também sem a máscara do coitado, do sofredor, da vítima.
Convido você a celebrar este Natal com estes olhos compassivos para si, para seus pais, avós e todo o sistema familiar. Ame ao inimigo que está em você. Permita que ele exista. Permita que a criança interna, ferida e desprezada, seja vista, reconhecida, e acariciada. Permita que os seus sentimentos de rejeição, abandono, desprezo e dor existam. Eles fazem parte. Deixe que a força crística, simbolizada pelo Natal, tome posse desses sentimentos, e os transmutem em aceitação, acolhimento, apreço e prazer. Se você realmente capta o sentido destas palavras, é porque um grão de amor em seu coração vibrou, e deseja espalhar aceitação e honestidade em si e em seu próprio sistema familiar. É porque a mentira e as máscaras sociais que você utilizou para se proteger e mostrar que não tinha tanta dor, mágoa e raiva em si estão caindo, desnudando alguém absurdamente humano. Um ser humano. Com tantas e tantas e tantas histórias, conflitos, superações, quedas… Um ser humano que foi, vezes e vezes, da manjedoura à cruz.
Da santa ceia aos pregos cravados em suas próprias mãos. Do olhar amoroso às súplicas ao Pai, buscando perdão àqueles que não entendem o que fazem. Buscando perdão a si mesmo, que não entende o que faz. Sim, você viveu tudo isso. Se não nesta vida, com certeza nas vidas anteriores, vividas pelos seus antepassados, que na realidade, são você. Você foi anjo e demônio. Culpado e inocente. Vítima e agressor. Mestre e aluno. Desprezível e admirável. Simplesmente, você foi um ser humano. Na medida em que a força crística se derrame sobre a verdade pura, honesta e simples, de quem você é, que o seu sistema familiar também possa ser abençoado. E que você possa viver, realmente, em estado de comunhão natalina. Sentar à mesa da sua família, e olhar aos seus irmãos, pai e mãe como iguais. Marido, como igual. Esposa, igual. Filho, idem. Nem melhor, nem pior. Olhar ao seu passado e dizer: sim, foi assim. E eu respeito e reverencio.
E quem sabe, neste reconhecimento total de ser somente um humano, você também vislumbre o seu lado divino. Quem sabe Cristo lhe dê a graça de mostrar-se em si mesmo, no momento em que você deixar a necessidade de ser quem você não é, e simplesmente ser quem você é. Quem sabe Jesus nasça, em seu coração, aqui e agora. Se isto ocorrer, olhe-o nos olhos, e diga: feliz Natal. Se isso não ocorrer, mesmo assim, segure seu coração em suas próprias mãos, e diga: feliz Natal. Eu me abençôo, do jeito que sou."
Alex Possato
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Quero em especial agradecer aos seguidores de meu Blog, aos clientes do consultório e das Constelações e aos meus amigos pessoais. Foi um ano de muito trabalho e muita colheita.
Muito Obrigada!
Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz. Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes. Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último. Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.
Natal é hora simbólica de renascer, de florescer, de viver de novo. Aproveite este Natal que está chegando para agradecer, agradecer e agradecer! Não importa como foi 2015...agradeça...já passou!
Gratidão à todos vocês!
Tais
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