1-Nome do Livro: Psicologia da Evolução Possível do Homem
2-Autor: P. D. Ouspensky
3-Editora: Editora Pensamento - 1993
4-Relação dos capítulos:
· Introdução
· Primeira Conferência
· Segunda Conferência
· Terceira Conferência
· Quarta Conferência
· Quinta Conferência
· Introdução
O autor relata a motivação tida para escrever as conferências, em função das milhares de cartas que recebia após realiza-las, ou após edição de seus livros desde 1910 até 1934.
Quando aconteciam as conferências, estas cinco eram lidas com ou sem a sua presença. Estas palestras davam diretrizes, sobretudo, à observação de si e a certa disciplina interior. Pareceu-lhe clara a dificuldade dos ouvintes aceitarem a idéia de um novo conhecimento. Tentavam sempre negar ou usar velhas explicações em suas linguagens habituais.
O autor afirma que não pode garantir que encontrarão idéias novas, ou das quais nunca ouviram falar, mas que com paciência, não tardarão a notá-las e que cuidem para não interpretá-las da velha maneira.
· Primeira Conferência
A psicologia referida aqui é muito diferente do que se pode conhecer por este nome. A psicologia chamada de ciência nova é talvez a ciência mais antiga. A original foi esquecida e para isto o autor mostra através da história por quantos nomes ela passou, por ser considerada política, religiosa ou moral, tendo que ocultar sob diferentes disfarces. Sob estes aspectos ocultos a psicologia passou a ser subdividida em duas categorias:
Primeira – As doutrinas que estudam o homem tal como o supões ou imagina ( psicologia moderna está aqui);
Segunda – As doutrinas que estudam o homem do ponto de vista que ele pode chegar a ser, ou seja, de sua evolução possível.
Esta segunda é a verdadeira, portanto a psicologia deveria ser o estudo dos princípios, leis e fatos relativos a evolução possível do homem. Nas teorias da evolução do homem não consegue se explicar os monumentos antigos. Se deixarmos o homem para evoluir apenas a encargo da genética, hereditariedade etc.. negamos a capacidade passada e consequentemente a futura.
O homem não é um ser acabado, e o seu desenvolvimento exige esforços próprios através de uma ajuda por parte daqueles que já se trabalharam, e seres diferentes são cada vez mais raros. O homem não se torna um ser especial porque sua evolução depende de sua compreensão , do que pode adquirir e do dar para isso. O autor coloca que o homem que se desenvolve interiormente, pode Ter poderes que antes não tinha. Mas como adquirir algo novo se não conhece o que pode, ou os valores que se atribui que nem os tem?
O homem não se conhece!
Ele é uma máquina que é posta em movimento por influências e choques exteriores.
Todos os seus movimentos, ações, palavras, humores e pensamentos são provocados por influências externas. No homem, tudo acontece assim como chove, neva ou venta, ou seja, tudo nele acontece.
O primeiro passo é conhecer-se, conhecer a máquina, com seus múltiplos EUS. O conhecimento começa com o desenvolvimento das capacidades que ele crê Ter, sob as quais cria ilusões. Deve dar-se conta que não possui as qualidades que se atribui : capacidade de fazer, a individualidade, o ego permanente, bem como consciência e vontade.
Consciência – acredita-se ser o equivalente a inteligência, idéia errônea, pois Ter consciência é estar presente naquilo que se faz. O homem possui esta ilusão, pois não consegue estar consciente de si mais que dois minutos.
O homem pode conhecer quatro estados de consciência: sono, vigília, consciência de si e a consciência objetiva. Mas ela só vive em dois destes: sono e estado de vigília. Nossa lembrança é vaga porque a maior parte do tempo não estamos conscientes. A consciência só pode ser conseguida de maneira voluntária. A partir deste entendimento pode-se falar de conhecimento de si, ou da ignorância de nós mesmos.
Devemos agora compreender que psicologia significa estudo de si. É como se o homem fosse uma máquina complexa, e para entendê-la, faz-se necessário uma linguagem especial.
Funções da máquina humana.
1) O pensamento (intelecto);
2) O sentimento ( emoções);
3) A função instintiva ( trabalho interno do organismo);
4) A função motora ( o trabalho externo do organismo, movimento no espaço), e
5) O sexo ( função dos dois princípios, masculino e feminino, em todas as suas manifestações).
Além destas, existem mais duas que não há linguagen corrente para dar nome.
a) Função emocional superior – aparece no estado de consciência de si, e
b)Função intelectual superior – consciência objetiva
Dessas duas pouco pode-se estudar, pois não estamos nelas; só conhecemos a existência através daqueles que passaram por esta experiência.
a) Função intelectual
São processos mentais; percepção de impressões, formação de representações e conceitos, raciocínios, comparação, afirmação, formação de palavras, linguagem , imaginação, etc...
b) Sentimento ou emoções
Alegria, medo, tristeza, surpresa, etc.. Confundimos pensamentos com sentimentos em nossas maneiras habituais de falar e ver. Para estudar-se a si mesmo é necessário estabelecer as diferenças entre eles.
As duas funções seguintes, instintiva e motora são as que necessitam de mais estudos, pois a psicologia comum não distingue nem descreve corretamente essas funções.
Função instintiva
Ela é confundida com instinto, com manifestações exteriores que na verdade são de ordem motora. Ela compreende quatro espécies de função:
1) Todo trabalho interno do organismo: toda fisiologia – digestão, respiração, construção de novas células, etc...
2) Os cinco sentidos : visão, audição, tato, paladar e olfato, e as demais como sentido do peso, de secura ou de umidade, etc... e todas as sensações indiferentes ( nem agradáveis nem desagradáveis)
3) Todas as emoções físicas, sensações agradáveis e desagradáveis: dor, odor ruim, sabor agradável etc..
4) Todos os reflexos: dos mais simples aos mais complexos: riso, bocejo, memória de gosto, olfato, dor etc...
Função motora
Compreende todos os movimentos exteriores embora a linguagem corrente qualifica de instinto ( como o de aparar um objeto no espaço).
A diferença básica é que a função instintiva é inata e as do movimento são aprendidas ( nenhuma é inata). Alem das funções motoras normais existem ainda funções de movimento que consomem muita energia e que o homem deixa que ocupe sua vida: formação de sonhos, imaginação, devaneio, falar consigo próprio, falar por falar, e as manifestações incontroladas e incontroláveis.
Tomemos os três estados de consciência – sono, estado de vigília, lampejos de consciência de si – e as quatro funções: pensamento, sentimento, instinto e movimento. Estas quatro funções funcionam automaticamente. No estado de consciência de vigília oo consciência relativa ela pode nos servir para nossa orientação.
Se soubéssemos quanta idéia errada e ilusória acreditamos e somos enganados, poderíamos ter um desenvolvimento. Tudo isto significa que cada uma das quatro funções pode aparecer em cada um dos três estados de consciência. Os resultados todavia, diferem inteiramente.
As funções podem existir sem a consciência e a consciência pode existir sem as funções. É necessário observar as diferenças de acordo com o tipo de estado de consiência e a correlação entre eles.
· Segunda Conferência
O primeiro estado de consciência do sono é mais baixo, é subjetivo e passivo. O homem está a mercê dos sonhos e o que ele tem são ecos de experiências passadas, sensação de dor muscular, mas sem memória.
O segundo estado da consciência aparece quando o homem desperta. O primeiro estado não dissipa quando aparece o segundo, porém as ações são mais disciplinadas e as percepções das contradições e das impossibilidades ficam mais vivas.
No segundo estado o homem já distingue o “eu” do “não eu”, ou seja, entre o corpo e os objetos e os objetos que diferem de seu corpo. Mas não se pode dizer que o homem neste estado está desperto porque ainda sofre influência dos sonhos, agem no sono e não sabem.
Como o homem pode despertar?
É necessário primeiro ver que está adormecido. Após isto ele poderá viver outro estado de consciência, mas antes terá uma dura e prolongada luta. Geralmente dizemos que temos “consciência de si” como um estado que nos atribuímos sem o menor direito. Os estados da consciência podem ser vistos também como uma possibilidade de conhecer a verdade da seguinte forma: No primeiro estado de consciência não sabemos nada da verdade. No segundo , o do sono desperto, só podemos conhecer a verdade relativa. No terceiro, o da consciência de si, conhecer a verdade sobre nós mesmos. No quarto, o da consciência objetiva, o homem encontra-se em condições de conhecer toda a verdade sobre todas as coisas, pode estudar “as coisas em si mesmas” , o mundo como é.
O primeiro obstáculo para o homem ter consciência de si é a ilusão de que a tem quando quiser. Como pode trabalhar sobre si, fazer um trabalho sobre si, fazer um trabalho árduo, obter o que acha que já tem? Para isto ele necessita de uma escola, pois não existe um método universal à todos.
Não se pode estudar a psicologia como se estuda qualquer outra ciência, pois a psicologia tem relação direta consigo mesma. Cumpre iniciar o estudo da psicologia partindo de si. Não se pode estudar-se sendo incapaz de distinguir o real e o imaginário nele.
O que é mentir?
Tudo que o homem diz sem conhecer profundamente, ele mente. Nào podemos conhecer a verdade mas podemos fingir conhecê-la. E mentir é isto. A mentira preenche toda a nossa vida. As pessoas aparentam saber sobre tudo: Deus, vida futura, universo, as origens do homem, a evilução, mas na realidade nada sabem, nem sequer sobre si mesmas. E a cada vez que falam como se conhecessem, elas mentem. Por conseguinte , o estudo da mentira é de importância primordial em psicologia.
Compara-se a psicologia ao sábio que longe da terra recebe amostras de flores artificiais sem nada saber sobre flores verdadeiras, como vai falar delas? A mesma coisa é com a psicologia: estudar o homem artificial sem conhecer o homem real. Como estudar algo sem distinção do que é real e imaginário nele?
As duas partes, a real e a imaginária, são chamadas de personalidade do homem.
Essência = o que é inato
Personalidade = o que é adquirido
A essência é seu bem próprio, o que é dele. A personalidade pode ser modificada de acordo com as circunstâncias, por exemplo. O homem por natureza deveria gostar do que é bom para ele e detestar o que é ruim. Esta é a essência.
Mas quando é a personalidade que escolhe, ele começa a gostar do que é mau e a detestar o que lhe é bom. Uma não deve sobrepujar a outra, e sim ter um equilíbrio.
A vida favorece o não desenvolvimento da essência. Cada centro ( intelectual, emocional, motor e instintivo) é independente um do outro, e possui seus próprios poderes e suas próprias modalidades de desenvolvimento . A estrutura destes centros, suas capacidades, seus lados fortes e débeis são da essência e o conteúdo é da personalidade. A personalidade está cheia de ilusões de falsas idéias sobre si mesmo: não quer conhecer a verdade porque teria que abandonar a situação usurpada e ocupar situação inferior que na verdade não lhe compete. A desarmonia atual do homem deve-se ao fato de, a essência e a personalidade encontrarem-se numa situação falsa, e a única alternativa para sair disto, é o conhecimento de si.
Conhece-te a ti mesmo era o primeiro princípio e a primeira exigência de todas as antigas escolas de psicologia. Mas pensamos que conhecer-nos a nós mesmos é conhecer nosso desejos, gostos, capacidades, quando na verdade é conhecer a máquina: como funcionamos. Para isto é necessária a observação de si, ou seja, nosso diversos “eus” que existem em cada um de nós. Esta observação levará a certos traços que o irritará, decepcionará, etc... porem será levado em consideração o que o levar ao desenvolvimento de si, e que deverá observar apenas , nunca eliminar...
O conhecimento de si proporciona controle sobre si. O não conhecimento leva ao descontrole e a característica negativa, a mentira por exemplo é que o controla.
Falar sobre o que não conhece é uma mentira, e este é o primeiro traço a ser desvendado. O segundo é traço é a imaginação que é o principal obstáculo para observação de si. A imaginação é uma faculdade destrutiva, a qual não se pode controlar, e que sempre tira o homem para longe de suas decisões mais conscientes. Em seguida vem a expressão das emoções negativas ( violência ou depressão).
Mas não basta observar as emoções negativas... opor-se a elas , é que é a chave para conhecimento de si. A tagarelice é outro traço negativo. Esses traços nos leva ao sono e tem dois aspectos: 1) identificação – o homem identifica-se com tudo, é incapaz de separar-se da idéia objeto ou do sentimento que o absorve, 2) Consideração – preocupação, dúvida ou suspeita ocupando todo o lugar, os pensamentos.
O homem se divide em sete categorias: 1-físico, 2- emocional, 3- intelectual, as quais pertencemos. O número 4 é aquele que tem conhecimento de si. O 5 atingiu a unidade e a consciência de si, o 6 adquiriu a consciência objetiva, possui outro centos que trabalha nele com funções e poderes que o 1, 2 e 3 não possui. O 7 é um homem que adquiriu o eu permanente e uma vontade livre. Assim nasce o quarto conceito de psicologia: é o estudo de uma nova linguagem: Linguagem Universal.
· Terceira Conferência
Os centros são feitos de tal modo que podem substituir-se mutuamente até certo ponto. Em nós, a máquina e tão indisciplinada que a habilidade de um centro trabalhar pelo outro, faz com que cada um raramente façao seu trabalho.
Quando os movimentos se tronam automáticos não é necessário mais pensar. Isso significa que os movimentos passaram para o centro motor, onde pertence. O trabalho incorreto dos centros é que provoca lentidão, dificuldade de compreensão, identificação. Até mesmo nossa mentira é fruto do trabalho incorreto dos centros. O homem é uma máquina e tal como a ciência considera , ele é posto em ação através de influências exteriores.
Mas quando a ciência não sabe, é que :
1- A máquina trabalha abaixo de seu nível;
2- Apesar dos obstáculos ela cria níveis diferentes de receptividade e ação.
Para mudar o homem deve experimentar repugnância pelo seu estado presente e atração pelo estado que poderá alcançar. O homem para desenvolver-se necessita de condições interiores e exteriores. Uma escola é a alternativa. O homem vive sob duas influências:
1- Atração criada pelas vida, saúde, segurança, conforto, fortuna, etc...
2- Interesses de outra ordem não são criadas pela vida , mas pela escola.
Se um homem está sob a primeira influência, nada mudará em sua vida, e suas possibilidades diminuirão a cada ano. Mas ao contrário, se está sob a segunda influência , ao experimentar , elas produzem aglomeração e atrai outras influências da mesma espécie, crescerão ocupando um lugar cada vez maior em sua vida.
Cria assim, um centro magnético que pertence a personalidade, ou seja, um grupo de interesses que canaliza para uma determinada direção e ajuda-os nela se manter.
Dentro de uma escola trabalha-se em três linhas com as pessoas:
1- Para si mesmas,
2- Não somente com elas, mas para elas – fazer apenas o que lhe é pedido ( disciplina)
3- Para a escola – exercer controle sobre si , obedecer apenas o que lhe é pedido.
O homem que trabalha apenas em uma ou duas linhas prosseguirá mecanicamente em sua vida ao invés de “acordar”.
· Quarta Conferência
Cada centro tem sua velocidade de ação completamente diferente um do outro, nesta exata ordem: Mais rápido – emocional, depois – instintivo motor, e por ultimo – intelectual.
Cada centro tem duas partes: positiva e a negativa.
No intelectual: afirmação e negação. Uma das duas prevalece ou tem força igual, surgindo a indecisão. O enfraquecimento de uma parte ou outra acarreta perturbações mentais.
No centro instintivo também a divisão é clara: positiva e negativa, sensações agradáveis e desagradáveis. Qualquer alteração nelas pode significar enfermidade ou morte.
No centro emocional as coisas são mais complexas. As emoções negativas tomam conta do outro e são direcionadas pelas identificações. Os homens a adoram e é muito difícil convencê-los de que elas não contém nada nobre, nada forte, nada belo. Elas podem ser destruídas sem nenhum prejuízo e é a única chance de escapar delas é acabar com a imaginação e a identificação. Nas escolas a luta contra as emoções negativas é o homem sacrificar seu sofrimento. Mas não é algo fácil e encontramos demasiadas desculpas para a existência das emoções negativas. E nadamos no oceano do egoísmo, ou da auto compaixão, seguindo o caso, descobrindo as faltas em toda a parte, salvo em nós.
Em nosso estado atual, o único lado bom é que nada é permanente em nós; se a menor coisa se tornar permanente será sinal de loucura. Somente os alienados podem Ter um ego permanente.
Ao se observar todos notam o seguinte;
1) Não nos lembramos de nós mesmos;
2) A observação é difícil devido ao fluxo incessante de pensamentos, imagens, ecos e conversas etc... que destroem a atenção;
3) Quando se começa a observar-se a imaginação toma conta.
Aqui está o essencial do trabalho sobre si: dar-se conta de que toda dificuldade provém do fato de que não pode lembrar-se de si mesmo.
Para lembrar de si mesmo deve lutar contar os pensamentos mecânicos e contra a imaginação.. Com a compreensão da necessidade em nós mesmos, o trabalho começa. A luta contra a imaginação tem um significado psicológico e modifica nosso metabolismo produzindo efeitos químicos definidos – efeitos alquímicos.
· Quinta Conferência
Dois aspectos devem ser desenvolvidos no homem: o saber e o ser.
Existe grande diferença entre o saber e compreender, embora seja confundida uma coisa com outra. Compreender entre dois homens é falar a mesma língua. Se não estou de acordo com o que A fala, não compreendo. Entre o saber e o ser deve existir uma média aritmética. Só então é que será possível uma compreensão mútua. A vida pode ser dividida em dois círculos concêntricos: os círculo interior eo círculo exterior da humanidade. O exterior no qual vivemos, onde tudo acontece, tudo é mecânico porque os homens que vivem nele são máquinas. Eles falam linguas diferentes e nunca se compreendem. Cada um compreende a coisa a sua maneira. A compreensão é algo que pertence ao círculo interior da humanidade e não nos pertence. Podemos entrar nele através de uma escola e exige um trabalho longo e difícil , e o primeiro passo é o estudo de uma nova linguagem. É a linguagem por meio da qual os homens compreendem um ao outro. Não existe uma prova a não ser a própria compreensão de si e conseguente compreensão do outro. Não podemos ver no outro, aquilo que não vimos em nós mesmos, isto é compreensão do ser.
Cada centro tem três divisões: mecânica (instintivo motor) , emocional e intelectual. O intelectual se divide em positivo e negativo, e a cada um deles em três. Ou seja, seis partes. A divisão de um centro em três partes é muito simples: sua parte mecânica trabalha quase que automaticamente, não exige atenção e não pode adaptar-se as mudanças e continua a “pensar” conforme aprendeu.
No centro intelectual, infelizmente o que responde as questões é a parte mecânica. Ele não deveria responder nada, não decidir com soluções mecânicas, respostas padrões, chavões, gírias, etc... Tudo isto é da parte mecânica do centro intelectual. Essa parte tem seu próprio nome – “aparelho formatório”.
O homem número 1 responde apenas com o centro formatório, e parece poder apenas contar até dois:, “operários e burgueses”, “pobre e rico”, “bolchevismo e fascismo” etc...
A parte emocional do centro intelectual é aquele que tem o desejo de saber , o descontentamento por não saber, o prazer da descoberta. O trabalho da parte emocional exige atenção, mas nesta parte do centro a atenção não exige esforço. É onde aparece o interesse, paixão através da identificação.
A parte intelectual do centro intelectual, cria, inventa, etc... não pode trabalhar sem atenção, e ela exige esforço e vontade própria.
Se consideramos através da atenção, saberemos que parte está atuando em nós: sem atenção estamos na parte mecânica; com atenção atraída pelo assunto da observação ou reflexão – parte emocional e com a atenção mantida no assunto por vontade própria estamos na parte intelectual.
Tomemos o centro emocional em suas três partes: mecânica, emocional e intelectual
Mecânica: o humorismo barato, crueldade, egoísmo, inveja covardia.
Emocional: pode despertar a consciência moralou através da identificação – irônica, cruel , ciumenta, obstinada.
Intelectual: poder da Criação artística e é também onde fica o principal centro magnético, que se não bem desenvolvido comete erros ou fracassa.
A parte intelectual do centro emocional é também a sede do principal centro magnético e quando está plenamente desenvolvido e trabalha com toda sua potência, é um caminho para os centros superiores.
O estudo das partes dos centros e de suas funções exige um certo grau de lembrança de si. O estudo da atenção, revela partes dos centros, mas também exige lembrança de si.
A lembrança de si é o início do despertar, a nada poderá ser feito por si em um eatado de sono.
Apreciação pessoal sobre o livro
Enorme surpresa ao ler pela terceira vez este livro. Para mim, um vislumbre de algo muito maior, fora da vida pequena e rotineira que em geral temos. Mais atenção, mais lembrança de si e um mundo novo se abre.
Um livro que motiva a buscar uma nova visão sobre o homem em si mesmo.
Posso afirmar que em dez anos de trabalho sobre mim dentro desta linha de G. I. Gurdjieff, relatada aqui por Ouspenski, a evolução possível do homem, é possivel!!!!