O educar o sentimento não é um rechaço à mente ou ao corpo, já que uma educação justa deve dirigir-se simultaneamente a essas três partes na criança.
Em síntese, a educação do sentimento começa por obrigar-se a si mesmo a expressar os próprios sentimentos e, a partir dessa tentativa, ajudar a criança a expressar os seus, sem palavras.
Nosso dever é ensinar o caminho do dar e receber à criança. Diferentemente do adulto, a criança tem que receber primeiro.
Devemos ser generosos primeiro com nossos sentimentos.Temos de aprender a espalhá-los como uma chuva, envolvendo muitas crianças com eles. Se fizermos isso, nossos sentimentos crescerão, tornar-se-ão mais calorosos e levarão a muitos seres aquilo que eles necessitam. Para isso estamos na Terra!
A EDUCAÇÃO DA MENTE E DA INTELIGÊNCIA
A mente está dividida em duas partes principais. Uma que exige um tentar voluntário para se poder entrar em contato com ela. E outras, automática, que é aquela que, se usa habitualmente para armazenar e dar informações. Esta parte é de fácil acesso e estamos acostumados a reconhecer a ela sempre, mesmo quando se faria necessário dirigir à outra.
A parte automática, constituída por exemplo, por uma boa capacidade de retenção, não é desprezível; só que não deve ocupar o lugar da verdadeira inteligência. Ela é como uma maquininha que pode funcionar muito bem, mas que trabalha sempre da mesma maneira...sem a participação das demais partes do ser.
A verdadeira inteligência não é somente mental e tem uma qualidade muito fina. Tem a capacidade de receber informações de todas as partes do ser, reuni-las e chegar a uma conclusão, que poderia ser muito útil caso se entrasse em contato com ela; enquanto a máquina, por trabalhar sozinha, não compreende, e, mesmo quando funciona muito bem, converte os seres humanos em escravos. Por isto, se por um lado não devemos desprezá-la, por outro, não devemos dela nos vangloriar. Existem situações em que é necessário recorrer à outra parte, que permite maiores compreensão, amplitude e profundidade.
O Pensar - Pensar é um ato que só pode ser voluntário. Tem-se de dirigir, colocar e sustentar a atenção sobre um objeto, uma ideia ou uma situação. No pensar há muitíssimos níveis, e nós, em geral, não alcançamos os mais profundos. Em nossa mente organizam-se, de maneira automática, idéias, conhecimentos, imagens, sequências associativas; tudo programado...e é a isto que chamamos de pensar.
Para pensar, necessita-se da verdadeira inteligência. é necessário uma parada do nosso funcionamento automático, uma parada dessa maquininha registradora que sabe tudo, que traz tudo gravado, que tem uma resposta imediata para tudo, e, por conseguinte, nos impede de pensar realmente. O pensar é independente dessa máquina. Ele requer essa inteligência própria, a serenidade dos nosso sentimentos e a tranquilidade do corpo.
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Então...parece que nosso papel (enquanto pais, professores...) é fazer um chamado à inteligência, porém só podemos fazê-lo se chamarmos primeiro a nossa. Nossa máquina se dirige apenas à máquina do outro. É um diálogo de máquinas. Não devemos nos permitir ser exemplo para a criança- onde ela apenas repete como papagaio- nem devemos ensinar palavras absurdas que não significam nada para ela!
Esta é uma busca que deve ocorrer primeiramente em nós mesmos, e algumas perguntas podem nos ajudar: experimento o que leio ou saio repetindo apenas aquilo que alguém escreveu?
É gritante a diferença daqueles que experimentaram dos que apenas repetiram, sem a experimentação em si (e a consequente compreensão).
Talvez aí esteja uma dica para quando sentimos que nosso interlocutor não nos compreendeu.... Digo algo tendo experienciado? Ou apenas repito, como papagaio...
Encerro por aqui estas quatro partes sobre Educação do Sentimento. Espero ter colaborado, um pouco que seja, no "pensar" de cada um. Boa semana
Tais
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