domingo, 1 de setembro de 2019

Culpa e inocência nos relacionamentos


É em nossos relacionamentos que experimentamos a consciência, pois todas as ações que produzem efeitos sobre outros são acompanhadas por um sentimento de culpa ou inocência. Assim como os olhos, ao ver, distinguem constantemente o claro e o escuro, esse sentimento discerne, a cada momento, se nossa ação prejudica ou favorece o relacionamento. O que causa dano a ele é experimentado como culpa; o que favorece, como inocência.



Por meio do sentimento de culpa, a consciência nos puxa as rédeas e nos impele a mudar de direção; pelo sentimento de inocência, ela nos soltam as rédeas e um vento fresco infla as velas do nosso barco.

Isto se assemelha ao que sucede com equilíbrio físico. Assim como um sentido interno, por meio de sensações de conforto e desconforto, constantemente nos impulsiona e dirigir para nos mantermos em equilíbrio, um outro sentido interno, por meio de sensações diferentes de conforto e desconforto, nos impulsiona e dirige constantemente para mantermos nossos relacionamentos significantes.

O sucesso dos relacionamentos depende de condições que no essencial, nos são pré estabelecidos, como acontece com o equilíbrio físico com relação as orientações básicas: em cima e embaixo, na frente e atrás, à direita e à esquerda. De fato, caso desejemos, podemos cair para a frente ou para trás, para direita ou para esquerda. Entretanto, um reflexo inato força a compensação antes que haja um acidente e nos equilibramos a tempo.

Da mesma forma, um sentido de equilíbrio superior ao nosso arbítrio vela sobre nossos relacionamentos e atuar como um reflexo de correção e equilíbrio, quando nos desviamos das condições de sucesso e colocamos em risco nossos relacionamentos. A semelhança do sentido interno de equilíbrio corporal, o sentido interno dos relacionamentos percebe cada endivido, juntamente com seu entorno, reconhece o espaço livre e os limites e dirige ao indivíduo por meio de diferentes sensações de desprazer e prazer. Esse desprazer é sentido como culpa; esse prazer, como inocência.

Assim, culpa inocência servem a um mesmo senhor. Ele as atrela a um carro, guia-as numa direção e elas puxam o carro, como uma parelha presa a uma corda. Alternando seus impulsos, fazem progredir um relacionamento e o mantêm na trilha. Às vezes, tentamos tomar as rédeas nas mãos, mas o cocheiro não as soltam. Nesse carro só viajamos como prisioneiros e convidados. E o nome do cocheiro é consciência.

          O Amor do Espírito -- Bert Hellinger
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Conhecer os conteúdos das constelações é descobrir um novo mundo. Passamos a compreender melhor as relações humanas e aquilo que aproxima ou afasta  nos relacionamentos.
Depois começamos a experimentar em nosso dia a dia,  onde acabamos percebendo o quanto estávamos distante das Leis do Amor ( Ordem (hierarquia), Equilíbrio (dar e receber) e Pertencimento. (vínculo).

Da mesma forma como as nossas necessidades, nossos relacionamentos também são diferentes e seus interesses se contradizem. O que serve a um relacionamento pode prejudicar o outro. E aquilo que em um relacionamento nos é creditado como inocência, em outro nos precipita num sentimento de culpa. Assim , talvez, por um único ato, respondemos a muitos juízes e um deles nos condena, enquanto outro nos declara inocentes.

É libertador quando tomamos consciência desta verdade, afinal aquilo que serve a um relacionamento necessariamente poderá não servir ao outro. Somos mutantes... e os relacionamentos também! Mas lembemos: sempre na medida daquilo que necessitamos...nada é ruim ou negativo. São apenas oportunidades de aprendizagens. Assim, tudo fica mais leve.

Só ganhamos ao tomar contato com as Leis do Amor, onde nada se julga e, se estamos dispostos a rever, tudo se transforma. Aprendemos a colocar um novo olhar sobre os relacionamentos. 
Boa semana
Tais

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