quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Pequeno Príncipe

Tenho ouvido muito esta cobrança "do outro" em relação às responsabilidades quando o relacionamento não dá certo...
E a nossa responsabilidade?
Parece mais simples atribuir ao outro...e as coisas no plano emocional não funcionam desta forma.
O relacionamento acabou? Por que? Qual a minha participação neste resultado? Onde contribuí para que tudo chegasse ao fim?
Pensando nisto(conincidências???????),apareceu uma revista em casa com esta reflexão da Fernanda Young. Não resistí em transcrevê-la, pois muitas pessoas usam as elocubrações do Antoine de Sait-Exupéry em seu livro O Pequeno Principe para justificar  e se eximir de suas responsabilidades.
É um outro jeito de olhar...e sempre dá um pouco de trabalho inverter nossas idéias preconcebidas. Mas acho que vale a pena. Boa Leitura!



Nossa, há quanto tempo... Como vão as coisas no seu pequeno planeta? Aqui, no meu, andam imensamente estranhas – muito baobá para pouca flor, se é que você entende meus simbolismos.

Quem sempre fala de você é aquela ex-miss que vivia chorando por sua causa, lembra? Ela me contou da sua amizade com a Raposa.

Príncipe, como você é meu amigo de infância, não posso deixar de alertá-lo. Cuidado com a Raposa. Ela parece uma coisa, mas é outra. Faz-se de fofa e é uma cobra, uma chantagista.

Quando a conheci, ela disse que não podia conversar comigo, pois não sabia quem eu era. “A gente só conhece bem as coisas que cativou”, ela falou, toda insinuante.

Respondi que, se nós duas nos cativássemos, ela ficaria triste quando eu fosse embora. Foi quando saquei que ela queria ter um cacho comigo, pois a Raposa pegou no meu cabelo – eu estava loira na época – e disse que tudo bem, porque ela olharia os campos de trigo e se lembraria de mim.

Marcamos um encontro para o dia seguinte, às 4. E ela me pediu para chegar às 4 em ponto, dessa forma ela ficaria feliz desde as 3 somente por esperar o momento do nosso encontro. Achei estranho, mas pensei que fosse charme. Não era.
Cheguei 15 minutos atrasada e a Raposa surtou. Falou que nós somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. E perguntou para mim, olhando diretamente nos meus olhos, se eu tinha consciência de que “perder tempo” com o outro é o que faz essa história importante.

Percebeu o tom de chantagem? Ela joga na cara tudo o que faz em nome do outro. Ela deseja afeto, mas o quer como uma responsabilidade de mão única. Porém, também somos responsáveis quando nos deixamos cativar – relacionamentos são vias de mão dupla.


A Raposa exige a certeza de um compromisso com hora marcada, impondo regras à troca afetiva. As regras dela, claro, já que ela quer todo o afeto a favor de seu bem-estar. Chega a ponto de dizer que será feliz porque você virá. Como se a felicidade fosse algo condicionado ao outro, à espera do outro, ao encontro com o outro.

Veja que coisa infantil. São as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relacionam. Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe ou do pai ou de quem quer que seja. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu? Quando nós crescemos, temos de conseguir ver o mundo através das próprias perspectivas. Enxergar a beleza de um trigal sem nos lembrar de ninguém.

A Raposa, como uma criança assustada, quer que aqueles que a amam estejam com ela na hora em que ela deseja. Achando que eles são “responsáveis” pela felicidade dela. Ou seja, o outro lhe deve algo por tê-la cativado.

Desde esse dia, não falo mais com ela. E aconselho você a fazer o mesmo. Ela não é flor que se cheire.

Saudades distantes,
Fernanda Young


Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV 

domingo, 26 de junho de 2011

A vida que pediu a Deus

Domingo preguiçoso... acordo muito cedo e gosto  de ficar agarrada aos meus livros, sempre aprendendo, me colocando no lugar do outro.
Me deparei com este texto , da mesma Martha Medeiros da postagem anterior, e lembrei muitas pessoas nesta situação (menos eu é lógico, quá, quá, quá...). Então...aí vai mais um presente que tive oportunidade de ter contato.
A foto é do meu amigo Jerson Rodarte

A vida que pediu a Deus
Se fosse feita uma enquete nas ruas com a pergunta “você tem a vida que pediu a Deus?”, a maioria responderia com um sonoro quá quá quá. Lógico que alguém desempregado, ou que tenha sido vítima de uma tragédia pessoal não estará muito entusiasmado. Mas mesmo os que teriam motivos para estar – aqueles que possuem um bom emprego, saúde e alguma relação afetiva, que é considerada a tríade da felicidade – também não têm achado muita graça na vida.
       O mundo é habitado por pessoas frustradas com o próprio trabalho, pessoas que não estão satisfeitas com o relacionamento que construíram, pessoas saudosas de velhos amores, pessoas que gostariam de estar morando em outro lugar, pessoas que se julgam injustiçadas pelo destino, pessoas que não aguentam mais viver com o dinheiro contado, pessoas que gostariam de ter uma vida social mais agitada, pessoas que gostariam de ter um corpo mais em forma, enfim, os exemplos se amontoam. Se formos espiar pelo buraco da fechadura de cada um, descobriremos que estão todos relativamente bem, mas poderiam estar melhor.
Por que não estão? Ora, a culpa é do governo, , do papa, da sociedade, do capitalismo, da mídia, do inferno zodiacal, dos hormônios e demais bodes expiatórios dos nossos infernizantes dilemas. A culpa é de tudo e de todos, menos nossa.
       Um amigo meu, psiquiatra, costuma dizer uma frase atordoante.Ele acredita que todas as pessoas possuem a vida que desejam. Podem até não estar satisfeitas, mas vivem exatamente do jeito que acham que devem. Ninguém os força a nada, nem o governo, nem o papa, nem a mídia. A gente tem a vida que pediu sim. Se ela não está boa, quem nos impede de buscar outras opções?
       Quase subo nas paredes quando entro neste papo com ele porque respeito muito as fraquezas humanas. Sei como é difícil interromper uma trajetória de anos e se arriscar no desconhecido. Reconheço os diversos fatores – família, amigos, opinião alheia – que nos conduzem ao acomodamento.
        Por outro lado, sei que este meu amigo está certo. Somos os roteiristas de nossa própria história. Podemos dar o final que quisermos para nossas cenas. Mas temos que querer de verdade. Querer pra valer.É este o esforço que nos falta.
       A mulher diz que adoraria se separar, mas não o faz por causa dos filhos, no fim não quer se separar. O homem diz que adoraria ganhar a vida em outra atividade, mas já não é jovem para experimentar, no fundo não quer tentar mais nada.
       É lá no fundo que estão as razões verdadeiras que levam as pessoas a mudar ou a manter as coisas como estão. É La no fundo que os desejos e as necessidades se confrontam. Em vez de se queixar, ganharíamos mais se nadássemos até lá embaixo para trazer a verdade à tona. E, então, deixar de sofrer.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amor...Amar...o que pretendes?

Com a chegada do feriado e final de semana...nada melhor que refletir um pouco sobre este tema tão cheio de surpresas, e sempre presente em nossas vidas 
Este texto da Marta Medeiros (que eu amo...) traduz  realidade pura...e com muita simplicidade, como tudo que ela escreve.
Bom proveito e bom feriado à vocês!

Para meus amigos que estão...SOLTEIROS
O amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá.
Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado.
O amor pode te fazer feliz, mas às vezes também pode te ferir.
Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livre para escolher .

Para meus amigos...NÃO SOLTEIROS
Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de...PAQUERAR
Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti.

Para meus amigos...CASADOS.
O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".
Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar.
Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores.
A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos;
mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.

Para meus amigos... que têm um CORAÇÃO PARTIDO
Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir.
Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre.
Permita-se rir e conhecer outros corações.
Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.

Para meus amigos que são...INOCENTES.
Ela(e) se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade.
Mas pense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado(a), mas pode descobrir que ela(e) é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar uma(um) grande amiga(o).

Para meus amigos que tem MEDO DE TERMINAR.
As vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você.
Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade?
Mas o amor também dói muito quando ele não sabe o que você sente.
Não engane tal pessoa, não seja grosso(a) e rude esperando que ela(e) adivinhe o que você quer.
Não a (o) force terminar contigo, pois a melhor forma de ser respeitado é respeitando.

Pra terminar ...
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom . .
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

domingo, 19 de junho de 2011

Constelações Sistêmicas Familiares: Perguntas Frequentes


O que é Constelação Sistêmica Familiar ?
Constelação Sistêmica Familiar é um trabalho filosófico e terapêutico que foi desenvolvido pelo pedagogo, psicoterapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger.


Como se desenvolve o trabalho de Constelações Familiares ?
O trabalho de Constelações Familiares pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo. Individualmente, o cliente traz um tema pessoal em que o constelador pode trabalhar com bonecos para representar papéis da situação em questão, ou o constelador pode trabalhar sem nenhum recurso externo onde ele próprio e o cliente podem representar os papéis dentro da constelação. Em grupo, você pode participar trazendo um tema pessoal para ser trabalhado (Constelar) ou apenas assistir ao workshop estando disponível para representar em alguma constelação.


O que significa "Constelar um Tema" ? ?
Constelar um tema é uma das maneiras de se participar de um workshop ou do atendimento individual. A pessoa que escolhe constelar um tema é denominado de cliente. O(A) cliente traz um tema pessoal que quer trabalhar. O constelador explora o tema com algumas perguntas e pede para o cliente escolher pessoas que irão representar determinados papéis. O cliente coloca os representantes no salão e o constelador irá acompanhar a dinâmica que surgir.


O que significa "Assistir" ou "Participar como Representante"? ?
Nesta forma de participar, a pessoa ficará apenas disponível para participar ou não de alguma constelação. Entre uma Constelação e outra, poderá também perguntar sobre Constelaçoes Familiares, mas nunca especificamente sobre o tema do cliente.
Qual o objetivo do trabalho com Constelações Sistêmicas Familiares ?
O objetivo principal do trabalho é se expor à tudo que atua no cliente e no sistema no qual ele(a) está inserido.


O que é um sistema ?
Sistema é um grupo de pessoas ou coisas, que permanecem unidos ou vinculados, em função de um interesse comum ou forças que os permeiam, independente de que tenham consciência ou não.


Quais temas podem ser trabalhado nas Constelações Sistêmicas Familiares ?
Qualquer tema importante para o cliente onde ele(a) não esteja conseguindo solução pode ser trabalhado, tais como: relacionamentos, desequilíbrios emocionais, separações, doenças crônicas, problemas financeiros, falência, vida profissional, entre outras.


Quais as diferenças entre Movimentos da Alma e Constelações Sistêmicas Familiares ?
Movimentos da Alma é a nova denominação que Bert Hellinger adotou para o trabalho de Constelações Sistêmicas Familiares. É uma nova fase de seu trabalho. Antigamente, no antigo trabalho de constelações familiares ainda se procurava uma solução para a constelação. No novo trabalho de Constelações Sistêmicas Familiares ou Movimentos da Alma o constelador renuncia até mesmo à intenção de encontrar uma solução para o cliente e deixa-se guiar pelos movimentos de todo sistema em uma postura totalmente fenomenológica.


O que é uma postura fenomenológica ?
É uma postura interna onde a pessoa se isenta de qualquer interpretação, julgamento, conhecimento prévio ou intenção e passa a observar e acompanhar os fenômenos do que jeito que se apresentam com total presença.

**Dúvidas? encaminhe suas perguntas para tais.fittipaldi@gmail.com.br

quinta-feira, 16 de junho de 2011

123 Tecnicas de Psicoterapia Relacional Sistêmica

123 Tecnicas de Psicoterapia Relacional Sistêmica
Autor: Solange Rosset
Colaboradoras: Luana Herek, Nadia Fontanella e TAIS FITTIPALDI BERGSTEIN

Colaborar na escrita deste livro foi uma experiência gratificante na ocasião(2004).
Estava quase concluindo minha formação em Sistêmica com a autora ( Solange Rosset) quando inesperadamente fui chamada, juntamente com mais duas psicólogas (Luana e Nádia), para desenvolver o grande rol de tecnicas que havíamos experienciado no decorrer do curso.
A Solange tem um jeito especial de trabalhar...ela dá autonomia , supervisiona e orienta com uma clareza que lhe é peculiar. Não há como não aprender com ela!
Quando estamos aprendendo, aparece  uma necessidade de anotar tudo que o mestre fala...e junto uma preocupação de saber fazer igual...mas a medida que vamos nos trabalhando, começamos  a "soltar " as ansiedades e a entrar na técnica enquanto sujeito. Isto sim nos proporciona Aprendizagem!
Este livro ajuda neste sentido: com a técnica escrita para rever quando necessário ( na formação recebemos muita informação), é so consultá-la e relembrar a experiência vivida.
Para àqueles que trabalham com psicoterapia um livro de técnicas é muito importante. Elas podem ser usadas como instrumentos úteis para atingirem os objetivos e focos do processo, desde que usadas com moderação, clareza de intenção e objetividade.

Este livro está à venda através da Editora Sol -  www.editorasol.com.br
contato:  editorasol@editorasol.com.br) fone (41) 3335-5087 e nas grandes livrarias.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Caminho



"Quando estava reformando minha casa, fiquei dividida entre duas formas de criar um acesso à porta principal. Uma envolvia a construção de um lance de escadas que saía da rua e se abria num caminho, levando direto à porta. No instante em que uma pessoa pusesse o pé no primeiro degrau, ela poderia ver a porta da frente e logo saberia para onde deveria se dirigir.
         A outra era bem diferente. A pessoa atravessaria um portão e subiria um pequeno lance de escadas até um patamar. Um pouco além há uma arvore de grande beleza, única visão de quem subisse os degraus. Somente ao chegar ao patamar a pessoa descobriria que ele se junta a uma pequena área contornada por um jardim de rosas. Passando por esse jardim, ela encontraria um novo lance de escadas, um tanto íngrime, seguindo para a direita. O degrau mais alto ficaria bem acima do nível dos olhos. Ao subir, não haveria nada especial para ver até que a pessoa alcançasse o alto da varanda. Ali, olhando para a direita, ela teria noventa quilômetros de uma estonteante vista da baía de São Francisco. Atravessando essa varanda, encontraria três degraus que seguiriam para a esquerda. Ao subi-los, um gramado, que é o meu quintal, apareceria inesperadamente. Dali avista-se o primoroso perfil do monte Tamalpais, a montanha mais alta do país. Só então seria possível ver a porta da frente, que agora estaria a poucos passos de distância. A pessoa estaria se movendo sempre em direção a ela, sem se dar conta.
         Na luta para tomar a decisão, consultei dois arquitetos e ambos me disseram que um dos princípios básicos da arquitetura relativa a entradas da frente é que desde o início as pessoas deveriam enxergar para onde estariam indo. Eles achavam que a incerteza da segunda hipótese traria uma sensação de desconforto aos que me visitassem pela primeira vez. Apesar da uniformidade de opinião dos dois profissionais, optei pelo segundo caminho.
         Hoje, quando penso nisso, tenho a impressão de que saber aonde estamos indo muitas vezes nos faz parar de ouvir e de pensar. Na verdade, quando sigo por um caminho tão direto, uma parte de mim corre até a porta da frente no instante em que a vejo e deixo de perceber o caminho que percorro.
         Não saber onde estamos indo cria alguma incerteza, mas alimenta o sentimento de estar vivo, a capacidade de apreciar os detalhes ao nosso redor. Somos despertados, de mesma maneira que acontece quando adoecemos. Fico com a segunda opção.
Na vida já tomei inúmeras atitudes visando atingir algum objetivo importante, para, com o tempo, acabar descobrindo que o lugar para onde as minhas escolhas me levaram é algo completamente diferente. Algo cuja existência eu ignorava quando iniciei o caminho.
          A verdade é que estamos sempre nos movendo em direção ao mistério e, assim, ficamos muito mais próximos do que é real quando não vemos claramente o nosso ponto de destino."
( Do livro As Bênçãos do meu Avô – Rachel Naomi Remen)


terça-feira, 7 de junho de 2011

Senso de discernimento

Sabendo antes de saber

N


A tradição judaica, as orações da manhã se iniciam com uma estranha benção. Nela se reconhece a grandeza do Criador, por dotar o galo de discernimento para diferenciar o dia da noite.
            Por que seria essa habilidade do galo tão exaltada? O que existiria nela que a torna tão precisa, para melhor representar uma fórmula de “inteligência espiritual”?
            A capacidade do galo é especial porque ele não discerne o início do dia, quando começa a clarear. Ao contrário, o galo é capaz de registrar o momento em que a noite cessa, antes que a noite cessa, antes que o dia tenha realmente se iniciado. E este é seu mérito: conseguir saber antes de se fazer sabido. Mas saber o que?
            Aquilo que o galo discerne _ dia da noite _ é símbolo maior da relação humana com a vida. A “noite” é sempre uma alusão à escuridão da desesperança e do exílio. O “dia”, por sua vez, à claridade da esperança e do resgate.
            É interessante notar que a tradição bíblica identifica no personagem do Rei David essa capacidade específica de discernimento. Segundo lendas, ele despertava ao “meio da noite”, e no instante em que a primeira parte da noite terminava. Para a tradição judaica, a noite se inicia com o pôr do sol e ganha força até o “meio da noite” . A partir de então, vai reduzindo sua vitalidade, até que o dia atinja um ponto de “saturação” que faça com que a noite vire dia. Momento este em que o galo percebe com sua sensibilidade.
            Os Salmos são o modelo clássico de material produzido por uma inteligência espiritual. E o Rei David, seu autor, personifica o modelo de alguém com um alto coeficiente de inteligência espiritual. Ele não é como seu filho, o Rei Salomão, figura arquetípica do sábio, capaz de uma sabedoria que envolve lógica e emoção.David é menos sábio neste aspecto, porém, é dotado de um fantástico senso de discernimento.
            Em seu episódio com Golias, é seu discernimento, sua capacidade de acreditar em algo que ninguém acreditava, que o leva a ser eficiente e  vitorioso. Seu resultado provém da determinação de sua fé e de ver luz em meio à escuridão, pois sabia que a noite já terminava.
            Segundo a lenda, David despertava justamente ao quebrar da noite, quando esta cessava de ser potente e iniciava seu processo de bater em retirada. Esse momento da noite que já é o início do dia, mesmo em plena escuridão, é um período extremamente rico. Percebemos isso em nossas vidas, porque é muito mais impactante o momento em que a escuridão se desfaz, do que a própria claridade. E todos nós guardamos memórias muito caras dos momentos em que as coisas pareciam se encaminhar de forma sinistra,quando, para nossa surpresa, revertem de forma positiva. Mais incrível ainda é a sensação do momento exato em que percebemos a mudança do escuro para o claro, justamente quando ainda não há luz.
            É por esse motivo que os Salmos são a literatura preferida das pessoas que estão vivendo grandes desafios em suas vidas.
Seja em situações de doença, luto ou depressão, os Salmos os Salmos têm uma eficácia que nenhum outro texto tem, justamente porque sua “esperança” não é da ordem da luz, mas da escuridão… que já não é mais viril. Ninguém que vive essas situações encontra inspiração na “ luz”

domingo, 5 de junho de 2011

Despertar Interior

Um Dom


    "Recebemos a possibilidade de uma evolução interior: é um dom. Recebemos todas as energias necessárias para passar do campo de nossa consciência ordinária a um nível superior de consciência.
Se não prestamos a atenção nesta possibilidade, ela não poderá desenvolver-se em nós mesmos.
Necessitamos aprender a converter nossas energias.
Neste momento somos como um condenado dentro de uma  caverna: tudo se sucede por trás de nós mesmos, e vemos passar as sombras.
    A busca de um verdadeiro conhecimento do homem já abandonamos há muito tempo. Mas, sem dúvida nenhuma é possível despertarmos interiormente.
As vezes estamos longe dele e em outros momentos é como se nos acercássemos dele.
Esta observação deve ser um estimilante. Quanto mais nos privamos de nossas associações mecanicas, mais reeencontramos a possibilidade de escutar, de ouvir o que se sucede dentro de nos mesmos. Não deveríamos nos perdoar não olhar para isto, não fazer este esforço de busca interior. Em nós mesmos existem numerosas possibilidades, porém somos como multimilionário que só comeu  um pedaço de pão.


    Estas idéias aproximam algo vivo em nós mesmos e ao mesmo tempo não nos mobilizamos muito.
Estamos tão persuadidos de ser alguém, de sermos conscientes de nós mesmos..."
____________________________________________________________________________________
Do Livro: Siempre es  Ahora - Henriette Lannes- Editora Ganesha- 2006


Este tipo de busca/conhecimento  pode ocorrer de várias maneiras...
A minha tem acontecido através do Grupo Gurdjieff. http://www.gurdjieff.org.br/default.htm

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Definição dos papéis na relação de casal e consequência para os filhos

Fiz minha Formação em Sistêmica com a professora Solange, e esta possibilidade me abriu um mundo novo. Este artigo dela foi publicado em maio na Revista Caras e achei que seria um oportunidade de reflexão aos casais e pais. Bom proveito!
Casal que define bem os papéis na relação cria filhos mais equilibrados
Solange Maria Rosset

Famílias formadas por casais funcionais, ou seja, que sabem bem quais são os limites e as funções de cada um tanto no relacionamento quanto na vida em comum, tendem a ser mais eficientes na formação de adultos saudáveis e maduros. Quando a relação dos pais não funciona como deveria, o desenvolvimento dos filhos tem grande chance de ser afetado.

Quando ficamos sabendo de atrocidades cometidas por pessoas jovens, como a que ocorreu em abril no Rio de Janeiro, é inevitável pensar sobre a importância da família na construção de adultos saudáveis e maduros. Muito se discute sobre o assunto e sabe-se que certas famílias realmente são mais bem-sucedidas que outras nessa tarefa. A base de seu sucesso se firma na relação dos casais que as formaram.
Uma família funcional é mais propensa a formar indivíduos funcionais, ou seja, capazes de desempenhar suas funções na família e na sociedade. Funcional é a família que cria os filhos de forma firme, porém flexível, dependendo das circunstâncias, e que incentiva um processo constante de tomada de consciência, aprendizagem e crescimento. O casal que sabe lidar com suas funções é que passa essa habilidade para os demais integrantes da família e define se ela será mais ou menos funcional.
Uma das formas de avaliar a funcionalidade de um casal é observando as suas fronteiras, aquele limite virtual que define e protege o espaço e as tarefas de cada um, sem prejuízo do intercâmbio, do contato e das aprendizagens com outros casais e famílias. Quando as fronteiras dentro do casal não são bem definidas, é possível que um filho venha a desempenhar uma função que não deveria ser sua, mas do pai ou da mãe. Isso perturba o desenvolvimento da criança.
A seguir, listo alguns outros itens do funcionamento do casal que podem interferir na funcionalidade da família.
* Limites. Implica direitos e deveres, regras, orientação e contratos. Sentir que existem limites claros dá à criança a certeza de ser amada, cuidada e orientada. Na falta deles, ela tem a sensação de estar à deriva, de não ter com quem contar, de desamor.
* Abertura e fechamento. O que é público e o que é privado; o quanto o casal pode se abrir e aprender com outras pessoas e famílias. E o quanto deve se fechar para manter a identidade, a estrutura e o aconchego familiar.
* Equilíbrio dinâmico. Flexibilidade para lidar com questões conjugais e familiares adequando-se às mudanças, aos momentos do ciclo vital familiar, aos imprevistos.
* Trocas afetivas. A capacidade de se conectar com os próprios sentimentos e sensações e expressá-los; e de ser continente do afeto e dos sentimentos dos outros, sejam os ditos positivos – amor, carinho – sejam os chamados negativos – raiva, medo, mágoa.
* Desenvolvimento de auto estima. O processo de descoberta e treinamento das competências reais. Pressupõe aprender a lidar com as diferenças e com a valorização de cada um. É aprender a lidar com solidão, rejeição, privacidade.
* Tarefas. Todos devem cooperar na manutenção da vida familiar, dentro da sua capacidade e competência.
* Autonomia. Definir que tarefas cada um pode desempenhar sozinho, no que precisa de supervisão e o que não tem idade/habilidade/competência para fazer.
* Independência. Deve  ser concedida a partir de prova de competência e responsabilidade. E isso os pais só saberão definir se tiverem essa habilidade como indivíduos e como casal.
O assunto é inesgotável, mas os itens discutidos servem para ampliar a reflexão tanto dos casais quanto dos pais.

Constelação Familiar Sistêmica- segundo Bert Hellinger

INFORMAÇÕES SOBRE CONSTELAÇÃO FAMILIAR


Através de um desenho vivo, energético e sensorial de sua Constelação Familiar pode-se, passo a passo, dissolver os emaranhamentos familiares inconscientes e chegar-se, assim, a uma solução nova e libertadora.


INTRODUÇÃO
A Constelação Familiar é uma visão inovadora em terapia familiar, hoje disseminada no mundo inteiro e que nos encanta pela sua simplicidade e profundidade em desvendar questões e encontrar soluções de forma direta e objetiva.

O QUE É CONSTELAÇÃO FAMILIAR

É uma nova abordagem da Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica criada e desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger após anos de pesquisas com famílias, empresas e organizações em várias partes do mundo, buscando o diagnóstico e solução de problemas e conflitos. O resultado desses experimentos se transformou em um trabalho simples, direto e profundo que se baseia em um conjunto de “leis” naturais que regem o equilíbrio dos sistemas que o próprio Bert gosta de chamar de “Ordens do Amor”.


OBJETIVO GERAL

A Constelação Familiar visa, de forma prática e vivencial, dissolver antigos padrões (conflitos e doenças que se repetem) familiares que de alguma forma impedem o livre fluxo de amor entre os membros da família. Ela atua de forma direta nas questões do sistema familiar, abrindo espaço para uma nova compreensão e cura desses padrões. A solução torna-se possível quando a ordem básica sistêmica é restabelecida, os familiares excluídos voltam a ser respeitados e aceitamos a nossa herança familiar.



QUE PROBLEMAS A CONSTELAÇÃO PODE AJUDAR?

A Constelação Familiar pode ajudar em todos os problemas de origem sistêmica Então, desde problemas de relacionamento de casal, com filhos, todos os tipos de vícios, problemas emocionais, dificuldades diversas, até problemas de saúde física podem ser solucionados, compreendidos ou amenizados com a ajuda da Constelação Familiar


O SISTEMA FAMILIAR

Bert Hellinger acrescenta que mais de 50% dos nossos problemas são de origem sistêmica. Esse trabalho é, então, uma oportunidade de descobrirmos de que forma continuamos enredados dentro do sistema energético-familiar e que papéis assumimos inconscientemente. Somente encontrando o verdadeiro papel que nos cabe dentro da família, podemos nos sentir livres e resgatar nossa vida com dignidade e totalidade.


FORTALECENDO NOSSAS RAÍZES

Nossa família nos fortalece e nos apóia quando conhecemos e nos rendemos às leis ou ordens que regem nosso sistema familiar. Ela nos enfraquece quando essas mesmas ordens são desconhecidas ou desrespeitadas, gerando toda sorte de emaranhamentos ou desequilíbrios familiares. Fazer a sua Constelação Familiar significa trazer força e equilíbrio para você e para todo o seu sistema familiar.


FAZENDO A SUA CONSTELAÇÃO

Fazer uma Constelação Familiar significa, de um modo simples, encontrar soluções para problemas específicos que você está vivendo, ou mesmo, buscar a origem de uma doença de algum membro da família. Desde questões emocionais a acontecimentos trágicos no seio familiar, as Constelações revelam e buscam soluções práticas e simples, trazendo à tona aquilo que é essencial no momento e que muitas vezes foi esquecido ou renegado.


AS ORDENS DO AMOR

Este é um convite para trilharmos juntos um caminho de amor e compreensão para dentro das complexidades do nosso sistema familiar. Conhecer as “ordens do amor” é uma meta essencial para evitarmos muitas crises e enfermidades que vivemos em virtude do desconhecimento das leis naturais que regem os nossos sistemas familiares e sociais.







Obs: Faço Formação em Constelações Familiares e Empresariais Segundo Bert Hellinger (http://www.institutohellinger.com.br/principal/), com Peter Spelter e Tsuyuko Jinno Spelter (www.spelter.com.br)
.

Ambos são:
·         Trainers em Constelações Familiares e Empresariais  segundo Bert Hellinger e em PNL Fenomenológica.
·         Facilitadores em workshops de vivências e treinamentos na Alemanha e no Brasil. ·         Membros fundadores da Associação Brasileira de Constelações Sistêmicas. São associados à Câmara de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha.



quinta-feira, 2 de junho de 2011

Psicoterapia Sistêmica e Pensamento Sistêmico

PSICOTERAPIA SISTÊMICA E PENSAMENTO SISTÊMICO
Para se trabalhar com Psicoterapia Sistêmica , primeiro é necessário pensar sistemicamente.
E o que é pensar Sistêmicamente? É pensar que tudo no universo está relacionado a tudo, nada é separado, isolado. E que tudo nesta vida segue uma ordem natural dentro de uma hierarquia. Quando ocorre quebra hierárquica, vem uma disfunção. O ser humano é físico, mental, emocional e espiritual. Se prioriza um em detrimento do outro vai haver complicação. Alguém muito mental , é pouco emocional. Alguém muito espiritualizado é pouco prático (não materializa).
Aqui entra o conceito de polarização e despolarização. A vida é aos pares : dia/noite, escuro/claro, feminino/masculino, ativo/passivo. A idéia é de integração.
Alguém muito ativo, deve voltar um pouco para o passivo. Se comi muito num dia , melhor comer menos no outro dia .
O CAMINHO DO MEIO, É O MELHOR CAMINHO.


As principais escolas de Terapia Familiar Sistêmica
Terapia Familiar Estrutural - (Minuchim) -qualidade das fronteiras : família aglutinada ( dificuldade de diferenciação) e família desagregada ( dificuldade de lidar com afetos).
Exemplo de família aglutinada : é o tipo de família que ninguém entra, ninguém sai e ninguém cresce. É o famoso um por todos e todos por um. Não existe privacidade, individualidade. As fronteiras e os limites são fracos e todos invadem. O problema de um é o problema de todos, o dinheiro de um é de todos, e assim por diante.
Exemplo de família desagregada :é o oposto da aglutinada. Aqui é o "salve-se quem puder". As fronteiras limites são muito rígidas e ninguém sabe de ninguém e muitas vezes os membros familiares são vistos como inimigos.
Terapia Estratégica Breve - (Paul Watzlawick ) - cadeia de interação que mantém o problema. Se ela for eliminada, o problema desaparecerá. Existe dificuldade, problema, sintoma e doença. A resolução de um problema, requer primeiramente a substituição de padrões de comportamento.
Exemplo :
Rapaz, cerca de 25 anos, chega com a queixa de estar deprimido e não sabe direito porque. Investigo sua vida e percebo que tudo o que ele se propôs fazer ficou pela metade ( faculdade, trabalhos, cursos, terapias).Que estava com dificuldades financeiras e não sabia se podia pagar o preço de sessão particular. Que trabalhava numa cidade, mas todos fins de semana ia para a casa de seus pais em outra cidade, etc.
Coloco à ele que tem pessoas que não gostam de pagar inteira para viver. E acho que ele até tem direito a isto, se tiver uma carteirinha de estudante da vida. Então, eu iria respeitar o seu ritmo e faríamos também o trabalho dividido ao meio. Ao invés de sessões semanais, seriam quinzenais e ao invés de 50 minutos, poderiam ser somente 25 min, assim o preço da sessão ficaria pela metade e o tratamento pela metade, e o que ele mais se propusesse na vida poderia ficar também pela metade. Pedi que  fosse para casa e pensasse sobre isso somente até a metade da semana.
Na semana seguinte  chegou para terapia e disse que estava na hora de pagar inteira para viver. Assim, começamos a trabalhar  sua história, que na verdade era totalmente sistêmica, e este comportamento era repetitivo em seu sistema familiar, mesmo que de outras formas...
Grupo de Milão - (Mara Selvini Palazolli) - Palazolli trabalhava com crianças anoréxicas na Itália, e passa a se interessar pelas idéias de Bateson e desencorajada pelos resultados da terapia psicanalítica passa a adotar uma orientação sistêmica e cria o Grupo de Milão para estudos da família (com crianças anoréxicas e também crianças com outros distúrbios graves ).
  • Segundo o Grupo de Milão, a família tem dificuldade de lidar com mudanças de ciclos - os membros da família se comportam de maneira a limitar o crescimento, mantendo padrões arcaicos de disfunção interacional. Além também de levar em consideração o elemento paradoxal nestes conceitos de transformação e homeostase.
Indivíduo : premissa e contexto
Ao atender um cliente, vou saber que ele é um indivíduo, com personalidade própria, aptidões, dons e talentos próprios, dificuldades e limitações próprias, que possui uma premissa e estilo próprio de vida. Se atendo um Engenheiro, a premissa dele poderá ser muito cartesiana. Se atendo um adolescente, seu ciclo vital e consequentemente a sua premissa é muito diferente.
E devo lembrar que este indivíduo está inserido em contextos diferentes (familiar, social, cultural, econômico, religioso, etc).
Então a Terapia Sistêmica leva em consideração tudo o que está ao redor deste indivíduo, além dele próprio. Desde sua história de vida, até a história de seus ancestrais (Genograma familiar)
Aqui, o trabalho das Constelaçoes Familiares (Bert Hellinger) é fantástico.


Veja artigo Constelação Familiar

Resenha : Psicologia da Evolução Possivel do Homem

1-Nome do Livro: Psicologia da Evolução Possível do Homem

2-Autor: P. D. Ouspensky

3-Editora: Editora Pensamento - 1993

4-Relação dos capítulos:

·        Introdução

·        Primeira Conferência
·        Segunda Conferência
·        Terceira Conferência
·        Quarta Conferência
·        Quinta Conferência


·        Introdução

O autor relata a motivação tida para escrever as conferências, em função das milhares de cartas que recebia após realiza-las, ou após edição de seus livros desde 1910 até 1934.
Quando aconteciam as conferências, estas cinco eram lidas com ou sem a sua presença. Estas palestras davam diretrizes, sobretudo, à observação de si e a certa disciplina interior. Pareceu-lhe clara a dificuldade dos ouvintes aceitarem a idéia de um novo conhecimento. Tentavam sempre negar ou usar velhas explicações em suas linguagens habituais.
O autor afirma que não pode garantir que encontrarão idéias novas, ou das quais nunca ouviram falar, mas que com paciência, não tardarão a notá-las e que cuidem para não interpretá-las da velha maneira.

·        Primeira Conferência
A psicologia referida aqui é muito diferente do que se pode conhecer por este nome. A psicologia chamada de ciência nova é talvez a ciência mais antiga. A original foi esquecida e para isto o autor mostra através  da história por quantos nomes ela passou, por ser considerada política, religiosa ou moral, tendo que ocultar sob diferentes disfarces. Sob estes aspectos ocultos a psicologia passou a ser subdividida em duas categorias:
Primeira – As doutrinas que estudam o homem tal como o supões ou imagina ( psicologia moderna está aqui);
Segunda – As doutrinas que estudam o homem do ponto de vista que ele pode chegar a ser, ou seja, de sua evolução possível.
Esta segunda é a verdadeira, portanto a psicologia deveria ser o estudo dos princípios, leis e fatos relativos a evolução possível do homem. Nas teorias da evolução do homem não consegue se explicar os monumentos antigos. Se deixarmos o homem para evoluir apenas a encargo da genética, hereditariedade etc.. negamos a capacidade passada e consequentemente a futura.
O homem não é um ser acabado, e o seu desenvolvimento exige esforços próprios através de uma ajuda por parte daqueles que já se trabalharam, e seres diferentes são cada vez mais raros. O homem não se torna um ser especial porque sua evolução depende de sua compreensão , do que pode adquirir e do dar para isso. O autor coloca que o homem que se desenvolve interiormente, pode Ter poderes que antes não tinha. Mas como adquirir algo novo se não conhece o que pode, ou os valores que se atribui  que  nem os tem?
O homem não se conhece!
Ele é uma máquina que é posta em movimento por influências e choques exteriores.
Todos os seus movimentos, ações, palavras, humores e pensamentos são provocados por influências externas. No homem, tudo acontece assim como chove, neva ou venta, ou seja, tudo nele acontece.
O primeiro passo é conhecer-se, conhecer a máquina, com seus múltiplos EUS. O conhecimento começa com o desenvolvimento das capacidades que ele crê Ter, sob as quais cria ilusões. Deve dar-se conta que não possui as qualidades que se atribui : capacidade de fazer, a individualidade, o ego permanente, bem como consciência e vontade.
Consciência – acredita-se ser o equivalente a inteligência, idéia errônea, pois Ter consciência é estar presente naquilo que se faz. O homem possui esta ilusão, pois não consegue estar consciente de si mais que dois minutos.
O homem pode conhecer quatro estados de consciência: sono, vigília, consciência de si e a consciência objetiva. Mas ela só vive em dois destes: sono e estado de vigília. Nossa lembrança é vaga porque a  maior parte do tempo não estamos conscientes. A consciência só pode ser conseguida de maneira voluntária. A partir deste entendimento pode-se falar de conhecimento de si, ou da ignorância de nós mesmos.
Devemos agora compreender que psicologia significa estudo de si. É como se o homem fosse uma máquina complexa, e para entendê-la, faz-se necessário uma linguagem especial.
Funções da máquina humana.
1)      O pensamento (intelecto);
2)      O sentimento ( emoções);
3)      A função instintiva ( trabalho interno do organismo);
4)      A função motora ( o trabalho externo do organismo, movimento no espaço), e
5)      O sexo ( função dos dois princípios, masculino e feminino, em todas as suas manifestações).
Além destas, existem mais duas que não há linguagen corrente para dar nome.
a) Função emocional superior – aparece no estado de consciência de si, e
b)Função intelectual superior – consciência objetiva
Dessas duas pouco pode-se estudar, pois não estamos nelas; só conhecemos a existência através daqueles que passaram por esta experiência.
a)      Função intelectual
São processos mentais; percepção de impressões, formação de representações e conceitos, raciocínios, comparação, afirmação, formação de palavras, linguagem , imaginação, etc...
b)      Sentimento ou emoções
Alegria, medo, tristeza, surpresa, etc..  Confundimos pensamentos com sentimentos em nossas maneiras habituais de falar e ver. Para estudar-se a si mesmo é necessário estabelecer as diferenças entre eles.
As duas funções seguintes, instintiva e motora são as que necessitam de mais estudos, pois a psicologia comum não distingue nem descreve corretamente essas funções.
Função instintiva
Ela é confundida com instinto, com manifestações exteriores que na verdade são de ordem motora. Ela compreende quatro espécies de função:
1)      Todo trabalho interno do organismo: toda fisiologia – digestão, respiração, construção de novas células, etc...
2)      Os cinco sentidos : visão, audição, tato, paladar e olfato, e as demais como sentido do peso, de secura ou de umidade, etc... e todas as sensações indiferentes ( nem agradáveis nem desagradáveis)
3)      Todas as emoções físicas, sensações agradáveis e desagradáveis: dor, odor ruim, sabor agradável etc..
4)      Todos os reflexos: dos mais simples aos mais complexos: riso, bocejo, memória de gosto, olfato, dor etc...
Função motora
Compreende todos os movimentos exteriores embora a linguagem corrente qualifica de instinto ( como o de aparar um objeto no espaço).
A diferença básica é que a função instintiva é inata e as do movimento são aprendidas ( nenhuma é inata). Alem das funções motoras normais existem ainda funções de movimento que consomem muita energia e que o homem deixa que ocupe sua vida: formação de sonhos, imaginação, devaneio, falar consigo próprio, falar por falar, e as manifestações incontroladas e incontroláveis.
Tomemos os três estados de consciência – sono, estado de vigília, lampejos de consciência de si – e as quatro funções: pensamento, sentimento, instinto e movimento. Estas quatro funções funcionam automaticamente. No estado de consciência de vigília oo consciência relativa ela pode nos servir para nossa orientação.
Se soubéssemos quanta idéia errada e ilusória acreditamos e somos enganados, poderíamos ter um desenvolvimento. Tudo isto significa que cada uma das quatro funções pode aparecer em cada um dos três estados de consciência. Os resultados todavia, diferem inteiramente.
As funções podem existir  sem a consciência e a consciência pode existir sem as funções. É necessário observar as diferenças de acordo com o tipo de estado de consiência e a correlação entre eles.

·        Segunda Conferência
O primeiro estado de consciência do sono é mais baixo, é subjetivo e passivo. O homem está a mercê dos sonhos e o que ele tem são ecos de experiências passadas, sensação de dor muscular, mas sem memória.
O segundo estado da consciência aparece quando o homem desperta. O primeiro estado não dissipa quando aparece o segundo, porém as ações são mais disciplinadas e as percepções das contradições e das impossibilidades ficam mais vivas.
No segundo estado o homem já distingue o “eu” do “não eu”, ou seja, entre o corpo e os objetos e os objetos que diferem de seu corpo. Mas não se pode dizer que o homem neste estado está desperto porque ainda sofre influência dos sonhos, agem no sono e não sabem.
Como o homem pode despertar?
É necessário primeiro ver que está adormecido. Após isto ele poderá viver outro estado de consciência, mas antes terá uma dura e prolongada luta. Geralmente dizemos que temos “consciência de si” como um estado que nos atribuímos sem o menor direito. Os estados da consciência podem ser vistos também como uma possibilidade de conhecer a verdade da seguinte forma: No primeiro estado de consciência não sabemos nada da verdade. No segundo , o do sono desperto, só podemos conhecer a verdade relativa. No terceiro, o da consciência de si, conhecer a verdade sobre nós mesmos. No quarto, o da consciência objetiva, o homem encontra-se em condições  de conhecer toda a verdade sobre todas as coisas, pode  estudar  as coisas em si mesmas” , o mundo como é.
O primeiro obstáculo para o homem ter consciência de si é a ilusão de que a tem quando quiser. Como pode trabalhar sobre si, fazer um trabalho sobre si, fazer um trabalho árduo, obter o que acha que já tem? Para isto ele necessita de uma escola, pois não existe um método universal à todos.
Não se pode estudar a psicologia como se estuda qualquer outra ciência, pois a psicologia tem relação direta consigo mesma. Cumpre iniciar o estudo da psicologia partindo de si. Não se pode estudar-se sendo incapaz de distinguir o real e o imaginário nele.
O que é mentir?
Tudo que o homem diz sem conhecer profundamente, ele mente. Nào podemos conhecer a verdade mas podemos fingir conhecê-la. E mentir é isto. A mentira preenche toda a nossa vida. As pessoas aparentam saber sobre tudo: Deus, vida futura, universo, as origens do homem, a evilução, mas na realidade nada sabem, nem sequer sobre si mesmas. E a cada vez que falam como se conhecessem, elas mentem. Por conseguinte , o estudo da mentira é  de importância  primordial em psicologia.
Compara-se a psicologia ao sábio que longe da terra recebe amostras de flores artificiais sem nada saber sobre flores verdadeiras, como vai falar delas? A mesma coisa é com a psicologia: estudar o homem artificial sem conhecer o homem real. Como estudar algo sem distinção do que é real e imaginário nele?
As duas partes, a real e a imaginária, são chamadas de personalidade do homem.
Essência = o que é inato
Personalidade = o que é adquirido
A essência é seu bem próprio, o que é dele. A personalidade pode ser modificada de acordo com as circunstâncias, por exemplo. O homem por natureza deveria gostar do que é bom para ele e detestar o que é ruim. Esta é a essência.
Mas quando é a personalidade que escolhe, ele começa a gostar do que é mau e a detestar o que lhe é bom. Uma não deve sobrepujar a outra, e sim ter um equilíbrio.
A vida favorece o não desenvolvimento da essência. Cada centro ( intelectual, emocional, motor e instintivo) é independente um do outro, e possui seus próprios poderes e suas próprias modalidades de desenvolvimento . A estrutura destes centros, suas capacidades, seus lados fortes e débeis são da essência e o conteúdo é da personalidade. A personalidade está cheia de ilusões de falsas idéias sobre si mesmo: não quer conhecer a verdade porque teria que abandonar a situação usurpada e ocupar situação inferior que na verdade não lhe compete. A desarmonia atual do homem deve-se ao fato de, a essência e a personalidade encontrarem-se numa situação falsa, e a única alternativa para sair disto, é o conhecimento de si.
Conhece-te a ti mesmo era o primeiro princípio e a primeira exigência de todas as  antigas escolas de psicologia. Mas pensamos que conhecer-nos a nós mesmos é conhecer nosso desejos, gostos, capacidades, quando na verdade é conhecer a máquina: como funcionamos. Para isto é necessária a observação de si, ou seja, nosso diversos “eus” que existem em cada um de nós. Esta observação levará a certos traços que o irritará, decepcionará, etc... porem será levado em consideração o que o levar ao desenvolvimento de si, e que  deverá observar apenas , nunca eliminar...
O conhecimento de si proporciona controle sobre si. O não conhecimento leva ao descontrole e a característica negativa, a mentira  por exemplo é que o controla.
Falar sobre o que não conhece é uma mentira, e este é o primeiro traço a ser desvendado. O segundo é traço é a imaginação que é o principal obstáculo para observação de si. A imaginação é uma faculdade destrutiva, a qual não se pode controlar, e que sempre tira o homem para longe de suas decisões mais conscientes. Em seguida vem a expressão das emoções negativas ( violência ou depressão).
Mas não basta observar as emoções negativas... opor-se a elas , é que é a chave para conhecimento de si. A tagarelice é outro traço negativo. Esses traços nos leva ao sono e tem dois aspectos: 1) identificação – o homem identifica-se com tudo, é incapaz de separar-se da idéia objeto ou do sentimento que o absorve, 2) Consideração – preocupação, dúvida ou suspeita ocupando todo o lugar, os pensamentos.
O homem se divide em sete categorias: 1-físico, 2- emocional, 3- intelectual, as quais pertencemos. O número 4 é aquele que tem conhecimento de si. O 5 atingiu a unidade e a consciência de si, o 6 adquiriu a consciência objetiva, possui outro centos que trabalha nele com funções e poderes que o 1, 2 e 3 não possui. O 7  é um homem que adquiriu o eu permanente e uma vontade livre. Assim nasce o quarto conceito de psicologia: é o estudo de uma nova linguagem: Linguagem Universal.

·        Terceira Conferência
Os centros são feitos de tal modo que podem substituir-se mutuamente até certo ponto. Em nós, a máquina e tão indisciplinada que a habilidade  de um centro trabalhar pelo outro, faz com que cada um raramente façao seu trabalho.
Quando os movimentos se tronam automáticos não é necessário mais pensar. Isso significa que os movimentos passaram para o centro motor, onde pertence. O trabalho incorreto dos centros é que provoca lentidão, dificuldade de compreensão, identificação. Até mesmo nossa mentira é fruto do trabalho incorreto dos centros. O homem é uma máquina e tal como a ciência considera , ele é posto em ação através de influências exteriores.
Mas quando a ciência não sabe,  é que :
1-     A máquina trabalha abaixo de seu nível;
2-     Apesar dos obstáculos ela cria níveis diferentes de receptividade e ação.
Para mudar o homem deve experimentar repugnância pelo seu estado presente e atração pelo estado que poderá alcançar. O homem para desenvolver-se necessita de condições interiores e exteriores. Uma escola é a alternativa. O homem vive sob duas influências:
1-     Atração criada pelas vida, saúde, segurança, conforto, fortuna, etc...
2-     Interesses de outra ordem não são criadas pela vida , mas pela escola.
Se um homem está sob a primeira influência, nada mudará em sua vida, e suas possibilidades diminuirão a cada ano. Mas ao contrário, se está sob a segunda influência , ao experimentar , elas produzem aglomeração e atrai outras influências da mesma  espécie, crescerão ocupando um lugar  cada vez maior em sua vida.
Cria assim, um centro magnético  que pertence a personalidade, ou seja, um grupo de interesses que canaliza para uma determinada direção e ajuda-os nela se manter.
Dentro de uma escola trabalha-se em três linhas com as pessoas:
1-     Para si mesmas,
2-     Não somente com elas, mas para elas – fazer apenas o que lhe é pedido ( disciplina)
3-     Para a escola – exercer controle sobre si , obedecer apenas o que lhe é pedido.
O homem que trabalha apenas em uma ou duas linhas prosseguirá mecanicamente em sua vida ao invés de “acordar”.

·        Quarta Conferência

Cada centro tem sua velocidade de ação completamente diferente um do outro, nesta exata ordem: Mais rápido – emocional, depois – instintivo motor, e por ultimo – intelectual.

Cada centro tem duas partes: positiva e a negativa.
No intelectual: afirmação e negação. Uma das duas prevalece ou tem força igual, surgindo a indecisão. O enfraquecimento de uma parte ou outra acarreta perturbações mentais.
No centro instintivo também a divisão é clara: positiva e negativa, sensações agradáveis e desagradáveis. Qualquer alteração nelas pode significar enfermidade ou morte.
No centro emocional as coisas são mais complexas. As emoções negativas tomam conta do outro e são direcionadas pelas identificações. Os homens a  adoram e é muito difícil convencê-los de que elas não contém nada nobre, nada forte, nada belo. Elas podem ser destruídas sem nenhum prejuízo  e é a única chance de escapar delas é acabar com a imaginação e a identificação. Nas escolas a luta contra as emoções negativas é o homem sacrificar seu sofrimento. Mas não é algo fácil e encontramos demasiadas desculpas para a existência das emoções negativas. E nadamos no oceano do egoísmo, ou da auto compaixão, seguindo o caso, descobrindo as faltas em toda a parte, salvo em nós.
Em nosso estado atual, o único lado bom é que nada é permanente em nós; se a menor coisa se tornar permanente será sinal de loucura. Somente os alienados podem Ter um ego permanente.
Ao se observar todos notam o seguinte;
1)      Não nos lembramos de nós mesmos;
2)      A observação é difícil devido ao fluxo incessante de pensamentos, imagens, ecos e conversas etc... que destroem a atenção;
3)      Quando se começa a observar-se a imaginação toma conta.
Aqui está o essencial do trabalho sobre si: dar-se conta de que toda dificuldade provém do fato de que não pode lembrar-se de si mesmo.
Para lembrar de si mesmo deve lutar contar os pensamentos mecânicos e contra a imaginação.. Com a compreensão da necessidade em nós mesmos, o trabalho começa. A luta contra a imaginação tem um significado psicológico e modifica nosso metabolismo produzindo efeitos químicos definidos – efeitos alquímicos.

·        Quinta Conferência
Dois aspectos devem ser desenvolvidos no homem: o saber e o ser.
Existe grande diferença entre o saber e compreender, embora seja confundida uma coisa com outra. Compreender entre dois homens é falar a mesma língua. Se não estou de acordo com o que A fala, não compreendo. Entre o saber e o ser deve existir uma média aritmética. Só então é que  será possível uma compreensão mútua. A vida pode ser dividida em dois círculos concêntricos: os círculo interior eo círculo exterior da humanidade. O exterior no qual vivemos, onde tudo acontece, tudo é mecânico porque os homens que vivem nele são máquinas. Eles falam linguas diferentes e nunca se compreendem. Cada um compreende a coisa a sua maneira. A compreensão é algo que pertence ao círculo interior da humanidade e não nos pertence. Podemos entrar nele através de   uma escola e exige um trabalho longo e difícil , e o primeiro passo é o estudo de uma nova linguagem. É a linguagem por meio da qual os homens compreendem um ao outro. Não existe uma prova a não ser a própria compreensão de si e conseguente compreensão do outro. Não podemos ver no outro, aquilo que não vimos em nós mesmos, isto é compreensão do ser.
Cada centro tem três divisões: mecânica (instintivo motor) , emocional e intelectual. O intelectual se divide em positivo e negativo, e a cada um deles em três. Ou seja, seis partes.
A divisão de um centro em três partes é muito simples: sua parte mecânica trabalha quase que automaticamente, não exige atenção e não pode adaptar-se as mudanças  e continua a “pensar” conforme aprendeu.
No centro intelectual, infelizmente o que responde as questões é a parte mecânica. Ele não deveria  responder nada, não decidir com soluções mecânicas, respostas padrões, chavões, gírias, etc... Tudo isto é da parte mecânica do centro intelectual. Essa parte tem seu próprio nome – “aparelho formatório”.
O homem número 1 responde apenas com o centro formatório, e parece poder apenas contar até dois:, “operários e burgueses”, “pobre e rico”, “bolchevismo e fascismo” etc...
A parte emocional do centro intelectual é aquele que tem o desejo de saber , o descontentamento por não saber, o prazer da descoberta. O trabalho da parte emocional exige atenção, mas nesta parte do centro a atenção não exige esforço.  É onde aparece o interesse, paixão através da identificação.
A parte intelectual do centro intelectual, cria, inventa, etc... não pode trabalhar sem atenção, e ela exige esforço e vontade própria.
Se consideramos através da atenção, saberemos que parte está atuando em nós: sem atenção estamos na parte mecânica; com atenção atraída pelo assunto da observação ou reflexão – parte emocional e com a atenção mantida no assunto por vontade própria estamos na parte intelectual.

Tomemos o centro emocional em suas três partes: mecânica, emocional e intelectual

Mecânica: o humorismo barato, crueldade, egoísmo, inveja covardia.
Emocional: pode despertar a consciência  moralou através da identificação – irônica, cruel , ciumenta, obstinada.
Intelectual: poder da Criação artística e é também onde fica o principal centro magnético, que se não bem desenvolvido comete erros ou fracassa.
A parte intelectual do centro emocional é também a sede do principal centro magnético e quando está plenamente desenvolvido e trabalha com toda sua potência, é um caminho para os centros superiores.
O estudo das partes dos centros e de suas funções exige um certo grau de lembrança de si. O estudo da atenção, revela partes dos centros, mas também exige lembrança de si.
A lembrança de si é o início do despertar, a nada poderá ser feito por si em um eatado de sono.

Apreciação pessoal sobre o livro
Enorme surpresa ao ler pela terceira vez este livro. Para mim, um vislumbre de algo muito maior, fora da vida pequena e rotineira  que em geral temos. Mais atenção, mais lembrança de si e um mundo novo se abre.
Um livro que motiva a buscar uma nova visão sobre o homem em si mesmo.
Posso afirmar que em dez anos de trabalho sobre mim dentro desta linha de G. I. Gurdjieff, relatada aqui por Ouspenski, a evolução possível do homem, é possivel!!!!