segunda-feira, 22 de maio de 2017

Cérebro tipo "televisor"?


 O progresso da moderna fisiologia tem levado a intensificar a pesquisa sobre estrutura interna do cérebro. Quanto mais se aprofundaram nessa pesquisa, mas foi se tornando claro que o cérebro era um instrumento eletrônico, projetado por uma misteriosa inteligência. É como se ele fosse uma máquina de alta precisão, tal como o computador, televisor e rádio.  Essa máquina está dividida em duas grandes partes: cérebro e tronco encefálico. No tronco encefálico estão contidos o mesencéfalo, o diencéfalo, a ponte, a medula ablonga etc, que são responsáveis diretos pela manutenção da vida humana, como por exemplo, o funcionamento do coração,  da respiração e das secreções em geral. 
Por outro lado, o cérebro rege as sensações obtidas do mundo exterior, estou pensamento etc. Ele tem a função de manter um elo com o mundo exterior, não tendo influência direta na manutenção da vida. Entretanto, essas duas partes se interligam profundamente, sendo frequente alteração fisiológica do corpo com a informação enviada pelo cérebro ao tronco encefálico. Por isso, é uma verdade notória que, destruindo esse funcionamento, altera-se a mente.

Mas isso não significa que o cérebro "produz" a mente. Esse fato se assemelha ao aparelho de televisão que deixa de transmitir som quando sofre alguma avaria. Não significa que o som seja criado por este componente do televisor. O som é produzido e enviado pela estação transmissora, sendo televisor apenas um aparelho receptor que transmite a sessão.
Portanto, o verdadeiro criador do som não é o televisor, nem os aparelhos transmissores da estação .   É o locutor, ou algum músico. É neles que está a fonte, a origem do som que chega até nós, transportado por ondas eletromagnéticas e traduzido em ondas sonoras dentro do televisor. Da mesma maneira, o nosso cérebro é um aparelho eletrônico de alta precisão, estruturado por isso inúmeros transistores chamadas neurônios. Esses 500 milhões de  transistores são capazes de produzir nossos pensamentos, mas não são seus criadores. Se fossem criadores, deveria existir grande diferença estrutural entre cérebro com o pensamento e cérebro sem pensamento. No entanto, na verdade, não existe muita diferença entre um e outro. Evidentemente, quando alguma parte do cérebro é danificado, o pensamento deixa de funcionar, tal como o som é interrompido quando alguns transmissores e quebram. O pensamento pode não funcionar, ou pode se alterar, mas isso não significa que houve alteração na origem do pensamento. O que deixou de funcionar foi o pensamento traduzido, ou seja, a mente fenomênica (material).

 O que é protótipo da mente?
Ficamos sabendo, desta maneira, que a mente não é criada pelo cérebro, embora aparente que assim seja. Isso é verdade,  seria inexplicável como um cérebro tão pequeno poderia produzir pensamentos infinitamente complexos. Nós conseguimos pensar no universo, no "infinito", na filosofia profunda do passado, presente e futuro. Mas o cérebro é uma matéria limitada,
que só existe no presente.  É impossível que uma matéria limitada, que existe apenas no presente, consiga pensar transcendendo o fator tempo. Mas é perfeitamente possível quando verificamos que o cérebro é apenas um aparelho receptor. Dentro do aparelho de televisão não cabem estrelas do Cosmos, mas é perfeitamente possível receber suas imagens e projetadas. Dentro do aparelho de rádio não é possível introduzir uma orquestra inteira ,  mas é possível receber seu som.

 Não pensemos mais, portanto, em mente de maneira  fenomênica que, de maneira plana. Pensemos no protótipo da mente que existe no fundo da nossa consciência cerebral. Nesse momento, compreenderemos que a nossa mente não é o produto do cérebro que é matéria, e sim a criadora, o protótipo do pensamento. 

Mas nós não estamos tendo acesso direto ao protótipo da mente, apesar de ela possuri semelhança com a nossa mente.  É como a imagem transmitida pelo televisor apresentar semelhança com a imagem original da estação transmissora. O som da orquestra transmitida pelo rádio é muito semelhante ao som original. Mas original é sempre mais perfeito, a cópia é sempre mais impe
rfeita. É o que acontece com a nossa mente. É a mesma relação existente entre a perfeita Imagem Verdadeira ( Eu perfeito)  e as imagens fenomênicas que as projetadas. 

Compreendemos, finalmente, que a mente não é criada pelo cérebro. O cérebro é apenas um transmissor da mente da imagem verdadeira  (Eu Perfeito). Durante o processo de transmissão, surgem distorções de toda a espécie, e a mente indestrutível  é projetada como mente que se interrompe, mente que se perde na ilusão, mente que sofre. Tal como a vida imortal se reflete na vida carnal ( da matéria).
Texto extraído do livro Assim se concretiza o bem - Seicho Taniguchi
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Neste final de semana estive em treinamento e somente hoje foi possível escolher algo para postar no blog.
"Esta leitura não é para fazer correndo ou de qualquer jeito"...leia e deixe "agir".
Uma excelente semana
Tais

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