domingo, 24 de abril de 2016

Dinheiro: quando o homem não se banca financeiramente


A maneira mais fácil de começar a falar sobre esse tema seria dizer algo assim: atendo muitas mulheres que, por algum motivo, atraíram homens que não se bancam financeira e profissionalmente. Muitas vezes homens com tendência à depressão, aos vícios, às fugas... Sensíveis? Sim, muitos deles muito mais emocionais do que racionais. Afinal, a mulher é quem pensa, quem coordena, quem planeja, quem dá as diretrizes, no caso destas clientes que atendo.

Esta seria a maneira mais fácil. Ou não tão fácil, porque, só de escrever isso, já me surge algo que eu nunca havia me ligado: meu avô, homem que foi meu exemplo maior de masculino, era alguém que não conseguia bancar financeiramente a casa, e era cobrado por isso o tempo todo. Quem me conhece, talvez até ache estúpido eu dizer que só agora chegou esta percepção, afinal, já conto esta história há anos e anos, tanto dentro dos meus cursos, como entre amigos. Mas insight é assim. Vêm de várias formas. As mesmas histórias trazem novas e novas percepções. E francamente, até este momento, a percepção que seguia do meu avô era da multiplicidade de capacidade, trabalho infinito, necessidade de descansar e relaxar após o trabalho – sempre com um cigarrinho, às vezes um vinho, invariavelmente um vidro de remédios para dor de cabeça crônica, e saco do tamanho do Pão de Açúcar para aturar as cobranças da minha avó. Afinal, ele não trazia dinheiro suficiente para casa.

E agora começa a forma “difícil” de falar sobre este tema: dizer sobre a minha história de homem que não se banca financeiramente. 

Começo a perceber que, de alguma forma, quis vingar o meu avô e colocar a minha avó na parede: ele te deu tudo, e você ainda é ingrata? Você reclama do dinheiro, mas largou seu trabalho e nunca mais voltou, não é mesmo, vovó? Mesmo simples e com seus inúmeros defeitos, vovô sempre amou você! Deixava de comprar coisas para si, para lhe dar presentes... a maior parte, presentes que você não gostava...

Como que vingamos um ente querido, da “injustiça” que achamos ter vivenciado na infância? Fazendo igual. Repetindo o mesmo padrão. E que cacete! Vejo que repeti o padrão do vovô, tim-tim por tim-tim, como ele gostava de dizer. Não acabei meus estudos superiores. Mesmo estando com as mãos no diploma, desisti. Sou multi-talentoso, mas não ganha tanto por estes talentos todos. Penso primeiro na mulher, depois em mim. Tive imensas dificuldades financeiras. Sempre ouvi primeiro ela, e depois eu, até nos negócios que fazia. Gosto de relaxar tomando um vinho. Aprendi que relação é estar com uma mulher chata, que cobra o tempo todo: e ouvir pacientemente. Ela se bancava profissionalmente, mas após o casamento, se encolheu... assim foi meu casamento anterior.

Bem... padrões mudam. Caso contrário, não teria o menor sentido trabalhar com terapia...

Pacto de vingança, pacto de fidelidade
Após uma fase muito longa de “pindaíba” financeira, insatisfação profissional, divórcio, empresa quebrada, nome sujo, comecei a olhar verdadeiramente para a história dos meus pais. Dos meus avós. Da minha infância. Já estava com quase quarenta anos de idade. E fui vendo que, paulatinamente, estava repetindo muitos padrões de comportamento. Muitos deles eram bons e me traziam satisfação, como por exemplo, o talento que herdei do vovô. Mas muitos outros eram padrões difíceis, que traziam sofrimento, angústia, tensão, brigas no relacionamento.

E como sair destes padrões? Em primeiro lugar, é ver que estou identificado ao padrão que me causa problemas, por amor a alguém. Neste exemplo que dei, com o meu avô. E interessante: estou também entrando em confronto com alguém que foi muito importante na minha vida, que me deu tudo e mais um pouco, mas que me pressionou de forma que eu não aceitei. Vovó. E pressionou meu avô. E transformou meu pai em um homem fraco também. Esta é a minha interpretação, totalmente passional e infantil. Por isso, tenho que identificar um pacto de vingança que fiz em relação à vovó. E um pacto de fidelidade que assinei em relação ao vovô.

Pacto de vingança
Eu atrairei mulheres duras e mandonas, mas também frágeis e instáveis, e vou mostrar que sou melhor que elas. Que elas são fraquinhas e doentes. Dependentes do homem que elas tanto se acham superiores.

Pacto de fidelidade
Vou viver trabalhando muito, mostrando todos os meus talentos, sendo simpático e querido por todos, e estar sem dinheiro e com a “aura” de injustiçado, como vovô foi, porque eu o amo.

Bem... eu era péssimo aluno de química, mas é fácil ver que esta fórmula PV (pacto de vingança) + PF (pacto de fidelidade) = F (fracasso).

Eu me ferrei, literalmente. Fracassei no casamento, na profissão, nas finanças. Não reconhecia nem os benefícios que recebi dos meus avós (você pode ler papai e mamãe) e nem o quanto que estava com a imagem de um homem fraco e injustiçado dentro de mim.

Um homem que serve à vida, ganha dinheiro

Andei por muitos caminhos espirituais. Muitos deles diziam sobre a necessidade de servir. E eu trabalhei como voluntário. Participei de religiões. Doei parte dos meus ganhos. Fazia meus serviços com muito capricho. Mas pra falar a verdade, nunca fiz isso com
integridade. Era sempre com algum tipo de interesse: eu dou isso, Deus dá aquilo. Eu dou capricho, um dia, Deus me recompensa. Eu me mostro um bom sujeito, e serei beneficiado... Não funcionou. E assim, me revoltei contra o mundo. Contra Deus. Contra o mundo capitalista. Contra minha mulher. Minha avó. Minha mãe que me deixou. Meu pai, que também não me assumiu totalmente. Meu avô banana. Me revoltei. E foi ótimo. Porque só assim, pude recomeçar.

E desse lugar de revoltado contra tudo, queria dizer diretamente ao homem que se identifica com esta situação – o macho que se acha incapaz de prover.Em primeiro lugar, a história mudou. Homens e mulheres trabalham. Às vezes, a mulher até ganha mais que o homem. Então, não pense que você terá que dar tudo. Ela pode te ajudar. Mas você terá que dar uma contrapartida. A mulher se tornou muito forte. E você deverá se mostrar muito forte também. E sensível, porque a mulher, ao se tornar provedora, endureceu. Masculinizou-se. E necessita a sua flexibilidade.

Vamos lá, homem. Ser próspero é algo que necessita firmeza, um emocional razoavelmente controlado e uma capacidade de olhar para o outro e servir, e deixar de olhar para o próprio umbigo. Eu estou aprendendo a ser forte. Espero que você também possa aprender. Vou deixar, para finalizar, algumas palavras a respeito do dinheiro, que meu mestre de constelação familiar, Bert Hellinger, deixou: “O dinheiro tem alma. O dinheiro é algo espiritual. O dinheiro é o resultado do amor. O dinheiro é adquirido através do desempenho. É o equilíbrio de um bom desempenho. Se alguém ganhar o dinheiro por seu desempenho, o dinheiro o ama. O dinheiro também permanece com ele, pois foi adquirido através de seu desempenho.

O dinheiro também quer render algo – depois. Por isso o dinheiro espera ser gasto. Ser gasto em algo bom, que leve a vida adiante. Então se ganha mais dele – cada vez mais. Através de seu desempenho, o dinheiro entra num circuito de serviço, trabalho e ganho, tudo ao mesmo tempo.” Bert Hellinger – Histórias de Sucesso na empresa e no trabalho
Alex Possatto
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Eu já havia recebido alguns emails (tanto de homens como de mulheres) solicitando que publicasse algo neste sentido...mas não havia encontrado ainda este assunto especificamente e que fosse escrito por um ser humano de verdade - com defeitos e qualidades - mas capaz de escrever sobre suas dores e sobre a possibilidade  real de mudar. Aí pesquisando encontrei os escritos do Alex que aprecio muito porque ele é sensível, humano e escreve com o coração se mostrando por inteiro. 
Uma semana maravilhosa para vocês!
Taís

domingo, 17 de abril de 2016

Por que somos miopes com as nossa questoes?

Saiba quais são os obstáculos que impedem você de enxergar as verdadeiras causas do seu sofrimento

"Por vezes passamos semanas, meses, anos e até décadas sofrendo e se lamentando pelo mesmo problema ou assistindo de mãos atadas as mesmas situações desagradáveis se repetirem em nossas vidas como um disco riscado. Às vezes porque evitamos de todas as formas encarar a questão de frente ou simplesmente porque estamos viciados em enxergar a nossa vida pelos velhos pontos de vista. Mas o que está quase sempre na raiz dos nossos problemas são comportamentos e crenças inconscientes – são os nossos pontos cegos. Se tivéssemos plena consciência das verdadeiras causas dos nossos sofrimentos não teríamos problemas, não é mesmo?

A parte mais dura dessa história é que toda a energia que desperdiçamos com a mente rolando no passado e ruminando os problemas que ainda não conseguimos superar nos impede de estar presente no aqui e agora para tomar as rédeas da nossa vida e ir adiante. É como se déssemos um passo em direção a um objetivo que queremos alcançar na vida, mas uma força nos puxa para trás, forçando a recuarmos um ou dois passos. Esse é o sinal mais evidente que a vida nos dá de que existem fatos mal resolvidos do passado, seja em nossa própria história pessoal ou na de membros do nosso sistema familiar – que frequentemente têm reflexos em nosso destino.

O primeiro passo para a solução é trazer luz e consciência sobre as verdadeiras causas do sofrimento. Alguém que consiga enxergar além da situação manifestada, como um terapeuta, pode facilitar esse processo. Um dos métodos mais rápidos para fazer emergir aquilo que está oculto, inconsciente, é a Constelação Familiar, na qual se tem a oportunidade de sair do palco (da visão míope, estreita) e ir para a plateia, de onde podemos olhar para nossa vida de fora, num ângulo de 360o. E tudo isso desde um estado de lucidez.

Buscar ajuda para a solução requer uma certa dose de coragem e outra de humildade. Porque, para Bert Hellinger, “A solução dói. Mesmo a boa solução dói, porque é humilde. Este é o obstáculo.” Essa dor vem justamente da morte do nosso ego – esse falso eu, essa auto-imagem construída e artificial de nós mesmos. Resumidamente, me refiro aqui a um misto de crenças, comportamentos, pensamentos, sentimentos, conquistas, derrotas, cargos, papeis sociais… enfim, a auto-imagem que construímos de nós mesmos (que às vezes ainda se soma à imagem que os outros têm de nós). Você tem grande apego a tudo isso porque crê que tudo isso é você de verdade.

Esse apego gera paralisia. Por isso o ego é o maior vilão do seu autoconhecimento e, por consequência, obstáculo para a solução dos seus conflitos. Para vivenciar essa questão, eu propus um exercício num dos meus grupos de constelação: pedi que a pessoa em questão escolhesse alguém para representar seu Problema, outra para representar o próprio Ego e outra para ser o Eu Adulto, aquela parte dela que escolhe. Pessoas diferentes puderam vivenciar esse exercício e, em todos os casos, o Ego não conseguia olhar diretamente para o Problema – quem fazia isso era o Eu Adulto. Mas enquanto o Eu Adulto também não olhava para o Ego, que era o maior obstáculo para acessar o Problema, a solução não aparecia.

De uma forma ou de outra, a vida sempre vai encontrar um jeito de lhe dizer que essa imagem é uma mentira, uma ilusão. Ela vai lhe mostrar isso quando o sofrimento bater à sua porta, seja por um relacionamento desfeito, um fracasso financeiro, uma doença crônica, uma demissão, um grande conflito. No auge da infelicidade, o grande ego (a falsa identidade) vai começar a desmoronar. E se você aproveitar esse período de crise pessoal com sabedoria, isto é, enxergando a oportunidade oculta de se transformar, certamente vai conseguir encontrar o que precisa para se desenvolver e encontrar seu verdadeiro Eu."
(observe a foto acima e veja como a percepção pode ser diferente - o que você vê?)
                                                       Alice Duarte
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"Um mestre nunca foi discípulo e um discípulo nunca será mestre" Sabe por quê?  
O mestre olha; por isso não precisa estudar. O discípulo aprende; por isso não olha."
A constelação tem 3 atores, os três com igual importância: o cliente, os representantes e o constelador. Os três precisam estar em uma atitude específica para que a constelação seja curativa.
Para este alinhamento e preparação do campo, para quem já esteve comigo nas constelações em grupo, são uma preparação para o que iremos olhar. É claro que as pessoas presentes SE trabalham  e podem levar consigo grandes experiencias ( tanto com os exercícios como com as constelações realizadas).
Enganam-se àqueles que pensam que nada será acrescentado se não for o cliente que irá constelar...
Curitiba é um celeiro de grandes consteladores e oferece muitas oportunidades aos que buscam.
Venha conhecer e participar desta terapia das constelações.
Sempre publico o convites com o dia , horário e local das mesmas. Curta nossa pagina  https://www.facebook.com/arbosconstelacao/ e você sempre será notificado e convidado.
Boa semana
Tais

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sedução, traição e amor verdadeiro nos projetos


HONRA (MEIYO)
É a qualidade essencial. Ninguém pode pretender ser Budoka (guerreiro no sentido nobre da expressão) se não tiver uma postura honorífica. É da honra que partem todas as outras qualidades. É um código moral e um ideal, de maneira a ter sempre um comportamento digno e respeitável.
Bushido – código de honra samurai

Às vezes, alguém vê um tipo de negócio, um projeto que está andando, e deseja algo: ou quer ganhar em cima deste projeto, financeiramente falando, ou quer tirar este projeto de um lugar e levar para outro, por algum outro tipo de ganho: poder, vingança contra um dos parceiros/sócios do projeto, influência, às vezes até inveja e vontade de passar a perna… Um dia fico com tudo sozinho! Ou ainda: vou copiar e depois fazer igual.

Seja este projeto uma empresa, um trabalho de faculdade, parceria em algum empreendimento, um grupo musical, a construção de uma casa, no momento em que se coloca qualquer tipo de ganho acima da vontade de ver o projeto florescer por si só e dar bons frutos a todos, em geral, a empreitada vai ter muitos problemas. Claro que ganhar dinheiro, status, poder, ter sucesso, é algo desejável (embora há que se ter um profundo cuidado com estes valores tão superficiais). Porém, qualquer movimento que se tenha deve inicialmente ser movido pela intenção do coração em beneficiar o próximo.

Muitas pessoas correm atrás de oportunidades. Oportunidade de quê? De ganhar dinheiro. Para quê? Para suprir a sua própria carência, de uma personalidade que se vê pobre, se compara para baixo e acha que o dinheiro irá lhe dar algum diferencial. Então, chegam com argumentos bem elaborados, dizendo que tal projeto é muito bom, será útil para a comunidade, tem um público-alvo específico, sedento daquele produto ou serviço. Porém, esses argumentos muitas vezes não resistem a uns 10 minutos de perguntas do tipo:

– o que te move, verdadeiramente, para realizar este projeto?

– o quanto você domina deste assunto que está querendo introduzir?
– você tem relação íntima com o público-alvo do seu projeto?
– como está sua vida financeira?
– o que você acredita sobre si mesmo, em relação a bancar suas ideias?
– o quanto você trabalha pela ideia de ser reconhecido pelas grandes coisas que faz?
– como foi o padrão dos últimos projetos que você fez?
– você feriu pessoas/sócios/amigos/colegas na tentativa de realização pessoal?
– o que você fez com estas pessoas que feriu? Houve alguma tentativa de harmonização?
– para que serve o dinheiro, verdadeiramente, na minha vida?
Como disse, é possível fazer vários minutos de perguntas provocativas, mas que deveriam ser feitas por todo empreendedor maduro, para perceber se ele não irá utilizar sua energia em algo onde apenas está querendo ganhar dinheiro, poder, reconhecimento, e nem sabe o significado básico de beneficiar o próximo. Mestre Masaharu Taniguchi diz: “Quem vive querendo só receber benefícios dos outros é como se estivesse assaltando-os. Por isso os outros sentem essa ‘atmosfera’ e passam a detestar essa pessoa.” Obviamente, uma pessoa que está nesta energia, não atrai pessoas interessadas em quantidade suficiente para prosperar.

Muitas vezes, a carência está escondida na mente inconsciente. A pessoa parte para fazer um projeto com a ideia de que está levando um benefício. Porém, se ela se perguntar e responder com sinceridade algumas questões como as que coloquei acima, começará a ver que existem falhas emocionais em sua estrutura psíquica, e isso é péssimo para o desenvolvimento sadio de um projeto. Trabalhando com constelação sistêmica, posso afirmar que a pessoa que não consegue separar dentro de si a própria carência do negócio que realiza, irá infectar este negócio e leva-lo para baixo.

Parceiros sedutores e traidores

Pessoas com esta característica de fraqueza emocional, muitas vezes partem para a sedução, a tentativa de ganhar em cima de outros, prejudicando pessoas envolvidas nos projetos que ela ambiciona. Como não acredita que o universo irá lhe dar algo para si, e também não acredita que ela própria tenha capacidade de tocar alguma coisa com a própria força e talento, quer seduzir algo que já está rolando.

Aí entra a questão da ética: eu posso fazer fusões. Sugerir parcerias. Buscar ingressar em projetos em andamento, para acrescentar. Mas se eu tento tirar alguém da jogada, para meu benefício, estou agindo como o sedutor que fica passando cantada na mulher do meu amigo. Algo dentro dele tem inveja da relação dos dois, e no fundo, quer destruir a relação – às vezes pode até haver uma atração entre os dois, porém, é necessário negociar como é que ficarão as partes prejudicadas. Caso não se negocie, a energia da raiva, da dor do abandono, da vingança ficará pendente no “ar”, e irá se manifestar no projeto.

Não é incomum o ambiente explodir dentro de uma equipe. Alguém trair o projeto.Parceiros abandonarem. O dinheiro minguar. O cliente não chegar ou não valorizar o produto/serviço. O projeto só dar muito trabalho e pouco retorno. Outro projeto passar o seu para trás. Acontecer acidentes, incêndios, roubos… Você não faz ideia do que a energia da raiva dos traídos e abandonados é capaz!

Sabe por quê comparei traições em projetos com a sedução afetiva? Porque, em geral, ao investigar as pessoas responsáveis pelo projeto, descubro que elas também tem um padrão de traições afetivas, ou são filhos de pais que passaram por mágoas de traições. As pessoas reproduzem o sistema familiar também nos negócios. Pode reparar. Começam a agir como amantes sedutores. Invejam. Tentam tirar de um lugar para levar para outro, não importando que existam pessoas que serão prejudicadas. Não possuem ética. Não sabem falar, negociar abertamente. Fazem as coisas por debaixo dos panos. Mentem descaradamente.

Nas minhas caminhadas pelo Brasil, onde estabeleço diversas parcerias em projetos, tomo muito cuidado de não me envolver em negócios quando percebo este padrão “rondando”. Não por moralismo. Simplesmente porque sei que irei desperdiçar energia e o projeto não irá crescer e beneficiar a quantidade de pessoas que poderia. Surgirão intrigas. Brigas. Ciúmes. Pessoas descontentes. O foco não está no benefício do público, mas no fundo, em suprir carências emocionais de aceitação, sustento, reconhecimento… e isso deveria ser resolvido em terapias, e não dentro de um projeto.

Serviço desinteressado

Para servir ao outro, é necessário ter algo para dar e estar com o canal de doação e recepção abertos. Só sabe dar aquele que sabe receber. Aquele que recebe, tem algo a dar. Para ganhar dinheiro e entrar no fluxo de prosperidade, é necessário estar livre do sentimento de carência. Também é necessário deixar o dinheiro ir para outras mãos que saberão usá-los com respeito, e estar aberto para que o dinheiro chegue, sabendo que você o utilizará com respeito, sem querer trancafiá-lo na masmorra. Para fazer algo benéfico, e não se apegar à necessidade de reconhecimento, é fundamental estar em paz com o pai e mãe, dentro de si. Porque, no final das contas, esperamos o reconhecimento dos nossos pais, em tudo o que fazemos, e movidos por esta carência, vivemos insatisfeitos e com o foco para o ego ferido, e não para o outro.

Devagar, descontaminando a psique de tantos e tantos traumas inconscientes que carregamos, e aprendendo a separar internamente o que é carência do que é serviço ao
próximo, vamos nos aproximando da arte de trabalhar com o coração. Quanto mais em paz, projetos naturalmente fluem de você, e são projetos vivos, coerentes, cheios de força, porque nascem de um eu íntegro, que reconhece os próprios dons e talentos.

Em paz com o pai interior, temos foco, assertividade, capacidade de nos lançar ao mundo com confiança. Em paz com a mãe interior, sabemos aguardar o tempo necessário da gestação de um projeto, alimentamos os planos, cuidamos, protegemos, até o momento em que ele nasce, cresce, e em algum momento, se o universo permitir, possa andar com as próprias pernas.

Finalizando, quero deixar algumas palavras do meu mestre espiritual, Prem Baba, a respeito de trabalho e dharma (missão de vida): “Às vezes, você está trabalhando em algo que não lhe traz satisfação, mas que está de alguma forma fazendo a roda girar.

Devagarinho, você vai recebendo inspiração e guiança para começar a colocar os seus talentos e dons a serviço. Talvez, nesse mesmo lugar onde você já está trabalhando, ou em alguma outra coisa. Quando isto começar a se tornar mais claro para você, começarão a surgir oportunidades, e você vai sentir o impulso de se abrir para receber esse convite. Mas, sempre haverá um desafio, que é conseguir superar o medo. Toda a mudança gera medo (com raras exceções). A mudança que gera medo é aquela mais estrutural, mais profunda, quando você está há muito tempo apegado a uma forma, e o tempo lhe convida a mudar. Dependendo do tamanho do seu apego a essa forma, você vai sentir muito medo, mas é preciso encará-lo e superá-lo. E quando você se coloca a serviço, o universo vai dando o que você precisa.”
Alex Possato
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Sempre que nos colocamos à frente de um projeto novo é interessante ter um processo interno profundo consigo mesmo e com a relação que está nascendo.
Verificar qual é o tipo de interesse que temos...
Diante de uma parceria interrompida, podemos  buscar o  porquê internamente, nas profundezas do inconsciente,se existe uma intenção escusa. Não é fácil perceber, mas como tudo na vida, isto também é um treino, uma aprendizagem.
Podemos aprender em qualquer situação através da verificação daquilo que aconteceu, com o foco em nós  mesmos. Não importa o outro, o que ele fez, onde errou ou acertou...importa o  que se passa comigo. Colocar este "olhar sobre si" é fantástico. Nos dá possibilidades de crescer e aprender sempre.
Uma semana amorosa para vocês!
Taís

domingo, 3 de abril de 2016

A dor do amor

"Com frequência atendo pessoas que chegam ao meu consultório sofrendo com o término de um relacionamento afetivo ou por estar vivendo um momento de crise na relação amorosa.

É comum um misto de dor, tristeza, raiva, mágoa, desolamento, medo, dúvida, frustração, desejo de revidar e desespero, tomar conta do mundo emocional nestas horas e os sentimentos ficam tão intensos e misturados que é até difícil identificar o que se sente, levando muitos a acreditar que estão sofrendo por amor. Será?

Será que o amor dói?
Será que existe dor de amor?
Amor não dói. Amor cura e equilibra.

O que dói no final de um relacionamento ou quando ele passa por uma prova difícil é não vermos nossos sonhos realizados, nem sermos atendidos em nossos desejos, ou ainda, o orgulho ferido e a decepção.

O apego, a saudade e o sentimento de posse também fazem sofrer e crer que não há possibilidade de vida fora daquele relacionamento ou daquela forma de se relacionar.
Todavia, quando o que prevalece em nossos sentimentos é o amor, não há espaço para medos, dúvidas, inveja, raiva, desejos de vingança, ódio, posse ou desespero.

“Mas se eu amo tanto, como pode, de repente, o amor virar isso, tanta mágoa, tanta raiva, tanta confusão?” Costumam perguntar.

É, o amor não pode mesmo virar raiva ou mágoa.

O que normalmente ocorre é que o amor convive com nossas inseguranças, com nossos medos e dúvidas, com a raiva, com os apegos, com o desejo de vingança, com o ciúme, com o orgulho e com o egoísmo e com todas essas nossas facetas tão humanas que ainda não foram suficientemente educadas e trabalhadas, e que por isso, numa crise podem tornar-se predominantes escondendo ou turvando o amor por causa das urgências e das necessidades que nos impõem.

Assim, ao perdermos o contato com o amor, não somente com o amor que sentimos pelo parceiro, mas principalmente com a capacidade de amar, o sofrimento toma conta de nosso mundo interior fazendo com que se ache que o que está nos fazendo sofrer é o amor que nutríamos até então.

Mas sentir amor não dói.

Quem ama de forma aberta, madura, quando vê partir seu companheiro ou se vê envolto numa crise relacional, sente tristeza, o que é normal; às vezes, até um inconformismo momentâneo, talvez uma pitada de raiva, mas o amor, ou a capacidade de amar, por ser maior que todos esses sentimentos, é predominante e tem o poder de reequilibrar este coração, que se sente forte e vitorioso, ainda que arranhado ou machucado. E, mantendo-se sereno, não cultiva desejos de revide, nem desesperos, nem dúvidas, medos ou ódios. Quem ama sente-se capaz de amar sempre e de novo, e mais uma vez, se preciso for.

O desafio, então, é aprender a amar de verdade. Aprender a construir em si um amor que não seja esquecido no primeiro erro do ser amado, que não se esconda quando o ego não se sentir atendido em seus desejos ou caprichos. Amor que consiga enxergar suas próprias necessidades permanecendo em contato com as necessidades do seu parceiro criando um equilíbrio no querer.

Amor capaz de sacrifícios sem lamúrias.

Amor capaz de perdoar e seguir em frente acompanhando o soerguimento daquele que errou.

Amor capaz de encher a vida de felicidade.

Portanto, se sentimos que sofremos por causa de uma relação afetiva, ao invés de culparmos o amor, seria mais interessante se perguntar se o sofrimento não foi causado por uma carência afetiva, por uma baixa autoestima; se não é a vontade, o desejo de possuir e comandar a vida do outro de forma que ele nos atenda ou de modo que ele seja o que sonhamos; se não é o egoísmo e/ou orgulho ferindo nossa sensibilidade, que nos faz sofrer.

Aprendendo a amar, libertamos a nós mesmos de muitos sofrimentos e melhoramos a qualidade das relações afetivas transformando-as em relações verdadeiramente amorosas.

Acredito que melhor seria dizer que o que pode nos trazer dor é não sabermos conviver e nem nos comunicar bem; é o perfeccionismo que atrelamos ao sucesso da relação afetiva; é querer moldar o outro à imagem que temos do ideal procurado; é não termos autoconhecimento, nem autoestima; é pensar que o outro tem poder de nos fazer felizes ou infelizes; é achar que temos poder e direitos sobre a vida do companheiro; é acreditar que se vive um conto de fadas e por isso entender que o ser amado é infalível, incapaz de ferir, e que nós somos especiais, de tal forma que, ninguém pode nos trair, aborrecer, desobedecer ou nos deixar. O final de relações simbióticas fere muito também…

Assim, a todos os que me procuram reclamando “das dores de amor”, ofereço, através da terapia, o antídoto para seu sofrimento que vem do autoconhecimento associado a reconexão com seu propósito de vida, com a autoestima e com suas qualidades e virtudes, especialmente, acreditem, a do amor.

Não necessariamente o amor por aquele que partiu ou que te faz sofrer, mas amor por si, amor por seu trabalho, pelos filhos e familiares, pelos animais de estimação, pela arte ou pelo esporte…amor que se pode sentir sem ferir.

E ao permitir que o amor inunde de novo o mundo interior, renovam-se as forças da vida, a coragem de prosseguir e a possibilidade de ser feliz."
Thais Accioly
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A vida é como um tecido brocado
Se compararmos a nossa vida à tecelagem, o homem seria o tecelão. Os fios verticais seriam a esperança, o ideal que atravessa toda a nossa vida. Os fios horizontais, que se cruzam com os verticais, correspondem aos acontecimentos que cruzamos na caminhada da nossa vida. Qualquer que seja o aspecto em que se apresentam os fios horizontais, os verticais se cruzam infalivelmente para formar o tecido e criar belos e variados desenhos. Quando assim pensamos, não temos a necessidade de lamentar nem odiar nada, quaisquer que sejam os acontecimentos em nossa vida. Todos os acontecimentos constituem materiais para fazer da vida um lindo tecido.
Bom dia
Tais