domingo, 24 de maio de 2020

Vivendo em confiança

B.R.A.V.I.N.G.: como criar confiança entre líderes e equipes?
Confiar, ainda que todas as possibilidades se apresentem contrárias a isto, remete-nos a algo muito importante: a capacidade de seguir um direcionamento que vem do coração e não da mente.

A mente é essencialmente criadora de dúvidas, medos e incertezas. Sempre que uma situação desconhecida se apresenta, ela nos leva a desconfiar, temer que algo dará errado e seremos punidos com dor e sofrimento.

A relação amorosa é a dimensão da vida em que a confiança mais se torna indispensável. Como entregar os sentimentos a alguém se não existir uma total confiança?

Entretanto, exatamente pelo peso e a importância que ela adquire no relacionamento, quando é quebrada - por uma traição ou pela rejeição, - o resultado é uma ferida que pode durar anos para ser curada.

Isto porque a confiança dá lugar ao medo e cria então uma verdadeira "muralha", que é erguida em torno do coração, uma defesa contra qualquer possibilidade de se entregar de novo ao sentimento.

O problema é que evitar o sofrimento nos leva a evitar a vida. Essa atitude de proteção pode nos dar uma sensação de segurança, mas também nos mantém estagnados e apáticos, sem usufruir da plenitude que só uma existência movida pela coragem e pela entrega pode nos proporcionar.

"Faça o que tem de fazer resolutamente, com todo o seu coração". Lembre-se da ênfase no coração. A mente jamais pode ser uma - por sua própria natureza ela é muitas.

E o coração é sempre um - pela sua própria natureza ele não pode ser muitos.

Você não pode ter muitos corações, mas você pode ter muitas mentes. Por quê?

Porque a mente vive na dúvida e o coração vive no amor. A mente vive na dúvida e o coração vive na confiança.

O coração sabe como confiar - é a confiança que o torna um. Quando você confia, de repente você fica centrado.

Daí a significância da confiança. Não importa se sua confiança é na pessoa certa ou não. Não importa se sua confiança será explorada ou não.

Não importa se você será enganado por causa de sua confiança ou não. Há toda a possibilidade de você ser enganado - o mundo é cheio de enganadores. O que importa é que você confiou.

É a partir de sua confiança que você se torna íntegro, que é muito mais importante do que qualquer outra coisa.

Não é uma questão de que primeiro você tem de estar certo se a pessoa é digna de confiança ou não. Como você estará certo?

E quem vai pesquisar? Será a mente, e a mente sabe somente como duvidar. Ela duvidará.

Ela duvidará mesmo de um homem como Cristo ou Buda. Ela não pode nem ajudar a ela mesma.

Assim, lembre-se: confiar não quer dizer que primeiro você tem de pesquisar, que primeiro você tem de deixar as coisas certas, garantidas e, então, confiar.

Isso não é confiança, isso realmente é dúvida - como você esgotou as possibilidades de duvidar, daí você confia. Se uma outra possibilidade de dúvida surgir, você duvidará novamente. Confie apesar de todas as dúvidas, apesar do que o homem é ou do que o homem vá fazer.

Isso é do coração, vem do amor.

Quando você confia e ama com um coração decidido, isso traz transformação. Então, você nunca hesita. A hesitação simplesmente o mantém aos pedaços.

Dando um salto quântico, sem nenhuma hesitação ou apesar de todas as hesitações, você se torna íntegro.

A hesitação desaparece, você se torna um. E tornar-se um significa libertar-se - libertar-se da própria multidão estúpida que existe dentro de você, libertar-se de seus pensamentos e desejos e memórias, libertar-se da própria mente".

Osho, The Dhammapada
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"Uma das reflexões que podem acrescentar boa dose de autoconhecimento a partir da visão sistêmica alinhada à filosofia de Bert Hellinger, o pai das Constelações Sistêmicas Familiares, é a identificação de qual o impulso essencial de nossas ações e na nossa busca da felicidade. Somos como um carro flex, que pode utilizar dois combustíveis: o medo ou a confiança.

O medo é como um combustível “batizado”, de má qualidade, que faz nosso carro falhar e até parar na beira da estrada. O medo nos faz olhar para trás enquanto tentamos andar para a frente.

Motivados pelo medo, consciente ou inconsciente, a pessoa está lutando na vida para escapar de algo, ela quer fugir, evitar uma situação a todo custo. Com este objetivo explícito ou oculto, o futuro é incerto. Qualquer lugar pode ser melhor do que aquele de que se quer fugir. É a pessoa que se casa para sair da casa dos pais, aceita qualquer proposta de emprego para sair de sua condição atual. Insuportável, investe em projetos com qualquer sócio que apareça, pois o mais importante é se por em movimento para escapar da inércia.

O medo, portanto, não é um bom propulsor. O que ele precisa é ser identificado, estudado, e devidamente superado com recursos próprios ou com ajuda de alguma terapia, aconselhamento espiritual ou metodologia que mobilize recursos internos que tragam clareza, serenidade ou cura. E não há uma receita. Depende da natureza e origem do medo.

A confiança é gasolina aditivada. Nos faz olhar para a frente, facilita manter o foco e a determinação, vê os obstáculos e dificuldades e busca os recursos para vencê-los, sabe andar em sintonia com o tempo, não apressa o resultado, mas mantém viva a certeza de que o destino está lá esperando o viajante.

O planejamento feito com confiança avalia riscos e amplia possibilidades. A confiança não é obstinada, sabe esperar e adequar a rota se for o caso, pois o objetivo é chegar ao destino no tempo certo. A confiança não tem pressa, não tem ansiedade, ela coloca a pessoa totalmente disponível para o Agora e mobiliza todas as forças para se ter o melhor resultado possível a cada passo, a cada dia.

A questão é: caso a pessoa identifique que é movida pelo medo, o que pode fazer? A proposta das constelações é: procure estar em paz com seu passado, diga SIM ao que foi, como foi, e vire a página com delicadeza e decisão. É claro que o medo tem uma origem, e é um tipo de resposta a algo que marcou a história da pessoa ou do clã familiar. O medo precisa, portanto, de atenção, de cuidado e de alguma espécie de cura, para que possa ficar no passado. Portanto, não fuja do medo. Olhe bem para ele, conheça-o e deixe-o, finalmente, passar.

Como fazer isso? Depende de cada caso, de cada contexto, de cada história pessoal. Mas as Constelações propõem um caminho que tem ajudado muita gente."    Almir Nahas - https://olharsistemico.com.br/

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