domingo, 16 de fevereiro de 2020

Constelações- coletânia de textos 1

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O LUGAR DE CADA UM NO SISTEMA FAMILIAR
Cada integrante de nosso sistema familiar, quando nasce, garante naquele momento seu lugar na familiar. Este lugar é bem claro: ele é depois de todos que vieram antes e antes de todos os que virão depois.

Este lugar não pode ser trocado em hipótese nenhum. Da mesma forma, este lugar não pode ser ocupado por outros de nenhuma maneira.

Ainda assim, o movimento de quebra da ordem familiar é um dos mais comuns observados na Constelação Familiar.

E como se quebra a ordem?

Quando me julgo superior aos pais, quando interfiro nos problemas dos outros, quando me intrometo em assuntos que não me pertencem.

Hellinger escreveu em seu livro “Ordens do amor”: “Quando alguém atenta contra a ordem de origem, quando, por exemplo, um filho se arroga o direito de saber e julgar o que se passa entre os pais, ele se coloca acima deles.

Sempre que acontecem processos trágicos em sistemas, como acidentes graves, suicídios e coisas semelhantes, trata-se de consequências da transgressão da ordem. Alguém em posição posterior colocou-se no lugar de alguém em posição anterior, e consequentemente reage com uma necessidade inconsciente de fracassar, ficar infeliz ou morrer.”

Permanecer em seu lugar, assumindo suas responsabilidade, limites e também sua própria liberdade resulta em uma vida leve. E nisso, a Constelação Familiar pode ajudar.

CONSTELAÇÃO FAMILIAR NÃO É MÁGICA

Há um componente muito importante para os bons resultados de uma Constelação Familiar: a responsabilidade pessoal.

É através dela que o cliente consegue se apropriar do que foi visto na Constelação e partir para a ação e para as possibilidades que se abrem após um trabalho com as Constelações Familiares.

Mas isso também tem um custo: sair do papel de vítima e dizer sim aos erros, e também aos acertos. É ver a realidade, com tudo que a compõe.

Isso dá força, algo muito próprio que nos direciona para uma vida mais leve e madura.

A Constelação Familiar encontra aqui também um desafio: a medida que este conhecimento se difunde, muitas pessoas chegam nele querendo terceirizar essa responsabilidade.

Sim, há ação do campo familiar e há reflexos em todo o sistema. Mas sem uma postura realmente madura diante da própria realidade em relação às dores, aos insucessos, ao que é difícil, os efeitos verificados na Constelação se perdem.

Isso porque, ainda que inconsciente, somos os maiores agentes de acontecimentos (bons e ruins) em nossa vida. E se não tomarmos a possibilidade de mudança como nossa responsabilidade, nós iremos, novamente, criar o ambiente para que certos situações difíceis voltem a acontecer.

Constelação Familiar não é mágica. É uma chance de ver e aceitar o nosso lugar e nosso papel no nosso sistema familiar. Com a postura certa, nos auxilia a assumir a responsabilidade que nos pertence e assim tomar as atitudes necessárias para caminhar adiante.

O QUE FAZER COM A IMAGEM DE UMA CONSTELAÇÃO FAMILIAR?

Pergunta para Bert Hellinger e sua resposta no livro “A fonte não precisa perguntar pelo caminho”

Um PARTICIPANTE perguntou à HELLINGER: “Você sempre traz à luz que estamos metidos em certas lealdades no seio de nossa família. Tem-se, nesse ponto, aonde essas lealdades vem à luz, uma chance de se liberar delas, quando se reconhece que não são boas para si?”

HELLINGER então o responde: “Nem sempre. Às vezes, a lealdade é tão forte que a solução não é possível. A solução exige uma despedida da família e a disposição de ser independente.

Isso está ligado a um sentimento de solidão. Por isso, o passo é tão grande. É necessária, portanto, uma transformação interna, um processo de amadurecimento, frequentemente, também algo assim como uma consumação espiritual em direção a algo maior.

Então, isso tem êxito. Quem não tem antenas para isso, quem, por exemplo, quer fazê-lo mecanicamente, não tem êxito. Funciona melhor quando se olha aquilo que vem à luz, concorda-se com isso assim como é e, então, deixa-se que a própria alma dirija, sem ser muito ativo.”

Este é um dos desafios após uma constelação. Temos que aceitar o tempo do nosso centramento ao mesmo tempo que assumimos a responsabilidade por nossas ações.

A Constelação Familiar não é mágica. Ela exige bastante mudanças daqueles que chegam até ela. Porém, os resultado tem se mostrado muito eficiente para todos aqueles que desejam e se comprometem realmente consigo mesmo no movimento das mudanças.

PORQUE REPETIMOS?

Você sabe porque repetimos as situações difíceis do nosso sistema familiar?

O conhecimento trazido pela constelação fala de como recebemos influências dos acontecimento difíceis de nossa rede familiar, mesmo de pessoas que sequer tivemos convivência.

Isso acontece pelo nosso vínculo familiar, pela lealdade e amor (muitas vezes inconscientes) que temos com todos aqueles que pertencem ao nosso sistema, em especial em um espaço de 4 gerações.

Hellinger, pioneiro neste conhecimento, escreveu no livro “Ordens do Amor”:

“Na comunidade de destino, constituída pela família e pelo grupo familiar, reina portanto, em razão do vínculo e do amor que lhe corresponde, uma necessidade irresistível de compensação entre vantagens de uns e as desvantagens de outros, entre a inocência e a sorte de uns e a culpa e a desgraça de outros, entre a saúde de uns e a doença de outros, e entre a vida de uns e a morte de outros.

Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma outra também quer ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável ou inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra, próximo a ela, também deseja morrer.”

Nesse movimento inconsciente, somos levados à repetição do que é difícil. Porém, entrar em contato com esta identificação e olhar com amor e respeito para o que foi difícil nos permite liberar do amor cego e seguir para uma vida mais leve.

É isso que a Constelação Familiar oferece. Um conhecimento que nos auxilia a seguir adiante para além das dificuldades.

A FORÇA DO VÍNCULO
Por Bert Hellinger

Por efeito do vínculo, os membros subsequentes e mais fracos da família querem segurar os antecedentes e mais fortes para que não se vão, ou pretendem segui-los se já partiram. Também por efeito do vínculo, os membros que obtiveram vantagem querem assemelhar-se aos que ficaram em desvantagem.

Assim, filhos saudáveis querem assemelhar-se a pais doentes e filhos inocentes a pais culpados. O vínculo faz ainda com que membros da família com boa saúde se sintam responsáveis por membros doentes, inocentes por culpados, felizes por infelizes e vivos por mortos. Assim, pessoas que se sentem em vantagem se dispõem também a arriscar e oferecer sua saúde, inocência, vida ou felicidade pela saúde, inocência, vida ou felicidade dos outros. Pois alimentam a esperança de que, renunciando à própria vida e à própria felicidade, poderão assegurar ou salvar a vida e a felicidade de outros membros dessa comunidade de destino, restituindo e recuperando a vida e a felicidade deles, mesmo que tenham sido perdidas.

Na comunidade de destino, constituída pela família e pelo grupo familiar, reina, portanto, em razão do vínculo e do amor que lhe corresponde, uma necessidade irresistível de compensação entre a vantagem de uns e a desvantagem de outros, entre a inocência e a sorte de uns e a culpa e a desgraça de outros, entre a saúde de uns e a doença de outros, e entre a vida de uns e a morte de outros. Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma outra também quer ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável ou inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra, próxima a ela, também deseja morrer.

Dessa maneira, no interior dessa estreita comunidade de destino, o vínculo e a necessidade de compensação levam ao equilíbrio e à participação na culpa e na doença, no destino e na morte de outros. Com isso, tenta-se pagar a salvação do outro com a própria desgraça, a cura do outro com a própria doença, a inocência do outro com a própria culpa ou expiação, e a vida do outro com a própria morte.
Coletânea de textos do Ipe Roxo ( https://iperoxo.com/ )
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Muitos textos já foram publicados aqui no blog, mas sempre é bom relembrar... e aos que estão chegando agora e tomando contato com este trabalho amoroso e transformador, esclarecerá.
Boa semana à todos.
Tais

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