domingo, 18 de março de 2012

O Amor Maior - entenda o processo da ajuda do Terapeuta

     
Atualmente existe um conflito sobre a ajuda certa na relação terapeuta/cliente. Na tradição da psicoterapia, como foi desenvolvida por Freud, estabeleceu-se um determinado modelo de ajuda. Este modelo é colocado em questão através do trabalho das Constelações. Muitos consteladores também provêm da tradição da psicoterapia e permanecem parados em determinado grau. Alguns sentem-se no direito de criticar este trabalho ou o procedimento de Bert Hellinger, porque não está conforme com aquilo que aprenderam em sua formação.
      Na Psicoterapia tradicional um cliente vem a um psicoterapeuta e se apresenta como necessitado ou doente. O que acontece nesse momento? Acontece uma tansferência para o terapeuta, similar ao que acontece com a criança em relação aos pais. E o que aconteceu com o psicoterapeuta? Ele entra na contratransferência e representa o pai ou a mãe para o cliente, como para uma criança. Frequentemente a expectativa do cliente é poder resgatar o que lhe faltou na infância e que, portanto, encontrará no terapeuta um pai ou uma mãe melhor. Alguns terapeutas entram nessa e se sentem realmente como um pai ou uma mãe melhor.
      Imagine o que acontece nas almas. O que acontece na alma do cliente e o que acontece na alma do terapeuta? Uma terapia desse tipo pode dar certo? Ela fracassa, mas nasce um vínculo que muitas vezes parece indissolúvel. Apenas poucos clientes conseguem  dizer no final: "Agora basta". Muitas vezes ficam um pouco irritados porque o resultado foi pequeno. Entretanto, cresceram. A irritação é o sinal de que alguém fracassou em suas experiências infantis. Quem fracassa com isso, fica independente e cresce.
      Na transferência e contratransferência origina-se essa chamada relação terapêutica. O que significa aqui a relação terapêutica? Pais e Filhos, nada além disso.
      Quando  os pais têm filhos pequenos, os filhos podem esperar tudo deles. E os pais dão-lhe tudo, com amor. Contudo, quando os filhos se tornam adultos e querem algo dos pais, como se ainda fossem crianças pequenas, os pais recusam. Então os filhos ficam zangados e independentes.
      Mais tarde vão para um terapeuta e tentam novamente o velho jogo. E como é que se tornam independentes? Quando o terapeuta os deixa frustados. Ele faz, portanto, a mesma coisa que os pais; precisa fazer isso para interromper a relação.
      O que acontece quando o terapeuta entra na transferência de relação de pais? Ele não pode crescer. Não se pode crescer numa posição superior. Também aquilo que oferece é, no fundo, muitas vezes barato, bem barato.
Podemos observar isso num trabalho de grupo/constelação onde o cliente fica tocado, alguns vão até ele e o acariciam, como se fossem os terapeutas bons e certos... Eles se sentem grandes fazendo isso. Contudo, o que isso provoca na alma? Nesse momento fazem do cliente uma criança e tomam-lhe a força. Portanto perceber que a ajuda mais perigosa do ato de ajuda está na transferência da relação de pais e filhos e é uma coisa revolucionária.
          Em meu trabalho , dentro da ordens da ajuda, o que o cliente traz de infância é imediatamente cortado. Por exemplo, quando ele diz:" Eu me sinto tão mal". Toda pessoa que lamenta, não quer agir. Todo consolo para quem se lamenta apóia a sua não-ação. Ter aqui a força de permanecer claro e ver no outro uma pessoa adulta é caracterizado frequentemente como ser duro, mas é o Amor Maior. Ele exige mais, tanto do ajudante quanto do cliente.
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Ja ficou bravo com seu terapeuta ou com seus pais?


Feche os olhos...sinta o momento em que isso aconteceu.
Imagine-o (os) em sua frente...olhe para ele (s), e apenas sinta!
Depois de alguns minutos, ou quando voce achar que é suficiente, diga:
- Agora eu vou. Obrigada (o)


Abra os olhos e volte para suas atividades .
Boa semana
Tais



3 comentários:

  1. Querida Tais,
    Agradeço por enviar os textos regularmente. Comecei neste ano a atuação como cantoterapeuta e este texto em especial, me trouxe esclarecimentos bem importantes. Beijos, Beth Viero.

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    1. Oi Beth, benvinda por aqui. Fico feliz por vê-la atuando em algo que sei que é a sua realização profissional...Quando começamos com humildade e damos continuidade desta forma...tudo dá certo ao final. Bert Hellinger é um profissional maravilhoso e que nos ensina exatamente isto; humildade e ordem na relação com os cleintes. Beijo e saudades

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  2. Sempre coloco minha opinião aqui...mas é uma droga...some e nao aparece aqui!!!!!!!!! Então hoje resolvi entrar com nome apenas...vamos ver se funciona:
    Gosto de tudo e acho bastante oportuna as matérias aqui publicadas. Meu abraço e parabéns
    Celina

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