domingo, 4 de setembro de 2011

Psicologia e espiritualidade...duas faces da mesma moeda

"Duas velhas senhoras andaram se estranhando e alimentando desconfianças mútuas ou até trocando acusações durante um bom tempo. Era como se em cada dimensão, a humana e a espiritual pretendessem viver uma sem a outra, reclamando sua autonomia.
De um lado se dizia que a espiritualidade era coisa de gente subdesenvolvida e que a ciência resolveria esses problemas “atávicos” que deixavam as pessoas dependentes dessa tal espiritualidade, que infantilizava as pessoas...Por outro lado se dizia que as ciências do humano destruíam a fé e negavam espaço à ação da Graça de Deus ou aboliam a noção de pecado ou até que chegavam a ser “coisa do demônio” ou, no mínimo, eram coisas desnecessárias, uma vez que a fé e a oração seriam capazes de resolver tudo... Enfim...coisas que passam , felizmente... ou custam a passar, infelizmente ainda. Mas como há um tempo para tudo, o tempo se encarregou de trazer mais discernimento e abertura e, de parte a parte, novos ares se respiram, para o bem das pessoas!"
Crescendo com o Eneagrama na Espiritualidade – Domingos Cunha- Ed Paulus

Hoje, muitos profissionais da área de humanas, já não têm mais vergonha de afirmar que a pessoa necessita de “algo mais”, de um sentido que a leve além de si mesmas, com valores claros pelos quais possa optar e para os quais orientar sua vida. Esse “algo mais”, a esse “sentido”, nós chamamos de espiritualidade, entendendo esta de modo abrangente.
Quantas vezes a psicologia se deparou consigo mesma num beco sem saída, o de renunciar a toda a espécie de valores orientativos e ver as pessoas indo embora, às vezes “desmontadas” ou fechadas sobre si mesmas, dando margem para aquela comparação onde o técnico de televisão desmonta-a inteira e  consegue achar o defeito...mas  depois   montar a TV novamente, recolocando as peças nos seus devidos lugares, não consegue fazê-la funcionar!
         Por outro lado, na tradição do cristianismo, encontramos belos testemunhos dessa verdade tão antiga quanto o ser humano, onde a integração de ambos ( humano e espiritual) faz parte da caminhada de cada pessoa. Posso citar:
Santa Tereza de Ávila:
“A melhor maneira de se  chegar ao conhecimento de Deus é por meio do conhecimento de si mesmo” . 
“É dasatinado pensar que havemos de entrar no céu sem primeiro entrar em nós mesmos, a fim de conhecer e considerar  nossa própria miséria”
Ou, Santo Tomas de Aquino:
“Quanto mais vou ao encontro de mim mesmo, mais descubro em mim um outro que não sou eu e, no entanto, é o fundamento do meu existir”
Enfim...existe uma infinidade de escritos que podem dar a compreensão real dessa junção do espiritual  com o crescimento do homem!
Outra coisa é a tal da perfeição a que somos “cobrados”... creio que sempre está presente a luz e a sombra, dimensões naturais no ser humano e à vida sobre a terra.
As dificuldades existem como possibilidade de nos olharmos e todas elas nos mostram algo. O problema é que queremos acolhe-las.
Cada pessoa, na sua caminhada espiritual, irá se deparar necessariamente com seu lado escuro. A escuridão pessoal é um tipo de doença ou dano causado basicamente por uma série de fatores acidentais que nos programaram inconscientemente durante a infância ou exclusões ocorridas no sistema familiar maior ( antepassados). A sombra nos proporciona a possibilidade de olharmos...e incluirmos tudo que está aí.
Bert Hellinger , através da filosofia fenomenológica, introduziu o trabalho das Constelações Familiares e mudou a concepção de destino, livre arbítrio... e nos mostrou que tudo está certo como está...e que as vezes o bom é ruim e o ruim é o bom. Mas acima de tudo , sem julgamentos de certo e errado. Afinal o que é bom para o meu sistema...pode ser ruim para o seu...e está tudo certo como é!
Assim como as Constelações Familiares, existem infinidades de conhecimentos disponíveis (Eneagrama, I Ching por exemplo) que proporcionam maior entendimento da espiritualidade/ psicologia do ser humano. Mas, acima de tudo, estar “vazio” de conceitos definitivos para poder “ver”.
Bem...para finalizar mais uma “curiosidade”:
“Quem algum dia mexeu na cozinha e teve que cortar alho, sabe do incômodo cheiro que isso deixa nas mãos. Há no entanto um segredo fácil para tirar o cheiro do alho: coloque a mesma faca que usou para cortar o alho debaixo do fio de água da torneira e lave as mãos com a mesma água que cai da lâmina da faca. Em poucos instantes, o cheiro do alho desaparece das mãos! Nada de mágica...Mas funciona, é prático e simples, útil e bem acessível! Haverá certamente alguma reação química que explica o fato . Os cientistas poderão até estudar o fenômeno. Mas para quem tem o cheiro do alho nas mãos o importante é conhecer esse segredo e poder utilizá-lo.”

Uma boa semana à todos que por aqui passam...
Tais


2 comentários:

  1. Legal essa dica pra tirar o cheiro de alho das mãos, mas de nada adianta tirar o cheiro de alho, se eu não sei das mãos de "quem" o cheiro foi tirado. Assim a dica de estar aberto ao novo talvez seja neste momento mais importante, porque assim se abre uma possibilidade de pelos menos saber das mãos de quem tirar o cheiro de alho.
    Minha amiga você me saindo uma filosofa de primeira. Parabéns.

    ResponderExcluir
  2. Que delícia ler o seu texto!

    ResponderExcluir