domingo, 24 de junho de 2012

Parte 3 (cont.)- A educação do sentimento


          Se compreendermos nossa situação e nos abrirmos a esse mundo dos sentimentos, seremos capazes de abrir essa porta fechada diante da criança e mantê-la aberta. O que é milagroso é como a criança se abre também e, a partir desse momento, se continuo tentando, ela se abrirá mais e se livrará da escravidão de um sentimento fechado, terá liberdade de expressar seus sentimentos e adquirirá a possibilidade de aumentar seus sentimentos positivos, capacitando-se para dar e receber.

          Os sentimentos reais, mais profundos, que são muito finos, defendem sua pureza frente a nós sem permitir que os manipulemos, e é por isso que não podemos nos aproximar dele nem entrar facilmente em seu mundo. Temos de nos treinar, tentar muito, de mil maneiras. Temos que aprender a relaxar-nos porque as tensões vão contra o tentar. É importante que possamos relacionar-nos com essa força do sentimento positivo. Só por meio do esforço de aproximar-nos sem pedir nada, poderíamos começar a estar mais perto de algo real. Mas isto custa muito. Se realmente fizéssemos esse esforço, nossa vida se transformaria; seríamos portadores de algo positivo, os sentimentos começariam a expandir-se e nossa vida mudaria. Há muito poucos seres positivos no mundo e o mundo necessita deles... Mas para isso, temos de ser ajudados por outros que tentaram por si mesmos e que sabem como tentar. Sem esforço não é possível educar o sentimento da criança, porque o nosso também não foi educado... e com a mente, não poderíamos educar o sentimento.

          A maioria de nossas dificuldades pessoais vem da falta de contato com os sentimentos profundos e com a intromissão da parte intelectual no problema. Se nossa parte intelectual tivesse uma relação justa conosco, seria diferente. Mas como tampouco existe uma relação, a mente despreza o sentimento, trata-o de maneira até violenta, com desdém - que pode ser dissimulado, escondido, disfarçado, mas que existe -, e oferece soluções aparentes. O sentimento lhe responde da mesma maneira, com desprezo e fechando-se a toda comunicação.

         Não é possível chegar a ser diferente. É duro, difícil, mas apaixonante. Todos os educadores e pais de nossas escolas que tentaram, mesmo os que tentaram pouco e em ritmo lento, têm mudado. 

        Quando nos aproximamos para trabalhar com os sentimentos, positivos, a primeira surpresa descobrir que são pequenos, porém muitos; estão aí, são valiosos... e podem crescer!

         Com uma criança é possível se estabelecer uma verdadeira relação - primeiro através dos sentimentos e só depois com a mente.


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Como educar um sentimento? - A primeira pergunta que devo me fazer é se tenho pelas crianças um sentimento ou um vazio, uma indiferença ou algo mais ou menos... o que é que eu tenho? Às vezes sinto algo pelas crianças, porém, outras vezes, nada sinto. Necessito compreender.
Qual é a minha realidade? Quando nos dirigimos às crianças é preciso colocar muita atenção... De onde vem a minha resposta a elas? De um sentimento positivo?
Essa é uma grande busca!
Semana que vem será abordada a última parte deste assunto, e gostaria que àqueles que têm lido se pronunciassem sobre o tema, pois para mim é importante saber o que vocês pensam e se esta é uma direção de interesse.
Uma boa semana à vocês!
Tais

3 comentários:

  1. acompanhando a cada semana...e tentando educar-me. Abracao

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  2. Tais, é muito chato até se conseguir entrar em seu blog e postar uma opinião. Ele não entra, aí apaga tudo sozinho....Eu leio sempre, estou adorando esse assunto e já estou até "com pena" que irá acabar. Mas como tudo que escreves me serve...está tudo ótimo!

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  3. Prefiro outros assuntos...talvez porque não tenha crianças...

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