"Quando estava reformando minha casa, fiquei dividida entre duas formas de criar um acesso à porta principal. Uma envolvia a construção de um lance de escadas que saía da rua e se abria num caminho, levando direto à porta. No instante em que uma pessoa pusesse o pé no primeiro degrau, ela poderia ver a porta da frente e logo saberia para onde deveria se dirigir.A outra era bem diferente. A pessoa atravessaria um portão e subiria um pequeno lance de escadas até um patamar. Um pouco além há uma arvore de grande beleza, única visão de quem subisse os degraus. Somente ao chegar ao patamar a pessoa descobriria que ele se junta a uma pequena área contornada por um jardim de rosas. Passando por esse jardim, ela encontraria um novo lance de escadas, um tanto íngrime, seguindo para a direita. O degrau mais alto ficaria bem acima do nível dos olhos. Ao subir, não haveria nada especial para ver até que a pessoa alcançasse o alto da varanda. Ali, olhando para a direita, ela teria noventa quilômetros de uma estonteante vista da baía de São Francisco. Atravessando essa varanda, encontraria três degraus que seguiriam para a esquerda. Ao subi-los, um gramado, que é o meu quintal, apareceria inesperadamente. Dali avista-se o primoroso perfil do monte Tamalpais, a montanha mais alta do país. Só então seria possível ver a porta da frente, que agora estaria a poucos passos de distância. A pessoa estaria se movendo sempre em direção a ela, sem se dar conta.Na luta para tomar a decisão, consultei dois arquitetos e ambos me disseram que um dos princípios básicos da arquitetura relativa a entradas da frente é que desde o início as pessoas deveriam enxergar para onde estariam indo. Eles achavam que a incerteza da segunda hipótese traria uma sensação de desconforto aos que me visitassem pela primeira vez. Apesar da uniformidade de opinião dos dois profissionais, optei pelo segundo caminho.Hoje, quando penso nisso, tenho a impressão de que saber aonde estamos indo muitas vezes nos faz parar de ouvir e de pensar. Na verdade, quando sigo por um caminho tão direto, uma parte de mim corre até a porta da frente no instante em que a vejo e deixo de perceber o caminho que percorro.Não saber onde estamos indo cria alguma incerteza, mas alimenta o sentimento de estar vivo, a capacidade de apreciar os detalhes ao nosso redor. Somos despertados, de mesma maneira que acontece quando adoecemos. Fico com a segunda opção.Na vida já tomei inúmeras atitudes visando atingir algum objetivo importante, para, com o tempo, acabar descobrindo que o lugar para onde as minhas escolhas me levaram é algo completamente diferente. Algo cuja existência eu ignorava quando iniciei o caminho.A verdade é que estamos sempre nos movendo em direção ao mistério e, assim, ficamos muito mais próximos do que é real quando não vemos claramente o nosso ponto de destino."( Do livro As Bênçãos do meu Avô – Rachel Naomi Remen)
Este blog mostra minhas experiências como Psicóloga na área de Terapia da Família, de Casal, Individual, nas Constelações Familiares e como Orientadora do Método Synergy Place. Além disto, textos e reflexões sobre a Vida na Vida. Plataforma: https://tais.synergyplace.com.br/
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O Caminho
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Gostei muito...
ResponderExcluirTb li este livro, é ótimo!
ResponderExcluirGostei muito dessas lembranças a respeito de caminhos...
ResponderExcluirSei que não é muito facil acessar para fazer comentarios...mas quando optar por anonimo(porque não consegue a conexão necessária)...assine o comentario para saber quem foi. Obrigada
ResponderExcluirLindo texto Taís...grata por me fazer conhecê-lo...
ResponderExcluirAdorei o plano de fundo de seu blog...
ResponderExcluirObrigada pelo prestígio.
ResponderExcluirTudo aqui, desde a confecção do Blog até as postagens, tem sido feito com muito carinho pelos leitores. Que bom que voces tem aproveitado.
LI UM POUCO DOS TEXTOS DO SEU BLOG....PARABÉNS!!!!
ResponderExcluirMarilda Menck