"Segundo a bíblia, após criar o mundo em seis dias, Deus descansou no sétimo. Ao vislumbrar o que havia criado, achou muito bom. Também poderíamos dizer que ele se alegrou diante de sua criação."Bert Hellinger
O amor do espírito
Em nossa alma, o amor desempenha um papel crucial para a nossa felicidade. Ao mesmo tempo, ele é o movimento fundamental que leva a doenças graves e à morte precoce.
Esse amor é sentido por nós. Ele nos faz agir para melhorar algo de acordo com o nosso desejo mais profundo, não importando o preço.
Esse desejo profundo é o desejo de segurança de poder pertencer à nossa família. Por essa segurança estamos dispostos a colocar tudo em jogo, até mesmo nossa saúde, nossa vida e nossa felicidade.
Esse amor é sentido, mas, no fundo, trata-se de um instinto, um instinto de sobrevivência. Esse instinto ultrapassa as fronteiras da vida do nosso corpo. Com esse instinto, desejamos sobreviver como membro de nosso grupo, mesmo para além de nossa morte aqui.
Para que servem, por exemplo, aquelas celebrações através das quais desejamos trazer os mortos para o presente de nossa família? Para que servem os empenhos da tantos para serem lembrados após a morte?
Em ambos os casos, trata-se de um impulso de continuar pertencendo ao nosso grupo após a morte, quase que como se eles e nós fôssemos continuar vivos.
Como é o amor do espírito em comparação com esse amor?
Podemos comparar esse amor com o amor da alma e seus impulsos? Podemos senti-lo de forma como sentimos esse outro amor a todo momento? Por exemplo, nos movimentos da consciência? Por exemplo, nos julgamentos com os quais, em sintonia com a nossa consciência, diferenciamos entre bom e mau?
Com os quais nos afastamos do mau e de suas consequências, pelo amor ao bom? Banindo-o de nossas vidas e desejando torná-lo inofensivo? Inofensivo tanto como coisa quanto nas pessoas que, de acordo com a nossa boa consciência, consideramos sem direito de pertencimento, pois representam perigo e ameaça a nossa família e grupo?
Quais são as diferenças entre o amor do espírito e esse amor?
1. O amor do espírito é uma atitude. É dedicado a tudo da forma que é, simplesmente por existir.
2. O amor do espírito não possui um julgamento por meio do qual decide se algo deve ou não deve estar presente. Se algo está presente, foi pensado da forma que é por um espírito criativo e, dessa forma, é amado por ele da forma que é.
3. Quando somos envolvidos pelo amor do espírito, ele se alegra com tudo que está presente, da forma como está presente.
4. O amor do espírito é, fundamentalmente, uma atitude que apoia tudo da forma que é. Ele deseja bem a tudo.
5. O amor do espírito é um amor criativo que permite a todos tomar o lugar reservado a si e defendê-lo. Ele deseja que estejam lá da forma que são.
6. Para o amor do espírito, não existe a pergunta sobre algo poder ou não poder estar presente. Para ele, tudo e todos fazem parte: nós também, assim como somos.
Quais as consequências do amor do espírito em nossa postura diante de tudo?
1. Concordamos com tudo.
2. Concedemos a tudo o seu tempo determinado. Não desejamos encurtar ou prolongar esse tempo.
3. Não retiramos ou acrescentamos algo a nada com o objetivo de melhorá-lo. Tudo é trazido à existência a partir de outro lugar e nela mantido exatamente como é.
Para o amor do espírito não há maior ou menor nível de pertencimento. Para ele, não existe maior ou menor pertencimento. Para ele nada vai além da existência."
A Cura - Bert Hellinger - Ed Atman
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Para saber se estamos em sintonia com o amor do espírito ( que aceita tudo como é, da forma que é e foi) é só observar a nossa quietude.
Se existe inquietude é porque estamos abandonados pelo amor do espírito. Mas por que? Porque nem nós nem aquilo que existe em nós, em nossa história, podem ser excluídos dele.
Embora não sintamos de uma maneira direta o amor do espírito, ele é sentido por outros de maneira benéfica como amor. Eles se sentem acolhidos e tranquilos diante daqueles que irradiam esse amor. Próximo dele tudo pode ser como é.
Boa semana.
Tais
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