domingo, 27 de abril de 2014

Por que não escolhemos o melhor?


"As nossas escolhas são influenciadas pelo nosso inconsciente. Ele pode nos levar, sem que a gente perceba, a fazer escolhas ruins para a nossa vida. E tudo acontece, na maioria das vezes, de uma forma bem sutil e sabotadora. Você pode até pensar que está fazendo uma boa escolha, mas no fundo houve um processo inconsciente que o fez escolher algo que não seria o melhor pra você.

Basta ver as amizades ou os relacionamentos que muitas pessoas escolhem ter. Como é que alguém se relaciona com amigos que o colocam pra baixo? Como é que alguém entra em relacionamentos amorosos com pessoas destrutivas, com problemas com drogas, por exemplo?

Isso pode ser ampliado pra vida profissional. Como alguém fica em um emprego que massacra, que suga até a última gota, e não toma a providência de encontrar algo melhor?

A princípio, a pessoa pode até pensar que aquilo simplesmente aconteceu em sua vida, e que ela não tem escolha. Mas no fundo, trata-se de escolhas inconscientes. Vou explicar isso melhor.

Podemos perceber em algumas pessoas um padrão de sempre fazer escolhas que não são saudáveis. Parece que elas simplesmente se afinam mais com coisas negativas, preferem isso. E por mais irracional que isso possa parecer, principalmente pra quem faz boas escolhas e não entende quem age assim, existem razões por trás dessa forma destrutiva de escolher.

Às vezes, pode ser por uma questão de proteção. Veja o que uma aluna relatou em curso:

"Sempre que eu queria algo melhor, havia uma consequência ruim. Lembro quando eu era criança, eu sempre corria na frente pra pegar o maior pedaço. Quando um dia fui pegar o maior bolinho de chuva, meu avô havia colocado algodão no recheio. quando eu mordi, minha boca ficou grudando de tanto algodão. Acho que nunca mais tive coragem de escolher o melhor/maior depois disso".

A mensagem que ficou gravada no inconsciente dela é que escolher o melhor pode acabar muito mal. Talvez ela tenha se sentido uma pessoa egoísta e gananciosa e que foi punida pelo seu avô por isso. A partir daí, esse mecanismo começou a atuar em outras escolhas que ela fez durante a vida. E isso certamente afetou os relacionamentos pessoais e sua vida profissional.

Um outro pensamento muito comum é o que vem com o ditado: "Quem muito ri depois vai chorar". Eu já ouvi alguns ditos populares mais ou menos parecidos. Isso passa a mensagem de que depois da alegria, vai acontecer algo ruim, então, sentir alegria é perigoso.

Com isso na cabeça, a pessoa acaba sentindo medo ao ficar feliz. E de forma inconsciente, vai reprimir a alegria ou vai fazer escolhas na vida pra não ficar tão bem, e assim se proteger de um mal que possa vir depois.

Já vi também pessoas que desenvolveram esse tipo de padrão quando estavam bem felizes em um determinado momento e tiveram logo em seguida uma perda de alguém da família. E o que fica gravado é que ficar muito feliz pode até mesmo gerar uma morte na família, ou alguma outra tragédia.

E é claro que falando dessa maneira, parece algo meio absurdo, mas é assim que o nosso inconsciente funciona.

Problemas na nossa autoestima também vão afetar as nossas escolhas. Imagine alguém que recebeu críticas severas durante a infância. Essa pessoa desenvolve um juiz interior severo, um crítico interno que não lhe dá trégua. As vozes que ela ouvia dos seu pais agora foram internalizadas e viraram sua própria voz interior. Muitas vezes, essa voz interior diz que a pessoa não vai conseguir, que é muito difícil, que a pessoa não merece, que ela não presta pra nada. E o resultado disso são escolhas não saudáveis.

Descobrir coisas negativas na autoestima e tratar é um ótimo caminho para começar a fazer melhores escolhas.

Todo e qualquer sentimento negativo, que você carrega de experiências do passado, vai contribuir pra que você faça escolhas não saudáveis. Mágoa, tristeza, culpa, raiva, medo. Tudo isso vai interferir. O sentimento de culpa, por exemplo, leva a comportamentos de autopunição. Punir a si mesmo é uma forma de aliviar a culpa temporariamente. Culpa leva a sentimentos de não-merecimento, e quem não se sente merecedor de coisas boas, certamente não consegue fazer as melhores escolhas."
Andre Lima

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Os registros do inconsciente determinam nosso rumo na vida. Como melhorar isso? É possível?

Nós próprios somos donos de nosso destino. Aquilo que pensamos se manisfesta em forma, essa forma se manisfesta no local onde temos apego, nele renascemos e temos alegrias ou tristezas de acordo com a Lei da causalidade e da atração do semelhante.

Somos cavaleiros que cavalgam montados sobre a lei da causalidade. Mas não somos escravos, pois se assim fosse não teríamos alternativas senão ficar a mercê daquilo que nos faz mal.

Um desejo intenso conduz o indivíduo até a circunstância que permite satisfazê-lo. Este desejo forma ondas de pensamento que agem no sentido da satisfação desse desejo, e estendendo-as como tentáculos, encontra o que procura, arrasta-o para si ou se aproxima dele. Assim o homem atrai para si o objeto com sua própria vontade, ou ele próprio se aproxima dele e se torna dono de seu destino. As ondas do nosso pensamento são tentáculos e colaboradores invisíveis.

Quando descobrimos e constatamos que podemos escolher àquilo que queremos, verdadeiramente, o mundo fica mais positivo e nossas ações serão direcionadas para tal.

Enquanto isso...podemos buscar alternativas que nos propiciem este conhecimento, esta liberdade. Uma coisa é certa: queira em primeiro lugar!


Quando o discípulo está pronto... o Mestre aparece. Não importa qual seja ele: um amigo, um terapeuta, uma religião, um livro...
Mas creia, ele aparece!
Boa semana
Tais

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