domingo, 2 de outubro de 2011

Quando e para que buscar Constelação Familiar?


Quando tomei contato com as Constelações Familiares sempre me perguntava: como o (a) terapeuta sabe se o cliente precisa ou não deste trabalho?
Após esta compreensão ficou evidente a necessidade ou não de Constelar e é sobre isso que gostaria de escrever um pouco hoje.

Para àqueles que nada conhecem sobre este tema, existe um artigo básico em meu Blog,  postado no mês de junho,  chamado Constelações Sistêmicas Familiares: perguntas Frequentes . Talves após esta leitura fique mais compreensível o assunto tratado hoje.

 

Na terapia  apoiamos o cliente sobretudo em seus sentimentos primários. Nós os consideramos sentimentos originais que estão ligados a um direcionamento. Podemos reconhecê-los pelas seguintes características:

Os movimentos primários fortalecem, expressam o movimento interno direcionado e são sempre adequados na situação em que afloram. Pode ser um amor profundo, mas também uma raiva contra uma injustiça ou medo de uma situação ameaçadora. O sentimento atravessa  por um arco de tensão, revela-se, ascende, declina e chega a um fim.O cliente pode vivenciar os sentimentos primários de olhos abertos e estar simultaneamente em contato com o mundo externo.

Isso não é possível em relação aos movimentos secundários . Estes são crônicos, não tem nenhum começo concreto e nenhum fim claro e não percorrem nenhum arco de tensão como os sentimentos primários. Nos movimentos secundários o cliente desperdiça energia e tempo com um sintoma que não o leva adiante em seu caminho na vida. Geralmente ele tem uma clara sensação disso, ficando zangado, triste, e sem poder descrever exatamente o que se passa internamente.

O cliente pode assumir algo de seu sistema familiar

Alguns sentimentos se originam do contexto de uma outra pessoa. Eles vêm do sistema familiar e são sentidos pelos filhos ou netos se os pais não os sentiram ou não puderam senti-los. Então, um cliente pode sofrer de uma depressão, por exemplo, que surge espontaneamente. Pode-se constatar, por exemplo, que um irmão ou irmã da mãe morreu cedo e a criança carrega o luto com a mãe.

Sentimentos adotados suscitam irritação porque não fazem sentido para o cliente em seu contexto pessoal. Às vezes eles até dizem: “Isso(sintoma-reação) aparece e toma conta de mim...parece que não é meu...não tenho controle...” Com a Constelação ele poderá entendê-los e integra-los de outra forma. Os sentimentos podem continuar, mas se souber que a depressão pertence à mãe ou a agressividade é, na verdade, um sentimento vivido pelo pai, então sentir-se-á como um instrumento através do qual o sintoma se mostra, sem que ele próprio precise se identificar ou sofrer com isso.

Frequentemente os sentimentos adequados não puderam ser sentidos na época dos acontecimentos porque não havia espaço para isso ou eram inaceitáveis nessa situação. Então toda essa situação se manifesta através das gerações posteriores e o cliente não tem “domínio” nenhum sobre o sintoma alem de não entendê-lo e não conseguir modificá-lo.

As Constelações Familiares promovem a possibilidade de retorno à situação que deu origem ao sintoma, liberando-a. Representa também, um grande alívio o cliente escutar que o sentimento é certo, mas não o lugar e a época em que se manifesta.

Um pequeno exemplo: uma mulher atraente, praticante de budismo, vivia com seus filhos e um homem agressivo, que batia nela e a tratava mal. Ela  temia pela sua vida e pelo seu futuro e estava desesperada. Era bem sucedida profissionalmente mas tinha um medo constante de perder seu emprego. É surpreendente ouvir coisas assim de uma jovem mulher talentosa, de boa aparência e sem motivos em sua própria vida para esses temores, como ela mesma reconheceu. Na constelação familiar, foi possível localizar os sentimentos que correspondiam a um antepassado envolvido com campos de concentração e sacrifício de pessoas; medo e insegurança, se ainda sobreviveriam ao dia de amanhã, ansiedade quanto a duração dos relacionamentos e em relação ao próprio futuro. Parecia estar expiando pelas vítimas ao se expor às injustiças e surras do namorado. A sua religião também se mostrou como um a tentativa de compensação pela injustiça e crueldade.
Nem sempre é possivel a total comprensão daquilo que aparece nas Constelações  mas isto não tem importância, pois a alma compreende e nós somos liberados.

Precisei resumir e simplificar as explicações de modo a não ficar cansativo  mas espero ter  atingido o âmago da questão...
Creio ter lançado uma informação com relação às situações/vivências inexplicáveis na vida de cada um de nós e que , a partir de agora, consigamos ter um olhar de esperança sobre as mesmas...afinal são todas necessárias para que possamos realizar aquilo para  que fomos escolhidos.
Boa semana!
Tais


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