domingo, 10 de junho de 2012

Não saber é formidável !


De maneira adaptada transcreverei durante algumas semanas trechos deste livro que na verdade, nos conduz a uma educação integral do SER. Nele...a proposição provocadora, o aparente paradoxo, que nos surpreende desde o título, corresponde muito bem a seu conteúdo e a sua autora, para quem educar é sobretudo compartilhar uma busca atenta, ativa, entusiasta, com os próprios alunos.
Para mim, somos todos alunos nesta vida e este livro não propõe um receituário de soluções ou elucubrações teóricas. Ele é muito prático e sua aplicação cabe à todos nós - ALUNOS!
Tais
Primeira parte
Uma verdadeira educação integral
      Todo ser humano está constituído de três partes básica: a mente, o corpo e o sentimento. Uma verdadeira educação integral consiste em educar essas três partes do ser de maneira equilibrada.

      Trataremos da educação do sentimento e da educação da mente. Sobre a educação do corpo, não trataremos em detalhes, pois sabemos que hoje em dia se dá muita atenção ao corpo em todas as escolas. Em nossa escola, por exemplo, as crianças recebem aulas de judo, natação, expressão corporal, esportes coletivos ginástica e uma atividade especial que chamamos "barranco" , a qual consiste em exercícios d sobrevivência: escalar montanhas, subir em árvores, lançar-se em desníveis co cordas etc. Com essa atividade, as crianças aprendem a ter atenção, estimulam seu instinto e ao mesmo tempo exercitam o corpo.

      Gostaria de chamar a atenção dos educadores para o fato de que existe um ritmo básico em cada ser. Na maior parte do tempo os educadores não  o percebem, porque a criança trata de adaptar-se ao ritmo do educador. Entretanto os problemas começam quando a criança é incapaz de acompanhar esse ritmo.

Devemos respeitar ou mudar o ritmo de uma criança? Depende do que se entenda por ritmo. Uma criança com problemas orgânicos terá, por exemplo, um ritmo muito rápido. Há outras crianças que parecem "lesmas". Naturalmente é entre esses extremos que temos de levar a classe, que, além do mais é influenciada pelo nosso próprio ritmo.


      No ritmo natural de uma pessoa podem interferir muitas coisas: a angústia, a raiva, a pressão. É necessário que nos interessemos em observar bem cada criança, especialmente quando estão em recreio ou quando estão tranquilas, executando algum trabalho. Nesses momentos em que não estamos fazendo nada especial, em vez de sonhar, devemos observá-las bem, e tudo o que fizeram nos dirá algo de seu ritmo essencial - pois quando a criança não está precisando responder a algo, não está sendo exigida, para nós é mais fácil ver esse ritmo essencial.


      Se esse ritmo essencial é demasiado lento ou demasiado rápido, tem-se de comunicar o fato aos pais, para que juntos tratemos de ajudar a criança, buscando a origem do problema. Em ambos os casos, um ritmo muito lento ou muito acelerado - no caso de não existir uma causa orgânica - é muito provavelmente a forma da criança se defender da agitação da vida moderna e da pressão exterior que exercemos sobre ela. No caso da criança lenta, ela se refugia na imaginação, sonhando, fugindo das pressões às quais não pode responder adequadamente; já quanto à criança acelerada, sua agitação constante trata de impedir que algo ou alguém possa mexer com ela e feri-la.


      Em ambos os casos, temos de examinar muito bem a situação, antes de exigir algo da criança. Preferencialmente deve-se solicitar a opinião de um especialista, para evitar causar-lhes mais danos.
      Chamamos a atenção dos educadores sobre o ritmo. Se o ritmo básico de uma criança não é harmonioso, faz-se necessário, antes de tudo, atender a essa desarmonia, pois não se pode educar harmoniosamente um ser que apresenta algum desequilíbrio.


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      Semana que vem, darei continuidade a este assunto, onde será explicitado como nasce o sentimento dentro de nós e como o meio familiar influencia a criança.
Falarei também sobre as consequências de uma educação que trabalha o sentimento.
Para mim a grande "sacada" reside exatamente neste aspecto...e como é necessário termos profissionais (médicos, psicólogos, professores etc...)que atuem com esta percepção!
Os pais e professores podem participar de grupos de estudos, onde o foco é SEU SER, e a educação de seus DESCENDENTES...para assim, focarmos as gerações futuras para uma convivência mais harmoniosa consigo mesma e com seus semelhantes.
      Pequenas ações fazem grande diferença ...embora , às vezes, não acreditemos nisto. E penso , que por isso mesmo, o CRIADOR nos proporcionou a família, onde o nosso laboratório pode acontecer, pois me parece que somente quando " as dificuldades nos ataca frontalmente" é que levamos "um choque" e nos mobilizamos para a solução.
É claro que , às vezes, nem com esse choque na família,  nos mobilizamos...e aí...as gerações seguintes farão por nós...repetindo da mais variadas formas, os problemas e as modificações não trabalhadas.
Uma boa semana!

3 comentários:

  1. Obrigada pelo texto, Taís. Vou refletir sobre isso e observar o meu filho nesses momentos em que nada lhe é exigido... Abraços!

    Marcia Pfleger

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    1. Marcia, observar o que o faz agitado ou quieto demais. Sei que você faz a sua parte... Abração

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  2. Queria dizer que leio seus posts toda semana...mas tenho preguiça de postar comentários.
    Mas posso garantir que eles me servem...e muito!
    É como se as coisas acontecessem e no domingo de manhã leio a sintese daquilo que preciso aprender.
    Sou o Mauricio do cursinho, lembra? Obrigado Tais.

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