domingo, 15 de janeiro de 2017

A ética e o sentido da vida

Era uma vez um homem que queria ouro. Ao amanhecer, colocou o seu chapéu e seu casaco e se dirigiu para o mercado. Foi até à loja de um mercador de ouro, pegou o seu ouro e fugiu.

A polícia o pegou e lhe perguntou,

“Por que você roubou o ouro de outra pessoa na frente de tantas pessoas?”

O homem respondeu,

“No momento em que o peguei, não vi as pessoas – vi apenas o ouro.”

A felicidade é inacreditável e parece quase impossível. Parece que o homem não pode ser feliz. Se você fala sobre a sua depressão, tristeza, miséria, todo mundo acredita nelas. Parece natural. Se você fala sobre sua felicidade, ninguém acredita, parece não natural.

Sigmund Freud, depois de 40 anos de pesquisa sobre a mente humana, trabalhando com milhares de pessoas, observando milhares de mentes perturbadas, chegou à conclusão de que a felicidade é uma ficção: o homem não pode ser feliz. No máximo, podemos tornar as coisas um pouco mais confortáveis, isso é tudo, podemos tornar a infelicidade um pouco menor, isso é tudo. Um homem feliz não pode existir? Parece muito pessimista, olhando para o homem moderno, parece ser exatamente o caso, parece ser um fato.

Budha diz que o homem pode ser feliz, tremendamente feliz. Krishna canta canções dessa derradeira felicidade (satchitanand). Jesus fala sobre a felicidade permanente no Reino de Deus.

Hum! como acreditar em tão poucas pessoas, contra toda a massa, milhões e milhões de pessoas através dos séculos, permanecendo infelizes, crescendo mais e mais em direção à infelicidade, toda a sua vida sendo uma estória de miséria e nada mais? E finalmente, a decrepitude e morte! Como acreditar nessas poucas pessoas que afirmam que a felicidade existe?

Ou elas estão mentindo ou estão enganando a si mesmas. Ou mentem por algum outro propósito ou estão doidas varridas (me desculpe, todo zen budista é assim mesmo) enganadas pelas próprias ilusões e desvarios. Estão vivendo num estado de querer preencher os seus desejos. Elas queriam ser felizes a todo custo e começaram a acreditar que eram. Parece mais como uma crença, uma crença desesperada, ao invés de um fato. Tudo bem! Está certo, mas eu pergunto? Como veio a acontecer que apenas poucas pessoas se tornaram felizes?

Se você se esquece do homem, se não presta muita atenção ao homem, então Buda, Krishna, Cristo, Mahavira, Láo Tse parecerão mais verdadeiros.
Se você parar com sua faina diária e olhar para as árvores, olhar para os pássaros, olhar para as estrelas, para o mar, para os rios, então perceberá claramente que tudo está vibrando com tremenda alegria, está tudo vivo e feliz. E você, dando vazão a sua mente condicionada, me perguntará: Então a felicidade é “feita” da própria matéria com a qual a existência é feita, tudo na natureza é só alegria e felicidade ? Somente o homem é infeliz.

Certamente, alguma coisa de muito errado aconteceu lá dentro dos homens, no seu íntimo, Budha e os outros Mestres não estavam enganados e não mentiram. E digo isso, não com a autoridade da tradição budista que tenho a honra de praticar; digo isso com a minha própria experiência. O homem pode ser feliz, mais feliz que os pássaros, mais feliz do que as árvores, mais feliz do que as estrelas porque o homem tem algo que nenhuma árvore, nenhum pássaro, nenhuma estrela tem. O homem tem consciência e livre arbítrio!

Entretanto, quando se tem consciência, duas alternativas são possíveis: você pode se tornar infeliz ou pode se tornar feliz. Você tem o livre arbítrio, pode escolher! As árvores simplesmente são felizes porque elas não podem ser infelizes. A felicidade delas não é liberdade de escolha delas, elas têm de ser felizes. Elas não sabem como ser infelizes; elas não tem alternativa. Esses pássaros cantando nas árvores, eles são felizes! Não porque tenham escolhido ser felizes, eles estão simplesmente felizes porque não conhecem outra maneira de ser. A felicidade deles é inconsciente. É simplesmente natural.

O homem pode ser tremendamente feliz ou tremendamente infeliz, e ele é livre para escolher. Essa liberdade é arriscada. Essa liberdade é muito perigosa, porque você se torna responsável (lembrei-me do Pequeno Príncipe de Exupéry). E alguma coisa aconteceu com essa liberdade, alguma coisa aconteceu de errado. O homem está, de certa forma, de cabeça para baixo.

Pessoas chegam ao San Zen Dojo buscando a meditação, buscando a calma, a tranqüilidade, a eqüanimidade, em suma procurando a alegria perdida. A meditação é necessária apenas porque você escolheu não ser feliz. Se você tivesse escolhido ser feliz, não haveria necessidade de nenhuma meditação,
de nenhuma religião. A religião é como um remédio, a gente só toma se estiver doente. Se você está doente, então um antibiótico é necessário, ou então uma sessão de acupuntura. Uma vez que você tenha começado a escolher a felicidade, uma vez que tenha decidido que você tem de ser feliz, então nenhuma meditação é necessária. A meditação começa a acontecer por si mesma. A meditação é uma função do estar feliz. A meditação acompanha um homem feliz como uma sombra: onde quer que ele vá, seja lá o que estiver fazendo, ele está meditativo. Ele está intensamente concentrado. A palavra “meditação” e a palavra “medicina” vêm da mesma raiz. Você não carrega frascos de remédios e receitas com você se está saudável.

Existem tantas religiões por aí porque a cada dia mais pessoas estão infelizes. Uma pessoa feliz não precisa de religião; uma pessoa feliz não precisa de templo, de igreja, de médicos, porque para uma pessoa feliz, todo o universo é um templo, toda a existência é uma igreja, essa pessoa não fica doente porque seu corpo e mente funcionam perfeitamente e, partindo do princípio de que tudo tem seu oposto, se o corpo tem a doença, também tem a cura. A pessoa feliz não efetua nada que se pareça com uma atividade religiosa porque toda a sua vida é religiosa, é sagrada.

Seja lá o que você fizer com felicidade, é uma oração: o seu trabalho se torna uma devoção, o simples fato de atender um paciente e diminuir seu sofrimento é uma verdadeira benção; a sua própria respiração tem um intenso esplendor, uma graça. Não precisa ficar o tempo todo repetindo o nome de Deus, somente os incultos fazem isso. Deus não tem nome, é o inominável e repetindo algum suposto nome você simplesmente anestesia a sua mente. Você não vai a lugar algum repetindo o seu santo nome. Um homem feliz simplesmente “vê” que Deus está em todo lugar. Você precisa apenas de olhos felizes para enxergá-lo. Mas, infelizmente não é assim que acontece, não é isso que se observa. Afinal, o que aconteceu de errado?

Você foi criado por pessoas que ainda não chegaram lá. Você foi criado por pessoas que não eram felizes.  Sinta   pena   delas!    Não
estou dizendo para ser contra elas; não as estou condenando. Apenas sinta compaixão por elas. Os pais, os professores da escola, os professores da universidade, os assim chamados líderes da sociedade, eram pessoas infelizes. Eles criaram um padrão de infelicidade latente em você. E você ainda não assumiu a sua vida. Eles vivenciavam uma má interpretação da vida, essa era a miséria deles. E você também está vivendo sob esta mesma má interpretação.

Na época do Império Britânico na Índia, um jovem subalterno viajou a uma parte distante do Punjab para se juntar ao seu primeiro regimento. Ele se apresentou ao coronel que lhe deu boas vindas e disse, “Você tem de compreender, Skiffington Smythe, que precisamos de um tipo de oficial muito especial por aqui. Alguém que possa lidar com os nativos, alguém que possa pensar por si mesmo e manter-se frio numa situação difícil. Assim, criamos um pequeno teste que exigimos que os novos oficiais o façam. Você está pronto para tentar?”

“Certamente, senhor,” disse o bravo jovem oficial britânico, todo empertigado.

“Muito bom,” respondeu o coronel. O teste é bem simples, divide-se em duas partes: antes de mais nada, você tem de ir até o mercado da cidade, onde pegará a primeira mulher que vir, irá rasgar o seu véu e beijá-la bem nos lábios (eles estavam na Índia). Esse é um procedimento bastante perigoso já que os homens aqui são muito ciumentos, violentos e portam facas o tempo todo. Você tem que beijar essa mulher e, naturalmente, escapar com vida. Depois, tem de ir até à selva fechada e atirar no primeiro tigre que enxergar, o tiro tem que ser bem entre os olhos. Entendeu tudo?”

“Sim, senhor,” respondeu o subalterno.

E com isso, o coronel deu ao jovem oficial um rifle com apenas uma bala. O bravo jovem fez a saudação, girou sobre seus calcanhares e se foi.

Uma semana mais tarde, o coronel ouviu um arranhar na sua porta. Ele gritou para quem estivesse ali para entrar: a porta se abriu e uma figura caiu sobre o tapete de entrada. Era Skiffington Smythe, o jovem oficial!

Esfolado, quebrado, cheio de pêlos e sangrando em pelo menos uma dúzia de ferimentos, se arrastou pelo chão, ergueu-se dolorosa e dificilmente sobre seus pés até a mesa do coronel, fez uma saudação fraca e titubeante e disse:

“Tudo bem, senhor… a metade da tarefa eu já cumpri, agora onde está essa mulher que eu tenho que atirar bem entre os olhos … ?!”

Quando olho para a humanidade, para meus alunos

do centro zen, para meus pacientes, para os amigos, para os meus parentes, vejo o mesmo problema. Alguma coisa profundamente errada aconteceu. Todos compreenderam mal as instruções, não leram a bula, e as instruções pareciam tão claras.

“Era uma vez um homem em chi que queria ouro. ao amanhecer, colocou o seu chapéu e seu casaco e se dirigiu para o mercado. foi até à loja de um mercador de ouro, pegou o seu ouro e fugiu. a polícia o pegou e lhe perguntou: – Por que você roubou o ouro de outra pessoa na frente de tantas pessoas? O o homem respondeu: – No momento em que o peguei, não vi as pessoas, vi apenas o ouro.”

É uma parábola. Ela diz: “Se você sabe exatamente o que quer, vê apenas isso. A concentração acontece facilmente. Se você sabe exatamente o que quer, então toda a vida e todo o mundo acontece dessa maneira, você nem sequer os vê. Você vai como uma flecha. Você não fica distraído. Mas se você não sabe qual o significado de estar aqui, se você não sabe qual é a razão da sua vida, se você não sabe o que realmente quer, então tudo é uma distração, você é puxado nessa e naquela direção, e isso acaba criando muita confusão mental.

Você é puxado em tantas direções ao mesmo tempo que a sua personalidade fica quebrada, dividida. Somente fragmentos: um fragmento vai para o norte, outro fragmento vai para o sul. Você está continuamente em conflito. Não sabe onde está indo porque você não é mais “um”. Você só se torna “uno” quando sabe o que quer. Desse modo é óbvio que a sua vida não pode ter uma unidade orgânica em si. Você não tem nenhum senso de direção. Mas nunca é tarde demais. Você pode tomar posse da sua vida a qualquer momento. Se você decidir, então a primeira coisa a fazer é: não ouça a voz dos seus parentes dentro de você, não ouça a voz dos seus professores dentro de você, não preste atenção em nenhuma voz em especial. Apenas, sente-se, feche os olhos e tente sentir: seja lá o que você queira, o que você precisa, o que vo cê deseja, é seu mesmo? te pertence realmente? Aquele querer, aquele desejo, aquela necessidade. Tente descobrir, tente conferir a quem pertence essa voz, a quem pertence esse querer.

Se você escutar silenciosamente, se surpreenderá: Sua mãe estará dizendo, “Torne-se um médico!” E você será capaz de perceber exatamente quem está dizendo isso. Seu pai estará falando, “Fique rico!” O seu irmão estará dizendo, “Compre-me um carro”, seus professores, “Estudem para a prova, façam o trabalho!”, seus vizinhos estarão dizendo outras coisas mais malucas ainda. E não apenas isso: Eles estarão dizendo alguma coisa com seus lábios e uma outra coisa com os seus olhos; dizendo uma coisa, significando outra.

Alguém lhe diz, “Seja honesto, seja verdadeiro!” e você sabe que ele mesmo não é honesto e não é verdadeiro, você pode ver isso nos seus olhos, não no som que sai de sua boca. Se olharmos com calma, serenidade e desapego, poderemos ver muito profundamente, poderemos penetrar e “enxergar” a mentira.

Coisas são ensinada na escola, mas a vida é muito dinâmica, tem outras necessidades. Surge a confusão, o conflito. As contradições vão se acumulando e elas o puxam em diferentes direções. Assim, você não está mais unido, “uno”, a sua unidade é perdida. Você é uma multidão, uma multidão louca e desorientada.

Tem que se desprogramar, compreenda isso. Aquilo que você aprendeu errado pode ser desaprendido. O que você aprendeu com os outros não é natural para você: você pode apagar isso. Apenas uma pequena consciência é necessária. Então a primeira coisa é apagar tudo o que foi incutido incorretamente em você e somente então você será capaz de escutar a voz do seu próprio coração novamente.

Mas, como distinguir o que é o quê, o que é a voz da mente e o que é a voz do coração? Por enquanto é difícil distinguir: primeiro você tem de limpar a mente dos erros. A voz do coração é muito silenciosa e muito pequena. A da mente é muito barulhenta: ela continua a gritar coisas. O coração sussurra. A mente grita.

Seus pais gritavam com você, seus professores na escola gritavam com você, todos gritam muito, falam muito alto. A mente grita. Deus fala em sussurros. Primeiro o seu grito tem de ser cessado, do contrário, é muito difícil… a voz que você ouve o dia inteiro não é sua, não é do seu próprio coração.

Uma coisa é certa: você não pode jamais se tornar outra coisa que não seja você mesmo, e a menos que se torne você mesmo, você não pode ser feliz. A felicidade acontece apenas quando uma roseira faz crescer rosas; quando ela floresce, quando tem a sua própria individualidade. Você nunca poderá ser uma roseira tentando produzir flores de lótus, isso é criar infelicidade.

Apague esse grito na mente. E a maneira de fazer isso não é com luta: a maneira de apagá-lo é apenas tornar-se ciente. Todas as noites, por alguns minutos, sente-se na sua cama e apenas observe de onde você ouve alguma coisa, simplesmente vá até às raízes das vozes. Siga a trilha, vá para trás, encontre o lugar de onde isso vem.

Se procurar, você encontra a fonte, e no momento em que encontrá-la, sentirá um grande alívio. É um trabalho lento, mas se você trabalhar com afinco, dentro de pouco tempo, se sentirá muito limpo.
O seu “livro” está limpo, ninguém mais está escrevendo nele. Então, somente então, você será capaz de ouvir aquela pequena “voz silenciosa”. E uma vez que a escute, o próprio escutar é como um trovão repentino. De repente, você está unido, de repente você tem uma direção, de repente você sabe onde está o seu ouro. E então você não vê ninguém, você simplesmente vai como uma flecha em direção ao seu destino.

É muito fácil seguir seus pais, é muito fácil seguir seus professores, é muito fácil seguir a Budha, a Cristo, é muito fácil seguir a sociedade, é muito fácil ser obediente. Agora ser rebelde, questionar, estar por si mesmo, é muito difícil. Mas o crescimento e a felicidade só vem com o caminho difícil.

Era uma vez um fazendeiro que, depois de uma colheita pobre, reclamou: “Se Deus me deixasse controlar o tempo, tudo seria melhor porque, pelo visto, Deus não sabe muita coisa sobre agricultura.” Então o Senhor Deus lhe disse: “Por um ano, eu lhe darei o controle do tempo; peça o que desejar e você obterá.” Naqueles tempos antigos, Deus costumava fazer isso, não tinha muita gente e ele ainda se permitia certos luxos. Depois ele se encheu de trabalho e, coitado não pode mais.

O pobre homem ficou muito feliz e imediatamente disse, “Agora eu quero Sol,” e o Sol saiu. Mais tarde, ele disse, “Faça a chuva cair,” e choveu. por todo um ano, primeiro o Sol brilhava e então chovia. As sementes cresceram e cresceram, era um prazer olhar. “Agora Deus pode entender como controlar o tempo,” disse orgulhosamente. A colheita nunca foi tão grande, tão verde, um verde tão luxuriante.

Era época de colheita. O fazendeiro pegou sua foice para cortar o trigo mas que tristeza. As espigas estavam praticamente vazias. O Senhor veio e lhe perguntou, “Como está a sua colheita?” O homem reclamou, “Pobre, meu Senhor, muito pobre!” “Mas você não controlou o tempo? Tudo o que você queria não deu certo?” “É claro! E essa é a razão pela qual estou perplexo. Tive a chuva e a luz do Sol que pedi mas não há colheita.” Então o Senhor disse, “Mas você nunca pediu vento, tempestades, gelo e neve, e tudo o que purifica o ar e torna as raízes duras e resistentes? Você pediu chuva e Sol, mas não tempo ruim. Essa é a razão porque não existe colheita.”

A vida é possível apenas através de desafios. A vida é possível apenas quando você tem ambos, bom tempo e mau tempo, quando você tem ambos, quando você tem ambos, inverno e verão, dia e noite. Quando você tem ambos, tristeza e alegria, desconforto e conforto. A vida se move entre essas duas polaridades, Yin e Yang. Movendo-se entre essas duas polaridades, você aprende como ter equilíbrio ou usando um jargão médico, homeostase.

Se você escolhe o conforto, conveniência, a facilidade, escolhe a tristeza. Foi exatamente assim que você perdeu a felicidade: você escolheu a conveniência ao invés dela. É muito conveniente seguir a voz dos outros, mas assim você não cresce. Você está tentando obter os tesouros da vida de forma muito barata. É necessário que você pague por isso. Nunca tente obter algo sem pagar, simplesmente, não aceite, sinta-se insultado. Não aceite, isso está abaixo de você. Diga: “Eu pagarei por isso, somente então aceitarei.” De fato, se algo lhe for dado sem estar pronto para isso, sem você ser capaz disso, sem estar receptivo para isso, você não será capaz de tê-lo por muito tempo. Você vai perde-lo, esquece-lo, logo, logo. Você não será capaz de apreciar o seu valor. A vida nunca lhe dará nada barato, porque s e for dado sem que haja esforço de sua parte, você não consegue aproveitar.

Escolha o caminho difícil. E ser um indivíduo é a coisa mais difícil no mundo porque ninguém quer que você seja um indivíduo.
Todo mundo quer matar a sua individualidade e fazer de você uma ovelha medíocre. Ninguém quer que você esteja por si. Portanto, você continua a perder a felicidade, continua a perder a direção, não pode ser nada por mais de uma fração de segundo. Como pode ser bem-aventurado?

Escolha o seu próprio destino, ou Karma como lhe aprouver. Ninguém pode mostrá-lo para você. Qual é o seu destino/Karma, ninguém sabe, nem mesmo você. Você tem de senti-lo, vivê-lo.

Primeiro, abandone tudo o não seja seu, tudo que é emprestado no seu ser e então será capaz de sentir. Isso sempre o leva ao lugar certo, ao objetivo certo. A coisa que você chama de consciência exatamente agora não é a sua consciência, é um substituto, uma pseudo-consciência, falsa, imitada, limitada. Abandone-a! E no próprio abandonar, será capaz de enxergar, por trás dela, a sua consciência de verdade que tem lhe esperado, que está lhe aguardando. Uma vez que essa consciência surja para você, a sua vida tem uma direção. Para abandonar o que não é seu e, portanto não lhe pertence, apenas sente-se. Sente-se confortavelmente sem pensar em nada em especial, sem prestar atenção a nada que venha a sua mente, sem conceituar os pensamentos como bons, agradáveis ou neutros, apenas sente-se e não queira nada, não deseje nada, não tenha aversão a nada ne m espere nada. Sente-se apenas.

Sim, aquele homem estava certo. Ele disse: “no momento em que o peguei, não vi as pessoas – vi apenas o ouro.” Quando você sentir o seu destino/Karma, você vê apenas o seu destino/Karma, você vê apenas o ouro. 
Getulio Taigen
**********

Nenhum comentário:

Postar um comentário