domingo, 29 de dezembro de 2019

Há um juiz chamado tempo que coloca tudo em seu lugar


Todos nós somos livres para praticar as nossas ações, mas somos responsáveis pelas conseqüências . Um gesto, uma palavra ou uma má ação causam sempre um impacto mais ou menos perceptível e, embora não acreditemos, o tempo é um juiz muito sábio. Apesar de não dar uma sentença imediata, sempre vai dar razão a quem a tem.

O famoso psicólogo e pesquisador Howard Gardner , por exemplo , surpreendeu-nos recentemente com um de seus raciocínios: “uma pessoa má nunca se torna um bom profissional” . Para o “pai das múltiplas inteligências”, alguém guiado exclusivamente pelo interesse próprio nunca alcança a excelência, e essa é uma realidade que também se revela muitas vezes no espelho do tempo.

O tempo funciona no sistema de ação e reação, ou seja, tudo que se promove hoje, terá consequências um dia, seja coisas boas ou ruins. O tempo julga e sentencia, portanto uma atitude desprezível que se pratica hoje, pode retornar como algo muito ruim no futuro. Talvez, quando chegar a conta, a pessoa sequer consiga fazer ligação e entender que o que está acontecendo seja a consequência de uma ação sua praticada tempos atrás.

Nós convidamos você a refletir sobre isso:

Tempo, o sábio juiz

Vamos dar um exemplo: vamos visualizar um pai educando seus filhos com severidade e ausência de afeto . Sabemos que esse estilo de paternidade e educação trará conseqüências, porém, o pior de tudo, é que esse pai busca com essas ações oferecer ao mundo pessoas fortes e com certo estilo de comportamento. No entanto, o que você provavelmente vai conseguir é algo muito diferente do que você pretendia: infelicidade, medo e baixa auto-estima.

Com o tempo, essas crianças se transformam em adultos, ditarão a sentença: fugir ou evitar esse pai, algo que talvez, essa pessoa não consiga entender. A razão para isto é que muitas vezes a pessoa que prejudica “não se sente responsável por suas ações”, carece de uma proximidade emocional adequada e prefere usar a culpa (meus filhos são ingratos, meus filhos não me amam).

Uma maneira básica e essencial para levar em conta que qualquer ato, por menor que seja, tenha consequências, é fazer uso do que é conhecido como “responsabilidade plena”. Ser responsável não significa apenas assumir a responsabilidade por nossas ações, é entender que temos ter jeito no trato com os demais, que a maturidade humana começa por nos tornar responsáveis por cada uma de nossas palavras, ações ou pensamentos que geramos para promover nosso bem-estar e dos demais.
Responsabilidade, um ato de coragem

Entendam que, por exemplo, a solidão do agora pode ser a resposta do tempo de uma ação passada, e é sem dúvida um bom passo para descobrir, que estamos todos unidos por um fio fino onde um movimento negativo ou disruptivo, traz como conseqüência a um nó ou a ruptura desse fio. A partir desse vínculo.

Certifique-se de que suas ações falam mais que suas palavras, que sua responsabilidade é o reflexo de uma alma; Para isso, tente sempre ter bons pensamentos. Então, tenha certeza de que o tempo vai te tratar como você merece

É necessário ter em mente que somos “donos” de grande parte de nossas circunstâncias vitais, e que uma maneira de promover nosso bem-estar e aqueles que nos rodeiam é através da responsabilidade pessoal: um ato de coragem que o convidamos a colocar em prática através destes princípios simples.

Chaves para se tornar consciente da nossa responsabilidade

O primeiro passo para tomar consciência da “responsabilidade plena” é abandonar nossas ilhas de recolhimento, nas quais focalizamos muito do que acontece no exterior com base em nossas necessidades. Portanto, esta série de construções também é adequada para crianças.

• O que você pensa, o que você expressa, o que você faz, o que cala. Toda a nossa pessoa gera um tipo de linguagem e um impacto sobre os outros, a ponto de criar uma emotividade positiva ou negativa. Devemos ser capazes de intuir e, acima de tudo, ter empatia com quem temos diante de nós.

• Antecipe as conseqüências de suas ações: seja seu próprio juiz. Com esta chave não estamos nos referindo a cair em uma espécie de “autocontrole” pelo qual nos tornaremos nossos próprios executores antes de termos dito ou feito qualquer coisa. Trata-se apenas de tentar antecipar o impacto que uma determinada ação pode ter sobre os outros e, consequentemente, sobre nós mesmos também.

• Ser responsável implica entender que não somos “livres”. A pessoa que não vê limite em suas ações, seus desejos e necessidades, pratica aquela devassidão que, mais cedo ou mais tarde, também tem consequências. A frase recorrente “minha liberdade termina onde começa a sua” adquire aqui o seu significado. No entanto, também é interessante tentar promover a liberdade e o crescimento de outros, a fim de alimentar um círculo de enriquecimento mútuo.
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Final de ano se aproximando...
Eu gosto sempre da idéia de, durante o ano, ir fazendo bilhetinhos escritos com as coisas boas que nos acontecem. Ao final do ano, ao abri-los podemos nos surpreender, pois o que sempre fica são as imagens e lembranças apenas do negativo. Vou abrir os meus dia 31 de dezembro de 2019.

Os acontecimentos da vida vão ocorrendo ( isto é vida) , e, se você estiver  '"desperto(a)", seguirá de mãos dadas, sem brigar  muito!
Um brinde ao fim, porque no ano seguinte, são os começos que já nos esperam. Tim, tim!!!!
Desejo à todos uma excelente passagem, com a sensação do novo acompanhando cada um de vocês...
Abraços
Tais

domingo, 22 de dezembro de 2019

O poder da vulnerabilidade

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"O que lhe vem à mente quando você pensa na palavra “vulnerabilidade”? Possivelmente surgem situações associadas à fragilidade, à fraqueza ou a algo que deveria ser fortemente evitado, não é mesmo? Pensamos que não devemos nos colocar em situações vulneráveis e associamos tal estado a emoções que queremos evitar como o medo, a vergonha e a incerteza. No entanto, existem pesquisas muito interessantes que nos mostram outro lado dessa característica e do poder e impacto que criamos em nossas vidas quando permitimos a expressão da vulnerabilidade. 

Um dos TEDs (palestras disponibilizadas na internet) que mais me impactou é o da pesquisadora americana Brené Brown. Ela relata que, ao iniciar suas pesquisas na área de assistência social, encontrou nas pessoas com dificuldades em estabelecer conexões verdadeiras em suas relações uma forte correlação com a vergonha e que, no âmago deste sentimento, existia uma sensação de vulnerabilidade extremamente dolorosa. Imaginou então que se aprofundasse sua pesquisa na busca de caminhos para diminuir esta vulnerabilidade, poderia reverter a sensação de vergonha e consequentemente ajudar pessoas a fortalecer seus relacionamentos. Com isso, as tornaria mais plenas e felizes. 

Curiosamente não foi o que encontrou. Ao analisar centenas de entrevistas, identificou que no grupo de pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras (que também tinham fortes sensações de pertencimento e de valor próprio), duas características estavam sempre presentes: a vulnerabilidade e a coragem, sendo as duas intimamente correlacionadas. 

A vulnerabilidade neste contexto significa a disposição de se expor, de se expressar de uma forma autêntica e franca, de fazer coisas sem garantia, de correr riscos. Quando as pessoas se desarmavam e se arriscavam a tirar a armadura que as protegiam, abriam-se também às experiências que traziam propósito e significado às suas vidas. Para este grupo, a sensação de vulnerabilidade não era confortável, mas também não era dolorosa. Acreditavam simplesmente que esse sentimento era necessário para fortalecer suas relações. 

A segunda característica era a coragem que possuíam. Não em um sentido de bravura, mas a de contar sua estória, mostrando quem se é de todo o coração; a coragem de ser autêntico de uma forma compassiva consigo mesmo e de mostrar suas imperfeições. Para se conectar, é preciso deixar a pessoa que você acha que deveria ser ir embora para dar lugar a quem você realmente é. Ou seja, se não conseguimos ser autênticos com compaixão, não conseguimos nos conectar verdadeiramente ao outro. 

Atualmente, no meu trabalho como consultor de empresas, muito do meu foco e energia está em ajudar grupos de pessoas a encontrar e liberar sua potência, na busca de seu propósito e de seus objetivos. Potência esta que está adormecida em grande parte das organizações. Um dos principais caminhos para encontrar esta potência adormecida vem através da criação de contextos onde é possível se estabelecer diálogos robustos e verdadeiros. Onde o essencial, aquilo que realmente precisa ser dito, vem à tona. 

Minha experiência tem mostrado que momentos mágicos acontecem quando os integrantes destes grupos se despem de suas armaduras, de seus medos de serem julgados, avaliados, de não corresponderem às expectativas dos outros e se expressam nesta forma vulnerável com uma autenticidade compassiva. 

Um ponto relevante é que a maior parte das pessoas não está treinada e habituada com este tipo de expressão. Boa parte dos diálogos que presenciamos no dia-a-dia se manifesta através de julgamentos, críticas e exigências. Outro aspecto é que quando este tipo de diálogo está sendo travado, as pessoas têm um nível de consciência muito baixo de como estão se sentindo e das necessidades não atendidas que acabam gerando estes sentimentos. 

Quando ouvimos críticas e nos sentimos julgados, frequentemente somos levados a um espaço onde não nos sentimos vistos e reconhecidos e assim emoções como raiva, tristeza, culpa ou medo, nas suas múltiplas miríades, naturalmente emergem. E se não sabemos lidar com estas situações, nossas emoções negativas podem tomar o controle e nos ligamos automaticamente, neurobiologicamente na verdade, ao modo que nossos ancestrais das savanas já operavam para sobreviver, lutando, fugindo ou, às vezes, simplesmente congelando. 

Nestes momentos, quando ouvimos críticas ou julgamentos, um bom caminho para reverter a relação destrutiva é o de entrar neste espaço de vulnerabilidade, de autenticidade compassiva, reconhecendo o que estamos sentindo, assim como o que o interlocutor sente e sua necessidade por trás do que expressa. 

Há duas coisas muito interessantes que acontecem quando somos capazes de expressar o que sentimos. A primeira é que quando falamos na primeira pessoa através do “Eu estou me sentindo…”, dizemos algo que é incontestável. Ninguém pode dizer que não está sentindo. Pode no máximo falar que não teve determinada intenção ao usar o “sinto muito”. 

A segunda é que ao expressar nossos sentimentos e nossas necessidades fundamentais criamos um natural campo de conexão. As necessidades humanas fundamentais são poucas em número e todos nós as possuímos em maior ou menor intensidade. Todos nós temos necessidade de sermos reconhecidos, respeitados, apoiados, amados. Temos necessidade de sentir que pertencemos, de sermos criativos, autênticos e de buscar propósito e significado. Quando nos colocamos nesta posição de vulnerabilidade e expressamos tais necessidades, naturalmente criamos uma conexão humana com nossos interlocutores, já que eles também as possuem. 

O mundo em que vivemos está cada vez mais complexo e um dos aspectos mais interessantes da ciência que estuda tal complexidade é que um fator crítico para a evolução de “sistemas complexos”, como nossas famílias, as organizações em que trabalhamos e nossa sociedade, é a qualidade de conexão e da relação entre seus elementos. Assim sendo, se realmente quisermos que cada um destes “sistemas” dos quais participamos, de fato, evolua, é preciso nos colocar mais e mais neste espaço de vulnerabilidade."
Por Ney Silva
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Interessantes trazer esta experiência da vulnerabilidade para nossos relacionamentos diários.

Quantas vezes tomamos uma fala em um significado que não era a intenção da outra pessoa? Por que não podemos perguntar "O que você quis dizer com isso? Me traga uma situação onde me apresentei desta forma"...

Falar verdadeiramente de nossos sentimentos e percepções, nunca tem uma resposta ruim. Em minha experiência, trouxe crescimento e oportunidade de me modificar...
Mas não podemos esquecer que quem pergunta e pede feed back da percepção em suas relações, também precisa estar aberto para ouvir, amadurecer e ponderar. 

As vezes não é verdadeiro aquilo que foi dito para mim, então posso perceber que " é do outro, é da forma dele relacionar-se com o mundo", e não tomo como pessoal. Isso proporciona boas relações.Ou pode ser verdade e, então, posso burilar minha postura.

Pessoas lindas, esta semana já é Natal e eu desejo à todos vocês uma excelente comemoração junto aos seus (presentes e distantes), e que possamos apenas agradecer a tudo que é... como é...
Brindemos aos presentes e aos que se foram, com amor!
Abraços calorosos!
Tais

domingo, 15 de dezembro de 2019

O cansaço e as novas frequências

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Já estamos entrando na era da Ciência Quântica.

O cansaço e as novas frequências:

O cansaço físico que estamos sentindo é devido às novas frequências eletromagnéticas inteligentes que estão chegando do Sol Central. Estas estão mexendo radicalmente em nossas estruturas físicas, emocionais e espirituais. Como se fôssemos apenas um aparelho de celular ligado a uma bateria de um imenso navio. Há muita energia vindo do mundo espiritual. Sendo assim, há a necessidade de estabilização.

 O QUE FAZER?

Mentalmente:
Vibrar em alta ressonância, de preferência na mais alta energia possível, a energia da gratidão, da compaixão, da generosidade, da benevolência e do compartilhamento mútuo das ideias.

Evitar julgamentos alheios, pois não sabemos realmente o que cada um veio passar nesta vida.

Elevar o pensamento para coisas nobres, ao invés de continuar compartilhando notícias fúteis e terríveis que teimam em multiplicar pela televisão e mídias sociais. Faça diferente, encontre coisas boas nas pessoas e nas situações, elas existem, mas estão sendo esquecidas.

Pare de reclamar e comece a agradecer, a gratidão é a energia que moldará o novo mundo. Quando um pensamento ruim vier, compreenda-o e imediatamente neutralize com outro superior e positivo.

Quando um problema vier a sua mente, transmute a informação, procurando imediatamente a solução e foque nesta. Mude o foco, encontre coisas belas em você, em seu comportamento, pare de se mutilar energeticamente, pois todos nós temos coisas boas e virtudes.

Fisicamente:
Fazer exercícios calmos e concentrados, emitindo, ao mesmo tempo em que os faz, ondas azuis para todos os locais onde sente supostamente dor, desconforto ou fadiga muscular, transformando um simples exercício de alongamento e fortalecimento em um exercício vibracional quântico intensificado.

Beber bastante água mineral, de preferência aquela que sai direto das pedras , pois traz fragmentos minerais puros do centro da montanha, rochas e cristais.

Evitar alimentos industrializados e com condimentos exagerados.

Coloque para dentro do seu corpo coisas bonitas, saudáveis e que possuem vida. Tomar sol e agradecer enquanto faz isso. Mergulhar na água do mar ou na água de rio corrente para entrar na frequência nova da Natureza.

Espiritualmente:
Prestar atenção na intuição, pois esta está chegando com força e é a primeira informação que chega do mundo espiritual para adentrar em sua mente. Ouvir uma música boa, aquela que faz os pelos do seu braço arrepiar, pois esta é capaz de produzir a ressonância com seu espírito.

Prestar atenção nas inspirações, pois elas vêm pura e simples, caso contrário, não conseguimos anotar o que é recebido ou fazer no exato momento em que ela chega, perdemos o contato e o espírito demora para trazê-la novamente. Inspiração é algo que seu próprio espirito lhe envia, não é um espirito terceiro ou uma amparador, é você mesmo em manifestação futura e dimensão divina tentando conversar consigo mesmo.

Relacionamentos:
Não precisa mais gritar com ninguém, seu coração já não suporta mais gritos e discussões, ele só quer harmonia e entendimento, a época dos sofrimentos terminou, quem ainda continuar nesta ideia passará por grandes provações. Se for preciso se posicionar, posicione-se e faça o que precisa ser feito.

Trabalho:
Seu espirito não está mais querendo fazer o que não faz sentido e não preenche o seu propósito de vida. Ele está forçando-o a entrar com força total no seu centro de sinergia, aquele que sintoniza com as forças que vêm do Universo. Se não mudar ou melhorar sua relação com seu trabalho, sua vida vai ficando cada vez mais vazia, mesmo que através dele receba bastante dinheiro, nada disso poderá dar um sentido real para a sua existência daqui em diante. 

Não se preocupe em encontrar o novo mundo, ele não é um lugar, mas sim uma frequência, um estado vibracional em que todos podem estar, se assim o desejarem.

O estado da gratidão pura e silenciosa.

Sintonia é o caminho, sintonia consigo mesmo.

Essa é a verdadeira espiritualidade que os mentores desejam de nós, pois estando completos e conectados, estamos em plena Sintonia com o Todo.
Texto recebido via e mail ( sem autoria)
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domingo, 8 de dezembro de 2019

Aprendendo a abrir o coração para a profissão

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"Talvez você acredite na falta de cliente. Não tem pra todo mundo. Tem gente que tem sorte de ter cliente, mas eu… eu não! Afinal, aí está a crise. A concorrência. Ahhh… já sei. É que o outro gasta uma fortuna com publicidade, e eu não! Preciso fazer um trabalho melhor. Atender melhor. Encantar meu cliente. Ter o melhor preço. Pois cliente tem sempre razão!

Já acreditei em todas estas besteiras. Fui ensinado a ser pobre. Meus avós me ensinaram direitinho que a vida é dura, o pobre trabalha e o rico (que no fundo é um tipo de monstro) fica com o lucro. Fui educado pra ser fracassado. Meu pai, talentoso e com empregos maravilhosos, jogou tudo fora através de uma vida de álcool, mulheres, cigarros e muita cultura. É charmoso isso… o culto derrotado! Eu achava demais! Sério mesmo, e até hoje acho isso meio charmoso. Só não percebi que, ao montar o meu negócio, estava envolvido até o pescoço com o passado familiar, as emoções mal resolvidas e as crenças distorcidas sobre prosperidade. Fui programado para fracassar e ainda mais, curtir com isso. Dá um tesão enorme ser derrotado. É charmoso… Pelo menos eu lutei bravamente!

E lógico: não tem cliente pra todo mundo. E é preciso trabalhar duro! Gente… quanta asneira! Passa a régua. Vamos falar de empreendimento, sim, mas vamos falar de espiritualidade… E para eu falar de espiritualidade, sou obrigado a falar, em primeiro lugar, de controle mental. Afinal, em algum momento, tive que perceber que eu não sou o monte de idéias sobre riqueza e pobreza, fracasso e sucesso, esforço e confiança. Deixa eu respirar. Um, dois, três, quatro…

Querido, não sei você, mas minha mente é uma colméia de idéias e emoções. Passam zilhões de pensamentos, idéias geniais pululam como sapos felizes na lagoa em noite de lua cheia. Se eu ganhasse por idéias, estaria sentado ao lado direito do Bill Gates. 

Mas em alguma esquina da minha jornada espiritual, descobri que não sou minhas idéias. Descobri que o ego é somente um enfeite, um disfarce, que encobre minha verdadeira essência. O ego, cujo instrumento principal é a mente, recheada de pensamentos e centenas de estratégias, alimentada por emoções vorazes em busca de prazer, reconhecimento, e fugindo da dor, acaba fazendo acreditar que sou eu o cara que constrói o sucesso. Ford construiu um grande império. Gates auxiliou toda a humanidade e por isso ganha muito. Abílio Diniz é um empreendedor de mão cheia! Sim, sim, sim… não posso tirar os méritos dos grandes empresários, dos gigantes construtores, daqueles que sabem fazer negócio. Mas na verdade, não me interessam eles. Nem um pouco. 

Estou falando de espiritualidade, de consciência. Estou falando em trabalhar com a alma, fazer um negócio onde você se sinta preenchido. Eu estou falando do aqui e do agora. Estou falando em trabalhar em nome daquilo que você considera mais sagrado. Pode chamar de Deus, ou chamar de consciência. Ou quem sabe, sabedoria universal. Tanto faz. E pode crer, irmão, você só está vivo porque dentro de si pulsa uma vida que não foi você quem ativou e nem será você a exterminá-la. Mesmo que você morra, esta vida continua por aí. Seu ego desaparece, aquilo que você pensa que é, que construiu, seu nome, sua família, seus feitos e seus fracassos, tudo isso desaparece. Mas a vida continua.

E vou dizer mais: se você faz um empreendimento, não é você quem está fazendo. É somente esta vida que está se manifestando em forma de empreendimento. Que um dia vai desaparecer também. Você é um instrumento dessa vida. Só isso. E isso já é muito. Por isso, você não pode ser bem sucedido. Nem mal sucedido. Toda questão é afinar o seu instrumento para tocar a maior e melhor sinfonia que você conseguir. Do jeito que você é, sem imitar ninguém. Eu tive que fazer isso, e estou fazendo isso. Afinando o instrumento. Isso quer dizer: tirando a caca da mente. Monte de idéias que impedem que eu possa simplesmente servir. Eliminando a programação do passado que me levava ao fracasso, ao esforço, à luta. E eliminando a programação que faz com que eu queira atingir algo, uma meta. Pra que isso? Só pra ficar ansioso com aquilo que eu não conquistei? Mas nem sempre foi assim.

Durante cinco anos, tive um empreendimento onde tentei criar um modelo: alto padrão de atendimento, bom produto, local privilegiado e de bom trânsito, muita propaganda, simpatia… tudo que a cartilha manda. Mas só tinha um problema: eu tinha medo do cliente. Sentia-me cobrado por ele. Nunca achava que meu preço estava correto, e a tendência era colocar pra baixo. Não reconhecia o meu valor. Lógico, a coisa não andava. 

Perdi muito dinheiro. Gastei o dinheiro da mulher. Não cheguei a falir… só percebi que tinha algo errado, muito errado com tudo isso, e resolvi olhar dentro de mim. Já que fora, estava tudo aparentemente certo. E então fui descobrindo minha raiva do passado, a sensação de ter sido rejeitado quando criança, a competição extrema que tive com meu irmão mais velho, que era sempre mais valorizado… E o meu apego à charmosa figura do guerreiro romântico e derrotado do papai. Estudando a mente, descobri que tracei cuidadosamente um plano para dar tudo errado. Crescer até certo ponto, para depois cair. E assim ser reconhecido como um mártir. Quem sabe, ganharia o carinho que eu tanto queria, quando criança…

Comecei a reestruturar tudo. Limpar tudo. Conceitos, crenças, emoções. Faxina geral. Eu já era espiritualista, e sempre acreditei em algo maior que guia tudo isso. Mas precisei sentir-me totalmente inútil e fracassado para abrir uma porta e permitir que Ele, a minha idéia de Deus, pudesse, finalmente, começar a agir. Enquanto o eu, o ego lazarento, achava que estava no comando, tudo bem! Fui seguindo, aos trancos e barrancos, até chegar a lugar nenhum. Os bons conceitos de empreendedorismo que aprendi de nada serviam, porque minha alma estava impedida de se manifestar, já que minhas idéias e emoções distorcidas mandavam… Ahhh… nada como beijar a lona para começar a se abrir para a fé. E então Deus colocou alguém ao meu lado que mostrou que a mente deve andar em segundo plano quando se trata de missão profissional.

Desde então, o meu principal aprendizado está sendo observar a surpreendente trajetória da minha colega, a terapeuta Theresia Spyra. Venho readaptando muito os meus conceitos de espiritualidade no trabalho, marketing, divulgação e planejamento, observando o seu jeito espiritual, intuitivo e muitas vezes aparentemente aleatório de proceder em relação a projetos profissionais. 

Que planos, o quê? Deus é quem planeja. E eu sigo. Trabalhar duro? Que isso! O meu trabalho é estar conectada! Mesmo que tenha que meditar quatro meses pra isso… Só para esclarecer, embora não fosse necessário, Theresia tem formação como economista e analista de sistema, e teve uma carreira como executiva e empreendedora… até que decidiu se entregar ao caminho do coração… isso quer dizer que ela não é simplesmente uma visionária amalucada…

Com ela, aprendo que não é preciso lutar pelo cliente. Eu e ele somos um só. Aceito que ele venha, e aceito que ele se vá, da mesma forma que aceito que meus pensamentos venham e se vão. Preparo-me para fazer o melhor quando ele vem. E permito que ele se vá, quando for o tempo.
Para que reter? Eu e ele somos um só. Quanto mais deixo de rejeitar partes de mim, quanto mais permito que internamente, eu seja exatamente do jeito que sou, abro-me para que os clientes também “deixem de me rejeitar”, quer dizer, abro-me para que eles surjam, me procurem… 
Quanto mais aceito que está tudo ok dentro de mim, e sei administrar o que ainda não está ok, mais facilidade tenho em atender, lidando com os problemas do cliente e possíveis conflitos. Não há culpa, nem necessidade de ajudar. Quanto mais sou verdadeiro comigo mesmo, aceitando meu lado luz e meu lado sombra, mais transparente sou ao meu cliente, e assim posso renunciar à falsa postura profissional, à máscara de especialista, e ao peso que isso representa: ter que fingir algo, escondendo meus sentimentos, enquanto atendo. Inicia-se um novo nível de trabalho: o trabalho consciente, onde existe um fluxo de paz, amistosidade, autenticidade e troca.

É um processo. É importante assumir a responsabilidade neste processo. E dar um passo."
Alex Possato
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Bom dia meus queridos amigos aqui do blog!
De volta de um mês de muita aventura, revisão de conceitos , restabelecimento da ordem e um olhar amoroso sob meus ancestrais (estive na Itália)...voltei!
Este artigo acima (como sempre Alex Possato impecável nas percepções), retrata muito da vida dos clientes, amigos, vizinhos, conhecidos, eu...
Somente quando nos colocamos " à serviço de algo maior, servindo àquilo a que viemos" pra este planeta de aprendizagem, é que a realização vêm...
Desejo pra todos vocês que este texto proporcione um repensar sobre as profissões , escolhas, identificações etc...
Boa semana, e , feliz por aqui estar novamente.
Tais

domingo, 3 de novembro de 2019

A Importância de Honrar e Respeitar sua Luz e Sombra

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Quando trabalhamos o Coaching com linguagem Ericksoniana chegamos a lugares muito profundos, chegamos à nossa luz e sombra. Esses lugares que acessamos promovem um riquíssimo processo de autoconhecimento. Contudo, embora o autoconhecimento seja uma das mais enriquecedoras experiências humanas, essa é, também, extremamente forte e, por vezes, dolorosa, pois à medida que procuramos nossa luz encontramos também nossa sombra.

Luz e sombra são metáforas para dar sentido à nossa dualidade existencial. Há muitas teorias e filosofias que lhe dão outros nomes, talvez a versão mais conhecida dela venha da tradição oriental: o yin e yang. Todas essas versões duais nos fazem entender que somos, ao mesmo tempo, pessoas maravilhosas e pessoas ruins. Que somos seres iluminados, mas também sombrios.

Luz e Sombra

Nossa dualidade não está escondida. Ao contrário, ela está exposta e as pessoas a veem com muita clareza. Nós, no entanto, temos dificuldade em enxergar essas nossas características. Alguns enxergam apenas a sua luz e veem nos outros apenas sombras. Outros enxergam em si apenas sombras e não conseguem encontrar seus potenciais, sua bondade, sua luz. Em ambos os casos há um problema a ser enfrentado.

Entenda que nossas sombras fazem parte de nós. É muita ingenuidade de algumas pessoas quererem se desligar de suas sombras, acabar com elas, eliminá-las. Nossas sombras são parte de nós e da nossa personalidade. Temos, antes, que aprender a lidar com essas e nunca deixar que sejam predominantes nas nossas relações intra e interpessoais.

A Importância de Honrar e Respeitar sua Luz e Sombra

Sobre isso, há uma frase extremamente útil para pensarmos. No livro Efeito sombra,   Deepak Chopra afirma que: “O primeiro passo para derrotar nossa sombra é abandonar todas as expectativas de derrotá-la […] quem falar em vencer já perdeu”.

Isso ocorre porque fomos criados para acreditar que o “bem vence o mal”, mas quando falamos da constituição humana esse “mal” não é uma figura a ser derrotada, vencida, mas integrada, compreendida, já que ela nos constitui.

Não há vitória do bem contra o mal. Nesse caso, o bem jamais vencerá o mal, porque esse mal também faz parte de nós e precisamos integrá-lo em nosso ser. É um conflito que só se vence com a integração, nunca com a separação.

A alma humana é um lugar de ambiguidade, contradição e paradoxo. Por isso, o inconsciente e o transcendente são tão cercados de mistérios, porque para compreendê-los é preciso cessar todo o julgamento e encarar o que chamamos de “mal” de uma nova forma. Por isso, o termo “sombra” é mais adequado, porque “sombra” e “mal”, aqui, não são exatamente sinônimos. Todos nós temos sombras. Você já viu algum homem sem sombra?

Assim, somos luz, pois somos pessoas maravilhosas, incrivelmente capazes, bondosas, amáveis, inteligentes, iluminadas. De outra forma, somos igualmente terríveis, cruéis, muito ruins e obscuros. São nossas polaridades e tudo na vida é dividido em ambiguidades.
Viva em plenitude!

Por mais que tenhamos ao nosso lado pessoas que nos amem e tenham carinho por nós, elas apenas imaginam tudo o que vivemos em nossa essência.

Com isso, quero dizer, que é nosso dever e nosso papel honrar tudo o que fizemos e passamos, pois só nós sabemos os sacrifícios que tivemos de fazer, os sentimentos que se instalaram em nosso peito, os pensamentos que surgiram em nossa mente, a vontade que tivemos de desistir de tudo, e mais ainda, a vontade que tivemos de continuar, de vencer um desafio após o outro, para nos tornarmos os melhores indivíduos que somos hoje.

Além disso, todas as experiências pelas quais passamos também foram fundamentais para nos moldar, nos transformar, implementar as mudanças necessárias em favor das melhorias que precisávamos para sermos ainda melhores. Foram nossos erros, fracassos e frustrações, que nos ensinaram a levantar, lidar com as adversidades e dar a volta por cima como nós mesmos merecemos.

Quando entendemos esta importância, passamos a nos enxergar com mais amor, com mais carinho, sendo menos duros e nos culpando cada vez menos, já que passamos a saber que tudo o que fizemos e fazemos é o que está ao nosso alcance, utilizando os recursos internos e externos que temos.

É por tudo isso e muito mais motivos, que se faz importante honrar e respeitar tudo o que foi vivido e o que ainda vai ser vivenciado ao longo de nossa história.

A importância de respeitar sua própria história

Compreendida a importância de honrar e respeitar sua luz e sombra, vou compartilhar algumas dicas de como você pode respeitar sua própria história, para que assim você alcance a plenitude que tanto almeja.
*Seja grato a todas as coisas que acontecem em sua vida diariamente;
*Lembre-se , honre e respeite a história de sua família e onde você veio;
*Quando se sentir desanimado, pegue papel e caneta e escreva a sua história de vida, para que lembre-se sempre de quem você é, o que fez até aqui e o que ainda vai fazer;
*Evite se culpar e julgar excessivamente suas próprias ações, comportamentos e pensamentos;
*Procure honrar e respeitar a história das pessoas ao seu redor, ouvindo-as na essência e evitando todo e qualquer tipo de julgamento;
*Olhe-se no espelho e pratique o amor-próprio;
*Lembre-se a todo momento do quanto você é vencedor;

Coaching: uma poderosa ferramenta neste processo

Um dos grandes ensinamentos que compartilhamos nas formações que realizamos no IBC é exatamente este, honrar e respeitar a sua luz e sombra, e também a sua própria história. Isso porque nós acreditamos que, além de ser um dos maiores poderes de um coach, este é também um dos maiores poderes de todo ser humano que o consegue desenvolver ao longo de sua existência.


Assim, antes de finalizar, quero convidá-lo a conhecer o Coaching, esta metodologia de desenvolvimento humano altamente eficaz, que vai contribuir para o seu crescimento, pessoal e profissional, bem para o seu processo evolutivo, trazendo ainda mais melhorias para a sua vida de maneira geral.

Por meio de suas ferramentas e técnicas, as pessoas que participam de cursos como o PSC, têm a oportunidade de desenvolver com maestria o seu processo de autoconhecimento, potencializando, assim, suas capacidades e habilidades, no sentido de continuar construindo uma história de sucesso.

E você? Quer ser a melhor pessoa que você pode ser? Então Ouse ir além!

E Lembre-se de Sempre se lembrar de nunca Esquecer:

Somos resultados de nossas próprias escolhas!

Conheça e viva suas polaridades de forma equilibrada, emanando sua luz e não se deixando vencer por suas obscuridades. Honre e respeite sua luz e sombra.  
Jose Roberto Marques - https://www.jrmcoaching.com.br
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Volto a repetir aquilo que sempre enfatizo: busque, busque, busque!
Existem muitas alternativas que nos proporcionam crescimento e a partir do momento que "me abro" para querer, a oportunidade se apresenta, exatamente de acordo com aquilo que necessito.

Gostaria de comunicá-los que estarei ausente este mês. Em dezembro estarei de volta todos os domingos, como o faço há 8 anos.
Gratidão aos que me leem semanalmente, escrevem e enriquecem a minha aprendizagem.
Bom mês à todos. Abraços
Tais

domingo, 27 de outubro de 2019

Relacionamentos

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"Quando uma relação entra em crise, na verdade ela só está expondo os problemas sistêmicos encubados, que já existiam antes mesmo do casal se conhecer. Trazemos conosco tendências de emoções, pensamentos e comportamentos hereditários, e estas tendências ficam latentes, esperando só o momento para se manifestar.


Devido a elas – as emoções latentes, encontramos exatamente o tipo de parceiro ideal para que isso ocorra. Parece maldade do universo, certo? Mas não é… É exatamente o contrário: a natureza humana faz com que, ao manifestarmos esta “combustão” sistêmica, possamos limpá-las do nosso sistema familiar. Pois é, herdamos tendências a manifestar determinados comportamentos para que, ao trabalhá-los, eles não ocorram mais, e possamos deixar aos nossos filhos e netos a imunidade.

Não sei se isso parece estranho, mas é exatamente assim que ocorre a evolução biológica das espécies. Cada geração que vem, é mais forte que a anterior. Como todos percebem, os homens vivem cada dia mais anos – isso significa que ele se torna forte, a cada geração. E como ele se torna forte? Enfrentando todas as calamidades, doenças, epidemias que surgiram durante os séculos e séculos de existência humana. Somente os fracos sucumbem.

As emoções e pensamentos conflitantes, segundo a teoria sistêmica, também passam por esta depuração. E a linhagem familiar quer, no fundo, que seus descendentes sejam fortes, para que a linhagem se perpetue. Faz sentido, certo?

Mas vamos lá: o que tem a ver este papo de gerações mais fortes, emocionalmente, e as crises de relacionamento? Bem, como disse acima, a crise é uma oportunidade de ficarmos fortes emocionalmente. Para se resolver um problema emocional, é necessário olhar para ele. Quando surge uma briga, por mais que a razão diga coisas do tipo: você é insensível! Você me traiu! Você não liga para mim, só para os filhos! Você está com caso com outra! Você está uma balofa! No fundo, tudo isso é desculpa… 

O que a emoção está dizendo por detrás das acusações? Geralmente, coisas do tipo: quero ser visto… quero carinho… quero que você me abrace e não fale tanto… quero compartilhar…
A busca do ser visto e acolhido é sistêmico. Todos nós temos esta necessidade, e isso é herdado do sistema familiar. Quando não sabemos lidar com esta necessidade, queremos que o parceiro faça isso por nós. E como atraímos exatamente o tipo de parceiro que precisamos para depurar nossas emoções, ele também quer o mesmo de nós. 

O que acontece quando duas crianças querem o mesmo doce? Podem brigar… ou dividir… Se um deixar a sua parte para o outro, desculpe-me a expressão, mas está ferrado. Porque quem deu a sua parte, permanece com a carência. E o outro, inconscientemente, assume o papel de culpado, porque recebeu mais do que merecia. É… as regras sistêmicas são muito diferentes que as “crenças sociais” sobre relacionamento.

Por isso, vou falar sobre dicas sistêmicas para salvar crises no relacionamento:
1 – um parceiro deve reconhecer que o outro tem raízes diferentes. Deve respeitar e amar a família do outro, sinceramente, pois os problemas originam-se nas raízes;

2 – um parceiro deve cuidar das suas raízes. Só pode resolver os problemas que tem a ver consigo. Não tem nada a ver com o outro, nem deve cobrá-lo. Isso quer dizer: problema no casamento significa curar as próprias mágoas que se tem do papai e da mamãe;

3 – um homem e um mulher tem o mesmo valor e validade. A família de cada um tem o mesmo valor e validade;

4 – um parceiro deve dar e receber na mesma medida. Se quer dar, mais que receber, há crise. Se quer receber, mais que dar, há crise;

5 – no amor familiar, há uma hierarquia. O relacionamento do casal é o mais importante. Depois, vem os filhos. Dar mais atenção aos filhos que ao relacionamento do casal, indica problemas sistêmicos que detonam em crise;

6 – os filhos são felizes quando os pais amam-se mutuamente. Cuidar dos filhos significa, em primeiro lugar, cuidar da boa relação entre o casal.


7 – quando se está em segundo ou terceiro casamento, o parceiro deve reconhecer que os filhos do outro na relação anterior tem prioridade. Deve reconhecer que a ex-esposa ou ex-marido tem prioridade. A segunda mulher será sempre a segunda. O segundo marido será sempre o segundo. Sistemicamente, é assim, e esse reconhecimento restabelece o equilíbrio.

8 – para os filhos, a madrasta ou padrasto estão sempre em segundo lugar, do que o pai ou a mãe biológica. E isso não importa se a relação com os progenitores é boa ou não. Padrasto é o segundo pai. Madrasta é a segunda mãe. Só isso.

9 – quando nasce um filho numa relação extra-conjugal, a relação original está acabada.

10 – o sistema familiar impele seus membros à procriar. Significa que os pais deram continuidade à vida. Num relacionamento sem filhos, não há como a vida ser transmitida para frente, e então, este fato deve ser compensado com a dedicação a um todo maior, seja profissionalmente, espiritualmente, dedicando-se às artes, ou outra forma de expressão de vida.

11 – longos relacionamentos sem casamento, ou seja, o compromisso de ficar juntos, seja isso oficial ou não, significa que o parceiro está passando a mensagem ao outro: você não é bom o suficiente para mim. E vice-e-versa.

12 – a fidelidade baseada na idéia: eu sou a única pessoa boa para você, e portanto, você é só meu, está contaminado com questões sistêmicas. Um casal ajustado é fiel, até o momento que tiver que ser.

13 – não existe perdão no relacionamento. Quem perdoa, se coloca em posição superior ao outro. E quem pede perdão, joga toda a responsabilidade da sua culpa ao outro. A solução para um erro é dizer: fiz isso. Sinto muito. Com sinceridade. O único perdão válido é o mútuo: eu lhe feri. Você me feriu. Vamos nos perdoar e recomeçar…

14 – encontrar um parceiro ideal significa estar consciente e equilibrado com as próprias emoções sistêmicas, permitindo encontrar alguém igualmente equilibrado e consciente."
Alex Possato
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domingo, 20 de outubro de 2019

Auto-sabotagem... ou o medo do desconhecido?

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A auto-sabotagem pode ser entendida como um processo sustentado em crenças internas limitadoras que levam a pessoa a adotar comportamentos repetitivos que lhe são prejudiciais. Este artigo dá a conhecer de que forma esta voz negativa interna que pode ter várias traduções - tais como “eu não consigo fazer nada bem” “eu não mereço ser feliz”, “acabo por perder todas as pessoas que amo” - pode condicionar a ação do sujeito e o seu sucesso em diferentes aspectos da sua vida, e de que forma é possível pôr fim a esta auto-sabotagem e assumir a direção por uma vida mais harmoniosa.

Nem sempre o caminho que tomamos nos conduz ao lugar desejado. E, por mais tentativas levadas a cabo, repete-se o resultado de insucesso. 

Provavelmente os acontecimentos de vida, as circunstâncias, a interferência de terceiros, ou mesmo decisões pouco ponderadas, poderão ter contribuído para a instalação da situação atual. Mas também as nossas condutas, inconscientes, ou seja, os nossos padrões comportamentais repetitivos, poderão igualmente estar a condicionar o nosso sucesso. A isto chamamos auto-sabotagem, enquanto um processo sustentado em crenças internas limitadoras construídas ao longo da vida e enraizadas na estrutura mental, que levam a pessoa a adotar comportamentos repetitivos que lhe são prejudiciais. Geralmente, este é um processo inconsciente, sendo frequente a projeção da responsabilidade ou da culpa no exterior.

A existência destas crenças negativas e limitantes em relação ao próprio estão associadas a uma auto-imagem e a uma auto-estima negativas. Esta voz interna negativa pode ter várias traduções, nomeadamente: “eu não consigo fazer nada bem” “eu não mereço ser feliz”, “acabo por perder todas as pessoas que amo”, entre muitas outras. Independentemente da crença limitante, ela pode acabar por condicionar a ação, dada a necessidade do sujeito em confirmar e reafirmar a sua crença a partir do resultado daquele acontecimento. 

E se é verdade que o resultado do auto-boicote vem reforçar os sentimentos de tristeza e desesperança, por outro lado permite a permanência numa zona de conforto que é familiar e previsível, apesar de limitante e desagradável.

Poderão ser exemplos de auto-sabotagem, aquela pessoa que já reprovou várias vezes no exame de condução, ou a outra que já tentou por várias vezes fazer dieta mas a meio do processo, desiste e retoma os hábitos alimentares antigos e pouco saudáveis. Estas e outras situações, podem representar desafios que colocam em causa a identidade do próprio (a percepção que tem de si) e as sua crenças, pelo que inúmeras resistências são levantadas. 

Conduzir para alguém com um funcionamento muito dependente, pode representar o medo de tomar as rédeas da sua vida e decidir o caminho que quer seguir. A reprovação repetida no exame de condução pode representar uma forma de fuga e de evitamento a uma situação nova e desconhecida, de maior autonomia, que desperta medo e desconforto.

Auscultar e observar os padrões comportamentais que se repetem e as emoções associadas a situações desconfortáveis, são procedimentos essenciais para começar a proceder a pequenas mudanças.

Tomar consciência destes processos inconscientes é um dos primeiros caminhos para romper com a auto sabotagem e assumir a direção por uma vida mais harmoniosa. No sentido de promover o auto-conhecimento e a orientação da vida de acordo com o que é desejável, importa saber responder às seguintes perguntas.

“O que é que eu quero para mim?”

“Como é que me quero sentir no futuro?”

“Quais são os meus objetivos?" (Os sentimentais, profissionais, de relacionamento, financeiros, e outros…)

Desfazer crenças negativas que levam à auto-sabotagem, ter um auto-conhecimento profundo, tolerar a frustração e ser persistente perante as adversidades, são aspetos que contribuem para o desenvolvimento do potencial e das habilidades de cada um.

As nossas experiências de vida não nos definem e muito menos nos rotulam. Muitas vezes vivemos colados a esses rótulos que acreditamos definirem a nossa identidade, consubstanciados nessas “falsas verdades”, quando a verdade é que a nossa plasticidade, capacidade de readaptação e potencial criativo são enormes e possibilitam estar em constante aprendizagem e transformação.

Ousemos então aceitar esse desafio constante chamado vida!
https://www.psicologia.pt - Joana Simão Valério - Psicóloga

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Achei elucidativo este aspecto da sabotagem. Mas, de repente alguém pergunta: "Como fazer isso? Como sair destas crenças que tem a ver com a história dos condicionamentos de vida e, identificações, a partir delas"?

Não existem receitas, mas sugestões a partir das experimentações. Os caminhos são muitos e o que necessitamos é dar o primeiro passo na experimentação, sentindo se ali, naquela escolha que fizemos, tem algo para nos auxiliar.

Nesta busca experimentei muitas alternativas e, de acordo com meu momento, me serviram por aquele período... mas caminhava um trecho e as perguntas permaneciam sem as mudanças que, em meu íntimo, não aconteciam, e as necessidades ainda estavam ali... me boicotando...

Atualmente experimento uma tecnologia que vem despertando, reconhecendo e transformando minha vida. O que mais me impressiona é que trata-se de um processo interno de despertar o meu potencial pleno, sem necessidade de explicações...ou seja, não passa pela mente ( nossa grande criadora de problemas).

As feridas internas são curadas e transformadas com resultados impressionantes. E o mais curioso é que reverbera em um universo de pessoas cada vez maior. Com meu campo positivo - posso criar um campo eletromagnético forte, e, com potencial pleno acordado (que estava adormecido), posso crescer, transformar, curar as feridas em mim e , consequentemente, reverberar esta energia para um campo maior.

E o trabalho não depende de ninguém...apenas de si mesmo.
Dê uma olhada no site, seja curioso: 
Boa pesquisa, boa semana.
Tais

domingo, 13 de outubro de 2019

Viver um relacionamento saudável - o que é isso?

Uma pessoa realmente consciente é aquela que tem a capacidade de viver só. Porém, isso é apenas metade da verdade. A outra metade é esta: uma pessoa que realmente consegue estar só também é capaz de estar com alguém. Na realidade, só uma pessoa assim é capaz de estar unida a outra.

          Uma pessoa que não consegue estar só consigo mesma nunca vai conseguir estar com alguém, pois não tem individualidade. Uma pessoa sem individualidade é incapaz de estar junto de outra. O motivo? Existem vários. Para começar, ela sempre está com medo de que, caso se aproxime demais de alguém, vá perder a si mesma. Como ainda não está inteira, como ainda não tenho assim mesmo, ela só consegue ter uma coisa: medo.

        É por isso que as pessoas temem o amor, e se apavoram com um amor profundo. Elas têm medo de se aproximar demais porque sentem que, caso façam isso, poderão ser dissolver no outro - o medo é esse. Pode ser que o outro as domine, que ele se torne o centro da vida delas, que elas sejam possuídas por ele - esse é o medo.

     Apenas quem conhece a beleza de estar só é capaz de se aproximar tão intimamente quanto possível de outra pessoa, pois não sente medo. Ela sabe que é alguém, o seu próprio ser está integrado. Em seu interior já existe algo que atingiu a realização; afinal, se não fosse assim, ele não conseguiria estar só.
Existe ainda um segundo aspecto: quando uma pessoa não consegue estar só, permanece sempre dependente do outro. Ela se apega ao outro de todas as formas possíveis - pois morre de medo de ser abandonada, e assim, tem que enfrentar a solidão. Assim, ela se apega ferrenhamente e explora o outro como pode, criando todo tipo de amarras em volta dele.

          Porém, sempre que tentamos possuir o outro, ao mesmo tempo somos possuídos por ele. É uma via de mão dupla. Quando você transforma o outro num escravo, ele faz a mesma coisa com você. Quando tem muito medo que a outra pessoa abandone, você se dispõe a fazer todo tipo de concessões, você aceita qualquer coisa.
É isso que acontece com todos os maridos esposas. Eles se submetem a esse jogo de concessões, vendem a própria alma, e tudo por uma única razão: não conseguem estar sós. Temem que a mulher os deixe, que o marido as abandone e... então, o que será? A simples ideia de que isso possa acontecer é assustadora demais, já os apavora.

            A capacidade de estar só é a capacidade de amar. Pode soar paradoxal, mas não é. Isto é uma verdade existencial: apenas as pessoas que são capazes de estar sós são capazes de amar, de compartilhar, de mergulhar até o âmago mais profundo de outra pessoa - tudo isso sem possuir o outro, sem tornar-se dependente dele, sem reduzir-lo a um objeto, sem fazer dele um vício. Elas dão liberdade absoluta outro, pois sabem que, se ele partir, continuarão felizes como eram. A sua felicidade não pode ser tirada pelo outro, pois não foi dada por ele.

         Agora, se é assim, porque então essas pessoas desejariam estar juntas? Simples - porque já não é uma necessidade, é um luxo. Procure compreender. O amor de pessoas autênticas é um luxo, e não uma necessidade. Elas adoram compartilhar: elas já trazem tanta alegria dentro desse que desejam que toda essa alegria também se derrame em outra pessoa. Elas sabem levar a vida com a mesma alegria de quem toca um instrumento solo.

         O flautista sabe muito bem como se alegrar tocando sua flauta sozinho. Porém, se ele cruzar com algum tocador de tabla (instrumento de percussão indiano) pelo caminho - um solista que também esteja realizado com seu instrumento -, os dois vão se divertir imensamente juntos, tocando e criando uma bela harmonia entre a flauta e a tabla. Ambos vão se alegrar, ambos vão compartilhar a riqueza que trazem dentro de si, derramando a um no outro.

          Mas a sensação diante desta independência é: "Você aparenta ser tão feliz consigo mesmo, parece que não se importa com ninguém".  Mas se somos tão conscientes, tão amorosos, não paramos de interferir na vida alheia? 
O amor nunca interfere; o amor sempre da a mais absoluta liberdade, se algo não traz liberdade significa que não é amor. Aquilo que sentimos como indiferença, não é indiferença, e aos poucos nos daremos conta disso. As pessoas não são indiferentes, pelo contrário, elas são muito amorosas, atenciosas... No entanto, pessoas conscientes não interferem, não se impõe umas às outras. Não são carentes, possessivas, nem se apegam ferrenhamente a alguém.
           As pessoas precisam ser verdadeiras. Se sentirem-se bem juntas, ótimo. Mas, caso sintam que não estão crescendo mais, que não estão amadurecendo, é melhor dizer adeus. 

Nesse caso ela se afastarão com toda a gratidão, pois compartilharam algo muito bonito, algo de que vão se lembrar com carinho pelo resto da vida - mas elas sabem que chegou a hora de partir. Viveram com alegria, e agora se despedem com alegria; sua amizade permanece intacta. E pode ser até que, um dia, elas se reencontrem, que vivam juntos de novo. Pois elas não se ferem, não deixam cicatrizes uma na outra - cada uma respeita a liberdade da outra.

Indivíduos que são capazes de estar sós e, ao mesmo tempo, de estar com alguém - que tem capacidade de tocar um instrumento solo e, também, de tocar numa orquestra. Essas são as pessoas maduras, conscientes, prontas a viver um relacionamento verdadeiro.
Osho - Vivendo perigosamente - a aventura de ser quem você é.
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domingo, 6 de outubro de 2019

Diante das injustiças

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Que fazer diante das injustiças econômicas, desde as ordens do amor? Como equilibrar o dar e receber? Como equilibrar o mal recebido?

Primeiramente, situamo-nos no contexto sistêmico, no qual todos nós estamos a serviço de algo maior. No “A fonte não precisa perguntar pelo caminho”, Hellinger diz que: “A Grande Alma, seja o que for, determina e toma a seu serviço cada um, da maneira que for. Alguns têm um serviço agradável, alguns têm um serviço difícil. Alguns têm um serviço curador e alguns um serviço destrutivo, um serviço terrível. Porém, continua sendo o mesmo serviço. Visto desde a alma, desde a Grande Alma, é o mesmo serviço. Ninguém pode opor-se a esta alma.

Agora bem, há pessoas que têm o conceito de que o mundo lhes foi entregue em suas mãos. Como se existissem pessoas que pudessem aniquilar o mundo, se assim quisessem, e como se existissem outras que o pudessem salvar, se assim quisessem. Estão desprendidas da corrente. (…)

Isto traz consequência referente para nossa crença diante de perpetradores e vítimas. Estão cumprindo o mesmo serviço. Se o levarmos a sério, estão cumprindo o mesmo serviço. Os bons, os que chamamos de bons, e aqueles que chamamos de ruins cumprem o mesmo serviço. Esta crença coloca fim à arrogância e à soberba. (…)

Quando temos esse enfoque nos tornamos humildes e podemos assentir ao mundo tal como é, sem a pretensão de querer melhorá-lo. Como se não fosse a Grande Alma quem dirige o mundo como ela quer! “Nós somente estamos imersos em aqueles que ela guia.” pp. 67-68

Cada vez que um ser humano é violentado, desencadeia-se nele uma reação natural, hormonal, que lhe permite responder instantaneamente atacando seu agressor de um modo proporcional ao mal, não maior, justo o suficiente para deter a agressão. Neste instante, as duas pessoas olham-se, descobrindo-se como dois seres humanos iguais. Quando a vítima entra em uma escalada de violência com o agressor, já não se trata da resposta natural da emoção primária original, senão que a vítima entra em respostas automáticas pertencentes ao inconsciente familiar que lhe impedem viver o presente e somente o presente.

De onde provém essa submissão ao inconsciente familiar? Quando um antepassado deixou algo inacabado, como uma ira sem assumir, um desejo de vingança não cumprido, uma culpa ou um crime sem assumir, abre-se um campo de “compensação arcaica”: o inconsciente familiar designa um descendente para salientar e concluir o que ficou inacabado. Esse descendente, desde sua concepção, fica, então, preso nesse campo de compensação arcaica e não pode fazer outra cosa, senão repetir esse passado, até percebê-lo.

E quando percebe isso é quando se separa do passado e assume seu presente, suas emoções e seus atos, sem culpar os outros, saindo do campo da compensação arcaica e entrando no campo da autonomia.

Todo este processo é totalmente inconsciente. E a vida nos mandará situações em espelho do vivido pelo antepassado para que nós vivamos estas situações desde o presente e o adulto. No momento em que vivamos o conflito assumindo-o, desde o adulto, resolve-se paralelamente o dos ancestrais, e nos liberamos da carga que nos correspondia.

Porém, isso de viver no adulto é o mais complicado para nós. Inconscientemente, é mais fácil imitarmos o ancestral do que estar no adulto e no presente.

O sistema familiar pede para seus membros que equilibrem o dar e receber, e concretamente que equilibrem o mal recebido. Isto significa que a vítima também deve fazer um mal ao agressor, porém somente o suficiente para equilibrar.

E que observamos?

O sentimento de dor, de vítima, de desespero, medo, impotência, abuso, etc. da vítima vai imediatamente acompanhado de ira, desejo de vingança, desejo de fazer ao agressor o mal que nos fez e ainda mais, rancor, ressentimento, frustração, ódio…

Hoje, está demonstrado que o ódio, o rancor, a inveja e todos os outros sentimentos negativos penetram no campo energético da pessoa odiada, atacando seu sistema imunitário.

Significa que de um modo natural já estamos equilibrando o mal recebido. Nossos pensamentos e emoções estão vingando-nos.

Assim que percebemos isso, podemos assumir nossa parte. E isto nos coloca no presente e no adulto. A partir desse momento, poderemos saber o que fazer diante da situação atual.

Então, imaginemos um destes senhores depredadores econômicos, políticos ou financeiros diante de nós, e dizemos-lhe:

“Fez-me muito mal.

Deixo-o com suas fidelidades e sua responsabilidade.

“Você á amado assim por algo maior.”

Agora, olhamos para nós mesmos, para nossos sentimentos por eles:

“Sou igual a você”.

Agora, olhamos para nossa vida:

“Percebo o mal que eu fiz. Assumo as consequências”.

Agora, olhamos para o sistema familiar dele e para o nosso e percebemos que fazemos parte de um grande movimento de compensação:

“Agora, vejo o que meus ancestrais fizeram aos seus ancestrais”.

Olhamos novamente para essa pessoa e observamos a mudança produzida em ambos. Podemos dizer-lhe então:

“Obrigado por ser como é”.

Quando nos situemos como ser humano diante de outro ser humano, respeitando quem toma as decisões que nos fazem mal, será quando possamos decidir como atuar. Veremos que eles fazem o que devem fazer, mesmo que seja contra a vida. É sua responsabilidade.

E nós assumimos nossa responsabilidade de ir a favor da vida.


Ser instrumento de paz

Proponho-lhes as próximas reflexões e exercícios para transformar-nos em instrumentos de paz.

A necessidade de pertencer é a mais premente de todas, e pela busca de segurança a pessoa faria qualquer coisa. E segurança significa perante tudo, Valores, Deus, religião ou ideologia. Os homens matam por fidelidade ao seu Deus, por pertencer mais ao seu Deus, para se sentirem mais seguros, para ter a consciência segura e tranquila. E quem é esse deus? É a Verdade que compartilha um grupo, é o cimento do grupo ao que pertenço.

Bert Hellinger fez este descobrimento referente à paz:

Os homens matam para defender sua Verdade, eliminando quem a critica, desprezam ou arriscam sua segurança externa (a validade de seu grupo) e interna (sua boa consciência). A Verdade de uns é o Mal dos outros.

A guerra não é mais que a materialização do nosso medo interno de ser autônomos, já que a autonomia supõe renunciar a esta pertença e a esta segurança física e moral. É a materialização da nossa fidelidade infantil e fundamentalista a uma Verdade que nos ajudou a nos integrar, a pertencer, a ser reconhecidos pelos outros e sentir-nos importantes.

Já é hora de despedir-nos da superioridade de nossa verdade. Não existem dois seres humanos que criam exatamente o mesmo. Por isso, temos tanta dificuldade em aceitar profundamente qualquer outra pessoa.

Renuncio a que minha explicação da vida seja a única válida: é fruto do meu passado, e se houvesse nascido em outro país ou em outra época meu desenvolvimento teria sido diferente e minha crença sobre a vida, o mundo, a justiça, o bem e o mal também.

Tudo o que existe cria seu contrário, tudo existe por polaridade, até que os polos se fusionem, se reconciliem, criando uma nova unidade, superior às duas anteriores, que por sua vez, criará uma nova polaridade…

Quando rejeito ou nego algo, e somente me agarro a minha polaridade, o que rejeito aumentará. Quanto mais me radicalizo, mais se radicalizará o oposto. É lei de vida. A única solução para que algo desapareça é incluí-lo. A solução à guerra é incluir, incluir e incluir.

Fecho os olhos e me abro a todos. A todos como somos. Sou mais um. Mais um em todos os aspectos.

Vejo-me com minha Verdade, honro-a, agradeço-lhe, vejo as fidelidades que tenho detrás dela e a faço menor. Não é mais do que minha verdade, aqui e agora.

E agora vejo os outros, cada um com sua Verdade, e detrás de cada verdade, suas realidades e suas fidelidades. Honro todos os outros e agradeço-lhes serem como são.

Honro todos como somos.

Referente aos nossos pais, cada um também têm sua verdade, a verdade para minha mãe é diferente da verdade para meu pai. Cada pessoa é fiel ao seu passado, a sua experiência e ao que a guia.

Eu existo porque entre os dois se fizeram um. Sou ambos, sou a fusão dos dois.

Então, decido renunciar a minha preferência pelo meu pai ou minha mãe. Ambos, pai e mãe, são igualmente valiosos para mim. Ambas as verdades, a do meu pai e a da minha mãe, são igualmente válidas para mim.

Olho para meus pais e abranjo-os em um só olhar, os dois juntos, estejam como estiverem, estejam onde estiverem. Honro os dois ao mesmo tempo, com o mesmo agradecimento e a mesma entrega.

Frequentemente, minhas convicções são totalmente viscerais. Não as posso argumentar. Quando as sinto criticadas ou ameaçadas, mesmo que seja levemente, sinto uma emoção que me extravasa completamente, sinto-me em perigo, angustiado, desesperado, torno-me irracional, intransigente, violento inclusive. São todos os sinais de um antigo trauma, de uma emoção bloqueada por uma vivência dramática da minha infância que ainda não digeri. Toda educação grava, se não a ferro e fogo, suas leis, sim com culpa e ameaça do pior, à submissão aos seus mandatos. Aproximar-nos de quem levantou o jugo destes mandatos produz pânico.

Represento este extravasamento, e deixo levar-me por ele para trás em minha vida. Até chegar a um lugar do meu passado. Aí espero, deixo que o lento movimento da cura apodere-se de mim, até que o extravasamento se deite no chão, rendido, ausente, acabado.

Penso novamente na última situação que provocou esse extravasamento emocional, e percebo que já não me afeta, estou tranquilo, posso escutar os outros e conversar com calma.

Ás vezes, minha convicção é uma verdadeira obsessão. Não me deixa liberdade. Sinto-me preso, possuído, não posso razoá-la.

Toda obsessão é um chamamento sistêmico de uma intrincação com um ancestral. Um ancestral que não consegue encontrar a paz por uma culpa que não pôde assumir em sua vida.

A cura virá com o próximo exercício:

Imagine um lugar para você, outro para sua “obsessão” e outro para o ancestral. Coloque-se alternativamente em cada um, e deixe-se movimentar muito lentamente, sem saber que deseja de você o movimento. Deixe fazer. Decorrido um tempo, a obsessão terá ido embora com o ancestral, e o ancestral terá se retirado. Você, então conscientemente, honrará o ancestral e lhe agradecerá a vida que lhe vem dele.

A sistêmica observa que quando em uma estrutura os de cima estão enfrentados, porém não o assumem, os de baixo vive uma guerra aberta entre si. Por exemplo, quando em uma família os pais reprimem seu ódio recíproco, os filhos estarão divididos em dois grupos que se odeiam, sem saber por que. A mesma coisa acontece em uma organização. Se dois mandos ocultam seu enfrentamento, os subalternos estarão em confrontação constante e imotivada. No momento no qual os “grandes” do sistema, pais ou mandos, comunicarem-se e expressarem seu enfrentamento, os “pequenos” se acalmarão.

Então, agora posso realizar um exercício mais, a serviço da paz no mundo:

Escolho duas pessoas, dois países ou dois sistemas, que representem hoje para mim os líderes das posturas mais enfrentadas no mundo. Coloco um na minha mão esquerda e outro na minha mão direita. Vou olhando-os e sentindo.

Honro e agradeço a cada um por ser como é.

Agora, faço que as duas palmas se olhem. Os dois poderosos olham-se.

Muito lentamente, aproximo as duas mãos. Até que se toquem, e se fusionem os dois opostos.

Com muitíssimo respeito, sinto a transformação em minhas mãos.

Aproximo-as do meu peito e tomo no meu coração os dois poderosos fusionados.
Brigitte Champetier de Ribes 
Publicado em “La revista Espacio Humano” em março 2014.
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Fiquei pensando em como seria encarado este texto por aquelas pessoas que nunca participaram de um exercício sistêmico, ou uma constelação familiar...mas em seguida concluí que elas absorveriam apenas o necessário.
Resolvi deixar.
Boa semana
Tais