domingo, 16 de outubro de 2011

Histórias que fazem pensar



Mundialmente conhecido pela criação da abordagem terapêutica "Constelações Familiares", atraves das idéias de Bert Hellinger tento explicar neste texto um aspecto fascinante de suas interveções terapêuticas; histórias surpreendentes para o intelecto, destinadas a ressoar na alma do cliente.
Tanto as crianças como os adultos quando as ouvem  trazem alívio, alem de normalmente realizarem  as mudanças necessárias em seus comportamentos.
Fico impressionada com a simplicidade e a criatividade com que Bert transforma as histórias e como elas atuam...
Uma pequena homenagem nesta semana à esses seres tão especiais que são as crianças.


A FILHA PEQUENA QUE PADECIA DE ENURESE NOTURNA

Há pouco tempo alguém da TV austríaca entrevistou Bert Hellinger e pediu que dissesse algo acerca de histórias que curam.
Ele centrou-se no prático, falando das possibilidades de ajudar crianças através de histórias.
Sobre a pergunta do que poderia ser feito no caso de enurese noturna (crianças que urinam na cama à noite), contou o seguinte caso.
    "Um pai me perguntou o que poderia fazer com sua filha pequena que de noite fazia pipi na cama. Aconselhei-o que dissesse à filha que havia se casado com muito gosto com sua mãe (a filha havia nascido antes que os pais se casassem). E que o dissesse de passagem e que, além do mais, lhe contasse histórias com pequenas variações." Por exemplo:


Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho chega à casa da avó quer entrar pela porta e vê que a calha está pingando. Diz a sí mesmo: "Antes vou consertar esta goteira".Entra no galpão, busca um pouco de piche , pega uma escada, sobe, conserta a goteira para que não molhe a entrada , e depois desce para visitar a sua avó...

Branca de Neve e os sete anões 

Um pequeno anão queixa-se de manhã, que entrou chuva pelo telhado durante a noite, e que acordou totalmente molhado em sua cama. Branca de Neve lhe diz: "Consertarei o telhado imediatamente". Enquanto os anões trabalham, Branca de Neve sobe no telhado,vê que apenas uma telha havia saído do lugar e coloca-a de volta. Quando o anão volta para casa de noite está tão cansado que esquece de perguntar sobre o telhado.Na manhã seguinte também se esqueceu, pois está tudo bem.

    Ao fim de seis meses, o pai voltou a uma supervisão e contou ao Bert sua experiência. Disse que a história havia surtido um efeito imediato: tudo havia se arranjado. O que lhe chamou a atenção é que esta filha pequena normalmente protestava se ele introduzia variações nos contos, mas estas modificações ela aceitou tranquilamente.

Neste exemplo vemos que a sábia alma da criança alia-se ao narrador. A alma almeja a solução sem que esta lhe seja dita abertamente, de modo que a criança sinta-se encorajada a colocar em prática o novo através do seu conhecimento.
É evidente que a criança percebeu o que o pai disse pois do contrário a história não teria surtido efeito.Mas como o pai não falou diretamente sobre o problema e respeitou o sentimento de vergonha da criança, ela sentiu-se respeitada por ele ter tido tamanha delicadeza com ela e pôde reagir.
A criança sabe que molha a cama. Isto não precisamos lhe contar.E sabe também que não deve molhar a cama.Isto também ninguém precisa lhe dizer. Se lhe damos um conselho ou abordamnos o seu problema sente-se inferior.Se a criança segue o conselho a auto estima dos pais aumenta enquanto a sua auto estima diminui. A criança protege-se contra a perda da auto estima recusando o conselho. Exatamente pelo fato de nós termos dado um conselho, a criança precisa fazê-lo de modo diferente para poder manter a sua dignidade. A dignidade é o que existe de mais importante para cada pessoa. Para as crianças também.Apenas quando a criança sente um amor profundo no conselho pode segui-lo.


Segundo Bert Hellinger, as histórias podem dizer o que não pode ser expresso de outra forma, pois também sabem ocultar o que mostram. Encaramos sua verdade como pressentimos, por trás de um véu, o rosto de uma mulher.
Quando as ouvimos nos sentimos como se entrássemos numa catedral. Entrando na obscuridade, vemos os vitrais iluminados. Mas, quando as luzes se acendem, só percebemos as molduras.
Tais

Um comentário:

  1. Experimentei isto com um dos meus filhos....f-a-n-t-a-s-t-i-c-o-!!!!!!! Obrigado

    ResponderExcluir