domingo, 31 de maio de 2015

O Agora...



"Não me interesso muito pelo passado e raramente penso nele; no entanto, gostaria de lhe falar sucintamente sobre como me tornei mestre espiritual e como este livro veio a lume.



Até aos meus trinta anos, vivi num estado de quase permanente ansiedade intercalada por períodos de depressão suicida. Presentemente, é como se lhe estivesse a falar de uma vida passada ou da vida de uma outra pessoa.



Uma noite, pouco depois de ter feito vinte e nove anos, acordei de madrugada com uma sensação de absoluto terror. Já anteriormente tinha acordado muitas vezes com uma sensação semelhante, só que desta vez era muito mais intensa. O silêncio da noite, os vagos contornos dos móveis na escuridão do quarto, o ruído distante de um comboio — tudo parecia tão estranho, tão hostil e tão completamente sem sentido que gerou em mim um profundo ódio pelo mundo.



A coisa mais repugnante de todas, no entanto, era a minha própria existência. Que razão tinha eu para continuar a viver com este fardo de infelicidade? Porquê continuar com esta luta constante? Sentia que um profundo anseio pela aniquilação, pela não-existência, estava agora a tornar-se muito mais forte do que o desejo instintivo de continuar a viver.



"Não posso continuar a viver comigo mesmo." Era este o pensamento que se repetia na minha mente. Depois, de repente, dei-me conta da peculiaridade de tal pensamento. "Serei um ou dois? Se não posso continuar a viver comigo, é porque em mim deve haver dois: o 'eu' e o 'comigo mesmo' com o qual não posso viver." "Talvez", pensei, "apenas um deles seja real."



Fiquei tão desorientado com esta estranha descoberta que a minha mente parou. Eu estava plenamente consciente, mas deixou de haver pensamentos. Depois, senti-me arrastado para o que me pareceu um vórtice de energia. Era um movimento lento ao princípio e, depois, acelerado. Fui tomado por um medo intenso e o meu corpo começou a tremer.



Ouvi as palavras "não resistas a nada", como se ditas dentro do meu peito. Sentia-me como que a ser sugado para dentro de um vazio. Mas era como se esse vazio fosse mais dentro de mim do que fora de mim. De repente, não havia mais medo e deixei-me cair nesse vazio. Não me recordo do que aconteceu depois disso."

Eckhart Tolle - O Poder do Agora

**********
O amor extirpa o medo.
Se você se sente amedrontado é porque odeia alguém. Todo ódio pressupões a presença de um inimigo, e por isso surge o medo.Abrindo-se o coração para o amor, desaparece o ódio, e, com ele, o medo. Amor é a consciência de unidade entre mim e  o outro, por isso, quem ama sempre pensa colocando-se no lugar de outras pessoas. Onde há amor ha desejo de vivificar as pessoas; por isso, elas se tornam aliadas. E é natural que não surja nenhum medo quando as pessoas se tornam aliadas.
A treva é o prenúncio da luz. Você não deve ter medo das trevas. Antes do amanhecer, vem a noite escura. O mundo em que vivemos é como um filme cinematográfico, no qual revezam sombra e luz. Quando a noite atinge a maior escuridão, surge a madrugada. Depois das trevas, vem um novo dia, repleto de luz e confiança.
Assim eu vejo a fé, a confiança de que tudo que não é real é ilusão...e a ilusão, por si só , se extingue, com certeza!
Uma excelente semana para vocês, meus queridos leitores.
Tais

Nenhum comentário:

Postar um comentário